15.04.2013 Views

NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

NOZÂNGELA MARIA ROLIM DANTAS PROGRAMA DE ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A reflexão feita por Costa e Camino (2003, p.250-251) atesta que:<br />

[...] Em geral, pensa-se automaticamente em papéis diferentes na sociedade e<br />

que estes papéis sociais são determinados pela biologia. As mulheres seriam<br />

destinadas biologicamente à geração de filhos e ao cuidado destes; os homens,<br />

à proteção da prole e ao provimento das necessidades materiais destes. Assim,<br />

as mulheres a partir de suas características sexuais, seriam mais eficientes e<br />

pacientes no cuidado das crianças (professoras) pessoas doentes (pediatras,<br />

enfermeiras, psicólogas, fisioterapeutas), pessoas idosas (filhas cuidando dos<br />

pais idosos). Essa especialização no mercado de trabalho, evidentemente, não<br />

é determinada pelo biológico, mas por um conjunto de visões e práticas sociais<br />

que foram se formando na História e que são passadas de geração a geração,<br />

não como algo cultural, mas como algo natural. Um dos papéis da ideologia é<br />

o de fornecer explicações “verdadeiras” às diferenças sociais transformandoas<br />

não em injustiça, mas em situações naturais (Grifo nosso).<br />

Os mesmos autores ainda afirmam que<br />

O lugar diferenciado dos homens e das mulheres nos espaços público<br />

e privado, bem como nas atividades de trabalho é fruto da construção social da<br />

diferença de gênero. Essa construção compreende uma série de símbolos,<br />

representações, normas e práticas elaboradas coletivamente a partir das<br />

diferenças biológicas de cada um dos sexos. A divisão do trabalho entre<br />

homens e mulheres não representa uma simples divisão de tarefas, mas<br />

significa uma diferenciação de tarefas assentadas em uma distribuição<br />

desigual de status, na qual a dimensão de gênero é o elemento chave (259-<br />

260).<br />

Portanto, no que se refere à questão de gênero entre os monitores desta amostra no<br />

PETI/PB, verificou-se que há predominância do gênero feminino, e isto se coaduna, reafirma<br />

e reitera o PETI, evidentemente, como um programa de cuidado e assistência. A implicação<br />

deste fato está na impossibilidade de uma intervenção que transforme a vida das crianças e<br />

adolescentes segundo a orientação da erradicação do trabalho infantil.<br />

Com relação à faixa etária ter a sua maior freqüência nos 40 anos, isto nos leva a<br />

questionar até que ponto estes monitores serão capazes de acompanhar as transformações ou a<br />

dinamicidade da sociedade contemporânea, uma vez que as concepções ideológicas, os<br />

valores morais e atitudes diferem entre as gerações. No entanto, Freire (2001, p.39) alude que<br />

o ato de ensinar exige risco e aceitação do novo. Mas é preciso que o educador procure ser<br />

coerente e aberto consigo e com seus educandos, pois, segundo este autor:<br />

É próprio do pensar certo a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que<br />

não pode ser negado ou acolhido só porque é novo, assim como critério de<br />

recusa ao velho não é apenas o cronológico. O velho que preserva sua<br />

validade ou que encarna uma tradição ou marca uma presença no tempo<br />

continua novo.<br />

Sendo assim, o processo educativo de atualização dos conhecimentos requer dos<br />

monitores um esforço permanente de autoformação, na releitura dos seus valores pessoais,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!