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NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

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monitor do PETI, já que atua numa função predominantemente educativa, no espaço da<br />

Jornada Ampliada, através de um programa social financiado pelo governo.<br />

No entanto o que se observa quando se reflete sobre a função do monitor com relação<br />

ao docente, verifica-se que a atividade desempenhada pelo monitor agrava-se, em termos de<br />

valorização, devido tal função não ser uma ocupação vista como prática docente. A função do<br />

monitor é percebida, apenas, como uma prática que pode ser realizada por qualquer pessoa<br />

leiga que tenha um mínimo de instrução, vontade de querer “cuidar” de crianças e adolescente<br />

reunidos em uma sala e, para completar, uma boa indicação política em virtude de existir um<br />

vínculo empregatício maleável, contratual e provisório. Essa instabilidade empregatícia e<br />

profissional, somada à falta de formação na temática do trabalho infanto-juvenil, contribui<br />

para um não-comprometimento com o trabalho que os monitores realizam no Programa.<br />

O descompromisso com o trabalho, a apatia e a inabilidade dos monitores do PETI se<br />

refletem quando se pergunta aos mesmos se o Programa oferece alguma perspectiva de futuro<br />

para as crianças e adolescentes. Dentre os 57 monitores, 42 disseram que sim, 11 responderam<br />

que não, e 04 não responderam. Os 42 que afirmaram que sim apontaram como motivos “a<br />

promoção e a ampliação da visão das crianças e adolescentes”. Os 11 monitores que<br />

responderam não afirmaram que: “porque não há acompanhamento pelo Programa das<br />

famílias”; “porque não há uma boa administração do Programa”; “porque deveria ser um<br />

curso profissionalizante”; “porque não se assistem as crianças e adolescentes depois que saem<br />

dos programas”; “porque algumas crianças e adolescentes não tendem a evoluir como gente”.<br />

Analisando-se o conjunto das respostas, observa-se a existência de uma acentuada<br />

contradição nas afirmações feitas por estes monitores, já que estes exprimiram anteriormente<br />

que o PETI não alcança os objetivos por ele proposto. Sendo assim, não é possível ao PETI da<br />

cidade de João Pessoa não atingir seus objetivos e ao mesmo tempo, oferecer perspectiva de<br />

futuro às crianças e adolescentes participantes do programa, uma vez que há falhas nas<br />

propostas educativas (eixo norteador do Programa). O que as respostas dadas pelos monitores<br />

deixam transparecer, na verdade, é que é transferida às crianças e adolescentes inseridas no<br />

Programa e suas famílias a responsabilidade por não serem alcançados os objetivos do PETI.<br />

Além das observações já feitas, destacam-se respostas que demonstram descrédito<br />

pessoal no programa e na possibilidade de crescimento do ser humano. Como exemplo,<br />

podemos citar as seguintes respostas: “deveria ser um curso profissionalizante” e “porque<br />

algumas crianças e adolescentes não tendem a evoluir como gente”. Portanto, se não há<br />

crença, por parte do próprio monitor, de que o trabalho não é prejudicial ao desenvolvimento<br />

da criança e do adolescente, e, para eles, existem pessoas que não têm uma tendência ao

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