Walny Revisor: Ju Redigitador: Ju - Minas mais Igual - Assembleia ...
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Gerência-Geral de Taquigrafia e Publicação<br />
3ª Reunião Ordinária da Comissão de Segurança Pública da 4ª Sessão Legislativa Ordinária da<br />
16ª Legislatura<br />
2/3/2010 - 10 horas Pág.: 1<br />
GERÊNCIA DE TAQUIGRAFIA<br />
NOTAS TAQUIGRÁFICAS<br />
Comissão: Segurança Pública<br />
Local: externo<br />
Município: Uberlândia Data: 2/3/2010 Horário: 10 horas<br />
Duração: 4h45min<br />
Presidente: Deputado João Leite<br />
Deputados: Deputada Maria Tereza Lara<br />
Deputado Tenente Lúcio<br />
Deputado Luiz Humberto Carneiro<br />
Deputado Weliton Prado<br />
Participantes: Vereador Hélio Ferraz Baiano<br />
<strong>Ju</strong>iz Joemilson Donizetti Lopes<br />
Promotor Breno Linhares Lintz<br />
Delegado José Pacífico Martins Ferreira<br />
Sr. Altemiro Olinto Cristo<br />
Sra. Adriana Helena Bueno Vieira<br />
Sr. Evaldo Gonçalves da Cunha<br />
Cel. Renato Vieira de Souza<br />
Sr. Gilmar Souza Freitas<br />
Ten.-Cel. Felipe José Aidar Martins<br />
Sr. <strong>Ju</strong>arez Alves Pereira<br />
Cel. Dilmar Fernandes Crovato<br />
Sr. Ricardo Lotti<br />
Sr. Walter Júnior<br />
Sra. Nadir dos Reis Figueira<br />
Pastor José Cláudio<br />
Vereadora Liza Prado<br />
Vereador Neivaldo<br />
Código do documento: 784132<br />
Folhas: 130<br />
Sr. Renato Goulart<br />
Sr. Nicanor da Costa e Silva<br />
Sr. Frank Resende
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3ª Reunião Ordinária da Comissão de Segurança Pública da 4ª Sessão Legislativa Ordinária da<br />
16ª Legislatura<br />
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O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Há número<br />
regimental. Declaro aberta a 3ª Reunião Ordinária da Comissão de<br />
Segurança Pública da 4ª Sessão Legislativa Ordinária da 16ª<br />
Legislatura.<br />
Com a palavra, o Deputado Tenente Lúcio, para proceder à<br />
leitura da ata da reunião anterior.<br />
O Deputado Weliton Prado - Solicito dispensa da leitura.<br />
O Sr. Presidente - Não havendo quem se oponha ao<br />
requerimento do Deputado Weliton Prado ou quem sobre a ata queira<br />
manifestar-se, dispenso a sua leitura, dou-a por aprovada e solicito<br />
aos Deputados que a subscrevam.<br />
Esta reunião tem a finalidade de discutir as questões<br />
relativas à segurança pública na Região Integrada de Segurança<br />
Pública, comandada a partir de Uberlândia.<br />
Agradeço ao Vereador Baiano, Presidente da Câmara Municipal<br />
de Uberlândia, a oportunidade de estarmos aqui, nesta Casa. Agradeço<br />
também a todas as Vereadoras e a todos os Vereadores por receberem a<br />
Comissão de Segurança Pública da <strong>Assembleia</strong> Legislativa. Muito<br />
obrigado ao Parlamento de Uberlândia por possibilitar a todos nós<br />
este momento na Câmara Municipal.<br />
Convido para compor a Mesa a Deputada Maria Tereza Lara,<br />
Vice-Presidente da Comissão de Segurança Pública da <strong>Assembleia</strong><br />
Legislativa; o Deputado Tenente Lúcio, membro da Comissão de<br />
Segurança Pública da <strong>Assembleia</strong> Legislativa e um dos autores do<br />
requerimento que possibilitou a realização desta audiência pública em<br />
Código do documento: 784132
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Uberlândia; o Deputado Weliton Prado, que faz parte da Mesa da<br />
<strong>Assembleia</strong> Legislativa; e o Deputado Luiz Humberto Carneiro, meu<br />
Líder na <strong>Assembleia</strong> Legislativa.<br />
Esta Presidência registra o recebimento da seguinte<br />
correspondência, publicada no “Diário do Legislativo”, em 20/2/2010:<br />
do Sr. Cássio Antônio Ferreira Soares, Chefe de Gabinete do<br />
Secretário de Defesa Social, prestando informações relativas ao<br />
Requerimento nº 5.105/2009; do Sr. Michel Curi e Silva, <strong>Ju</strong>iz de<br />
Direito, encaminhando cópia do despacho proferido no auto de prisão<br />
em flagrante de Riverton Alves de Oliveira; da Sra. Maria Elizabeth,<br />
assessora da Defensoria Pública-Geral, prestando informações<br />
relativas ao Requerimento nº 5.124/2009.<br />
Requerimento nº 5.459/2010, da Comissão de Participação<br />
Popular, em que se solicita seja encaminhado à Procuradoria da<br />
República e à Delegacia da Polícia Federal pedido de providências<br />
para que agilizem a investigação da agressão cometida pelo Sr.<br />
Fabrício Viana de Aquino, ex-Secretário de Finanças do Município de<br />
Januária, contra Fábio Oliva, membro da Rede Brasileira de Movimentos<br />
por Cidades Sustentáveis e da Associação Brasileira de Combate à<br />
Corrupção e à Impunidade - Abracci. Em votação, o requerimento. Os<br />
Deputados que o aprovam permaneçam como se encontram. (- Pausa.)<br />
Aprovado.<br />
Convido para compor a Mesa as seguintes autoridades:<br />
Vereador Hélio Ferraz Baiano, Presidente da Câmara Municipal de<br />
Uberlândia; Breno Linhares Lintz, Promotor de <strong>Ju</strong>stiça da Comarca de<br />
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Uberlândia, representando Alceu José Torres Marques, Procurador-Geral<br />
de <strong>Ju</strong>stiça; Gilmar Souza Freitas, Chefe do 9º Departamento de Polícia<br />
Civil, representando Marco Antônio Monteiro de Castro, Chefe da<br />
Polícia Civil do Estado de <strong>Minas</strong> Gerais; Cel. Dilmar Fernandes<br />
Crovato, Comandante da 9ª Região de Polícia Militar, representando o<br />
Cel. Renato Vieira de Souza, Comandante-Geral da Polícia Militar de<br />
<strong>Minas</strong> Gerais; José Pacífico Martins Ferreira, Delegado da Polícia<br />
Federal em Uberlândia, representando Jerry Antunes de Oliveira,<br />
Superintendente Regional do Departamento de Polícia Federal em <strong>Minas</strong><br />
Gerais; Altemiro Olinto Cristo, Chefe da Delegacia da Polícia<br />
Rodoviária Federal em Uberlândia, representando Waltair Vasconcelos<br />
Sobrinho, Superintendente da Polícia Rodoviária Federal em <strong>Minas</strong><br />
Gerais; Evaldo Gonçalves da Cunha, Coordenador Local da Defensoria<br />
Pública em Uberlândia, representando Belmar Azze Ramos, Defensor<br />
Público-Geral; <strong>Ju</strong>arez Alves Pereira, Presidente do Conselho de<br />
Entidades Comunitárias de Uberlândia; Linamar Gonçalves de Souza,<br />
analista, pedagoga da Secretaria de Educação de Uberlândia; Ten.-Cel.<br />
Felipe, Comandante do Corpo de Bombeiros Militar de Uberlândia - a<br />
quem revejo com muita alegria -, que desenvolveu grande trabalho com<br />
as crianças portadoras de deficiência na Região Metropolitana de Belo<br />
Horizonte; Adriana Helena Bueno Vieira, Supervisora Regional de<br />
Educação, representando Vanessa Guimarães Pinto, Secretária de<br />
Educação. Precisamos de <strong>mais</strong> mulheres nesta Mesa, que ficou muito<br />
masculina, mas as Vereadoras e os Vereadores também estão fazendo<br />
parte dela.<br />
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Está conosco também - sinta-se representado nesta Mesa - o<br />
Pastor Edson, que representa o Conselho de Pastores de Uberlândia -<br />
Conpas. Muito obrigado pela presença.<br />
Solicito que as entidades entreguem à Daniela os nomes de<br />
seus representantes, a fim de que os registremos. Registro, de forma<br />
especial, a presença dos Conselhos Comunitários de Segurança Pública.<br />
Solicito que os Presidentes ou os representantes desses Conselhos se<br />
identifiquem com nossa assessoria. Solicito também que venham <strong>mais</strong><br />
para a frente, porque quero ouvi-los na fase de debates. Por favor,<br />
identifiquem-se para registrarmos suas presenças. Registro a presença<br />
de Ademar Carvalho Leite, Delegado de Polícia de Uberlândia; e de<br />
Gustavo Menezes, membro da JCC. Obrigado pela presença. E nosso<br />
Presidente da OAB? Por favor, tome assento à mesa.<br />
Registro e agradeço as seguintes presenças: Francismar<br />
Pereira de Araújo, Vereador de Cachoeira Dourada, representante da<br />
Abracam-<strong>Minas</strong> Gerais; Maj. Wesley Barbosa, Comandante da 2ª Companhia<br />
Mesp; Ten.-Cel. Sidney Miguel Araújo, Comandante do 32º Batalhão da<br />
Polícia Militar; Egmar Ferraz, Presidente da 13ª Subseção da OAB-<br />
<strong>Minas</strong> Gerais, que está fazendo parte da Mesa; Ten.-Cel. Felipe José<br />
Aidar Martins, Comandante do 5º Batalhão do Corpo de Bombeiros<br />
Militar de Uberlândia; Pastor Edson Borges da Silva; Vereador Walter<br />
Prudente Júnior, Presidente da Câmara Municipal de Tupaciguara;<br />
Vereador Vilmar Martins, 1º-Secretário da Câmara Municipal de<br />
Tupaciguara; Pedro Antônio Alberton, Prefeito de Iraí de <strong>Minas</strong>;<br />
Adriana Vieira, Gerente de Relacionamento da Caixa Econômica Federal;<br />
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Divino Alberto Nogueira, Delegado Regional da Polícia Civil de<br />
Ituiutaba; Samuel, Delegado Regional da Polícia Civil de Uberlândia.<br />
A Comissão de Segurança Pública iniciou este trabalho em<br />
2009. Estamos percorrendo as 17 Regiões Integradas de Segurança<br />
Pública. Como vocês sabem, o governo de <strong>Minas</strong> implantou esse modelo<br />
de segurança pública, ou seja, a integração entre a Polícia Civil, a<br />
Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. A Comissão de Segurança<br />
Pública está fazendo o esforço de percorrer as 17 regiões; fomos a 8<br />
Regiões Integradas de Segurança Pública. Em todas as audiências<br />
realizadas, além da presença da Polícia Militar, da Polícia Civil e<br />
do Corpo de Bombeiros Militar, contamos também com a presença da<br />
Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, que exercem papel<br />
muito importante na segurança pública.<br />
Tivemos também a presença de Vereadores - o que nos causa<br />
alegria - que fazem parte das cidades que compõem a Região Integrada<br />
de Segurança Pública. Contamos também com a participação de<br />
Prefeitos, como ocorre hoje, com a participação do Prefeito de Iraí<br />
de <strong>Minas</strong>. Fazem parte da Região Integrada de Segurança Pública de<br />
Uberlândia 17 cidades. Aqui estão faltando muitos Prefeitos e<br />
Vereadores. Estão presentes Vereadores de Cachoeira Dourada e de<br />
Tupaciguara, mas faltam muitos representantes de várias cidades, a<br />
fim de discutirmos questões relacionadas com a segurança pública.<br />
A ideia é fazermos grande ciclo de debates na <strong>Assembleia</strong><br />
Legislativa depois de irmos às 17 Regiões Integradas e colhermos os<br />
dados em todo o Estado. Elaboraremos grande proposta no Plano<br />
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Plurianual de Ação Governamental e também no Orçamento do Estado para<br />
o próximo ano. Agradeço a presença de todos, o que é muito importante<br />
para nós, para que colhermos esses subsídios.<br />
Acordamos com os Deputados - com o Deputado Tenente Lúcio,<br />
autor do requerimento que deu origem a esta audiência; com meu Líder,<br />
Deputado Luiz Humberto Carneiro; com a Vice-Presidente Deputada Maria<br />
Tereza Lara; com o Deputado Weliton Prado - que falaremos no final. A<br />
princípio, faremos justiça ao Prefeito Municipal de Estrela do Sul,<br />
Lycurgo Rafael Farini, e o convidaremos a tomar assento à frente,<br />
para acompanhar esta audiência e trazer as reivindicações do nosso<br />
povo de Estrela do Sul. Registro a presença de Ricardo Lote,<br />
Presidente do Conselho Municipal de Segurança Pública, <strong>Ju</strong>stiça e<br />
Cidadania. Obrigado pela presença, Ricardo. Gostaria que os outros<br />
Presidentes de conselhos comunitários também se manifestassem.<br />
Inicialmente passarei a palavra às nossas polícias, aos Comandantes<br />
da Região Integrada de Segurança Pública, ao Cel. Crovato e ao<br />
Delegado Gilmar Souza Freitas. Após estes, falará o Cel. Felipe. Com<br />
a palavra, o Cel. Crovato. Está conosco também Daisy Afonso, Diretora<br />
da Secretaria de Desenvolvimento Social de <strong>Minas</strong> Gerais. Obrigado<br />
pela presença importante, porque a Sedese cuida da área de<br />
assistência social e política do trabalho.<br />
O Cel. Dilmar Fernandes Crovato - Em primeiro lugar,<br />
registro meus cumprimentos e, na pessoa do Deputado João Leite, que<br />
preside esta comissão e nos oferece este encontro com os de<strong>mais</strong><br />
Deputados e as autoridades, por princípio de economicidade,<br />
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cumprimento a todos que foram citados pelo cerimonial. Preparamos<br />
apresentação, mas tentarei ser o <strong>mais</strong> enxuto possível, para respeitar<br />
o prazo estabelecido.<br />
- Procede-se à apresentação das transparências.<br />
O Cel. Dilmar Fernandes Crovato - Apresentaremos<br />
efetivamente o que tem sido construído no âmbito da 9ª Região<br />
Integrada de Segurança Pública, muito especialmente em Uberlândia.<br />
Dentro da metodologia e da política estadual que o senhor acompanha<br />
bem, a partir do final de 2005 e no princípio de 2006, efetivamente a<br />
integração policial chega ao interior... (- Falha na gravação.) na<br />
sua terceira fase, que passou da Capital para a região metropolitana,<br />
e tem realmente Uberlândia como ponto de partida. Hoje esse trabalho<br />
e essa política começam a se estender para toda a 9ª Região Integrada<br />
de Segurança Pública, que é composta de 18 Municípios. Uberlândia,<br />
Ituiutaba e Araguari são Municípios-chefes e Áreas de Coordenação<br />
Integrada de Segurança Pública. Temos duas Áreas de Coordenação<br />
Integrada de Segurança Pública. A efetiva ocupação territorial e a<br />
compatibilização territorial prevista dentro da política de Estado<br />
passa a acontecer efetivamente a partir de 2006. A partir daí, dentro<br />
do foco realmente da política estadual, passamos a conviver e a<br />
trabalhar de maneira integrada em Uberlândia, em gestão colegiada, ou<br />
seja, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros juntos,<br />
estabelecendo estratégias e buscando, por meio da troca de<br />
informações, a celeridade na prestação dos serviços. Compõem também<br />
conosco essa integração o sistema prisional, aqui representado pelos<br />
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dois Diretores, Cel. Adanil e Cel. Lobato, e de<strong>mais</strong> órgãos -<br />
Ministério Público, Defensoria Pública e a própria Secretaria, que, a<br />
cada trimestre, vem aqui para avaliar os resultados obtidos e as<br />
metas a serem propostas.<br />
Essa política estadual não ficou apenas na metodologia, em<br />
termos de oferecer estratégias para o enfrentamento à criminalidade,<br />
que passa a ser efetivamente preocupação da política do Estado. O<br />
senhor acabou de falar do Plano Plurianual, do PMDI, que traz como um<br />
dos eixos estruturadores a segurança do Estado. Um dos investimentos<br />
<strong>mais</strong> significativos dentro dessa política que busca a valorização e<br />
sobretudo a abertura de oportunidades, que oferece o enfrentamento à<br />
criminalidade, é a quebra de paradigma para Uberlândia. Ao falar de<br />
Uberlândia, queremos dizer a 9ª Região Integrada de Segurança Pública<br />
e suas 18 cidades. Durante todo esse período, 984 profissionais de<br />
segurança pública ingressaram na Polícia Militar. Falo que é quebra<br />
de paradigma porque sempre houve defasagem de profissionais e, a<br />
partir dessa política de valorização profissional, com treinamento de<br />
qualidade e maior visibilidade para a Polícia Militar, nos últimos<br />
anos, ingressaram mil profissionais na Polícia Militar.<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Coronel, desculpe-<br />
me. Está conosco o Dr. Joenilson Donizete Gomes, <strong>Ju</strong>iz e Diretor do<br />
Fórum Lopes. (- Palmas.) Solicito-lhe tomar assento à mesa. Muito<br />
obrigado pela presença. A palavra continua com o Cel. Crovato.<br />
O Cel. Dilmar Fernandes Crovato - Isso permitiu o aumento<br />
