NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

Para Oliveira (1994), o trabalho é um valor e um direito de todos, desde que tal valor
seja exercido conforme a idade estabelecida na Lei. O trabalho, dentro de seu aspecto
realizador e mantenedor da subsistência do indivíduo, não deve impedir nem interferir no
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social da pessoa humana. Daí a importância de
se elevar a qualidade do ensino nas escolas, evitando-se, assim, o desenvolvimento de
atividades laborativas por partes das crianças e adolescentes. O trabalho também não deve
interferir no brincar nem na escolaridade; é bem vindo no momento certo e com
instrumentos adequados, sem designação de classe social, pois a sociedade deve dar a
todos, e não unicamente aos “eupátridas” ou “bem nascidos”, a possibilidade de um
harmônico desenvolvimento físico e psíquico e de uma preparação qualificada para um
futuro trabalho a ser exercido dignamente.
Os programas sociais instituídos pelo governo não resolvem a situação, apenas
remediam e encobrem os reais problemas gerados pela má distribuição de renda e pelas
políticas públicas adotadas, que não visam à melhoria do todo da população. Para
Buonfiglio (2004), numa discussão sobre as “Políticas Públicas e a qualificação do
trabalhador”, afirma que programas criados pelo governo, como o Programa de Saúde da
Família - PSF, Bolsa Família, PETI e tantos outros, são produtos de uma economia
capitalista, que não visa ao desenvolvimento igualitário, com redução das disparidades
sociais, mas constituem um paliativo frente à miséria gerada pela política neoliberal, a qual
não investe em reformas estruturais necessárias para a melhoria da educação, da saúde, do
trabalho e da renda.