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NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

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com os estudantes formados pelas escolas particulares às vagas existentes na<br />

rede pública de ensino superior (IBGE, 2005).<br />

Estes dados demonstram que, na medida em que o ensino público se expandiu em<br />

número de vagas, principalmente no ensino fundamental e médio, a qualidade dos serviços<br />

oferecidos decresceu devido a fatores como a falta de investimentos no setor, seja através da<br />

redução de recursos, como por meio do desvio de verbas por parte dos dirigentes; a má<br />

qualificação e formação profissional dos docentes; despreparo para lidar com os recursos<br />

tecnológicos existentes e, paradoxalmente, a inexistência de tais recursos nas escolas; além do<br />

não incentivo financeiro e pedagógico aos docentes, os quais desenvolvem suas atividades em<br />

estruturas físicas precárias, com superlotação das salas de aulas, permeadas de componentes<br />

curriculares conteudistas, que se limitam à realização de exames e provas, entre outras<br />

dificuldades (PARO, 2001).<br />

Segundo Graciani (2005, p.104),<br />

Na realidade o sistema educativo, sem ser o único, assume, à sua maneira, os<br />

conflitos sociais, dominado como está por interesses privados de manutenção<br />

de privilégios socieconômicos, e um processo de seleção baseado em méritos<br />

escolares, com uma dinâmica de discriminação social. Isso explica sua<br />

segmentação interna que, por meio de subsistemas de prestígio social diversos<br />

e de tipos e anos de escolaridade em função de metas social diferentes e<br />

através de filtros de toda sorte, regula a oferta e a promoção educativa<br />

segundo os cânones de desigualdade social. A maioria das crianças,<br />

adolescentes e jovens de e na rua foi excluída desse processo, principalmente<br />

da educação básica fundamental e do próprio contingente populacional a que<br />

pertence<br />

Complementando a reflexão de Graciani sobre a relação entre pobreza com a<br />

educação, Connell (2001, p. 11) aponta:<br />

3.3.1 Um olhar crítico sobre a educação<br />

A maneira como a escola trata a pobreza constitui uma avaliação importante<br />

do êxito de um sistema educacional. Crianças vindas de famílias pobres são,<br />

em geral, as que têm menor êxito, se avaliadas através dos procedimentos<br />

convencionais de medida e as mais difíceis de serem ensinadas através dos<br />

métodos tradicionais. Elas são as que têm menos poder na escola, são as<br />

menos capazes de fazer valer suas reivindicações ou de insistir para que suas<br />

necessidades sejam satisfeitas, mas são, por outro lado, as que mais dependem<br />

da escola para obter sua educação.<br />

Freire (2001) faz crítica à educação tradicional ou a dos “bancos escolares”, que se<br />

limita a empregar uma metodologia em que os educandos se transformam em meros<br />

recipientes de conhecimentos prontos, desvinculada da realidade desses sujeitos, além de não

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