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NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

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ecomposição fora dos supostos da ordem vigente; buscavam criar a<br />

oportunidade de construção de uma sociedade mais justa e mais humana (...).<br />

Para tanto, a educação parecia ser um instrumento de fundamental importância<br />

(PAIVA, 2003, p.258).<br />

Segundo Pilotti (1995), assim como os Movimentos Sociais, as Organizações Não<br />

Governamentais (ONGs) surgem na perspectiva de buscar melhores condições de vida para as<br />

crianças pobres, não só dentro da conjuntura brasileiras, mas em toda a América Latina:<br />

Os anos 70 e 80 foram testemunhas do aparecimento maciço de organizações<br />

não-governamentais (ONG) na América Latina, muitas das quais orientaram<br />

seus esforços visando a melhoria das condições de vida de crianças vivendo<br />

em comunidades afetadas pela pobreza. Em termos gerais, as ONGs apóiam as<br />

iniciativas dos movimentos sociais nas comunidades pobres oferecendo, sem<br />

fins lucrativos, assistência técnica em diversas áreas assim como ajuda na<br />

obtenção dos fundos necessários para a execução dos projetos (PILOTTI,<br />

1995, p. 42).<br />

Gohn (2004) complementa a reflexão de Pilotti, afirmando que, a nova política de<br />

regime democrático, implantada no Brasil a partir da Constituição de 1988, e com a adoção da<br />

política de gestão e distribuição dos fundos públicos, em parceria com a sociedade civil<br />

organizada, focalizados em projetos pontualizados, como mulheres, crianças, jovens, velhos<br />

etc., contribuíram para a desarticulação e desorganização das antigas formas de reivindicações<br />

dos movimentos sociais, cujo resultado foi que<br />

[...] Muitos movimentos se transformaram em ONGs ou se incorporaram às<br />

ONGs que já os apoiavam. A atuação por projetos exige resultados e tem<br />

prazos. Criou-se uma nova gramática na qual mobilizar deixou de ser para o<br />

desenvolvimento de uma consciência crítica ou para protestar nas ruas.<br />

Mobilizar passou a ser sinônimo de arregimentar e organizar a população para<br />

participar de programas e projetos sociais, a maioria dos quais já vinha<br />

totalmente pronta e atendia a pequenas parcelas da população. O militante foi<br />

se transformando no ativista organizador das clientelas usuárias dos serviços<br />

sociais (GOHN, 2004, p.26).<br />

Conforme Pilotti (1995), os trabalhos realizados pelas ONGs de proteção a infância,<br />

tornam-se mais hábeis e eficazes do que as Organizações Governamentais devido as ONGs<br />

não terem que se deparar com a freqüente burocracia que, além de tornar o processo lento,<br />

ainda favorece a institucionalização como meio de proteção da população infanto-juvenil:<br />

O aparecimento das ONGs está intimamente vinculado aos seguintes fatores:<br />

efeitos regressivos das políticas econômicas dos regimes autoritários; exclusão<br />

de numerosos profissionais, especialmente das ciências sociais, das<br />

universidades e do setor estatal; redirecionamento da cooperação internacional<br />

do setor estatal oficial para o não-governamental. Como resultado destes<br />

fatores, em muitos países da região as ações destes organismos se constituíram<br />

em uma espécie de política social alternativa e paralela à oficial, muitas vezes<br />

cobrindo as deficiências e omissões desta última (PILOTTI, 1995, p.42)

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