da nossa presença em todas as cidades da 9ª Região, o aumento da<br />
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nossa política em termos de polícia de proximidade, a sedimentação<br />
das políticas de polícia e da filosofia de polícia comunitária. De<br />
acordo com a política ousada do Estado e principalmente com a<br />
integração, houve investimentos efetivos em Uberlândia. Apresento aos<br />
senhores os números de 2010.<br />
- Procede-se à apresentação das transparências.<br />
O Cel. Dilmar Fernandes Crovato - Como investimento, foram<br />
adquiridas cerca de 245 viaturas. O que <strong>mais</strong> se destaca é o ano de<br />
2008, quando, na política do Estado, houve a gestão terceirizada. Em<br />
relação aos equipamentos e aos investimentos, ficaram concentrados na<br />
sede da Risp, mas há previsão de expansão para as de<strong>mais</strong> cidades da<br />
9ª Região. Aliás, no ano passado, o governo nos possibilitou atender<br />
a demandas de outras cidades, como Araguari, Ituiutaba, Tupaciguara,<br />
Araporã, Estrela do Sul, para que não houvesse apenas capacidade em<br />
termos de talento humano, mas equipamentos que fizessem frente às<br />
demandas daquelas comunidades. Em Uberlândia, destaca-se ainda a<br />
parceria com o Executivo Municipal, por meio da cessão de viaturas, o<br />
que nos possibilitou implementar estratégias para o retorno do<br />
policiamento do trânsito, do policiamento preventivo escolar, da<br />
patrulha escolar. Isso com o intuito de proporcionar conforto e<br />
tranquilidade ao público escolar - profissionais da educação,<br />
famílias e principalmente alunos. Também recebemos equipamentos,<br />
armamentos para toda a região. Aqui está a síntese, à qual não vou me<br />
ater, pela exiguidade do tempo. Em suma, no âmbito da 9ª Região,<br />
foram investidos valores acima de R$50.000.000,00 nos últimos anos,<br />
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exclusivamente para a Polícia Militar. Destaco que, para a Polícia<br />
Militar, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros, houve a instalação<br />
muito adequada da sede da 9ª Região Integrada de Segurança Pública, o<br />
que dignificou o Sistema de Defesa Social do Estado e, por meio das<br />
condições de fatores higiênicos, trouxe motivação à Polícia Militar e<br />
às de<strong>mais</strong> organizações. Aqui estão alguns exemplos de convênios, que<br />
se estendem a todas as cidades da 9ª Região. Essa relação profícua<br />
com os Executivos Municipais, apoiada, sem sombra de dúvida, pelo<br />
Legislativo Municipal, possibilita à Polícia Militar ser pujante e<br />
presente em todos os Municípios e em vários distritos que compõem a<br />
9ª Região.<br />
Aqui estão alguns exemplos. Um sonho acalentado pela região<br />
Norte do Triângulo é o retorno de unidade aérea. Em 2005, o<br />
Governador do Estado esteve na cidade e determinou a instalação de<br />
companhia de radiopatrulhamento aéreo em Uberlândia, para atender a<br />
todo o Triângulo Mineiro e ao Alto Paranaíba. Diuturnamente, está à<br />
nossa disposição helicóptero que permite, além de assistência e<br />
trabalhos preventivos, repressão qualificada, de maneira muito<br />
efetiva. A preocupação se estendeu aos acidentes de trânsito e ao<br />
meio ambiente qualificado. Nossas companhias de meio ambiente e de<br />
trânsito rodoviário, que atuam nos policiamentos rodoviário e<br />
ambiental, vêm recebendo seguidamente aporte, para que sejam<br />
atendidos os princípios, os objetivos, os indicadores, no que diz<br />
respeito a acidente e meio ambiente.<br />
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Formação profissional é algo que nos preocupa. De acordo<br />
com o espírito da integração policial, podemos afiançar que, em<br />
termos de formação e treinamento, em 2006, foi realizado o<br />
treinamento policial integrado. Policiais militares e civis, Agentes<br />
Penitenciários e Bombeiros estiveram juntos, fazendo formação, para<br />
sedimentarmos a política de integração de <strong>Minas</strong> Gerais. Outra<br />
ferramenta importantíssima para as Polícias Militar e Civil, que<br />
apresento ao senhor como resposta às políticas de segurança pública,<br />
foi, em 2009, a implantação do Disque-Denúncia Unificado. Dados da<br />
Polícia Militar. Recebemos 1.809 denúncias, com a devida comprovação.<br />
Deputado, isso possibilitou a apreensão de armas de fogo e drogas, a<br />
localização de foragidos da <strong>Ju</strong>stiça. Os resultados foram: 367<br />
denúncias exitosas; 737 denúncias invalidadas - quer dizer, após<br />
estudo, a presença policial não caracterizou a denúncia -; 240<br />
denúncias expiradas; e 465 ainda em andamento. Ocorreu exemplo claro<br />
disso antes de ontem. Ao constatarmos denúncia, conseguimos localizar<br />
<strong>mais</strong> um cidadão infrator, recentemente saído do sistema prisional,<br />
mas que havia se deslocado para bairro de Uberlândia, com arma de<br />
fogo e grande quantidade de droga. Com a denúncia, com a participação<br />
da comunidade, certamente haverá prevenção de vários delitos e,<br />
sobretudo, restabelecimento da tranquilidade da comunidade.<br />
Aqui está nossa instalação da Risp, prédio muito digno, que<br />
funciona na antiga sede do escritório da Rezende, o que nos dignifica<br />
e nos motiva. Estamos sendo respeitados como profissionais do sistema<br />
de segurança pública. Por gentileza, avancem para a apresentação dos<br />
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resultados. Deputado, afianço e mostro ao senhor os resultados<br />
alcançados pelo sistema de segurança pública. Amparados, buscamos<br />
apresentar série histórica, tendo como base o ano de 1999. Os<br />
equipamentos, os investimentos em segurança pública, no âmbito de<br />
Uberlândia, a partir de 2005, possibilitaram-nos atender nossa<br />
comunidade com qualidade e efetividade. Aqui estão os registros de<br />
ocorrência. São todos atendimentos da Polícia Militar, que vão desde<br />
visita tranquilizadora de patrulhamento preventivo e assistência até<br />
atendimento de ocorrências. O seguinte, por favor. Agora começamos a<br />
tratar de crimes em geral, todas as modalidades delituosas. Acredito<br />
que o senhor e os de<strong>mais</strong> Deputados, pelo caminhar do Estado, devem<br />
assistir a algo bem parecido. Temos de registrar essa realidade. Nós,<br />
das Polícias Militar e Civil, temos vivenciado isso em todo o Estado,<br />
o que nos possibilita dignificar <strong>Minas</strong> e destacá-lo como Estado de<br />
ponta no enfrentamento do crime. De maneira geral, analisando todos<br />
os crimes, em Uberlândia assistia-se ao crescimento vertiginoso da<br />
criminalidade. A partir de 2005, com a chegada da integração policial<br />
e dos equipamentos, de acordo com a política do Estado, o decréscimo<br />
passou a ser considerado.<br />
Em relação aos crimes, temos de pensar também no seguinte:<br />
com o aumento da capacidade de resposta da polícia, certamente haverá<br />
aumento da criminalidade. Mesmo assim conseguimos prevenir com <strong>mais</strong><br />
eficácia e efetividade, o que gera resultados exitosos. Quando<br />
trabalhamos em crimes violentos, sentimo-nos até <strong>mais</strong> motivados.<br />
Apenas uma definição. Isso foi apresentado aos Vereadores. Quando se<br />
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fala sobre criminalidade violenta, tendenciosamente ou talvez até por<br />
desconhecimento, algumas pessoas capitulam um crime para tentar<br />
generalizar toda aquela circunstância. Mas, quando se fala sobre<br />
crimes violentos, trata-se de ranqueamento feito pelo Estado.<br />
Estabelecemos os crimes de homicídios tentados e consumados, os<br />
sequestros e o cárcere privado, os roubos consumados, os roubos a mão<br />
armada consumados - os assaltos, como são conhecidos -, os<br />
latrocínios, as extorsões mediante sequestro e os estupros. Isso faz<br />
com que as cidades mineiras sejam ranqueadas, e as políticas cada vez<br />
<strong>mais</strong> efetivas para as localidades em ascensão ou que apresentam<br />
decréscimo, para que haja sustentabilidade. Em Uberlândia, nosso<br />
retrato está aqui apresentado, Deputado. A partir de 1999, Uberlândia<br />
vivenciou índices que nos preocuparam em 2004. Posso dizer ao senhor<br />
que a estimativa em 2005 era da ordem de 30%. As ações, os<br />
equipamentos, essa política, essa gestão colegiada com a Polícia<br />
Civil trouxeram o primeiro impacto, ou seja, paralisaram esse<br />
crescimento, e, a partir de então, passamos a vivenciar decréscimos<br />
em termos de violência. Quero dizer ao senhor e a todos que fechamos<br />
2009, em relação aos índices de criminalidade violenta, com 3.753, em<br />
números, ou seja, retornamos aos índices de uma década anterior,<br />
1999.<br />
O quadro seguinte mostra a realidade em Uberlândia. Seria<br />
natural e até justificado o crescimento. Analisando a situação, a<br />
partir de 1999, houve crescimento populacional. Em 1999, havia cerca<br />
de 500 mil habitantes, hoje há em torno de 650 mil. Infelizmente esse<br />
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crescimento não é endógeno, vem de fora. Muitos chegam a Uberlândia<br />
em virtude de seu caráter desenvolvimentista, progressista. Até 2004,<br />
a criminalidade acompanhava essa tendência de crescimento. A partir<br />
de 2005, apesar do crescimento da cidade e dos índices superiores em<br />
relação a qualquer Estado, nossos índices de criminalidade violenta<br />
passaram a diminuir de maneira considerável. Essa realidade é<br />
vivenciada em toda a Região Integrada de Segurança Pública. Se<br />
compararmos os meses de janeiro e fevereiro de 2008 e de 2009,<br />
verificaremos que os índices de redução da criminalidade em<br />
Uberlândia ficaram em torno de 22%; idem para Araguari, cujos índices<br />
atingem 35%. Quando dizemos cidades, estamos nos referindo aos<br />
comandos. Para o comando de Ituiutaba, o decréscimo na área de sua<br />
circunscrição foi de 15%. Isso demonstra que a política de integração<br />
passou a ser vivenciada por todos nós. As delegacias regionais e os<br />
comandos das companhias independentes passaram também a vivenciar a<br />
questão da Integração da Gestão de Segurança Pública - Igesp -, com<br />
foco nos resultados. Os resultados são compartilhados; as metas são<br />
compartilhadas entre as instituições. O envolvimento do sistema<br />
prisional também se expandiu para essas cidades e possibilitou que as<br />
Polícias Militar e Civil fossem para as ruas e desenvolvessem sua<br />
atividade-fim. Então os resultados só nos orgulham. Para as polícias,<br />
não se trata de algo estanque. Por meio de estratégias e ações,<br />
buscamos cada vez <strong>mais</strong> o decréscimo acentuado desses números. Em<br />
relação aos crimes violentos, apresento apenas um retrato. Se<br />
compararmos 2008 a 2009, verificaremos que a tendência se manteve.<br />
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Aqui está quadro que apresenta esse decréscimo. Na comparação dos<br />
meses de janeiro de 2008 e de 2009, há dado significativo sobre<br />
estupro consumado. Posso dizer que, em relação ao estupro, a<br />
alteração da lei, que passou a não caraterizar <strong>mais</strong> as<br />
especificações, como atentado violento ao pudor e outros tipos de<br />
crime, agora generalizados na questão do estupro, certamente gerou<br />
aumento. Aprovamos essa mudança, nos coadunamos com ela. Pedofilia,<br />
ato libidinoso com criança, às vezes, também é capitulado como crime<br />
de estupro. Isso fez com que os números aumentassem, em decorrência<br />
também da mudança da legislação.<br />
Deputado, na 9ª Risp, um problema que nos preocupou - ao<br />
Dr. Gilmar, à ex-Comandante e a todos os Delegados e Comandantes que<br />
o vivenciaram - foi o de homicídios tanto em Uberlândia como nos<br />
de<strong>mais</strong> comandos da 9ª Risp. Baseados nisso, desenvolvemos várias<br />
ações. A primeira foi estudar e analisar o problema, identificar suas<br />
causas e oferecer estratégias para seu enfrentamento. Em 2008 e em<br />
janeiro de 2009, os índices foram crescentes. Já em fevereiro, nossos<br />
índices apresentaram decréscimo, se comparados ao mesmo período de<br />
2008. Nesses estudos, buscamos identificar as causas principais.<br />
Infelizmente - vi até algumas pessoas comentarem isto -, em relação<br />
aos homicídios consumados, esse estudo da Polícia Militar integrada à<br />
Polícia Civil aponta 70% de ligação com o tráfico de drogas, tanto em<br />
Uberlândia como nas de<strong>mais</strong> cidades da 9ª Região.<br />
Também fizemos um estudo focalizando os homicídios tentados<br />
no mesmo diapasão. As drogas efetivamente apresentam-se como carro-<br />
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chefe, o fator motivador dos crimes de homicídio. Para isso, buscamos<br />
enfrentar o problema com uma repressão qualificada. Só para que<br />
tenham ciência, em 2008 foram 1.500 ocorrências relacionadas com o<br />
tráfico de drogas. Em 2009, esses números subiram para 1.791.<br />
Ampliamos a nossa repressão qualificada e a gestão colegiada, para<br />
que o problema fosse atacado de maneira célere e efetiva. Os dados<br />
mostram que um número considerável de homicídios é praticado pelo<br />
sexo masculino. Infelizmente, quando o público feminino se envolve<br />
com drogas, há uma tendência para a prostituição. Relativamente à<br />
idade, cada vez <strong>mais</strong> jovens com grande capacidade de trabalho têm sua<br />
vida ceifada. Isso realmente enseja providências. A Polícia Militar<br />
ampliou os seus projetos educacionais, como o JCC e o Proerd, e<br />
estabeleceu vários projetos sociais que oferecem cidadania,<br />
oportunidades e polícia de proximidade, com o intuito de exercer a<br />
liderança que tem nas suas comunidades como fator multiplicador e<br />
orientador para a adolescência e a juventude. As armas de fogo são o<br />
principal instrumento para essa prática delituosa. Também nos<br />
homicídios tentados, a arma de fogo é o carro-chefe. As ações que<br />
foram desenvolvidas tiveram como foco a apreensão delas. Em 2009, o<br />
número de apreensão subiu 50%. Para 2010, a tendência é a mesma, já<br />
que até agora as apreensões de armas de fogo são infinitamente<br />
superiores às de 2009.<br />
Esse trabalho tem sido desenvolvido por parcerias feitas<br />
com várias associações e, principalmente, com a comunidade, que tem<br />
ajudado não só na prevenção de vários delitos, mas principalmente de<br />
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vários homicídios. Os nossos índices de apuração são superiores a<br />
qualquer outro apresentado no Brasil. Coloco-me à disposição para os<br />
esclarecimentos que se fizerem necessários. Muito obrigado. (-<br />
Palmas.)<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Agradecemos ao<br />
Cel. Crovato a apresentação. Aproveito para saudar os policiais da<br />
Polícia Militar, os praças, os Oficiais do Corpo de Bombeiros<br />
Militares e os agentes de polícia. Muito obrigado pela presença.<br />
Registro também a presença do Cel. Adanil Firmino, Diretor da<br />
Penitenciária Jacy de Assis; do Cel. Flávio Lobato, Diretor da<br />
Penitenciária Pimenta da Veiga; do Sr. Orion Alves, Superintendente<br />
da Defesa Social; Paulo Ferola, Presidente do sindicato rural e ex-<br />
Prefeito de Uberlândia; Paulo César, Presidente da ONG Sacolão Móvel;<br />
Carlos Murilo, Vice-Presidente do Velo Clube do Triângulo; Hélio, do<br />
Bairro São Jorge; Barra, do Bairro Pampulha; Osvaldo; Paulão, do<br />
Jardim Europa; Calixto, do Jardim Brasília; Vereadores Édio Nevasca,<br />
da Câmara Municipal de Tupaciguara, Lusmar Antônio Pereira,<br />
Presidente da Câmara de Indianópolis, e Daniel Alves Miranda, de<br />
Indianópolis; e das Sras. Nilva Lamounier Faria, Presidenta da<br />
