NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...
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Segundo a autora, as crianças e adolescentes adultizados precocemente não encontram<br />
no modelo de escola a que têm acesso o acolhimento de que precisam para progredir nos<br />
estudos. O que se observa, então, são<br />
Para Rizzini (2004, p.404):<br />
[...] inabilidades da escola para lidar com os comportamentos de meninos, que<br />
já são autônomos. É essa inabilidade da escola uma das causas das<br />
reprovações e da evasão escolar. O que justifica a defasagem escolar retendo<br />
número significativo de sujeitos no ensino fundamental. É também um fator<br />
explicativo para o analfabetismo juvenil que vem crescendo (ALBERTO et<br />
al., 2005, p. 61).<br />
[...] Crianças e adolescentes que passam anos dentro da escola e que mal<br />
conseguem escrever o próprio nome são comuns em todo o país, só restando a<br />
eles uma vida de miséria, dependente do trabalho desqualificado e explorador.<br />
Fome e aproveitamento escolar são incompatíveis. A criança que precisa<br />
trabalhar para comer, deixa a escola ou não consegue aprender (...). Colocar<br />
todas as crianças na escola é uma meta que depende da melhoria das<br />
condições de vida da população. Políticas sociais que garantam uma renda<br />
mínima a estas famílias são necessárias para que a criança vá para a escola e lá<br />
permaneça. A criança que não estuda não tem alternativa: ela irá perpetuar a<br />
sua condição de miséria, tornando-se um adulto mal remunerado por falta de<br />
qualificação profissional. No mundo da informação, a criança sem<br />
escolarização, tornada um indivíduo analfabeto ou semi-analfabeto, acaba por<br />
comprometer a sua existência e a dos seus, num círculo infernal, sem fim.<br />
Para averiguar se as crianças e adolescentes inseridos no PETI estão cumprindo a<br />
determinação de estarem fora das atividades laborais, perguntou-se aos monitores se tinham<br />
conhecimento desses inseridos estarem ainda trabalhando, mesmo freqüentando o Programa.<br />
Dos 57 monitores, 30 responderam que não, 24 que sim, e 03 não responderam.<br />
Dos 24 monitores que responderam sim, foi perguntado qual atitude tomada com<br />
relação aos inseridos no Programa, já que as diretrizes do programa impedem tal exercício.<br />
Com relação a esta questão, observou-se a falta de uma atitude mais firme da parte dos<br />
monitores, pois 16 monitores informaram que “só conversaram com as crianças e<br />
adolescentes”; 05 responderam que “só conversaram com os pais”; 06 falaram “que<br />
conversaram com as crianças/adolescentes e com os pais”; 03 monitores afirmaram “que<br />
comunicaram a coordenação do PETI”. Ressalte-se que o número de monitores que possuíam<br />
algum tipo de conhecimento de crianças e adolescentes inseridos no PETI trabalhando é<br />
significativo. Isso deixa margem para se inferir que essa prática dentro do PETI, por parte das<br />
crianças e adolescentes, seja comum e do conhecimento dos monitores. A postura mais<br />
coerente a ser seguida pelos monitores seria a de notificar a equipe técnica do Programa para