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NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

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Corroborando este cenário, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –<br />

IBGE (2005) demonstram que a taxa de escolarização e a freqüência à creche e escola têm<br />

correlação com a renda per capita da família. De acordo com o IBGE:<br />

A taxa de escolarização e de freqüência à creche apresentou nítida<br />

relação com o nível do rendimento mensal domiciliar per capita. Os<br />

resultados mostraram que quanto maior era o nível desse rendimento menor<br />

era a proporção de crianças e adolescentes que não freqüentavam escola ou<br />

creche.<br />

A proporção de crianças e adolescentes que não freqüentavam escola<br />

na faixa de rendimento mensal domiciliar per capita de até ¼ do salário<br />

mínimo atingiu 38,5% no grupo etário de 4 a 6 anos, 5,1% no de 7 a 14 anos e<br />

27,0% no de 15 a 17 anos. Esses percentuais foram declinando com o<br />

crescimento das faixas desse rendimento e na de 2 salários mínimos atingiram,<br />

respectivamente, 9,6%, 0,6% e 4,8%. Esse mesmo comportamento foi<br />

observado em todas as regiões (IBGE, 2005, p.20).<br />

Os dados mostram claramente que o acesso e permanência nas instituições<br />

educacionais está correlacionado com as condições de subsistência da população, nas quais o<br />

acesso ao conhecimento sistematizado oferecido pela escola não tem prioridade, devido à falta<br />

de condições mínimas de sobrevivência, como o acesso à alimentação básica (arroz, feijão...),<br />

à saúde (assistência médica e medicamentosa) e à moradia (água, iluminação elétrica,<br />

saneamento básico...). Pelos indicadores aqui apresentados, pode-se afirmar que, na medida<br />

em que as condições financeiras vão aumentando, a educação vai tendo prioridade e a<br />

freqüência escolar vai se efetivando. Embora haja a oferta da alimentação gratuita nas escolas<br />

e creches, sendo um fator de incentivo à permanência das crianças e adolescentes da<br />

população mais pobre na Instituição de Ensino, a maioria das crianças e adolescentes<br />

pertencentes a famílias com a renda menor de ¼ do salário mínimo, totalizando cerca de<br />

70,6% desta população, não freqüentam a escola. Infere-se, então, que, para se manterem,<br />

estas crianças são encaminhadas às ruas para desenvolverem algum tipo de atividade laboral<br />

ou na condição de pedinte, entre outras.<br />

Dados do IBGE, na síntese dos indicadores sociais de 2002, demonstravam a clara<br />

divisão social ou apartheid, onde 1% da população mais rica do país acumula o mesmo<br />

volume de rendimentos dos 50% mais pobres e os 10% mais ricos ganham 18 vezes mais que<br />

os 40% mais pobres. Tais indicadores evidenciam que o trabalho infanto-juvenil, entre outras<br />

atividades exercidas pelas crianças e adolescentes nas ruas das cidades brasileiras, torna a<br />

infância e a juventude ingressas no trabalho precoce vítimas de uma estrutura social de<br />

pauperização socioeconômica. As políticas adotadas ao longo da história, submetidas às leis<br />

do mercado financeiro internacional e, contemporaneamente, interconectadas dentro do

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