Associação do Bairro Santa Mônica e Tesoureira do Consep da 170ª<br />
Companhia; Elaine Cristina Ribeiro, coordenadora do SindUTE de<br />
Uberlândia; e Adriana Couto, Delegada Adjunta do Núcleo de<br />
Corregedoria. Saúdo, ainda, os Delegados, os policiais civis e os<br />
agentes, que esta semana, na Região Metropolitana de Belo Horizonte,<br />
esclareceram um caso que estava doendo em toda a <strong>Minas</strong> Gerais e na<br />
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Comissão de Segurança, com a prisão do “serial killer” do Bairro<br />
Industrial de Contagem. Com a palavra, o Dr. Gilmar Souza Freitas,<br />
Chefe da 9ª Região Integrada de Segurança Pública - Risp.<br />
O Delegado Gilmar Souza Freitas - Em nome do Dr. Marco<br />
Antônio, agradeço o elogio. Sr. Presidente, em virtude da exiguidade<br />
do tempo, vou dispensar os cumprimentos. Tendo em vista que o Cel.<br />
Crovato já abordou os aspectos de ordem territorial e policiologia,<br />
vou direto aos aspectos de ordem social e política da segurança<br />
pública, bem como à apresentação dos resultados dos trabalhos<br />
realizados pela Polícia Civil do 9º Departamento. É um duplo<br />
privilégio estar aqui: primeiro, por ser o primeiro Chefe de<br />
Departamento do interior de <strong>Minas</strong> Gerais a ser designado e também o<br />
primeiro Chefe de Departamento da 9ª Região a receber os senhores<br />
aqui com esse propósito. Já entrando no aspecto sociológico, um dos<br />
nossos grandes problemas é esse discurso tautológico antigo da<br />
segurança pública de Uberlândia: “No meu tempo era assim, no meu<br />
tempo era desse jeito, então resolvi assim”. Portanto, a presença dos<br />
senhores aqui é de importância incomensurável, porque estão tendo a<br />
oportunidade de ver a realidade e a grandeza desta cidade, ou seja, a<br />
grandeza dos crimes e, obviamente, das necessidades da Polícia.<br />
Então, é um duplo privilégio ser o primeiro Chefe deste Departamento<br />
e o primeiro Chefe de Departamento a receber uma Comissão com tais<br />
propósitos. Então, em nome do Departamento e de toda a Polícia Civil<br />
que o compõe, muito obrigado por esse propósito em que acreditamos<br />
piamente.<br />
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Como disse o Cel. Crovato, o governo estadual fez grandes<br />
investimentos na Polícia Civil e na Polícia Militar. Quanto aos<br />
homicídios, que, criminologicamente dizendo, é um fenômeno e tem nos<br />
incomodado bastante, foi-nos dada a possibilidade de criar a<br />
Delegacia de Homicídios e duplicar o seu efetivo. Então, onde havia<br />
um Delegado, passou a haver dois, e os números de Agentes e de<br />
Escrivães foram duplicados. O resultado foi positivo. Nós, da Polícia<br />
Civil, preparamos uma apresentação, mas me parece que ocorreu um<br />
problema. Quero saber do Nunes se ele já foi sanado e se podemos<br />
fazer a apresentação. (- Pausa.) Mas pelo menos podemos fazer a<br />
apresentação das metas? (- Pausa.) Então, para não perdermos tempo,<br />
começaremos pelas metas estabelecidas pelo INDG.<br />
Os senhores sabem que a Polícia Civil contratou o INDG para<br />
fazer um levantamento sobre a sua capacidade administrativa. Com base<br />
nessa capacidade e paralelamente ao projeto de integração do governo,<br />
foram estabelecidas metas. Infelizmente não conseguimos projetar aqui<br />
o gráfico das metas, mas posso dizer aos senhores que o 9º<br />
Departamento de Polícia Civil, com sede em Uberlândia, cumpriu todas<br />
com louvor. Por exemplo, a meta estipulada para conclusão de<br />
inquéritos policiais era de 5.610 e conseguimos remeter para a<br />
justiça 8.644. Ou seja, tivemos um louvor de 35% em relação ao<br />
cumprimento dessa meta. A meta de TCO era de 7.106 e realizamos<br />
8.240, portanto, 13,7% acima. Neste momento, conseguimos projetar o<br />
gráfico dessas metas: Uberlândia produziu 3.860 inquéritos policiais,<br />
ou seja, 28,8% acima da meta. Apesar de algumas dificuldades que o<br />
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Delegado Regional enfrenta no momento, Ituiutaba cumpriu, com louvor,<br />
93,7% da remessa de inquéritos policiais e 21% de TCO. Araguari<br />
cumpriu a remessa de inquéritos policiais com 42,2% de positivismo e<br />
18,9% de TCO. É preciso ressaltar, de forma especial, o trabalho<br />
realizado pela Delegacia Regional de Uberlândia, que é o carro-chefe,<br />
o carro essencial do 9º Departamento de Polícia Civil, mesmo porque<br />
está anexa à nossa sede e nos apoia administrativa e<br />
operacionalmente. Aqui em Uberlândia era necessário haver duas<br />
Delegacias Regionais, mas, infelizmente, só há uma. Mesmo assim, ela<br />
cumpriu com louvor as metas colocadas pelo INDG.<br />
Mencionarei algumas peculiaridades: além das metas do INDG,<br />
era necessário traçar as próprias metas do Departamento, porque, por<br />
meio de estudos voltados para a criminologia, verificamos que a base,<br />
a origem dos crimes que <strong>mais</strong> acontecem em Uberlândia, que <strong>mais</strong><br />
incomodam e <strong>mais</strong> desestruturam a sociedade uberlandense, bem como os<br />
que <strong>mais</strong> motivam outros crimes é tráfico. Em torno de 78% de todos os<br />
crimes praticados têm relação direta ou indireta com tráfico de<br />
drogas. Assim, estabelecemos metas específicas para cada Delegacia<br />
Regional. A Delegacia Regional de Ituiutaba recebeu um lote de metas<br />
e a de Araguari, também, conforme as circunstâncias criminais do<br />
local. A meta que Uberlândia recebeu foi baixar o índice de<br />
homicídios, reprimir efetivamente o tráfico de drogas e combater a<br />
pirataria.<br />
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Obviamente que, com esses recursos, já foi possível baixar<br />
esse índice de homicídios no mês de fevereiro, conforme expôs o Cel.<br />
Crovato.<br />
Gostaria de deixar registrado que, dentro dessa meta, a<br />
Delegacia Regional de Uberlândia - e aí falo do Delegado Regional, da<br />
sua equipe, dessa equipe fantástica de policiais, agentes e escrivães<br />
que estão aqui, que trabalham de dia, de noite, sábado, domingo,<br />
feriado, quando estão doentes, quando estão de férias - conseguiu,<br />
no ano passado, jogar para dentro da Delegacia Regional - desculpem o<br />
jargão policial - em torno de 2.500kg de drogas, uma apreensão<br />
fantástica. Este ano, em operação conjunta com o departamento de<br />
Patos de <strong>Minas</strong>, já realizamos uma apreensão de 110kg dentro da nossa<br />
área, com passagem por Uberlândia. Na semana passada, valendo-se de<br />
um trabalho de investigação, usando viaturas descaracterizadas,<br />
seguindo traficantes pela cidade inteira, a Delegacia de Homicídios,<br />
em um trabalho, dentro do jargão policial, de tabela, fez a apreensão<br />
de 1kg de pasta de cocaína que seria transformada em “crack”.<br />
Imaginem a quantidade de “crack” que tiramos de circulação da<br />
sociedade uberlandense. Esse 1kg seria transformado em muitas pedras<br />
de “crack”.<br />
Como nosso tempo aqui é bastante exíguo, não dá para vermos<br />
tudo, seria até cansativo. Mas fizemos uma aferição de trabalhos de<br />
Uberlândia, Ituiutaba e Araguari. A Polícia Civil trabalha com seus<br />
autos de prisão em flagrante, no plantão, nos inquéritos de portaria,<br />
nos inquéritos em tramitação, nos inquéritos remetidos à <strong>Ju</strong>stiça com<br />
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dilação de prazo, pedidos de dilação de prazos, inquéritos concluídos<br />
remetidos da <strong>Ju</strong>stiça, os TCOs, TCOs encaminhados.<br />
Fizemos um relatório que, se eu for ler os números, vai<br />
ficar cansativo, mas gostaria de deixar com V. Exa. para uma<br />
apreciação. São números bastantes elevados. Só para o senhor ter uma<br />
ideia, vou-me ater aos autos de prisão lavrados na delegacia de<br />
polícia, a nível de departamento. No ano passado fizemos 29.280 autos<br />
de prisão em flagrante. A Polícia Civil está produzindo bastante.<br />
Autos de prisão em flagrante no plantão: 2.743. Só em Uberlândia,<br />
para se ter ideia, nos últimos meses estamos lavrando, no plantão,<br />
uma média de 11 autos de prisão em flagrante por dia. Então, vou<br />
deixar esse documento de aferição de trabalho com o senhor para que<br />
seja feita uma avaliação posterior e para que seja de seu<br />
conhecimento.<br />
Item 4 - Homicídios. Como eu disse, uma das coisas que <strong>mais</strong><br />
nos preocupa no momento é o índice de homicídios. Quando digo que nos<br />
preocupa, refiro-me à Polícia Civil e à Polícia Militar porque a<br />
responsabilidade de executar e desenvolver as ações de combate e de<br />
exercer o controle efetivo é nossa. Temos os números dos homicídios,<br />
mas gostaria de ressaltar nosso trabalho, tudo o que foi feito aqui<br />
no combate à elevação do índice de homicídios, principalmente aqui em<br />
Uberlândia. Não vou falar de homicídios em Ituiutaba ou em Araguari<br />
porque o índice de apuração lá gira em torno de 85% em cada uma<br />
dessas delegacias regionais, mesmo porque o índice é bem pequeno. Em<br />
Uberlândia, que concentra o maior problema, como eu disse aos<br />
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senhores, dentro de um estudo de análise criminal, um estudo de<br />
criminologia social, verificamos que em torno de 78% dos homicídios<br />
estavam relacionados com o tráfico de drogas de forma direta ou<br />
indireta.<br />
Assim, estabelecemos aquelas metas, conforme disse no<br />
início da minha fala. Os resultados são os expostos aqui, e, se<br />
fôssemos lê-los, levaríamos bastante tempo. Mas, para o senhor ter<br />
ideia, em 2008 registramos oficialmente 96 homicídios; já em 2009,<br />
saltamos para 126. Estou falando de números oficiais, números<br />
registrados pelo Crisp. Esse número pode variar conforme a<br />
divulgação. Então, frente a esse aumento de 46,88%, desenvolvemos<br />
aquele trabalho com o apoio do governo e da nossa chefia. Tivemos<br />
como criar efetivamente a Delegacia de Homicídios em Uberlândia e,<br />
diante da necessidade de aumentar o efetivo, foi possibilitada a<br />
duplicação do número de Delegados, agentes e Escrivães dessa<br />
Delegacia para que pudéssemos combater esse fator de criminalidade.<br />
Os resultados foram bastante positivos. Podemos dizer que, de 2008<br />
para 2009, em termos oficiais, tivemos um índice de 17,4% no aumento,<br />
mas, em contrapartida, em janeiro de 2010 tivemos 18 homicídios. Dos<br />
18 homicídios, tivemos 19 vítimas de fatalidade.<br />
Vou explicar o porquê da diferença nos números. Uma das<br />
diferenças é causada pelo sistema de estatística. O sistema<br />
contabiliza o registro do homicídio e, às vezes, naquele registro,<br />
temos duas ou três vítimas. Então, tivemos 18 homicídios e,<br />
fatalmente, 19 vítimas. Desses 18 homicídios, 11 foram apurados, ou<br />
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seja, 63%. Já em fevereiro de 2010, tivemos 9 homicídios e 7<br />
apurados, sendo que 4 são relativos a homicídios acontecidos no ano<br />
passado. Então, com a implementação, em fevereiro tivemos a apuração<br />
de 7. Hoje estamos com 30 homicídios e um índice de apuração em torno<br />
de 52%, dados confirmados hoje, antes de virmos para cá. Ontem fiz<br />
uma pesquisa e quero deixar registrado o seguinte: o índice de<br />
apuração de homicídios no Estado de Goiás está girando em torno de<br />
16%; no Rio de Janeiro, em torno de 15%; em São Paulo, com a<br />
implementação de uma política governamental de segurança pública<br />
muito parecida com a nossa, o índice gira em torno de 40%; na Bahia,<br />
14%; aqui em Uberlândia, hoje, 52%. Então, nossa taxa de elucidação é<br />
de 52%.<br />
Desenvolvemos aqui algumas ações de controle para essa<br />
anomalia social que foi a criação da Delegacia de Homicídios,<br />
conforme já foi exposto, a reestruturação do quadro, e estamos<br />
desenvolvendo com a Polícia Militar ações de polícia integrada.<br />
Dentro desse princípio da integração, o setor de análise criminal da<br />
Polícia Militar tem trabalhado de uma forma <strong>mais</strong> efetiva junto à<br />
Polícia Civil na produção de informações que possibilitem os<br />
resultados positivos na investigação criminal, assim como outras<br />
ações de natureza integrada, ações de natureza operacional, como<br />
ações de presença das Polícias Civil e Militar naquelas áreas onde<br />
ocorre maior número de homicídios.<br />
Gostaria de registrar neste momento que sentimos a falta de<br />
uma democratização, de uma desburocratização no processo de<br />
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investigação. Faço questão de falar isso porque o senhor, como<br />
Deputado, tem condições de legislar. Temos como principal dificuldade<br />
na investigação essa grande burocratização no inquérito policial. O<br />
trâmite das investigações é algo bastante burocrático do ponto de<br />
vista técnico-jurídico. O investimento em tecnologia precisa ser<br />
melhorado de forma que possamos desenvolver uma investigação dentro<br />
dos princípios da policiologia, de uma polícia moderna, uma polícia<br />
técnica e científica.<br />
Item 5 - A título de informação a respeito daquilo que a<br />
Polícia Civil faz e ainda continua fazendo apesar de não ser <strong>mais</strong> sua<br />
função, elaboramos aqui um quadro que mostra as cadeias que a Polícia<br />
Civil ainda administra. Não vou ler os números, vou deixar o<br />
relatório com V. Exa. mas, para se ter ideia, em Uberlândia ainda<br />
temos uma cadeia. Está certo que a cadeia de Uberlândia é apenas para<br />
os presos autuados, aqueles que estão em movimentação. Faço questão<br />
de ressaltar a integração que temos com a Suap, principalmente com o<br />
amigo, irmão, companheiro e parceiro Cel. Adanil, que nos dá um<br />
grande apoio quanto a fazer o remanejamento desses presos. Temos<br />
cadeia em Canápolis, Capinópolis, Monte Alegre, Prata, Santa Vitória,<br />
Estrela do Sul, Tupaciguara, Araporã e Araguari, onde estamos com um<br />
problema, porque Araguari está abrigando menores em um anexo feito à<br />
delegacia e, de alguma forma, a polícia acaba se responsabilizando<br />
por esses menores. Os números de presos e a capacidade estão aí, mas<br />
posso dizer que em todas a capacidade foi extrapolada, muito acima do<br />
limite.<br />
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O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Gilmar, você tem 2<br />
minutos para concluir.<br />
O Sr. Gilmar Souza Freitas - Obrigado, já estou concluindo.<br />
Quadro de pessoal. Nosso quadro de pessoal, como o senhor sabe muito<br />
bem, quando a Polícia Civil contratou o INDG, contratou também para,<br />
além de fazer uma avaliação dos aspectos administrativos da polícia,<br />
ver o que poderia ter mudado. Então, foi elaborado um projeto de<br />
recomposição dos quadros da Polícia Civil. Esse projeto foi<br />
introduzido na Resolução nº 7.197 e fez a previsão dos quadros ideais<br />
para cada uma dessas cidades que compõem o 9º Departamento. Fez uma<br />
previsão para Uberlândia, Ituiutaba, Canápolis, Capinópolis, Monte<br />
Alegre, Prata, Santa Vitória, Araguari, Estrela do Sul, Tupaciguara.<br />
Vamos pegar Uberlândia. Pelo INDG, deveria ter 31 Delegados, no<br />
entanto temos 23; 51 Escrivães, temos 39; e o mesmo em relação às<br />
outras cidades.<br />
Em relação a viaturas, temos um quadro com a nossa frota,<br />
mas, por razões de tempo, vou saltar, apenas ressaltando uma<br />
situação: precisamos investir na Polícia Civil de Uberlândia. Estamos<br />
com diversos projetos. Um deles é a construção do PPI. Eu ia chorar<br />
um pouco, mas o tempo está acabando. PPI é Posto de Perícia<br />
Integrada. A Polícia Civil é uma polícia investigativa, todos sabem<br />
disso, e uma polícia que trabalha hoje de forma técnica e científica<br />
