NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...
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Logo, a partir da análise desse documento, deduz-se que boa parte e tipo de atividade<br />
para geração de renda realizada com as famílias beneficiárias são questionáveis e deixam em<br />
evidência a falta de articulação existente entre a política de assistência social e a política<br />
educacional na formação profissional e educacional dos responsáveis pelos egressos do<br />
trabalho infanto-juvenil:<br />
O medo de perder a bolsa, como fator preponderante na questão da inserção em<br />
projetos de geração de emprego e renda, remete à necessidade de análise da eficácia<br />
desses projetos, e aponta a relação de dependência estabelecida pelo repasse da bolsa.<br />
Todavia experiências exitosas registradas demonstram que os programas de geração<br />
de emprego e renda, quando realizados mediante planejamento adequado,<br />
dimensionam as potencialidades do Programa, superando os desafios (UNICEF,<br />
2004, p.31, grifo nosso).<br />
Esta reflexão é importante para demonstrar a responsabilidade assumida pelo monitor<br />
do PETI e da escola no processo educacional das crianças e adolescentes inseridos no<br />
Programa. Com a falta de informação básica por parte dos responsáveis, fica ao encargo<br />
destes educadores desenvolverem atividades na tentativa de acompanhar o desenvolvimento<br />
socioeducativo dos educandos e de seus familiares.<br />
Os dados do estudo, feito com base na Pesquisa Nacional de Amostragem por<br />
Domicilio (PNAD) no ano de 2004, realizada pelo IBGE, mostram que tanto a escola como o<br />
PETI, para afastar as crianças e adolescentes das atividades laborais, precisam desenvolver<br />
atividades em conjunto com a família dos egressos do trabalho infantil, pois, mesmo<br />
recebendo algum tipo de benefício por parte do governo, elas continuam a desempenhar<br />
alguma atividade de trabalho, principalmente entre os adolescentes:<br />
O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população de 10 anos ou<br />
mais de idade) na parcela residente em habitações que receberam benefício monetário<br />
de programa social do governo foi menor (52,1%) do que na moradora em domicílios<br />
que não receberam (57,7%), o mesmo ocorrendo para ambos os gêneros. Esse<br />
indicador foi de 63,8% na população masculina e de 41,0% na feminina na primeira<br />
parcela e de 69,5% e 46,8%, respectivamente, na segunda. A inserção de crianças e<br />
adolescentes na população ocupada foi mais intensa nos domicílios que receberam<br />
dinheiro de programa social do governo do que nos que não receberam. Na parcela<br />
dos moradores em domicílios que receberam esse benefício, o nível da ocupação na<br />
faixa etária de 10 a 14 anos foi de 14,8% e na de 15 a 17 anos, 38,1%, enquanto na<br />
dos residentes em moradias que não receberam, caiu para 7,1% e 27,9%,<br />
respectivamente. Esse mesmo comportamento foi observado em todas as regiões<br />
(PNAD, 2004, grifo nosso)).<br />
Estes dados, relativos aos programas sociais do governo, em especial o PETI,<br />
demonstram a inoperância na melhoria da qualidade do nível educacional promovido pelo