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as de ponta larga e reta; as espátulas e curetas. Como acessórios<br />
complementares, a mesa deve ter tesouras, colheres, arames, serras,<br />
esticadores e presilhas, além de cadinhos, cubas e garrafas de diluição.<br />
Cada família de instrumentos deve ter pelo menos três tamanhos de<br />
elementos, que serão usados de acordo com o tamanho do animal.<br />
Primeiro é preciso saber cortar, para evitar dificuldade na montagem.<br />
Nunca se corta o pescoço do animal. Cortes ao longo dos ombros e<br />
das axilas, que sigam em direção à cabeça, são os mais sutis, pois<br />
podem destruir todo o trabalho, se não forem feitos com precisão. No<br />
caso de mamíferos, os aspectos mais importantes são o ponto de corte,<br />
a correta esfolagem e o modo de curtir a pele, preservando-lhe tom,<br />
brilho, maciez e flexibilidade. A potassa com enxofre, na medida<br />
certa, é o melhor preservante para as peles. Em peles para vitrine,<br />
cabe deixar intactos os ossos das pernas, para servir de sustentáculo<br />
à montagem. Lembro ainda que a pele, depois de retirada toda a<br />
carne possível, deve passar por um banho de álcool de até 24 horas,<br />
para evitar que sobras de tecido apodreçam o trabalho. O álcool seca<br />
e consolida as pequenas sobras de carne que ainda permaneçam na<br />
pele. A quantidade de álcool depende da grossura da pele e da maior<br />
possibilidade de sobras internas, como no caso dos peixes. Estes<br />
devem ser cortados, a partir da cloaca, até a altura das guelras, para<br />
facilitar o evisceramento e a descarnagem. <strong>Peixe</strong>s de couro devem<br />
levar banhos mais demorados em álcool de alta concentração, como<br />
se fossem mamíferos. Aos de escama, uma concentração menor é<br />
recomendada. No caso dos esqueletos para uso em laboratório, os<br />
ossos devem ser numerados e acompanhados de esquemas – depois<br />
de curados em álcool e secados ao sol –, para que, no transporte,<br />
não se perca a ligação entre eles.<br />
Já passa das 11 horas da noite. Estou cansado. Por<br />
hoje paro por aqui. O céu limpou, e os mosquitos deram<br />
alguma trégua. Daqui a pouco será 1866. Um bom ano<br />
para morrer. Que pensamento estranho...<br />
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