fazendo investigações, não só de natureza criminalística, mas também<br />
criminológica. Por isso precisamos urgentemente construir um PPI em<br />
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Uberlândia, não só pela necessidade de se estruturar a investigação<br />
criminal, mas porque Uberlândia merece um PPI há muito tempo.<br />
Fico até surpreso porque em São João del-Rei, em Passos, em<br />
Governador Valadares, em Diamantina, em Patos de <strong>Minas</strong>, em Poços de<br />
Caldas, em Frutal, em Januária, em Betim e em Divinópolis o PPI está<br />
sendo construído, mas Uberlândia não tem. Precisamos do apoio da<br />
Polícia Civil em Uberlândia, para dar um suporte para a investigação<br />
criminalística. O Cel. Crovato, recentemente, chamou-me a atenção<br />
para um detalhe que é positivo na investigação, que é a constituição<br />
de um banco de projéteis de arma de fogo. Sem o PPI, não temos<br />
condições de fazer isso em Uberlândia. Se tivéssemos o PPI, já<br />
teríamos condições de ter esse banco.<br />
Há várias outras coisas que não dá para falar. Se V. Exa.<br />
me permitir, pegarei uma cópia com o Delegado Regional para deixá-la<br />
com V. Exa. para uma avaliação posterior.<br />
Mais uma vez, registro a satisfação de recebê-los aqui com<br />
o propósito de apoiar a segurança pública na área do 9º Departamento.<br />
Muito obrigado.<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Agradecemos ao Dr.<br />
Gilmar a apresentação. Com a palavra, o Dr. Joemílson Donizetti<br />
Lopes, <strong>Ju</strong>iz de Direito da 2ª Vara Criminal, a quem agradecemos a<br />
presença. Concedemos a palavra a V. Exa. porque sabemos que tem uma<br />
pauta extensa no fórum e terá que ausentar-se desta reunião.<br />
O <strong>Ju</strong>iz Joemílson Donizetti Lopes - Cumprimento o Exmo.<br />
Deputado João Leite, os de<strong>mais</strong> Deputados, as autoridades que compõem<br />
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a Mesa dos trabalhos, as senhoras e os senhores que nos honram com<br />
sua presença. Na condição de <strong>Ju</strong>iz da 2ª Vara Criminal e de Diretor do<br />
Fórum da Comarca de Uberlândia, não me posso furtar a este momento,<br />
pontuando pelo menos quatro situações que reputo relevantes. A<br />
primeira é dar o meu testemunho sobre a integração das polícias, que<br />
tem sido relevante no combate à criminalidade. Essa é uma realidade<br />
de Uberlândia. Percebemos que essa integração está possibilitando a<br />
redução efetiva do índice de criminalidade, que se dá na medida em<br />
que a integração proporciona a troca de experiências e,<br />
principalmente, a troca de informações relevantes no combate e<br />
prevenção à criminalidade. Portanto, Srs. Deputados, sugiro a<br />
implementação dessa integração com maior ênfase não só na cidade de<br />
Uberlândia, mas em todo o âmbito estadual.<br />
Outra situação que quero pontuar é a existência do programa<br />
Fica Vivo, da Secretaria de Defesa Social. Por intermédio desse<br />
programa, nós, em Uberlândia e acredito que também em todo o Estado,<br />
estamo-nos reunindo bienalmente com os diversos setores que integram<br />
o setor de segurança pública, discutindo ações que vêm ao encontro do<br />
anseio da comunidade, que é o combate à criminalidade. O Fica Vivo<br />
deve ser expandido aqui também para implementarmos <strong>mais</strong> ações não só<br />
em Uberlândia, mas em todo o Estado, porque os resultados são<br />
efetivos. É isso que estamos sentindo em Uberlândia.<br />
Outro ponto que aflige não só a Comarca de Uberlândia, mas<br />
todo o Estado é o cumprimento dos mandados de prisão. Srs. Deputados,<br />
pasmem, Uberlândia tem hoje pelo menos 1.500 mandados de prisão para<br />
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serem cumpridos. E não estão sendo cumpridos por uma questão de<br />
política criminal. Hoje, se dêssemos efetivo cumprimento a esses<br />
1.500 mandados de prisão, teríamos, obviamente, um colapso no sistema<br />
prisional. Daí a necessidade de estudar essa situação. Deixo essa<br />
sugestão para que esta Comissão faça um estudo de âmbito estadual<br />
para contabilizar o número efetivo de mandados de prisão que existem<br />
no Estado e que não estão sendo cumpridos, para identificarmos as<br />
causas disso. A partir do momento em que existe um mandado de prisão,<br />
é porque um ato criminal foi cometido, pelo menos em tese, e precisa<br />
ser cumprido para que o processo chegue ao fim. E, se não chega ao<br />
seu fim, existe sentimento de impunidade. É exatamente o sentimento<br />
de impunidade que faz com que o índice de criminalidade cresça, assim<br />
como tem crescido o índice de homicídios em Uberlândia, à míngua de<br />
uma apuração devida em relação à morte de um representante da<br />
comunidade local em um dos bairros <strong>mais</strong> populosos de Uberlândia.<br />
Todos nós sabemos dessa situação, e até hoje o autor desse hediondo<br />
homicídio não foi parar atrás das grades.<br />
São situações como essa, assim como o não cumprimento dos<br />
mandados de prisão, que fazem grassar na sociedade o sentimento de<br />
impunidade e fazem com que o crime cresça porque o bandido sente que<br />
vale a pena cometer o crime na medida em que não paga por ele.<br />
Para que não haja um colapso no sistema prisional, é<br />
necessária a construção de novos presídios. Mas não defendo a<br />
construção de <strong>mais</strong> presídios em Uberlândia e, muito menos, a<br />
ampliação da capacidade carcerária da cidade. Defendo a construção de<br />
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presídios menores com capacidade para abrigar até 100 detentos, como<br />
ocorre em Araguari. Aí, sim, o Diretor do presídio tem condição de<br />
ressocializar o cidadão que está ali para esse fim. Na medida em que<br />
houver um presídio com, no máximo, 100 vagas, o Diretor certamente<br />
terá condições de conhecer um a um, saber o nome de cada um e dizer<br />
quem é o pai, quem é a mãe e o motivo de aquele cidadão estar ali. Só<br />
conhecendo a situação real de cada detento é possível provocar a<br />
ressocialização. O que não podemos é fazer com que os aglomerados,<br />
como existem hoje em Uberlândia, com <strong>mais</strong> de 2.500 detentos se tornem<br />
um problema social difícil de ser tratado. Ali, o Diretor do presídio<br />
não tem condição de chamar cada detento pelo nome e de identificar, à<br />
vista da pessoa, quem é o cidadão. Digo “cidadão” enquanto for<br />
verificada a sua situação no meio social, até porque a maioria deles<br />
não é de Uberlândia.<br />
A partir do momento em que forem construídos novos<br />
presídios com capacidade reduzida em vários rincões do Estado de<br />
<strong>Minas</strong> Gerais, aí sim, o detento poderá ser ressocializado no meio<br />
onde nasceu e onde foi criado. Aí, sim, acredito na ressocialização.<br />
Por fim, ressalto a necessidade da instalação de <strong>mais</strong> varas<br />
criminais não só em Uberlândia, mas em todo o Estado de <strong>Minas</strong> Gerais.<br />
É óbvio que isso não é competência da <strong>Assembleia</strong> Legislativa. As<br />
varas foram criadas. Uberlândia, na última reforma da Lei de<br />
Organização <strong>Ju</strong>diciária, nos brindou com a criação de 10 novas varas.<br />
Mas até hoje, lamentavelmente, nenhuma delas foi instalada em<br />
Uberlândia. E é por isso que venho publicamente dizer que Uberlândia<br />
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precisa da instalação urgente de <strong>mais</strong> varas criminais. O Tribunal de<br />
<strong>Ju</strong>stiça de <strong>Minas</strong> Gerais tem um parâmetro para a instalação, que é uma<br />
distribuição média mensal de, no mínimo, 120 processos. Uberlândia<br />
está com 200 processos por vara criminal. Se fizermos um simples<br />
cálculo aritmético, perceberemos que, se cada <strong>Ju</strong>iz recebe 200<br />
processos criminais mensalmente, ja<strong>mais</strong> terá condição de manter o seu<br />
acervo zerado. Se dividirmos 200 processos pelos dias úteis e pelas<br />
horas trabalhadas, ainda que consideremos 12, 14 ou 16 horas por dia,<br />
o <strong>Ju</strong>iz não terá tempo de estudar minimamente e suficientemente o<br />
processo para sentenciá-lo. Essa é uma realidade não só de<br />
Uberlândia, mas de todo o Estado.<br />
A Comissão pode ajudar nisso, sugerindo ou recomendando ao<br />
Tribunal de <strong>Ju</strong>stiça que efetive a instalação de varas criminais<br />
quando houver um patamar de 120 processos de distribuição mensal. Se<br />
esse patamar for ultrapassado, que seja efetivada a instalação de uma<br />
vara criminal, a exemplo da necessidade atual de Uberlândia.<br />
Essas são as situações que quero apresentar. Deixo a<br />
sugestão de reforçar a integração do trabalho policial para aprimorar<br />
a troca de experiências e a troca de informações, criando-se um<br />
sistema unificado de inteligência das Polícias Civil e Militar;<br />
ampliar o programa Fica Vivo, que tem proporcionado bons resultados;<br />
pesquisar, em todo o Estado, o número de mandados de prisão em aberto<br />
que não foram cumpridos e identificar as causas do não cumprimento<br />
para tentar fazer com que sejam cumpridos e que o processo criminal<br />
chegue ao seu fim; criar novos presídios com capacidade para abrigar,<br />
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no máximo, 100 detentos para que, aí, sim, sejam ressocializados. E,<br />
talvez, sugerir ao Tribunal de <strong>Ju</strong>stiça de <strong>Minas</strong> Gerais a instalação<br />
de <strong>mais</strong> varas criminais. Muito obrigado pela oportunidade. (-<br />
Palmas.)<br />
O Sr. Presidente - Cumprimentamos e parabenizamos o Dr.<br />
Joemílson, Diretor do fórum. A Deputada Maria Tereza Lara, Vice-<br />
Presidente, dará prosseguimento aos trabalhos e receberá as<br />
autoridades que chegaram neste momento.<br />
A Sra. Presidente (Deputada Maria Tereza Lara) -<br />
Agradecemos a presença do Ten. Carlos Alves de Oliveira,<br />
Superintendente Municipal de Defesa Social; da Sra. Elisa Carvalho,<br />
Diretora da Escola Estadual Sérgio de Freitas Pacheco; da Sra. Onília<br />
Maria de Oliveira, Diretora da Escola Estadual João Resende; dos<br />
Vereadores Dioneir e Ivair, de Canápolis; do assessor do Ten. Lúcio;<br />
do Vereador Francismar, de Cachoeira Dourada; da Dra. Gláucia,<br />
psicóloga e líder comunitária; do Sr. Carmélio Cardel, representante<br />
do Consep; do Sr. Edson Divino, Presidente da Associação de Moradores<br />
do Bairro Alvorada; do Sr. Marcos Assis, representando o Projeto de<br />
Vizinhança Solidária no Bairro Vigilato.<br />
Agradecemos a presença de todos, dos representantes das<br />
entidades, dos órgãos de segurança e da sociedade civil.<br />
Com a palavra, o Dr. José Pacífico Martins Ferreira,<br />
Delegado de Polícia Federal em Uberlândia, representando o Dr. Jerry<br />
Antunes de Oliveira, Superintendente Regional do Departamento de<br />
Polícia Federal em <strong>Minas</strong> Gerais.<br />
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O Delegado José Pacífico Martins Ferreira - Cumprimento a<br />
Deputada Maria Tereza Lara; as de<strong>mais</strong> autoridades presentes, a quem<br />
peço vênia por não nominá-las; as senhoras e os senhores.<br />
Em nome do Dr. Jerry, Superintendente da Polícia Federal no<br />
Estado de <strong>Minas</strong> Gerais, agradeço a oportunidade de participar deste<br />
debate tão importante para a sociedade, sobretudo na área de<br />
segurança pública. Ratifico as palavras do Dr. Gilmar, dizendo que é<br />
importante que esta Comissão venha <strong>mais</strong> vezes a Uberlândia. Assim, a<br />
Comissão poderá checar o trabalho feito pela polícias estaduais e,<br />
com certeza, saber quais são as suas reivindicações para que, junto<br />
ao governo, consiga metas e reivindicações para que esse trabalho<br />
seja <strong>mais</strong> bem desempenhado.<br />
No que tange à atribuição da Polícia Federal sobre os<br />
crimes investigados já previstos na Constituição Federal, o crime que<br />
<strong>mais</strong> converge com a atribuição das Polícias Estadual e Federal é o<br />
tráfico de entorpecentes. Muitas vezes o crime é investigado na<br />
Delegacia de Polícia Federal de Uberlândia, mas a apreensão é feita<br />
em outra localidade.<br />
No que se refere a esse crime específico, no ano passado<br />
foram apreendidos em Uberlândia, pela Delegacia de Polícia Federal na<br />
região, em torno de 1.220kg de maconha e 102kg de cocaína, com <strong>mais</strong><br />
de 190 pessoas presas.<br />
Destaco também o trabalho da Delegacia na Operação<br />
Triângulo, desencadeada em outubro. Na oportunidade, foram presas 40<br />
pessoas. Vejo também, conforme disseram o Dr. Gilmar e o Cel.<br />
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Crovato, que uma das causas maiores do percentual de 80% para os<br />
crimes violentos tem envolvimento com o tráfico de entorpecentes.<br />
Nesse aspecto, a Polícia Federal trabalha diuturnamente para prender<br />
os traficantes e retirá-los de circulação para baixar esse índice.<br />
Mas não basta só prendê-los, é necessário que o mandado de prisão<br />
seja cumprido, que os presídios tenham melhores condições e uma série<br />
de fatores para reduzir a criminalidade.<br />
Segurança pública é prioridade no Brasil, razão pela qual a<br />
Comissão de Segurança Pública está aqui.<br />
O nosso país é independente, produz o seu próprio petróleo,<br />
o seu próprio combustível. Comentei recentemente com o Deputado<br />
Gilmar Machado e, ainda há pouco, com o Deputado Luiz Humberto<br />
Carneiro que, como fui Delegado da Polícia Civil, senti <strong>mais</strong> de perto<br />
um problema que também permanece na Polícia Federal: temos<br />
dificuldade de colocar viaturas nas ruas em função da escassez de<br />
combustível. Por quê? Se o País é independente, produz seu próprio<br />
petróleo, por que não favorecer o abastecimento de combustível para<br />
as polícias, que, assim, poderiam desempenhar melhor o seu trabalho?<br />
Se tirassem o imposto dos combustíveis, com certeza não<br />
enfrentaríamos dificuldades, as viaturas poderiam entrar em operação.<br />
Por que não fazem isso? Vamos levantar essa bandeira a partir de<br />
hoje, já que a Comissão de Segurança Pública da <strong>Assembleia</strong> está aqui.<br />
Os Deputados Luiz Humberto Carneiro e Gilmar Machado concordaram com<br />
a minha sugestão. Tenho certeza absoluta de que essa medida reduziria<br />
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muitos custos, facilitaria o trabalho das polícias estaduais e,<br />
consequentemente, o trabalho da Polícia Federal.<br />
Agradeço, <strong>mais</strong> uma vez, a oportunidade de estar aqui. A<br />
Polícia Federal de Uberlândia, dentro da sua atribuição, com as<br />
Polícias Civil e Militar, tem feito um trabalho que está obtendo<br />
resultados positivos para a nossa cidade. Aproveito a oportunidade<br />
para ressaltar essa parceria, que ocorre de forma brilhante em<br />
Uberlândia, nas pessoas do Dr. Gilmar e do Cel. Crovato. No trabalho<br />
de combate ao tráfico de entorpecentes, essa parceria tem conseguido<br />
melhores resultados em Ituiutaba, onde conseguimos prender diversos<br />
traficantes. Se não fosse o trabalho das Polícias Civil e Militar,<br />
com certeza não teríamos conseguido resultados positivos, como as<br />
prisões feitas em anos anteriores e que continuarão sendo feitas<br />
daqui para a frente.<br />
Nesse trabalho de parceria com a delegacia de Uberlândia,<br />
no que diz respeito ao tráfico de entorpecentes, conseguimos<br />
apreender, em 20 de fevereiro, 42kg de cocaína. Os que trabalham em<br />
segurança pública sabem como isso é difícil. Mais uma vez, obrigado.<br />
A Delegacia da Polícia Federal de Uberlândia está à disposição desta<br />
Comissão para que, juntos, possamos ficar <strong>mais</strong> fortes e, assim,<br />
