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NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

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Os monitores do PETI, responsáveis pela Jornada Ampliada do Programa, embora<br />

não fazendo parte do sistema regular de ensino, e pela função educativa que exercem, são<br />

caracterizados também como agentes promotores da educação nesse complexo sistema<br />

educacional e do processo de desenvolvimento psicossocial da criança e do adolescente<br />

egressos do trabalho infanto-juvenil.<br />

Daí o meu interesse em estudar o papel desenvolvido pelo monitor do PETI, interesse<br />

surgido quando, na qualidade de Licenciada em Psicologia, fui convidada a compor uma<br />

equipe de trabalho, como prestadora de serviço da Prefeitura de João Pessoa, junto ao<br />

Programa de Erradicação ao Trabalho Infantil – PETI, onde exerci a função de educadora da<br />

equipe técnica do Programa, constituída para dar assessoria aos monitores do PETI desta<br />

cidade. Estes monitores são pessoas que desenvolvem atividades socioeducativas como<br />

reforço escolar, esporte, artes, entre outras, junto a crianças e adolescentes egressas do<br />

trabalho, em um período do dia (manhã ou tarde) denominado de Jornada Ampliada.<br />

Foi observando e conversando com alguns destes monitores, sobre suas dificuldades<br />

em desenvolverem atividades na Jornada Ampliada do PETI, que percebi, como educadora, a<br />

necessidade de estudar, aprofundar e pesquisar o papel, a formação, a influência e o tipo de<br />

metodologia educacional por eles desenvolvidos junto a esta população infanto-juvenil, fruto<br />

de uma estrutura política excludente, gerada pelo sistema capitalista, a qual beneficia um<br />

grupo minoritário, enquanto a maioria vive em situação de miséria ou de pobreza. Portanto,<br />

segundo Freire (1995, p.113), o educador, ao fazer uma reflexão crítica sobre a sua prática,<br />

“desnuda” pontos até então despercebidos, pois “pensar a prática ensina a pensar melhor da<br />

mesma forma como ensina a praticar melhor”.<br />

Aliada a estes fatores, destaque-se a identificação com a temática do trabalho infantil,<br />

surgida no curso de Psicologia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do<br />

envolvimento com o grupo de pesquisa Trabalho Precoce, que desenvolve estudos sobre a<br />

problemática do trabalho infanto-juvenil na Paraíba. Segundo pesquisa realizada por Alberto<br />

(2002), as crianças e adolescentes trabalhadores precoces apresentam as seguintes implicações<br />

psicossociais:<br />

a) Imagem negativa de si e baixa auto-estima - os meninos e as meninas percebem que o<br />

seu trabalho não tem importância, não tem reconhecimento nem utilidade. Percebemse<br />

ainda como marginais, vulgares, sem possibilidades de galgar um futuro melhor.<br />

b) Adultização precoce – são atribuídas às crianças e adolescentes, prematuramente,<br />

responsabilidades e obrigações que seriam de adultos.

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