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06 de maio de 2008, 12:00 h.<br />
O antiquário estava lá há alguns meses, mas eu ainda<br />
não tivera chance de dar uma conferida. Na Pampulha é<br />
assim: abriu uma nova casa, seja lá do que for, todo mundo<br />
vai conferir. Mas poucas emplacam, e o circuito acaba<br />
reduzido a um pequeno número de restaurantes, de bares<br />
e lojas, o que faz do bairro uma capoeira no descampado<br />
da cidade, uma ilhota – onde tudo se sabe e os rostos são<br />
sempre conhecidos. O antiquário ficava num velho galpão<br />
de oficina, na parte baixa da Alameda das Latânias, onde<br />
vários estabelecimentos tinham antes tentando a sorte,<br />
desde um restaurante italiano vagabundo até mecânica de<br />
automóveis. Mas a fachada havia mudado para melhor, e<br />
o letreiro convidativo, com os dizeres “ar condicionado”<br />
na porta de vidro enfumaçado, constituía indicação de que o<br />
novo dono do endereço tinha algum gosto. O mês de maio<br />
na Pampulha é muito fresco, de ares lavados, mas o ambiente<br />
condicionado era fundamental naquele limite leste do bairro,<br />
onde a tranqüilidade e o verde das alamedas encontra o<br />
barulho e a fumaça da Avenida Antônio Carlos.<br />
O interior era surpreendente, e logo no hall a temperatura<br />
controlada mostrava sua razão de ser: uma espaçosa<br />
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