propiciar melhor segurança para a comunidade de Uberlândia. Obrigado.<br />
A Sra. Presidente (Deputada Maria Tereza Lara) - Obrigada,<br />
Dr. José Pacífico. Concedemos a palavra ao Dr. Altemiro Olinto<br />
Cristo, Chefe da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal em<br />
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Uberlândia, representando Waltair Vasconcelos Sobrinho,<br />
Superintendente da Polícia Rodoviária Federal em <strong>Minas</strong> Gerais.<br />
O Sr. Altemiro Olinto Cristo - Bom-dia a todas e a todos.<br />
Na pessoa da Presidente, Deputada Maria Tereza Lara, cumprimento os<br />
componentes da Mesa, as autoridades presentes, as senhoras e os<br />
senhores.<br />
Gostaria de destacar que o trabalho da Polícia Rodoviária<br />
Federal, desde 2009, quando aqui cheguei, tem sido voltado<br />
principalmente para a prevenção de acidentes. Esse tem sido o nosso<br />
maior problema na região. Como essa prevenção é feita diuturnamente,<br />
principalmente no que diz respeito a embriaguez ao volante, estamos<br />
obtendo resultados positivos, mas nosso trabalho não tem sido coroado<br />
de êxito total por várias questões, como as condições de rodovias e<br />
motoristas imprudentes. Esse tem sido o nosso principal trabalho.<br />
Quanto à criminalidade, ainda que em nossa região existam<br />
registros de assaltos a ônibus, 2009 foi um ano positivo. O nosso<br />
trabalho foi coroado de êxito, em parte pela nossa presença nas<br />
rodovias, em parte pelo trabalho realizado com as Polícias Militar e<br />
Civil. A nossa troca de informações, se não impede o assalto em<br />
muitos momentos, tem alcançado resultados positivos com a prisão<br />
posterior dessas pessoas. O trabalho da Polícia Militar, com<br />
informações dentro da cidade, tem sido muito bom. Isso tem gerado<br />
resultados satisfatórios nas rodovias federais.<br />
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Gostaria de cumprimentar esta Comissão pela sua presença em<br />
Uberlândia. É muito importante sabermos que os senhores estão<br />
preocupados com os nossos problemas. Muito obrigado.<br />
A Sra. Presidente - Obrigada, Dr. Altemiro. Registramos e<br />
agradecemos a presença de: <strong>Ju</strong>arez, Presidente do Conselho de<br />
Entidades Comunitárias de Uberlândia; Ludoana Paiva e Daniele Amorim,<br />
técnicas do programa de Reintegração Social de Egressos do Sistema<br />
Prisional - Núcleo de Prevenção à Criminalidade. É um programa muito<br />
importante. Depois poderemos falar sobre ele.<br />
Com a palavra, o Dr. Breno Linhares Lintz, Promotor de<br />
<strong>Ju</strong>stiça da Comarca de Uberlândia, representando o Dr. Alceu José<br />
Torres Marques, Procurador-Geral de <strong>Ju</strong>stiça.<br />
O Promotor Breno Linhares Lintz - Nobre Deputada Maria<br />
Tereza Lara, em cuja pessoa cumprimento todos os presentes. Estamos<br />
discutindo segurança pública. Vi, em algumas faixas, reclamações<br />
contra o atual Governador, reivindicações salariais, maior segurança<br />
etc.<br />
Deputada, com alguma propriedade, posso afirmar que<br />
Uberlândia, durante os últimos 25 anos, com exceção do governo Aécio,<br />
ficou esquecida. Ocorreu um sucateamento da Polícia Militar, da<br />
Polícia Civil, do Ministério Público, do Poder <strong>Ju</strong>diciário e de todos<br />
os órgãos ligados à segurança pública. Lembro-me muito bem - comentei<br />
isso com o Deputado Luiz Humberto Carneiro - que passamos pelos<br />
governos Aureliano Chaves, Hélio Garcia, Tancredo Neves, Newton<br />
Cardoso, Hélio Garcia novamente, Azeredo e Itamar Franco. Tenho<br />
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propriedade para falar sobre isso, porque sou Promotor de <strong>Ju</strong>stiça há<br />
20 anos. Sou filho do único <strong>Ju</strong>iz Criminal que, durante 27 anos,<br />
desempenhou suas atividades em Uberlândia. Estou com 47 anos. Tenho<br />
propriedade para afirmar que sempre aconteceu isso em Uberlândia, ou<br />
seja, estamos sempre correndo atrás de migalhas em Belo Horizonte, a<br />
fim de conseguir alguma coisa.<br />
O Crovato e o Dr. Gilmar fizeram explanações. Devemos<br />
parabenizar muito a atitude desses dois na direção das corporações<br />
porque, em Uberlândia, temos a preocupação de correr atrás de Belo<br />
Horizonte para pedir: “Pelo amor de Deus, enviem uma viatura; pelo<br />
amor de Deus, enviem efetivos; pelo amor de Deus, façam alguma<br />
coisa”. Houve também um crescimento em minha vida, porque frequentava<br />
<strong>Ju</strong>iz de Fora, onde tenho parentes. Aquela cidade é <strong>mais</strong> bem tratada<br />
pelo governo de <strong>Minas</strong> que Uberlândia, talvez pelo fato de Itamar<br />
Franco - que foi Governador de <strong>Minas</strong>, Presidente da República e<br />
Senador - residir ali.<br />
É uma vergonha compararmos as duas cidades porque<br />
Uberlândia está muito acima de <strong>Ju</strong>iz de Fora e de outros Municípios.<br />
Se compararmos os efetivos da Polícia Militar, veremos que o efetivo<br />
de Uberlândia está menor. (- Palmas.) O efetivo da Polícia Civil é<br />
quase três vezes menor que o de <strong>Ju</strong>iz de Fora. É uma vergonha aquela<br />
cidade ser melhor que Uberlândia. (- Palmas.)<br />
Falo com propriedade que, em 2006, conforme explanação<br />
feita pela direção da Polícia Militar, Uberlândia teve 6.414<br />
assaltos. <strong>Ju</strong>iz de fora teve 512. O tratamento de Uberlândia e <strong>Ju</strong>iz de<br />
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Fora foi igual, com o mesmo número de pessoas trabalhando na Polícia<br />
Civil, no <strong>Ju</strong>diciário, no Ministério Público e na Polícia Militar. É<br />
uma vergonha tratarem Uberlândia dessa forma. (- Palmas.) Por isso os<br />
políticos de Uberlândia que tentam a criação do Estado do Triângulo<br />
deveriam continuar à frente dessa luta. É uma vergonha que uma cidade<br />
como a nossa tenha de pedir melhorias, pelo amor de Deus, em Belo<br />
Horizonte.<br />
Sugiro - esse compromisso deveria ser feito nesta reunião -<br />
o seguinte: para que a Polícia Civil, a Polícia Militar, as vagas no<br />
sistema penitenciário, o <strong>Ju</strong>diciário e o Ministério Público possam<br />
crescer, deveria existir uma lei com um índice de crescimento. Por<br />
exemplo, cresceu a população, cresce o <strong>Ju</strong>diciário, a Polícia Civil, a<br />
Polícia Militar, enfim, crescem todos os que estiverem ligados à área<br />
de segurança. Os políticos de <strong>Ju</strong>iz de Fora gritam a todo o momento,<br />
em qualquer encaminhamento de projeto de lei à <strong>Assembleia</strong>, mas<br />
ficamos tolhidos porque somos menores em número e, assim, não<br />
conseguimos acompanhar o que eles pretendem levar para aquelas<br />
regiões. Ao chegar algum projeto à <strong>Assembleia</strong> Legislativa, 11<br />
Deputados do Triângulo Mineiro lutam contra 20 parlamentares.<br />
Não é possível que Uberlândia seja tratada igual a <strong>Ju</strong>iz de<br />
Fora. Conheço os dois lugares. Conheço Uberlândia desde que tinha 60<br />
mil habitantes. Conheço <strong>Ju</strong>iz de Fora desde que tinha 90 mil<br />
habitantes. Isso ocorreu em 1966 ou 1967, quando meu pai veio para cá<br />
como <strong>Ju</strong>iz de Direito. De lá até o governo Aécio Neves, Uberlândia<br />
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foi, pelo amor de Deus, pedir melhorias aos governos. Isso é uma<br />
vergonha.<br />
Por isso volto a repetir: precisamos ter um índice de<br />
crescimento, que pode ser criado pelos Deputados em <strong>Minas</strong> Gerais. Não<br />
adianta <strong>Ju</strong>iz de Fora achar que é <strong>mais</strong> bonita que as outras, porque de<br />
lá saiu um Presidente da República, e querer colocar o mesmo número<br />
de Promotores que Uberlândia, porque em Uberlândia há muito <strong>mais</strong><br />
serviço; não adianta <strong>Ju</strong>iz de Fora porque teve Senador, teve outros<br />
cargos na direção do governo de <strong>Minas</strong> e do Brasil, querer que a<br />
Polícia Civil de lá seja quase três vezes maior que a de Uberlândia.<br />
Isso pode ser confirmado pelo Delegado Gilmar. Ficamos à mercê dos<br />
encaminhamentos de projetos de lei, precisamos telefonar sempre para<br />
os Deputados Tenente Lúcio, Luiz Humberto Carneiro, Weliton Prado e<br />
pedir, pelo amor de Deus, alguma coisa para a nossa cidade.<br />
Na época em que seriam criadas <strong>mais</strong> varas no <strong>Ju</strong>diciário -<br />
depois disso, encerrarei a minha fala, quero apenas fazer comentários<br />
sobre algo gravíssimo que ocorrerá dentro de alguns dias -, foi<br />
encaminhado, pelo próprio Presidente do Tribunal de <strong>Ju</strong>stiça, um<br />
projeto de lei à <strong>Assembleia</strong> Legislativa. Nesse projeto, <strong>Ju</strong>iz de Fora<br />
estava sendo <strong>mais</strong> beneficiada que Uberlândia. Procuramos o Deputado<br />
Luiz Humberto Carneiro e o pessoal daqui para indagar em que estavam<br />
se fundamentando para requererem aquilo. Eles não tinham aquele<br />
direito. Procuramos os Deputados, que conseguiram, na bacia das<br />
almas, equiparar as duas cidades. <strong>Ju</strong>iz de fora continua crescendo,<br />
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como Uberlândia, na área de segurança pública, apesar de a nossa<br />
população ultrapassar a de <strong>Ju</strong>iz de Fora em <strong>mais</strong> de 50 mil habitantes.<br />
É preciso criarmos um índice: por exemplo, se houver<br />
aumento de 50 mil habitantes na comarca, serão designados 2 <strong>Ju</strong>ízes, 2<br />
Promotores, 100 policiais militares, 50 policiais civis. É fácil<br />
criar esse índice. Aqui, não podemos planejar melhorias na segurança<br />
pública. O Gilmar e o Crovato têm feito mágicas porque conseguiram<br />
reduzir índices sem que tivessem tranquilidade no trabalho, que virá<br />
somente quando tivermos a certeza de que Uberlândia não será colocada<br />
de lado enquanto essas cidadezinhas do resto do Estado estão sendo<br />
<strong>mais</strong> bem aparelhadas que aqui. Temos de acabar com isso.<br />
O índice de criminalidade no País, como em qualquer região<br />
do mundo, gira em torno de 0,7% a 1,2% da população. Isso ocorre na<br />
Suíça, nos Estados Unidos e em qualquer lugar do mundo. Não devemos<br />
falar que a criminalidade ocorre aqui por questões sociais. É a mesma<br />
coisa, o problema está no ser humano. Se o índice de criminalidade<br />
gira em torno de 0,7% a 1,2% - qualquer estudo científico afirma o<br />
que estou dizendo -, Uberlândia precisaria de pelo menos 5 mil vagas<br />
no sistema carcerário, mas não tem isso. Precisamos de 5 mil vagas.<br />
Devem ser criados locais para recolher as pessoas, que não<br />
podem ficar nas ruas.<br />
A Polícia Civil e a Polícia Militar receberam um reforço<br />
significativo nesses últimos quatro anos de governo, por isso não<br />
culpo Aécio Neves, e sim os governantes anteriores: Itamar Franco,<br />
Azeredo, Hélio Garcia, Newton Cardoso, Tancredo Neves. Aureliano foi<br />
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o último a olhar por Uberlândia. Agora o Aécio voltou a olhar, mas<br />
não fará mágica, então vamos continuar reclamando dele, mas se o<br />
compararmos aos cinco anteriores, ele mandou <strong>mais</strong> gente,<br />
proporcionalmente à população, do que todos os que estiveram à frente<br />
do governo de <strong>Minas</strong>. O problema do crescimento...<br />
O Deputado Luiz Humberto Carneiro - Breno, pela ordem, só<br />
para ajudá-lo a esclarecer.<br />
Luiz Humberto.<br />
O Promotor Breno Linhares Lintz - Só um momento, Deputado<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Ele tem de<br />
terminar sua fala para V. Exa. pedir a palavra pela ordem.<br />
O Promotor Breno Linhares Lintz - Já vou encerrar. Lembro<br />
que a Polícia Civil e a Polícia Militar receberam reforços. Minha<br />
crítica é feita ao Tribunal de <strong>Ju</strong>stiça e à minha instituição, porque<br />
caminhamos juntos. Quando o efetivo trabalho do crescimento da<br />
Polícia Civil aparecer no fórum, vão começar a receber processos com<br />
estouro de prazos, e os bandidos vão para as ruas de Uberlândia,<br />
porque nesses últimos quatro anos a Polícia Militar cresceu, a<br />
Polícia Militar cresceu, e os <strong>Ju</strong>ízes e Promotores continuam em mesmo<br />
número. Agora há pouco, falei ao Gilmar que está chegando ao<br />
Ministério Público um número maior, bastante significativo, de<br />
processos criminais. Vamos oferecer denúncias para se realizar a<br />
audiência de um caso complexo que envolva tráfico de drogas, assalto,<br />
o <strong>Ju</strong>iz não consegue fazer <strong>mais</strong> do que duas audiências por dia,<br />
porque, além dessas duas audiências, o <strong>Ju</strong>iz ainda tem de sentenciar<br />
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outros processos cujos prazos estão vencendo. Se já estão marcando<br />
audiências para daqui a três meses, quando o efetivo de Delegados que<br />
chegaram a Uberlândia começar a apresentar a conclusão dos trabalhos<br />
do ano passado para agora, teremos sérios problemas com a questão do<br />
andamento processual. Com certeza, algumas pessoas que deveriam ser<br />
mantidas na cadeia em Uberlândia sairão. Muito obrigado. Desculpem-me<br />
se me excedi, mas era o que deveria ser dito.<br />
O Sr. Presidente - Com a palavra, pela ordem, o Deputado<br />
Luiz Humberto Carneiro.<br />
O Deputado Luiz Humberto Carneiro - Sr. Presidente,<br />
gostaria de aproveitar para esclarecer o posicionamento do Dr. Breno.<br />
Breno, com o maior respeito que lhe tenho, entendo que você cometeu<br />
uma única gafe. Em relação aos governos anteriores, tudo bem. Da<br />
época Aécio para cá isso não acontece, tanto é que estamos aqui com o<br />
Cel. Crovato, só para esclarecer. Na cidade de <strong>Ju</strong>iz de Fora há 1.600<br />
policiais. Em Uberlândia, há quase 1.600. Isso é coisa do passado,<br />
graças ao nosso Governador e à nossa interferência, dos políticos que<br />
estamos à Mesa, dos Prefeitos desta região, dos Vereadores. Temos<br />
buscado a igualdade de trabalho e <strong>mais</strong> do que isso. Para você ter uma<br />
ideia, justificando, naquela regional há 86 Municípios, enquanto na<br />
nossa há apenas 18. Temos 2.700 efetivos de polícia nessa área,<br />
enquanto lá são 3.600. Concordo com você que no passado nós sofremos<br />
muito, mas, graças a Deus, com o governo Aécio e com o trabalho de<br />
nossas polícias, temos encontrado não só um resultado positivo, mas<br />
também através do governo e de todos os políticos desta região temos<br />
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encontrado respeito de um Governador que realmente é sério e quer<br />
colocar a segurança em primeiro lugar.<br />
Weliton Prado.<br />
O Sr. Presidente - Com a palavra, pela ordem, o Deputado<br />
O Deputado Weliton Prado - Com todo o respeito ao nobre<br />
Deputado Luiz Humberto Carneiro, concordo com o que o Dr. Breno<br />
disse, que é uma realidade. Temos de reconhecer que aumentou o<br />
efetivo, melhorou a quantidade de equipamentos, mas é totalmente<br />
insuficiente perto da necessidade e perto do que foi prometido. Cito<br />
um exemplo. Houve uma fuga frustrada em Monte Alegre, cujos policiais<br />
não tinham armamento. Há pouco tempo, o Deputado Antônio Júlio<br />
denunciou que na cidade de Nova Ponte o policial deparou-se com o<br />
bandido e, ao tentar utilizar a arma, esta não funcionou. Ele jogou o<br />
revólver na cabeça do bandido.<br />
Estão presentes vários Prefeitos da região, que me<br />
confidenciaram que não aguentam <strong>mais</strong>. Se não colocarem gasolina nos<br />
veículos, se não fizerem a manutenção dos prédios, as forças de<br />
segurança praticamente paralisam, se não houver o apoio do poder<br />
público municipal.<br />
Fui Presidente da Comissão de Assuntos Municipais, ocasião<br />
