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NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

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valorizar as experiências e saberes de cada um. A educação, para o autor, também não deve<br />

ficar restrita à mera busca de valorização de experiências, sem aprofundamento teórico, o qual<br />

leve a pensar sobre seu agir no mundo. Para tanto, o educador, consciente de sua função, deve<br />

conduzir o educando, na superação do senso comum, por meio de uma leitura critica da<br />

realidade social e política, diferente do que está contido nos livros, jornais, revistas, de modo<br />

que o educando, possa atuar rompendo com o pragmatismo, com o determinismo e com o<br />

fatalismo da História 23 .<br />

Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP),<br />

divulgada na matéria de Bencini e Minami (2006) da revista Nova Escola, o país destina<br />

apenas 4,3 % do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, ao invés do ideal de 7%, proposto<br />

pelo Plano Nacional de Educação de 2001; e, para agravar a situação, ressalta a revista, de<br />

“cada 100 alunos que entram na 1ª série, só 47% concluem a 8ª série na idade certa, 14%<br />

terminam o ensino Médio sem repetir ou evadir e 11% conseguem ingressar no ensino<br />

Superior (p.40)”. Portanto a exclusão gradativa de alunos do sistema educacional gera uma<br />

massa de trabalhadores com baixa escolaridade e desqualificada para ingressar no concorrido<br />

mercado de trabalho, o qual exige, a cada dia, mais qualificação técnico-profissional.<br />

Conforme a mesma reportagem da Nova Escola, “[...] é como se aos olhos do mundo o país<br />

tivesse uma grande massa de trabalhadores que não é capaz de pensar, apenas executar tarefas<br />

– o que deveria ser feito exclusivamente por máquinas” (BENCINI; MINAMI, 2006, p.43).<br />

Paulo Freire (2001), ao fazer uma análise da Escola Pública e da Educação Popular,<br />

chama a atenção dos educadores para não exercerem práticas educacionais autoritárias e<br />

muito menos “populistas”. O educador deve desenvolver suas atividades pedagógicas a partir<br />

de mecanismos que levem os educandos a perceberem a “História como possibilidades”, que<br />

recusa o jogo de destinos e reconhece a intervenção dos sujeitos no mundo que o cerca,<br />

levando em consideração a subjetividade deste no processo de reconstrução dos fatores<br />

condicionantes, que robotiza a ação humana dentro do sistema neoliberal.<br />

Dados publicados pelo IBGE, na “Síntese dos Indicadores Sociais de 2005”,<br />

demonstram a queda no analfabetismo. No entanto há, em contrapartida, um elevado número<br />

23 Dentre as várias compreensões da História relacionadas ao futuro dos educando, no percurso educacional e<br />

social, Paulo Freire (2001) destaca a História imobilizadora, a qual ele define como a “pura repetição do presente<br />

(p.33)”, onde é inculcada no educando a não possibilidade de mudança, de superação da pobreza e das diversas<br />

formas de discriminação. Uma outra se refere à concepção de História condicionada, ou seja, “o futuro é um prédado,<br />

uma espécie de sina, de fado. O futuro não é problemático. Pelo contrário, é inexorável (p.34)”, que, por<br />

sua vez, domestica as vontades, deixando intactas as estruturas sociais. Para Paulo Freire, a História “é tempo de<br />

possibilidades e não de determinações (p.35)”, demanda liberdade de ação dos sujeitos-objetos dela, pois o ser<br />

humano possui a capacidade de reinventar, inovar o mundo.

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