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NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

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trabalho precoce, principalmente nos países em desenvolvimento da América Latina, como o<br />

Brasil.<br />

Dentro deste contexto, o PETI, dentre outros programas sociais, pode ser utilizado<br />

como exemplo desta nova conjuntura que se formou entre o Estado, movimentos sociais e<br />

ONGs. Campos (1999) procura demonstrar a descentralização da responsabilidade do Estado,<br />

com relação à falta de estrutura social envolvendo vários segmentos da sociedade civil<br />

organizada, quando afirma que as bases para o desenvolvimento das ações do PETI estão no<br />

“envolvimento da sociedade e do governo, de forma coordenada”, em que a sociedade e o<br />

governo “são chamados a um processo de intervenção pactuada conjuntamente, dentro das<br />

capacidades e competências de cada organização, tendo como uma de suas diretrizes básicas a<br />

descentralização político-administrativa (CAMPOS, 1999, p.17)”.<br />

Sendo assim, dentro da trajetória da Educação Popular, inseridos nos movimentos<br />

sociais e ONGs, os educadores provenientes destes movimentos deveriam trazer consigo não<br />

apenas a tarefa de ensinar, mas a de fomentar nos seus educandos a capacidade de<br />

desenvolverem pensamento autônomo, crítico-reflexivo, no qual vão além dos muros da<br />

escola, dentro de um processo político-pedagógico, em que o conhecimento humano deveria<br />

está continuamente em construção e o educando, sujeito deste processo, seria instigado a<br />

aprender cada vez mais, fazendo uso de seu sentir, da sua percepção, da sua crítica, do seu<br />

pensamento e práxis 22 . Nesta interação escola e programas sociais, no caso deste trabalho,<br />

escola e PETI,caberia, então, ao monitor, assumir o papel de um Educador Social, onde o<br />

mesmo assimilaria, na sua prática, a função de “[...] ser um animador, um guia, um apoio do<br />

descobrimento permanente dos próprios sujeitos da aprendizagem (GRACIANI, 2005, p.77)”.<br />

Seguindo esta mesma linha de reflexão Gohn (2004), ao fazer uma análise do<br />

“Empoderamento e participação da comunidade em políticas sociais”, delineia o perfil<br />

adotado pelos educadores provenientes dos movimentos sociais e ONGs:<br />

[...] com as mudanças da conjuntura política na economia globalizada, o perfil<br />

e caráter da formação dos agentes mediadores ou educadores (as) sociais se<br />

alterou. Ser apenas “ativista”, ter um largo currículo de militância ou de<br />

compromisso com certas lutas sociais, não é mais suficiente para qualificá-lo<br />

para o desempenho de suas tarefas. O novo educador deve ter outras<br />

qualificações além da militância. Para poder conhecer seus educandos, suas<br />

culturas, linguagens, valores e expectativas na vida, ele deve conhecer também<br />

a comunidade onde atua, ser sensível aos seus problemas. Para isso ele tem<br />

que se formar e ser informado, não apenas na relação dialógica, mas em cursos<br />

22 Conforme Guimarães (1988, p.292), práxis, “no sentido que lhe atribui Marx, refere-se à atividade livre,<br />

universal, criativa e auto-criativa, por meio da qual o homem cria (faz, produz), e transforma (conforma) seu<br />

mundo humano e histórico e a si mesmo; atividade específica ao homem, que o torna basicamente diferente de<br />

todos os outros seres”.

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