em que fizemos um levantamento, e 10% de tudo o que é gasto nos<br />
Municípios é com atribuições do Estado ou da União. Então, a situação<br />
é muito séria. Sabemos que segurança pública é dever do Estado,<br />
responsabilidade de todos, mas o Governador afirmou que Uberlândia<br />
seria referência em segurança pública, não só para <strong>Minas</strong> Gerais, mas<br />
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para o Brasil, o que não aconteceu. Em 2006 prometeu que elevaria o<br />
piso do salário dos policiais para R$2.500,00, o que, infelizmente,<br />
não aconteceu. Semana passada, centenas de policiais se mobilizaram -<br />
eu estava presente - na Praça da <strong>Assembleia</strong> cobrando do governo uma<br />
postura: 0% de reajuste previsto para este ano, sendo que o Orçamento<br />
de 2003 para cá subiu de 17 bilhões para <strong>mais</strong> de 40 bilhões de reais.<br />
Para finalizar, estou apresentando um requerimento e quero<br />
saber que motivos levaram a essa denúncia, muito séria. Sei que a<br />
Comissão já aprovou um requerimento para viabilizar o sistema de<br />
análise de impressão digital, em funcionamento no País desde 2006. A<br />
Polícia Federal e a Secretaria Nacional de Segurança Pública<br />
compraram os equipamentos, e o único Estado que não aceitou recebê-<br />
los foi <strong>Minas</strong> Gerais. Esses equipamentos garantem a automatização na<br />
identificação das impressões digitais, com resultado imediato nas<br />
perícias, identificando instantaneamente a impressão digital de<br />
possíveis suspeitos deixadas em objetos nas áreas de crimes. O<br />
programa realiza automaticamente a leitura e a comparação dos<br />
fragmentos de impressões digitais. O “serial killer”, por exemplo,<br />
maníaco que matou <strong>mais</strong> de cinco mulheres na Região Metropolitana de<br />
Belo Horizonte, teria sido automaticamente identificado e preso.<br />
Então, apresentamos requerimento e queremos uma justificação por que<br />
há anos o governo do Estado recusou-se a receber esse equipamento,<br />
que está na caixa da Polícia Federal em Brasília, que teria um<br />
convênio com a Polícia Civil, e o governo do Estado teria acesso a<br />
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todos os bancos de digitais da Polícia Federal de todo o Brasil. Não<br />
foi o que aconteceu.<br />
Trago aqui uma denúncia feita pelo Presidente do Sindicato<br />
da Polícia Federal de <strong>Minas</strong> Gerais, Dr. Renato, que me solicitou<br />
pontuar isso, uma vez que estaria aqui em Uberlândia. Quais os<br />
motivos por que até hoje <strong>Minas</strong> Gerais não aceitou receber esse<br />
equipamento, que poderia identificar e colocar muitos bandidos na<br />
cadeia imediatamente, de forma que não ficassem nas ruas?<br />
Apresentarei esse requerimento. Gostaria apenas de pontuar e de<br />
concordar com o que foi dito pelo Promotor Breno.<br />
O Sr. Presidente - Registro a presença de Danielle Amorim e<br />
de Louduana(?) Paiva, do Núcleo de Prevenção à Criminalidade de<br />
Uberlândia, do governo de <strong>Minas</strong> Gerais; Elisabeth, Vice-Presidente do<br />
Consep da 92ª Cia.; Gaspar Lopes dos Reis; Divino Tadeu, Presidente<br />
da Associação dos Moradores do Bairro Alto Umuarama; Ana Lúcia Paula,<br />
Presidente da Associação dos Moradores do São Gabriel e Campo Alegre;<br />
Deusdete Moura, Presidente da Associação dos Moradores de Santa<br />
Luzia; Renato Goulart, representante da Associação de Proteção aos<br />
Apenados e Condenados - Apac -, Conselheiro do Conselho Municipal de<br />
Políticas Antidrogas e Vice-Presidente do Conselho Municipal de<br />
Segurança; Dr. Ricardo Lott, representando a OAB.<br />
Com a palavra, o Ten. Cel. Felipe José Aidar Martins,<br />
Comandante do 5º Batalhão dos Bombeiros Militares.<br />
O Ten.-Cel. Felipe José Aidar Martins - Bom-dia a todos.<br />
Exmo. Sr. Deputado João Leite, nosso amigo João Leite, uma das<br />
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primeiras pessoas que procuramos em 2003 com um projeto social para<br />
atender pessoas com necessidades especiais em atividades aquáticas no<br />
Bombeiros. Enquanto outras pessoas disseram que não era uma<br />
necessidade, ele foi o primeiro a prestar apoio, e até hoje tem-nos<br />
apoiado. A Deputada Maria Tereza Lara e eu tentamos colocar os<br />
Bombeiros em Betim, em 2004, mas não conseguimos. Hoje há Bombeiros<br />
lá, mas não ao nível que Betim merece. O amigo Deputado Tenente Lúcio<br />
nos tem ajudado muito aqui em Uberlândia, assim como o amigo e<br />
Deputado Luiz Humberto Carneiro, que tanto nos tem ajudado em relação<br />
à melhora de serviços, e o Deputado Weliton Prado. Na pessoa de cada<br />
um dos senhores citados, cumprimento a todos os presentes.<br />
Infelizmente, quando se fala em segurança pública, temos a<br />
mania de criminalizá-la. Fica <strong>mais</strong> fácil falar em segurança pública<br />
simplesmente na esfera criminal do que abordar a violência.<br />
Normalmente, em um acidente atendemos 12 a 15 pessoas mortas, e essas<br />
pessoas estão mortas do mesmo jeito que as pessoas que foram<br />
assassinadas, mas nem por isso o Bombeiro, como um órgão da segurança<br />
pública, tem tido a mesma importância dos outros órgãos. Talvez<br />
porque o Bombeiro seja amigo de todo o mundo, talvez porque o<br />
Bombeiro tenha 97% de aprovação, mas temos dificuldades.<br />
Apesar disso, sem entrar no mérito da instância federal ou<br />
estadual, apresentaremos o que temos feito aqui, com o apoio do<br />
governo federal, estadual e municipal. É lógico que em maior escala<br />
em um e em menor escala em outro. Neste momento, não poderíamos<br />
deixar de agradecer à Prefeitura Municipal, que tem apoiado<br />
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incondicionalmente o Corpo de Bombeiros; ao governo estadual, que<br />
também tem prestado apoio. Infelizmente, o Bombeiro tem deixado de<br />
receber muitos recursos do governo federal, enquanto outros serviços<br />
similares ao dos Bombeiros, que custam cinco vezes <strong>mais</strong>, têm sido<br />
criados, e não tem vindo um tostão sequer do recurso para o Bombeiro.<br />
Não vai aqui crítica a ninguém, porque já defendi muito os programas<br />
existentes a nível federal. Quando estudava no Colégio Militar, fui<br />
militante do PT, e infelizmente o Bombeiro não tem recebido nada a<br />
nível federal. Sabemos que a segurança é uma atribuição do governo<br />
estadual, mas outros serviços, que custam muito <strong>mais</strong> caro, têm<br />
recebido esse dinheiro, e o Bombeiro, não.<br />
Mostraremos o que teria sido feito em Uberlândia se viesse<br />
alguma coisa a <strong>mais</strong>, ou seja, se o governo federal, o governo<br />
estadual e o Município dessem as mãos, teríamos melhores condições em<br />
termos de serviços de Bombeiros, para trabalhar contra a violência,<br />
que é muito <strong>mais</strong> grave do que a segurança pública, simplesmente<br />
criminalizada, como está.<br />
Próximo, por favor. Hoje, o Bombeiro está presente em 58<br />
Municípios, ou seja, faz a guarda desde o 5º Batalhão, em Unaí, até<br />
Ituiutaba. Estamos presentes em Unaí, Patrocínio, Patos de <strong>Minas</strong>,<br />
Araguari, Ituiutaba, e este ano está prevista a instalação do<br />
Bombeiro em Paracatu.<br />
Próximo. O Cel. Crovato falou que a Polícia Militar atende<br />
18 Municípios. Nós atendemos 58 Municípios, então, realmente, é<br />
complicado.<br />
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Temos de engrandecer o trabalho do Ministério Público,<br />
principalmente o Federal, que com o Termo de Ajuste de Conduta<br />
permitiu que déssemos treinamento de primeiros socorros para <strong>mais</strong> de<br />
300 pessoas, só no segundo semestre de 2009, inteiramente gratuito.<br />
Conseguimos treinar pessoas da comunidade em prevenção e combate a<br />
incêndio, dos diversos segmentos, até para uma pessoa que chegue e<br />
diga: “Quero fazer o curso. Não sei ler nem escrever”, até para<br />
pessoas do comércio e da indústria, ou seja, atendemos a todos,<br />
indistintamente. Nos treinamentos em primeiros socorros, a população<br />
aprendeu a fazer procedimentos, visando salvar vidas. Com o apoio do<br />
Ministério Público Federal, conseguimos diminuir muito o sofrimento e<br />
as mortes.<br />
Próximo: afora isso temos programas sociais junto à<br />
Secretaria Municipal de Educação, passando agora para a Secretaria<br />
Estadual de Educação, por meio do Programa Bombeiro nas Escolas, que,<br />
no segundo semestre de 2009, atendeu a <strong>mais</strong> de mil crianças e lhes<br />
transmitiu noções de cidadania, primeiros socorros, prevenção e<br />
combate a incêndio e prevenção de acidentes.<br />
Atendemos a crianças com necessidades especiais. Aproveito<br />
para agradecer ao nosso amigo Carrijo, pois nossa piscina está em<br />
reforma e ele cedeu a do Parque Sabiá para continuarmos o nosso<br />
trabalho. Hoje, atendemos a crianças com necessidades especiais e a<br />
pessoas com distúrbios de comportamento ou mesmo com dependência<br />
química, as quais realizam atividades aquáticas conosco. Estamos<br />
negociando com o Marcelo, do Ceseu, para que as pessoas que estejam<br />
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cumprindo medidas socioeducativas possam realizar atividades com o<br />
Corpo de Bombeiros. Atendemos a toda a população visando a inclusão,<br />
uma nova visão de mundo e sem custo nenhum.<br />
Próxima. Aqui estão mostradas algumas coisas que estão<br />
sendo realizadas, mas não poderíamos deixar de atender à demanda<br />
emergencial que temos.<br />
Próxima. Aqui estão as respostas das emergências<br />
operacionais. Infelizmente, ao contrário das Polícias Militar e<br />
Civil, em que o número de ocorrências vem caindo, o nosso tem<br />
aumentado dia a dia. Com o aquecimento da economia, há um número<br />
maior de veículos sendo comprados. As pessoas acabam abusando. Com<br />
isso, há um efeito adverso no que se refere a trabalho dos bombeiros.<br />
Próxima. São algumas ocorrências atendidas.<br />
Próxima. Desde 2005, estamos monitorando as ocorrências,<br />
que têm sido crescentes. Ano passado houve 15.587 ocorrências contra<br />
13.801 ocorrências em 1988. E 70% delas envolvem vidas humanas.<br />
Próxima. A maioria das ocorrências são relativas a vidas<br />
humanas. Há ocorrências envolvendo incêndios e a parte de prevenção.<br />
Depois que aqui chegamos, triplicamos o número de vistorias e<br />
duplicamos o número de fiscalizações realizadas. Temos resolvido<br />
problemas específicos da cidade de Uberlândia, principalmente em área<br />
de agregação de público, tornando a cidade <strong>mais</strong> segura.<br />
Próxima. Aqui, a evolução nas ocorrências de salvamento e a<br />
manutenção nas ocorrências de incêndio.<br />
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Próxima. Aqui, verificamos que os picos de horários estão<br />
compreendidos entre às 7 horas e 19 horas.<br />
Próxima. Aqui, verificamos que o número de acidentes que<br />
envolvem motocicletas é maior que o número relativo a veículos<br />
automotores, bicicletas e atropelamentos. O número de acidentes com<br />
motocicletas chega a ser seis vezes maior que o número de acidentes<br />
com veículos de quatro rodas e de atropelamentos e oito vezes maior<br />
que os acidentes com bicicleta.<br />
Próxima. Aqui mostramos uma queda no tempo de resposta do<br />
Corpo de Bombeiros. Temos conseguido isso pela descentralização de<br />
alguns procedimentos e pelo aumento da nossa capacidade. Desde que<br />
aqui chegamos, cerca de 200 bombeiros se formaram em dois anos. Temos<br />
um quadro de efetivo da ordem de 145 bombeiros, contudo a nossa<br />
resposta operacional tem melhorado a cada dia.<br />
Próxima. Temos uma divisão praticamente equânime em todas<br />
as áreas do Município.<br />
bombeiro.<br />
Próxima. Ainda tínhamos um problema de articulação do<br />
Próxima. O bombeiro tinha um posto na área industrial,<br />
outro, na área central e um, na Rondon Pacheco. Fomos ao Prefeito<br />
Odelmo Leão - o Presidente enfatizou isso aqui - e conseguimos com<br />
ele <strong>mais</strong> um posto na região do São Jorge e outro na região do<br />
Luizote. Com isso, em termos de serviço de bombeiro, o tempo de<br />
resposta deve ser o mesmo de países de Primeiro Mundo ou até melhor.<br />
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Era o que tínhamos a dizer. Realizamos essa discussão há<br />
muito tempo, mas, quando se fala em Comissão de Segurança Pública, a<br />
tendência sempre é criminalizar todos os temas, esquecendo-se, às<br />
vezes, de que a violência transpassa a criminalidade. Há <strong>mais</strong><br />
acidentes automobilísticos com morte em um final de semana que mortes<br />
motivadas por crimes em seis meses no Município. Isso teria de ser<br />
revisto e <strong>mais</strong> ações devem ser tomadas, proporcionando <strong>mais</strong> condições<br />
para que as pessoas não continuem sofrendo hoje com toda essa<br />
violência. É importante observarmos isso: que as próximas reuniões<br />
tenham um espectro maior em relação à violência como um todo.<br />
Mais uma vez, agradecemos a presença de todos, que são<br />
amigos nossos de longa data. Também enfatizamos o trabalho da Câmara<br />
Municipal, na pessoa de seu Presidente, Vereador Helio Ferraz, que<br />
tem dado todo o apoio aos bombeiros. Agradecemos aos Deputados Luiz<br />
Humberto Carneiro e Tenente Lúcio e ao amigo e Deputado João Leite o<br />
apoio que nos vem sendo dado há vários anos. Não conseguiríamos dar a<br />
resposta que o bombeiro hoje tem dado a Uberlândia se não fosse a<br />
ajuda de todos os senhores. Muito obrigado. (- Palmas.)<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Obrigado, Ten.-<br />
Cel. Felipe, que continua desenvolvendo seu trabalho com as crianças<br />
e os jovens. Todos os bombeiros militares estão envolvidos nesse<br />
trabalho de prevenção para a segurança. Registro a presença de<br />
Eduardo Rocha, da Associação de Amigos da Missão Infantil, que está<br />
na campanha Uberlândia contra a Pedofilia. Também registro a presença<br />
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de Dr. Benedito Vieira, Delegado Estadual de Prerrogativas da OAB e<br />
ex-Secretário-Geral da Comissão de Direitos Humanos.<br />
Passo a palavra ao Dr. Evaldo Gonçalves da Cunha,<br />
Coordenador Local da Defensoria Pública, representando o Defensor<br />
Público Geral, Belmar Azze Ramos.<br />
O Defensor Público Evaldo Gonçalves da Cunha - Na pessoa do<br />
Exmo. Deputado Estadual João Leite, Presidente da Comissão de<br />
Segurança Pública, cumprimento os de<strong>mais</strong> componentes da Mesa e os<br />
senhores e senhoras aqui presentes. Toda verdade deve ser dita, e<br />
verdades foram ditas aqui pelo Cel. Crovato, pelo Dr. Gilmar,<br />
Delegado, e por todos os que ocuparam a tribuna. Entretanto, algumas<br />
não são conhecidas por toda a população.<br />
A Defensoria Pública da Comarca de Uberlândia atende à área<br />
da segurança pública, à área criminal e a 90% dos processos que<br />
tramitam nas varas criminais desta comarca. Somos apenas 16<br />
Defensores Públicos para atender a uma população estimada em 700 mil<br />
habitantes. Deputado João Leite, mesmo com essa precariedade<br />
estrutural da nossa instituição, mas com o apoio indelével que temos<br />
recebido em regime de parceria com órgãos que integram a segurança<br />
pública, temos realizado alguns milagres. Colocamos uma equipe de<br />
atuação permanente nos presídios desta comarca. Aproveito a<br />
oportunidade para agradecer a seus diretores o apoio logístico que<br />
têm dado a ela. Deputado, outro dado importante é que no Ceseu, onde<br />
se abrigam menores infratores, não há <strong>mais</strong> problema de<br />
superpopulação. Lá há um núcleo de atuação do órgão de execução da<br />
