15.04.2013 Views

Peixe Morto

Peixe Morto

Peixe Morto

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

06 de maio de 2008, 16:00 h.<br />

Depois de deixar Filogoni na porta da galeria, Elisa deu<br />

rumo ao carro sem a menor vacilação, como se tivesse certeza<br />

do que iria fazer e do que estava para acontecer. Não<br />

me perguntou nada. Quando Jacó desapareceu na porta<br />

da galeria, ela apenas sorriu, sem qualquer excitação extra,<br />

e entrou no tráfego da avenida, senhora de suas decisões.<br />

Seguimos em silêncio pelos pouco mais de quinhentos<br />

metros que nos separavam da entrada da universidade. Já<br />

dentro do campus, ela retomou a conversa com um falso<br />

muxoxo, misto de dengo e atrevimento:<br />

– Até hoje não sei onde é o seu gabinete...<br />

O movimento de suas pernas, no vai-e-vem do controle<br />

do carro, fazia com que o vestido ficasse ainda mais curto, exibindo<br />

as coxas e exalando um delicioso cheiro de pele fresca<br />

que parecia subir diretamente da sua boceta para o meu nariz.<br />

Embriagado por aquele aroma, mantinha meu olhar fixado<br />

na linha do vestido – torcendo para que uma freada brusca<br />

subisse de vez aquele véu –, quando a súbita frase tocou<br />

os meus ouvidos e o sorriso maroto de Elisa estampou no<br />

rosto a zombaria por me pegar naquela pose de cachorro<br />

em frente ao assador de galetos. Apanhado em flagrante<br />

∙ 79 ∙

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!