NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...
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[...] corresponde à ação e ao resultado de um processo de formação dos<br />
sujeitos ao longo das idades para se tornarem adultos, pelo que adquirem<br />
capacidades e qualidades humanas para o enfrentamento de exigências postas<br />
por determinado contexto social.<br />
Segundo o mesmo autor, numa visão mais tradicional da educação, o ato de educar<br />
tem a finalidade de fazer com que os indivíduos repitam ou reproduzam os comportamentos<br />
sociais esperados pelos adultos, de modo que se formem à imagem e semelhança da sociedade<br />
em que se desenvolvem. Sendo assim, as ações disciplinares exercidas pelo monitor, dentro<br />
do sistema educativo, além de complementar e reforçar os ensinamentos do professor em sala<br />
de aula, contribuem para a formação e adequação pessoal dos sujeitos dentro do sistema de<br />
enquadramento dos comportamentos e relações organizados na escola, na manutenção da<br />
estrutura social:<br />
de:<br />
[...] Crianças e jovens são mantidos constamente em interação com o professor<br />
e outros agentes da instituição ou sob sua vigilância. A escola não apenas<br />
pretende modelar suas dimensões cognitivas, mas também seu<br />
comportamento, seu caráter, sua relação com seu corpo, suas relações mútuas<br />
(ENGUITA, 1989, p. 158)<br />
Cabe ao professor, conforme o mesmo autor, dentro do sistema capitalista, o trabalho<br />
[...] ensinar crianças e jovens a comportar-se da forma que corresponde ao<br />
coletivo ou categoria em que foram incluídos, exigindo e premiando a conduta<br />
correspondente e rejeitando e mesmo penalizando tudo o que possa derivar de<br />
suas outras características como indivíduos ou, ao menos, tudo o que delas<br />
possa manifestar-se na escola ou chegar a afetar a relação pedagógica<br />
(ENGUITA, 1989, p.168).<br />
No entanto, para Nosella (2005, p. 226), criticando esta postura “tradicional” do<br />
professor, dentro do período de transição do autoritarismo militar para a democracia, afirma<br />
que:<br />
[...] o termo “educador”, sobrepondo-se ao de “professor”, justamente porque<br />
“educador” semanticamente explicitava a necessidade do engajamento éticopolítico<br />
dos professores. Com efeito, o conceito de educador transcende o de<br />
professor. Este se refere às competências específicas adquiridas por uma<br />
pessoa, que as transmite a outras, ensinando-as e treinando-as. Aquele se<br />
refere à responsabilidade na formação integral do cidadão, à cumplicidade<br />
radical entre educando e educador. O professor que não assume plenamente a<br />
função de educador e se exime de sua responsabilidade de ensinar a leitura do<br />
mundo, para restringir-se à leitura das palavras – utilizando expressões<br />
freireanas –, era considerado um técnico asséptico, reducionista, que reeditava<br />
na prática pedagógica a velha tese da neutralidade científica (grifo do autor).