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Defensoria Pública em caráter permanente. Acabou-se o problema de<br />
superlotação no Ceseu.<br />
Ressalto e qualifico o apoio e as parcerias que temos<br />
mantido com ganho excepcional para a população de Uberlândia. Já<br />
realizamos um grande evento junto à Polícia Militar no bairro que,<br />
para uns, é o <strong>mais</strong> problemático da cidade, que é o Esperança, com<br />
êxito total pela participação da população daquele local, que sofre<br />
preconceito na cidade. Nós, Defensores Públicos, temos descoberto que<br />
a grande virtude do profissional que atua nessa área é sair de seu<br />
gabinete, ir às ruas. Fala-se em cidadania, mas não existe cidadania<br />
dentro de gabinete: ela deve ser construída junto ao povo. Para isso,<br />
temos conseguido êxitos excepcionais em integrar a população carente.<br />
A maioria dos que aqui estão são profissionais da área da segurança,<br />
profissionais do direito. Os senhores sabem que a população que,<br />
infelizmente, entra na criminalidade é a carente. Com certeza, ainda<br />
desenvolveremos métodos para solucionar esses problemas e não deixar<br />
impunes aqueles que cometem crimes de colarinho branco. Como<br />
representantes do Estado, temos de nos vestir dessa responsabilidade,<br />
porque, quando se fala em crime do colarinho branco, geralmente o<br />
dinheiro público está envolvido. Digo isso, porque, com dinheiro<br />
público, temos <strong>mais</strong> condição de exercer políticas públicas.<br />
Sou radicalmente contra qualquer criação de presídio:<br />
devemos investir maciçamente em políticas públicas. Todos os<br />
profissionais da segurança pública disseram que o eixo da<br />
criminalidade é tangente ao tráfico de drogas. Para existir tráfico,<br />
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é preciso existir aqueles que consomem drogas. Identificamos que deve<br />
haver políticas públicas direcionadas ao tratamento das pessoas<br />
envolvidas com drogas, não necessariamente só com o tráfico. Por<br />
isso, temos visitado as casas terapêuticas. Gostaríamos de agregar<br />
essa experiência à daquelas pessoas que tentam proporcionar a<br />
recuperação das pessoas envolvidas com entorpecentes. No que tange à<br />
nossa participação, reclamamos porque, com um quadro de 16 Defensores<br />
Públicos, é muito difícil prestar assistência jurídica integral de<br />
qualidade.<br />
Tratamos a área criminal, nesta comarca, como tutela de<br />
urgência: não há espera, fila, senha. A pessoa é atendida<br />
imediatamente por se tratar de uma tutela de urgência. Comunicamos ao<br />
Presidente da Comissão de Segurança Pública da <strong>Assembleia</strong>, Deputado<br />
João Leite, que talvez nossa regional seja a que <strong>mais</strong> abrange<br />
Municípios no Estado de <strong>Minas</strong> Gerais. Assim, trabalharemos como a<br />
Força Nacional da Defensoria em Execução Penal, ocorrida em Ribeirão<br />
das Neves. Lá conseguiram sair de um colapso imediato do sistema<br />
prisional pelo trabalho realizado com pessoas que estavam no sistema<br />
prisional, mas não deviam estar. E isso não ocorre apenas com uma<br />
pessoa: centenas ainda estavam no sistema carcerário mesmo já tendo<br />
cumprido a sua pena. Gostaríamos de realizar essa força de execução<br />
estadual começando por nossa regional, que abrange o maior número de<br />
Municípios e de pessoas presas do sistema prisional, que envolve<br />
todos os Municípios de Uberlândia até Unaí, distante daqui<br />
aproximadamente 600km.<br />
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A Defensoria Pública está extremamente preocupada com esse<br />
índice de criminalidade. Não estou com procuração das polícias, mas<br />
gostaria de desonerá-las da responsabilidade por esses homicídios.<br />
O Coronel do Corpo de Bombeiros disse com maestria que não<br />
se pode criminalizar a polícia e os órgãos de segurança pública.<br />
Polícia não desenvolve política pública. Polícia tem o dever da<br />
prevenção e da repreensão à criminalidade. Responsabilizar as<br />
polícias por isso, tenho certeza, significa não conhecer o seu<br />
trabalho. Digo isso com muita tranquilidade, pois estou em outra<br />
ponta.<br />
É Necessário que as pessoas responsáveis por isso dirijam<br />
os seus horários para a implementação de políticas públicas. Isso que<br />
acontece no sistema de segurança integrado é muito importante. E vou<br />
além: a integração das Polícias Civil e Militar fez com que, de forma<br />
cíclica, outras instituições fossem atraídas para isso, formando-se<br />
uma rede. Estou convicto de que, juntos, poderemos minimizar essa<br />
problemática social. Obrigado.<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Obrigado, Defensor<br />
Público Evaldo Gonçalves da Cunha. Está presente o Dr. Benedito<br />
Vieira, Delegado Estadual da Comissão de Direitos e Prerrogativas da<br />
OAB. Solicito aos Presidentes dos conselhos comunitários e das<br />
associações de bairros e aos Vereadores e Prefeitos que se inscrevam<br />
com a Daniela, caso desejem fazer uso da palavra.<br />
Com a palavra, o Sr. <strong>Ju</strong>arez Alves Pereira, Presidente do<br />
Conselho de Entidades Comunitárias de Uberlândia.<br />
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O Sr. <strong>Ju</strong>arez Alves Pereira - É uma responsabilidade muito<br />
grande para uma pessoa falar em nome das entidades comunitárias de<br />
Uberlândia.<br />
Cumprimento a Mesa, na pessoa do Deputado João Leite. Seja<br />
bem-vindo em nossa cidade. É uma honra recebê-lo. Muito obrigado.<br />
Parabenizo o Deputado Ten. Lúcio por ter batalhado bastante nesta<br />
Comissão pela nossa luta. Muito obrigado.<br />
Na pessoa do Deputado Luiz Humberto Carneiro, meu amigo,<br />
cumprimento os de<strong>mais</strong> Deputados.<br />
Na pessoa do Vereador Baiano, gostaria de agradecer o<br />
carinho e o respeito que esta Câmara tem com o movimento comunitário<br />
da nossa cidade. Não poderia deixar de agradecer à TV Cidadania e ao<br />
nosso Prefeito Odelmo Leão o apoio prestado aos nossos trabalhos.<br />
É preciso repensar o papel do líder comunitário no Brasil,<br />
no Estado, em nossa região e em nossa cidade. Em uma situação de<br />
conflito entre pessoas que estão à margem da lei, o líder comunitário<br />
é o primeiro a ser intimidado pelos marginais. Por isso precisamos de<br />
um maior apoio das autoridades e de ações conjuntas entre as polícias<br />
e as lideranças comunitárias, que são conhecedoras da realidade de<br />
cada setor.<br />
Uberlândia não é diferente do Brasil em questões de<br />
violência, mas é preciso melhorar a parceria com a Polícia Militar,<br />
principalmente no aspecto preventivo dos programas de atendimento aos<br />
jovens e às crianças. Sabemos da situação devastadora provocada pela<br />
questão do “crack”. Infelizmente, nesse domingo presenciei <strong>mais</strong> de 15<br />
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jovens utilizando aquele grande cachimbo para o “crack”, na varanda<br />
de uma casa de família, e nada se pode fazer. Vim preocupado com<br />
isso. Algo tem de ser feito.<br />
O Conselho das Entidades Comunitárias de Uberlândia deixa<br />
aqui uma proposta fundamental e elementar para as autoridades<br />
militares, seguindo o segmento comunitário, como profundo<br />
conhecedores da realidade das nossas comunidades e aptos a proporem<br />
alternativas viáveis e possíveis de serem aplicadas. A sociedade e a<br />
rede privada sempre terão um papel importante nessa batalha e na<br />
participação em ações preventivas. Destaco o papel do líder<br />
comunitário, que é da maior importância para a sociedade, pois<br />
desenvolve as suas ações, independentemente de crença, de bandeira<br />
política, de raça, etc. Essas propostas são: avaliar e envolver a<br />
sociedade nas ações preventivas; apoiar as casas de recuperação; e<br />
avaliar com <strong>mais</strong> critério, respeitando-se as limitações e evitando<br />
ações imediatas que resultem em encerramento da atividade de tais<br />
instituições, colocando os internos em situação de abandono.<br />
Gostaria de expor a vocês da Mesa a minha reflexão como<br />
líder, com muita honra. Estão presentes várias associações de<br />
bairros, com seus <strong>mais</strong> de 30 Presidentes. A avaliação deste encontro<br />
é muito importante, assim como a prestação de conta das polícias. Não<br />
poderia deixar de dizer que, desde a morte de um líder comunitário,<br />
ocorrida em fevereiro de 2009, estamos precisando retomar a nossa<br />
parceria e melhorar o nosso trabalho com a Polícia Militar. Esse fato<br />
desmotivou muito o nosso trabalho com a Polícia Militar. Nesta<br />
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semana, tivemos contato com Cel. Crovato, e melhoraremos esse<br />
trabalho em favor da comunidade.<br />
Nós, liderança comunitária, continuamos ao lado da lei e<br />
das pessoas de bem. Hoje estou aqui com a palavra, o que me honra<br />
muito. Isso representa <strong>mais</strong> motivação para nossa liderança continuar<br />
com essa árdua missão em nossa cidade e região.<br />
Mais uma vez, agradeço a oportunidade. Há também a questão<br />
do Defensor Público. Agradeço ao Joemilson, que lembrou do nosso<br />
líder comunitário que foi assassinado. Depois disso ainda não tivemos<br />
a oportunidade de discutir com todas as autoridades em conjunto.<br />
Falou-se muito em resultados obtidos pela união. Qual é<br />
realmente o nosso papel? Com todo o apoio do Prefeito e da Câmara,<br />
gostaríamos de ser <strong>mais</strong> ouvidos, a fim de podermos ajudar a<br />
população, principalmente a dos bairros <strong>mais</strong> carentes, como disse o<br />
Defensor Público. O nosso desafio é focar e direcionar as ações.<br />
Ilustre Deputado, para que tenha noção, desenvolvemos ações<br />
e estamos em fase de expansão na região do Morumbi, onde o nosso<br />
líder foi assassinado, as lideranças realizam eventos e participam em<br />
torno de 5 mil a 6 mil pessoas, durante três dias, até as 3 horas da<br />
madrugada, sem problema nenhum.<br />
Realmente a nossa população está carente de lazer, de<br />
cultura, de eventos, de festas, de danças e de tudo que leva alegria<br />
a todos. Muito obrigado.<br />
O Sr. Presidente - Obrigado, <strong>Ju</strong>arez. Registro a presença da<br />
Sra. Daniela, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e<br />
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Trabalho e do Conselho Tutelar; do Vereador Misac Lacerda, jornalista<br />
e Presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara Municipal de<br />
Uberlândia.<br />
Com a palavra, a Sra. Adriana Helena Vieira, Supervisora<br />
Regional de Educação, representando a Secretária de Estado de<br />
Educação, Profª Vanessa Guimarães Pinto.<br />
A Sra. Adriana Helena Vieira - Cumprimento a Mesa, na<br />
pessoa do Presidente, Deputado João Leite. Agradeço a oportunidade de<br />
estar aqui expondo algumas questões relativas à segurança pública que<br />
nós, da educação, estamos realizando. Entendemos como esse tema é<br />
importante e como devemos trabalhá-lo nas escolas, pois, como disse o<br />
Cel. Crovato, sabemos o quanto as drogas fazem com que a segurança<br />
pública tenha seus entraves. Temos visto isso muito nas escolas.<br />
Pensando nisso, o governo tem trabalhado com alguns projetos que<br />
gostaríamos de apresentar.<br />
Na jurisdição de Uberlândia, excedemos o número de escolas<br />
que participam do projeto, pelo tamanho da demanda projetada pelo<br />
Projeto Escola de Tempo Integral. Entendemos que o projeto traz, para<br />
as escolas em tempo integral, crianças que muitas vezes estão à<br />
margem da criminalidade e nas ruas. Essas crianças, ficando na escola<br />
durante todo o dia, são tiradas do risco. O nosso foco com esse<br />
projeto são exatamente as crianças em risco social e com defasagem de<br />
escolaridade, devido à dificuldade de aprendizagem. Muitas vezes<br />
essas crianças que estão nas ruas não têm a oportunidade de estudar.<br />
Esse e um dos projetos com que a Secretaria tem trabalhado. Na<br />
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Superintendência de Ensino, ficamos muito contentes em ver a adesão<br />
das escolas. Em parceria com a Secretaria, estamos tentando aumentar<br />
isso hoje. Aproximadamente 60% das escolas no Estado adotaram o<br />
projeto. Cada vez <strong>mais</strong> elas têm pedido recursos para montarmos o<br />
projeto.<br />
Preocupados também com a segurança pública, temos uma<br />
analista educacional na Superintendência de Ensino, a qual está sendo<br />
capacitada no curso de pós-graduação “lato sensu”, de 360 horas, para<br />
poder trabalhar com os professores, a fim de capacitá-los para<br />
trabalharem diretamente com as crianças na prevenção ao uso de<br />
drogas.<br />
Essas analistas estão sendo capacitadas, mas,<br />
independentemente disso, há um outro projeto também, que é o da<br />
Escola Viva, Comunidade Ativa, quando trabalhamos em parceria com a<br />
polícia e o Corpo de Bombeiros, o qual foi apresentado e tem gerado<br />
resultados muito grandes nas escolas para reduzirmos essa<br />
deficiência. Acreditamos que a instrução faz uma grande diferença e,<br />
preocupados com isso, temos trabalhado com esses projetos na<br />
Secretaria de Educação.<br />
Gostaria de agradecer a todos a oportunidade. Parabenizo a<br />
Comissão pelo trabalho, que, com certeza, é muito importante para<br />
nós. (- Palmas.)<br />
O Sr. Presidente - Obrigado, Adriana. É muito importante a<br />
presença da educação nesta audiência sobre segurança pública, pois<br />
ela tem um papel fundamental nisso. Obrigado pela presença.<br />
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Há vários inscritos. Como gostaríamos de dar prioridade aos<br />
representantes da comunidade, passo a palavra ao Dr. Ricardo Lotti,<br />
do Conselho Municipal de Segurança Pública.<br />
O Sr. Ricardo Lotti - Cumprimento os integrantes da Mesa,<br />
na pessoa do Deputado João Leite. Por tudo o que foi exposto neste<br />
dia, pode-se chegar a algumas conclusões. A primeira delas é que os<br />
recursos das polícias ainda são insuficientes; segunda, por <strong>mais</strong> que<br />
se invista na polícia, o combate ao crime continuará sendo<br />
insuficiente; terceira, a maior questão criminal decorre das drogas;<br />
e a quarta é uma pergunta que tem de ser feita: no atual estágio da<br />
nossa sociedade, o crime compensa? Creio, por tudo que foi exposto,<br />
que a resposta é: o crime compensa. É muito <strong>mais</strong> fácil obter-se<br />
ganhos rápidos praticando crimes, com a certeza de que dificilmente<br />
será punido por eles. É o que estamos vivendo neste país. Quando<br />
vocês me apresentam dados mostrando que, no Rio de Janeiro, em São<br />
Paulo, em Goiás, a proporção de apuração de crimes está abaixo de<br />
15%, considerando-se o que se vai prescrever na <strong>Ju</strong>stiça, talvez 3%<br />
dos criminosos sejam punidos ou recebam a devida pena. Portanto a<br />
única leitura que consigo fazer é a de que o crime compensa. Pratique<br />
o crime porque ele é compensador. O risco é muito pequeno. O bandido<br />
examina, antes de praticar o crime, qual é o risco que corre. Tanto é<br />
que, quando vai praticar crime contra o patrimônio, ele analisa a<br />
vítima em razão do risco.<br />
Pois bem, o que teríamos de fazer? Tornar o crime não<br />
compensador. Repressão adiantará? Pelo visto, estamos aumentando a<br />
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repressão, a cada dia, e os resultados colhidos, em relação à<br />
criminalidade, ainda continuam pífios, e continuarão assim.<br />
Gastaremos recursos fundamentais da sociedade, tentando combater<br />
crimes. Vamos equipar polícias, que realmente devem ser equipadas,<br />
principalmente no critério da polícia científica, muito bem-lembrado<br />
