NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

“[...] 3,0 para a 1ª fase do ensino fundamental; 2,3 para a 2ª fase do ensino fundamental e 2,6
para o ensino médio”. Segundo a mesma reportagem, o município de João Pessoa se encontra
na 25ª posição, entre as 27 capitais brasileiras, com média 2,9.
Esses dados levantados pelo Ministério da Educação demonstram que a qualidade do
ensino público pessoense encontra-se bem abaixo da média. Logo as crianças e adolescentes
que passam pela maioria das escolas públicas saem totalmente despreparados para
enfrentarem a competitividade do mercado de trabalho, o qual exige cada vez mais pessoas
versáteis, criativas e bilíngües. A situação se agrava quando se percebe que a proposta de se
retirar as crianças e adolescentes da situação de trabalho não tem o respaldo da escola, devido
a educação que é oferecida no sistema público de ensino ser de baixa qualidade e os docentes
não possuírem formação adequada para receber e trabalhar com crianças e adolescentes
egressos do trabalho infanto-juvenil.
6.6 Acerca da eficácia do Programa na opinião do monitor
A proposta central do PETI é fazer com que crianças e adolescentes troquem o
trabalho penoso, muitas vezes degradante e desenvolvido em ambientes insalubres, por
atividades ludopedagógicas, artísticas, culturais e esportistas. Essas atividades deveriam ser
desenvolvidas como conseqüência da integração da escola com a Jornada Ampliada. No
entanto percebe-se que essa integração não está ocorrendo. Segundo Silva, Yazbek, Di
Giovanni (2004), se as atividades realizadas pelos professores e monitores fossem criativas e
concatenadas, somadas à criação de emprego e renda para os responsáveis dos inseridos no
PETI, dificultaria o retorno da população infanto-juvenil ao trabalho que exercia antes de sua
entrada no Programa.
O que se verifica, no entanto, é que as crianças e adolescentes, adultizadas
precocemente pelo trabalho, não encontram na escola a motivação necessária para
permanecem nela e desenvolver suas habilidades cognitivas, sociais e culturais. As escolas,
conforme Alberto et al (2005), não estão sabendo lidar com a população infanto-juvenil
trabalhadora ou com a dificuldade desta em acompanhar o processo de escolarização.
Situação semelhante é encontrada na Jornada Ampliada, que não consegue cumprir também o
fim a que se destina. Toda essa situação configurada acarreta um alto índice de reprovação.