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NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

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de analfabetos funcionais, que não conseguem compreender o que lêem, por mais simples que<br />

possa parecer:<br />

A análise do que se convencionou chamar de analfabetos funcionais, isto é, as<br />

pessoas com 15 anos ou mais de idade com menos de quatro anos completos<br />

de estudo (ou seja, pessoas alfabetizadas, mas não suficientemente<br />

familiarizadas com as bases da leitura, escrita e operações elementares),<br />

mostra-se mais preocupante. No Brasil, quase ¼ da população na referida<br />

faixa etária encontrava-se nessa condição. Nas Regiões Norte e Nordeste,<br />

esses percentuais alcançavam 29,1% e 37,6%, respectivamente. Dentre as<br />

Unidades da Federação, chama atenção a elevada proporção de analfabetos<br />

funcionais em Alagoas (45,5%) e Piauí (42,4%) (IBGE, 2005).<br />

De acordo com a IBGE (2005), a região Nordeste ocupa o 1º lugar na taxa de<br />

analfabetismo (22,4%) e de analfabetismo funcional (37,6%), sendo que a Paraíba ocupa o 3º<br />

lugar na taxa de analfabetismo funcional das pessoas de 15 anos ou mais de idade (40,5%).<br />

Convém destacar que a situação da Paraíba é quase semelhante à do Piauí, uma vez<br />

que ambos os Estados estão bem acima da média brasileira de analfabetos funcionais, que é<br />

de 24,5 %. O alto índice de analfabetismo funcional demonstra que a maioria da população<br />

não se encontra preparada para ingressar no mercado de trabalho e, assim, ter melhores<br />

perspectivas de vida. Estes dados corroboram a literatura que aponta a desconexão existente<br />

entre a Educação e a Realidade Social dos educandos, os quais saem despreparados para<br />

enfrentar o complexo e informatizado mercado de trabalho, que exige habilidades complexas,<br />

boa comunicação, capacidade de abstração, de prospecção, de aprender continuamente, de<br />

agir responsavelmente e de maneira autônoma, ser flexível diante de decisões grupais, ter<br />

capacidade de suportar e superar conflitos a partir de uma base sólida de conhecimentos,<br />

como bem afirma Paiva (2003). Ao fazer análise sobre o analfabetismo funcional na<br />

contemporaneidade, a autora explicita que:<br />

[...] Num mundo em que o emprego torna-se mais precário e mais raro, mais<br />

do que cursos profissionais rápidos jovens e adultos precisam de uma<br />

formação de base ampla e de caráter geral sobre a qual possam enfrentar a<br />

gangorra social e profissional. Ela demanda de cada um flexibilidade<br />

suficiente para mudar de profissão ao longo da vida e enfrentar situações<br />

marcadas pela instabilidade e pela necessidade constante de adaptação<br />

(PAIVA, 2003, p.416).<br />

É sabido, ressalta a autora, que as experiências educacionais acumuladas durante o<br />

transcorrer da história, as quais limitam a massa da população ao simples ato de ler e escrever,<br />

são ineficazes. A fixação da aprendizagem não se limita a decodificação e cópia de letras, ela<br />

vai muito além desses atos. A aprendizagem depende também de fatores como a qualificação<br />

dos professores, da qualidade do material, da infra-estrutura da escola e dos investimentos<br />

nela depositados, no intuito do desenvolvimento das habilidades e potencialidades dos

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