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A Fantástica Literatura Queer - Vermelho - Tarja Editorial

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– Eu tenho cara de caixa de recados ou lente de vigia,<br />

por acaso? – respondeu rispidamente, dando um olhar superior<br />

e seco pra Morgana e virando a atenção para um casal<br />

de homens-cavalo que se aproximava. – Não desperdice meu<br />

tempo. Ei, vocês, cartão de associado ou cadastro no banco<br />

genético?<br />

– Não tente foder com a minha paciência – disse<br />

Morgana, pegando a mulher-raposa pelo pescoço e apertando-o,<br />

sentindo a fina pelagem alaranjada envolvendolhe<br />

os dedos. – Estou atrás de uma mulher metade humana<br />

de descendência cherokee e metade reconstruída a partir<br />

de engenharia biotemporal. Eu sei que vocês possuem sistemas<br />

de segurança que varrem a assinatura genética de<br />

todo e qualquer infeliz que passe por aqui. Se ela passou<br />

por essa rua, vocês tem o registro, e eu saberei que é a<br />

pessoa certa já que ela é a única do tipo num raio de cento<br />

e cinquenta quilômetros.<br />

O casal de homens-cavalo havia se afastado, amedrontados,<br />

com seus focinhos tremendo. A mulher-raposa ofegava,<br />

olhos esbugalhados, soltando grunhidos que pareciam<br />

tentativas de xingamento com pedidos de socorro. Morgana<br />

soltou-a, deixando a animorfa recuperando o fôlego em grandes<br />

goladas. Alguns seguranças ursos carrancudos acabavam<br />

de chegar às portas do local, e estavam preparados pra atirar,<br />

mas haviam parado no exato momento que vislumbraram<br />

o rosto de Morgana.<br />

– Sua... Ugh... Eu vou... Ugh... Não preciso ver os registros<br />

– respondeu a mulher-raposa, recobrando-se. – Eu vejo<br />

um desfile de bizarrices todos os dias, mas consigo me lembrar<br />

quando uma morena indígena passa seminua, cheia de<br />

tatuagens e com um cocar branco gigante na cabeça.<br />

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