15.04.2013 Views

NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

aborrece, mas enfrenta a realidade. Participa e é eliminado, como parte do<br />

jogo. Assim aprende a agir como “ser social” e cresce (ALTMAN, p. 240).<br />

No entanto, Graciani (2005) ressalta que há uma preocupação histórica e desconfiança<br />

por parte da sociedade e das instituições, em especial a escola, com o “tempo livre” das<br />

crianças das classes populares. Esse tempo é visto como momentos de “vagabundagem e<br />

vadiagem”, caminho perigoso, que conduz à participação no mundo do tráfico de drogas,<br />

roubo, prostituição entre outros delitos. Daí a importância de se dar à criança, a todo custo,<br />

algum tipo de ocupação, mantendo-a na escola ou exercendo alguma atividade laboral, pois é<br />

“no bom emprego do corpo, que permite um bom emprego do tempo, nada deve ficar ocioso e<br />

inútil (FOUCAULT, 1977, p.138)”.<br />

Contudo Graciani (2005) afirma que se faz necessário perceber-se a importância do<br />

“tempo livre” para o processo de constituição do sujeito e do cidadão, pois “a liberdade<br />

proporcionada pelo jogo estabelece uma subjetividade interna ao próprio ato de jogar”. E essa<br />

liberdade, continua a autora, “combina-se com a necessidade de exercer funções e tarefas,<br />

num quadro geral de obrigações preparatórias ou antecipatórias da vida adulta (p.168)”, que<br />

auxiliará no desenvolvimento do processo social e educativo, seja através de jogos,<br />

brincadeiras ou de desenhos.<br />

A criança e o adolescente, ao desenvolverem atividades lúdicas, irão refletir o contexto<br />

social em que vivem, as relações humanas e outras variáveis externas à sua condição de<br />

sujeito, como bem afirma Gramsci (1985, p.131):<br />

[...] a consciência da criança não é algo “individual” (e muito menos<br />

individualizado), é o reflexo da fração da sociedade civil da qual participa, das<br />

relações sociais como elas se concentram na família, na vizinhança, na aldeia,<br />

etc.<br />

Daí a importância de se estar atento ao que os egressos do trabalho infantil trazem para<br />

a situação socioeducativa, seja para o espaço da Jornada Ampliada ou para o da escolar, já<br />

que eles trazem consigo as condições de vida real que o meio social lhes permite ter.<br />

Mas, para que o monitor do PETI venha a desenvolver suas atividades com crianças e<br />

adolescentes, de forma ludo-pedagógica, a partir da formação de um ambiente de confiança e<br />

em consonância com as diretrizes do Programa, deve, primeiramente, se dispor a conhecê-los,<br />

pois, conforme Gadotti (2005, p.16), isso “exige tempo, sensibilidade, alegria, envolvimento<br />

[...] O imediatismo não resolve e a pura preparação técnica também não”. Esse tempo,<br />

conforme este autor, é para que o educador venha a aprender sobre a linguagem e códigos de<br />

que eles fazem uso no seu dia-a-dia, os significados de cada gesto, palavra e olhar no intuito

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!