NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

Programa, o “curso profissionalizante” deve ser direcionado aos pais ou responsáveis pela
criança e o adolescente, e não aos egressos do trabalho infanto-juvenil. Sendo assim, a
impressão que emerge do tipo do papel que o monitor exerce junto a essa população está
associada ao de um vigia que, para evitar que elas “escapem” do “regime semi-aberto”, faz
uso de atividades ocupacionais que ajudem a “passar o tempo”, já que os monitores não têm
clara para si a função educativa que deveriam exercer. Isso fica evidente quando diante da
necessidade de uma formação mais consistente e de material para o desenvolvimento das
atividades.
Pode-se perceber que a capacitação dos monitores torna-se um dos fatores essenciais
para fazer acontecer o “bom desempenho” das crianças e adolescentes, no circuito
educacional, em parceria com a escola e a família. Junto a esse movimento, são também
necessários investimentos por parte do governo em material, estrutura física e humana, além
da necessidade de se estabelecer mecanismos de qualificação profissional, para que as ações
dos monitores não se limitem ao desenvolvimento de atividades inócuas que visam apenas à
ocupação da criança, de forma a apenas “passar o tempo”.
Na tentativa de se nortear os objetivos do Programa, seria interessante o uso de
técnicas disponibilizadas pela educação, tais como: utilização e elaboração de um
planejamento geral, articulado à formação continuada para todos os núcleos e monitores,
levando-se em consideração a proposta pedagógica do Programa. Uma vez elaborado esse
planejamento, caberia aos monitores os desenvolverem de forma específica e colocá-los em
prática conforme a realidade e necessidade de cada grupo. Os encontros de formação dos
monitores, que ocorrem uma vez por mês, segundo a estrutura atual, seriam usados como um
espaço para reavaliação dos planejamentos, procurando-se perceber quais metas foram
atingidas ou não; as principais dificuldades e conquistas feitas pelos monitores e pelos
egressos, além de se reservar um período para aprofundamento de temas ligados à temática do
trabalho infantil e para o conhecimento das diretrizes do PETI.
Além do exposto, enfatiza-se a necessidade de que as parcerias propostas no corpo do
Programa com as Secretarias Municipais e Estaduais de Educação, Secretarias de Saúde,
Ministério Público, entre outras, sejam concretizadas com a conquista de escola regular de
atendimento integral. Para finalizar, registra-se, também, a clareza que se tem de que esta
pesquisa reflete e sinaliza para a construção de um conjunto de respostas e ações satisfatórias
para o enfrentamento do fenômeno aqui discutido. Mas acredita-se que, com este trabalho,
contribui-se para a continuidade de pesquisas que possam trazer mais esclarecimentos e