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os catadores de lixo ea desativação do lixão do Jangurussu - anpuh

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astante negativas para a classe trabalha<strong>do</strong>ra. Seus element<strong>os</strong> patentes são: a pobreza, o<br />

<strong>de</strong>semprego em massa, a miséria, a instabilida<strong>de</strong> e o aumento da concentração <strong>de</strong> renda.<br />

Suas proporções são mundiais e atingem, a partir <strong>de</strong> 1980, tanto países ric<strong>os</strong> quanto se<br />

acirraram em países pobres. É esta era que assiste à queda <strong>do</strong> muro <strong>de</strong> Berlim e ao<br />

colapso <strong>do</strong> socialismo soviético que teve conseqüências para to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. Isto porque<br />

a era <strong>de</strong> ouro criara uma economia mundial única, via transnacionalização, quebran<strong>do</strong><br />

barreiras anteriormente existentes entre <strong>os</strong> estad<strong>os</strong>-nação. O <strong>de</strong>semprego estrutural 8 , e<br />

não mais circunstancial que caracteriza n<strong>os</strong>so momento, ce<strong>de</strong>u espaço ao crescimento<br />

da informalida<strong>de</strong> e ao estabelecimento <strong>de</strong> relações <strong>de</strong> trabalho cada vez mais<br />

precarizadas.<br />

Estas relações são legitimadas por um i<strong>de</strong>ário neoliberal, receituário político<br />

a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> inicialmente por países <strong>de</strong> capitalismo central e a partir d<strong>os</strong> an<strong>os</strong> 80 pel<strong>os</strong><br />

países <strong>de</strong> capitalismo periférico, entre eles o Brasil. Esta comp<strong>os</strong>ição, <strong>de</strong>semprego<br />

estrutural/novo liberalismo/flexibilização <strong>de</strong> relações trabalhistas, legitima situações <strong>de</strong><br />

informalida<strong>de</strong> como a d<strong>os</strong> <strong>cata<strong>do</strong>res</strong> <strong>de</strong> <strong>lixo</strong> que já sofriam estad<strong>os</strong> <strong>de</strong> superexploração<br />

<strong>do</strong> seu trabalho. O resulta<strong>do</strong> foi o ingresso <strong>de</strong>ste grupo na base <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ia produtiva<br />

em que trabalham pelo mínimo necessário.<br />

A história d<strong>os</strong> <strong>cata<strong>do</strong>res</strong> <strong>de</strong> Fortaleza traça este mesmo percurso. A cida<strong>de</strong> já<br />

contava em 2005 com a presença <strong>de</strong> 8.000 <strong>de</strong>stes trabalha<strong>do</strong>res, 9 exercen<strong>do</strong><br />

intensivamente a ativida<strong>de</strong>. Sozinh<strong>os</strong> ou acompanhad<strong>os</strong> <strong>de</strong> sua prole percorrem as ruas<br />

<strong>de</strong> n<strong>os</strong>sa metrópole à cata <strong>de</strong> rest<strong>os</strong> aproveitáveis.<br />

O Lixão <strong>do</strong> João Lopes foi o primeiro <strong>de</strong>stino final d<strong>os</strong> resídu<strong>os</strong> <strong>de</strong> n<strong>os</strong>sa capital.<br />

Localizava-se no bairro <strong>do</strong> Monte Castelo e teve um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> apenas quatro<br />

an<strong>os</strong> (1956 a 1960). Em 1961 <strong>os</strong> resídu<strong>os</strong> passaram a ser transportad<strong>os</strong> para um novo<br />

<strong>lixão</strong>, no bairro Barra <strong>do</strong> C<strong>ea</strong>rá. A transferência coinci<strong>de</strong> com o aumento da produção<br />

<strong>de</strong> resídu<strong>os</strong> da cida<strong>de</strong>, que se intensificou a partir da criação <strong>do</strong> Distrito Industrial,<br />

durante o primeiro governo <strong>de</strong> Virgílio Távora (1963-1966) e também com o fluxo<br />

migratório <strong>do</strong> interior <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>. 10 Entre 1960/1970 essa população migrante foi<br />

responsável por 90% <strong>do</strong> incremento populacional <strong>de</strong> Fortaleza. 11 O bairro Barra <strong>do</strong><br />

8<br />

Definir <strong>de</strong>semprego estrutural<br />

9<br />

Pesquisa Impahr<br />

10<br />

GEMELLI,<br />

11<br />

O PROCESSO DE METROPOLIZAÇÃO EM FORTALEZA: UMA INTERPRETAÇÃO PELA MIGRAÇÃO<br />

Ana Maria Mat<strong>os</strong> Araújo, A<strong>de</strong>lita Neto Carleial

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