pelo Dr. Gilmar. Mas continuaremos fazendo isso e não obteremos os<br />
resultados que queremos, que é uma sociedade segura, tranquila, onde<br />
possamos desenvolver nossas capacidades e nossos potenciais.<br />
Como podemos fazer para que o crime deixe de compensar?<br />
Temos uma ideia de pena para ressocializar, e isso é óbvio, pois<br />
sempre devemos pensar na ressocialização do preso, do condenado.<br />
Temos a questão de direitos humanos, que é fundamental e necessita<br />
ser observada, e a questão da cidadania, que também deve ser<br />
observada. Proponho um corte temporal, ou seja, uma vez condenado,<br />
você não é <strong>mais</strong> cidadão, você é um condenado. Todos os seus direitos<br />
humanos serão preservados, mas você não vai <strong>mais</strong> atuar como cidadão<br />
porque foi separado do contrato social. Você não aceitou conviver<br />
dentro desse contrato, violando-o, e foi segregado pela própria<br />
sociedade. A pena visa ressocializar, mas você, condenado, provocou<br />
um mal para a sociedade. E esse mal, no mínimo, tem de ser<br />
ressarcido. Você foi condenado a 5 anos, mas provocou um prejuízo,<br />
suponhamos, material, moral ou pessoal, de tal forma que terá de<br />
trabalhar 10 anos para pagá-lo. Você cumpre os 5 anos pelo crime<br />
cometido e continua preso, trabalhando, até reparar o dano causado à<br />
sociedade. E <strong>mais</strong> um detalhe: o condenado tem de ser obrigado a<br />
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trabalhar de forma a que ele próprio se sustente. A sociedade não<br />
pode, de forma alguma, receber um mal e, ao mesmo tempo, sustentar o<br />
provocador desse mal. (- Palmas.)<br />
Está na hora de repensarmos a forma de execução penal<br />
existente no Brasil. Vocês encontraram várias mentes, bem <strong>mais</strong><br />
ilustradas, contrárias. A questão da socialização, a questão de que o<br />
preso tem de ser recuperado, etc... O preso realmente tem de ser<br />
recuperado, mas estamos cansados de saber que temos vários sociopatas<br />
criminosos, e esses ja<strong>mais</strong> serão recuperados. Temos de abrir um<br />
debate para estudar nossa lei de execução penal e pensar em modificá-<br />
la.<br />
Outra questão em vista é a que se refere às drogas. Todo o<br />
mundo fala em droga, todo o mundo fala em combater o seu tráfico ou<br />
uso, mas você não conseguirá fazer nem uma coisa nem outra. Nossos<br />
Delegados informaram que tiraram <strong>mais</strong> de 4t de drogas de circulação<br />
neste ano. Garanto-lhes que entraram 8t no lugar dessas 4t. Prenderam<br />
90 pessoas que traficam drogas. Você tira um e outro assume o lugar<br />
imediatamente. Você só troca o comando, só troca o traficante. Está<br />
na hora de repensarmos a questão da criminalização das drogas neste<br />
país porque o combate não surtirá efeito, como já está demonstrado,<br />
por <strong>mais</strong> recursos que usem. Vocês viram na Colômbia - não estou<br />
falando na questão da criminalidade -, onde havia um grande<br />
traficante que comandava um cartel naquele país. Quando conseguiram<br />
tirá-lo, surgiram vários cartéis menores. E uma criminalidade que se<br />
exacerbou porque havia disputa entre esses pequenos cartéis. Sempre<br />
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acontece isso. Temos de repensar essa situação, e não tenho a<br />
solução, não sei como. Mas acho necessário, de forma utilitária e<br />
científica, abrir o debate sobre a questão da droga, se vamos ou não<br />
descriminalizá-la. Se o Estado pode ser ou não o sustentador do vício<br />
do usuário de droga.<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Dr. Ricardo,<br />
conclua, por favor, porque temos muitas pessoas inscritas para falar.<br />
O Sr. Ricardo Lotti - Vou dirigir-me à administração<br />
municipal. E é um pedido que faço: o Conselho Municipal foi<br />
instituído por uma lei complementar municipal, que foi reformulada.<br />
Salvo engano, a que se encontra em vigor era a de n° 360/2004 - não<br />
tenho bem certeza do número. E essa lei obriga a administração<br />
municipal a nos fornecer os meios necessários para o funcionamento do<br />
Conselho. E não estamos recebendo esses “e-mails”, o Conselho está<br />
capengando, não está funcionando, pois não temos nem lugar para nos<br />
reunir. Peço que essa situação seja observada e destinados os<br />
recursos para o Conselho. Temos 32 entidades lá dentro, várias<br />
entidades da sociedade civil dispostas a trabalhar de graça para o<br />
Município na questão de segurança, justiça e cidadania. E temos o<br />
dever legal de implementar o Plano Municipal de Segurança Pública,<br />
<strong>Ju</strong>stiça e Cidadania, com as forças policiais e com a administração<br />
pública. Esse é o objetivo principal do Conselho. Para isso<br />
precisamos de recursos mínimos, pois o restante nós mesmos vamos<br />
proporcionar. Porém esses recursos mínimos para funcionamento nós<br />
necessitamos. Agradeço a oportunidade, esperando que vocês continuem<br />
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com esse trabalho e provoquem debates sobre as questões de segurança<br />
nacional. Muito obrigado.<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Obrigado, Dr.<br />
Ricardo. Com a palavra, Hélio Barbosa, Presidente da Associação dos<br />
Moradores do Bairro Parque São Jorge.<br />
Registro a presença do representante da ONG Jovens<br />
Construindo a Cidadania do Brasil; da psicóloga Maria Luísa Ruiz<br />
Moreno, representando a Dra. Ivone de Souza, e do Sr. Edson,<br />
Presidente do Bairro Alvorada.<br />
Peço a todos que sejam breves e dispensem os cumprimentos,<br />
para que ouçamos o maior número de pessoas. Neste momento, estão<br />
encerradas as nossas inscrições, dado ao número de pessoas.<br />
Hélio Barbosa, obrigado por ter vindo.<br />
O Sr. Hélio Barbosa - Cumprimento o Deputado João Leite, na<br />
pessoa de quem cumprimento toda a Mesa e de<strong>mais</strong> presentes. Falar em<br />
segurança pública e não falar em mudança de leis que necessitam ser<br />
alteradas é muito difícil. Precisamos que as leis sejam mudadas para<br />
que a segurança seja melhor aplicada. O nosso código de leis está<br />
muito ultrapassado, necessitando ser revisto e atualizado. Outra<br />
questão que precisa ser revista urgentemente é a que se refere à<br />
corrupção no Brasil, um problema seriíssimo. Há corrupção em todos os<br />
meios, o que impede que a <strong>Ju</strong>stiça tenha <strong>mais</strong> credibilidade. Também a<br />
questão financeira deve ser apontada. Ouvi um dado dizendo que um<br />
preso fica para o Estado o equivalente a R$1.900,00. Achei o valor<br />
exorbitante. Essa situação tem de ser revista, porque um preso ficar<br />
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num valor desses para o Estado faz com que compense estar na prisão,<br />
e alguém pode, aliás, estar lucrando em cima dessa situação miserável<br />
do Brasil atual.<br />
Parabenizo todos pela atitude de abrir um espaço<br />
democrático para o povo participar e ouvir a opinião de pessoas que<br />
têm um pouco <strong>mais</strong> de conhecimento. Parabenizo os meus amigos aqui<br />
presentes, de<strong>mais</strong> Presidentes de associações, deixando essa simples<br />
reivindicação, se é que posso chamá-la assim. Para se ter segurança,<br />
tem de haver mudança de lei no Brasil. É preciso que os Deputados<br />
Federais assumam o papel de legislar nesse sentido. Fica aqui o meu<br />
abraço.<br />
O Sr. Presidente - Obrigado, Hélio Barbosa. Com a palavra,<br />
Walter Júnior, representando a Associação dos Moradores do Bairro<br />
Tibery.<br />
Quero dizer a todos que, neste momento, há uma Comissão da<br />
Câmara dos Deputados discutindo mudanças no Código de Processo Penal.<br />
O Sr. Walter Júnior - Boa-tarde aos membros da Mesa e a<br />
todos aqui presentes. Represento a Associação de Moradores do Bairro<br />
Tibery. Preocupa-me muito a saúde e a segurança. Quanto ao tema<br />
importante referente às drogas, acho que o usuário deve ser tratado<br />
como um doente, e não como um problema de segurança.<br />
Os Estados Unidos implantaram algumas bases na Colômbia,<br />
dizendo que combateriam o tráfico de drogas. Mas as drogas,<br />
principalmente o mortal “crack”, aumentaram em 250% a sua oferta,<br />
levando a um grande número de mortes. Aumentou a oferta, mas não<br />
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aumentou a renda dos usuários, e não se pode cobrar dívida de droga<br />
na <strong>Ju</strong>stiça, portanto se paga com a vida. Isso é de grande importância<br />
para nós que representamos a comunidade. Aumentando o problema de<br />
segurança, cresce a preocupação dos moradores do nosso bairro. E<br />
começamos a ouvir as promessas de campanha: guarda montada, põe o<br />
Soldado em cima do cavalo que resolve o problema; guarda municipal,<br />
que vigiará a praça, a escola, e isso não foi efetivado. Ao que me<br />
consta, isso poderia ser chamado de estelionato público, porque<br />
promessas são feitas ao povo e não são cumpridas. (- Palmas.) É<br />
preciso discutir, de maneira sincera, com a população, com o<br />
verdadeiro patrão, o povo, porque é dele que saem os tributos para<br />
pagar os funcionários públicos.<br />
Não prolongarei minhas palavras, porque várias pessoas<br />
estão inscritas para se pronunciarem. Gostaria que vocês refletissem<br />
sobre tudo que disse, uma vez que é o resultado de várias horas<br />
diante do computador e de conversas com os moradores do Bairro<br />
Tibery, quando senti na pele os seus problemas. Nosso bairro tem <strong>mais</strong><br />
de 30 mil habitantes, e o ensino médio está fechado à noite. Um jovem<br />
morreu, segundo informações do jornal, por disputa de ponto de droga.<br />
Ele poderia perfeitamente estar na sala de aula, estudando à noite na<br />
Escola Sérgio de Freitas Pacheco. É preciso ir à comunidade e chamá-<br />
los para estudar, para ter uma vida digna. É preciso elevar o salário<br />
dos policiais militares, que também compram artigos, assim como os<br />
de<strong>mais</strong> membros da população. Aumentando a renda deles, aumentará o<br />
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consumo e, consequentemente, a oferta de empregos para os que se<br />
encontram desesperados, fora do mercado de trabalho.<br />
A principal praça do nosso bairro tem 21 bancos<br />
danificados, mostrando sua estrutura metálica, não havendo segurança<br />
nem interesse dos moradores em frequentar o local.<br />
É isso o que o cidadão do Bairro Tibery quer do Brasil e<br />
também da América Latina: ir com tranquilidade para a praça e<br />
encontrar vizinhos e amigos, e não ter medo de passar por lá.<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Obrigado, Walter,<br />
por sua contribuição. Com a palavra, Nadir dos Reis Figueira,<br />
coordenadora dos assentamentos Zaire Rezende e Celebridade, do<br />
Morumbi.<br />
A Sra. Nadir dos Reis Figueira - Boa-tarde a todos. Quero<br />
começar pedindo às autoridades que coloquem, nesta cidade, um<br />
tratamento para todos os viciados. Considero aquela pessoa que é<br />
usuária de drogas doente, e não temos na cidade um local adequado, de<br />
melhor categoria, para ajudar os viciados. Quero dizer também que os<br />
presos precisam trabalhar. Peço aos Diretores de presídios que estão<br />
aqui que me perdoem, mas, nesta semana, no pavilhão 9 ou 4 e no<br />
especial, faltou água porque quebraram as garrafas. Acredito que não<br />
consertaremos os presos assim. Sabemos que eles erram e, muitas<br />
vezes, nem são dignos, mas, se um presídio não tem uma fazenda, um<br />
lugar onde trabalhar, é preciso arrumarem um e levá-los para lá, pois<br />
assim ajudaremos muito a nossa população, uma vez que o preso<br />
garantirá o sustento de sua família e do presídio onde está. Também<br />
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16ª Legislatura<br />
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quero dizer que a Polícia Civil da nossa cidade está muito mal<br />
equipada. Precisamos que a equipem e a ajudem. Nesses dias atrás, fui<br />
como testemunha à delegacia da Polícia Civil. Vocês sabem que ninguém<br />
quer ser testemunha. Cheguei lá às 5 horas da tarde e saí às 5h30min.<br />
Faltava equipamento, ser humano. Peço-lhes, por favor, que visitem a<br />
16ª. A nossa Polícia Militar também precisa de equipamento bélico<br />
bom. Conheçam o nosso equipamento. Sei que eles são peritos e pedem,<br />
mas, às vezes, isso demora. Vivo em uma região e convivo, dia a dia,<br />
com as mães e o preso. Esse é o meu pedido. Muito obrigada.<br />
O Sr. Presidente - Obrigado, Nair, por sua participação.<br />
Com a palavra, o Pastor José Cláudio, do Instituto Gera Vida de<br />
Assistência Social.<br />
O Pastor José Cláudio - Gostaria de cumprimentar o<br />
Deputado. Há muitos anos, queria conhecê-lo como jogador, mas os anos<br />
passaram, e estou tendo esta oportunidade hoje. É um privilégio<br />
conhecer o senhor. Quero parabenizá-lo. Na época, ainda jovem,<br />
lembro-me muito bem de quando o senhor anunciou o programa Atleta de<br />
Cristo. Já dei muito trabalho para as polícias, antes de ser pastor.<br />
Hoje sou ministro e integrante do Instituto Gera Vida de Assistência<br />
Social, sociedade civil reconhecida, uma Oscip. Recebemos subvenção<br />
da Prefeitura Municipal e também do governo federal. Possivelmente<br />
ampliaremos essa parceria com o Estado.<br />
Quero fazer algumas considerações rápidas. Na semana<br />
passada, o Dr. Gilmar falou muito bem sobre a alma do cidadão, em um<br />
debate. Na exposição, como disse o Ten. Felipe, falamos sobre o fato<br />
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de a prevenção ser o melhor caminho. Estamos falando de muitos<br />
recursos. Não devemos culpar a polícia, ninguém. Devemos começar pela<br />
prevenção, pois o custo é bem menor. Se não me engano, cada preso<br />
custa para o Estado R$1.900,00. Se trabalhássemos com prevenção, não<br />
custaria R$100,00. No Instituto Gera Vida, desenvolvi o projeto<br />
Conselheiros Comunitários Antidrogas para formação de conselheiros<br />
comunitários. Comecei com minha congregação, pois o bairro em que<br />
estou é problemático. Estou envolvendo a minha congregação e<br />
cadastrei, no mês passado, 200 moradores da minha comunidade. Entre<br />
eles, <strong>mais</strong> de 60 já estão inscritos para fazer o curso de conselheiro<br />
nos dias 18 e 19 de março. Então, queria dizer que prevenção é o<br />
melhor caminho.<br />
Gostaria também de falar sobre as verbas públicas. O<br />
Conselho Municipal Antidrogas, em Uberlândia, está sendo reativado.<br />
Tive o prazer de ser convidado para participar, como membro, no dia<br />
9, da sua posse. Lá ajudaremos a desenvolver alguns projetos de<br />
prevenção contra o uso de drogas. Quero abordar também a questão dos<br />
projetos sociais. Não quero criticar, mas deixo para reflexão algo<br />
bem prático: adoro cultura e música, mas destinar R$50.000,00 para as<br />
pessoas tocarem zabumba na feira e dar R$20.000,00 ou R$40.000,00<br />
para uma entidade que oferece cursos de corte e cabelo, culinária e<br />
computação de graça, para reinserção ou requalificação social, é<br />
difícil. Estamos com uma associação nos Bairros Morumbi e Dom Almir,<br />
em situação de risco, que será inaugurada no próximo sábado. No dia<br />
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20, estaremos com a segunda unidade no Bairro Tocantins, de que faço<br />
parte.<br />
Estamos falando muito sobre polícia, mas a maior parte dos<br />
recursos deveria ser destinado às ONGs, que podem ajudar. Por<br />
exemplo, qual custo o Estado tem comigo? Nenhum. Faço porque sou um<br />
cidadão. Qual custo o Estado tem com um morador do meu bairro que se<br />
convence em dar um pouco <strong>mais</strong> para a comunidade? Nenhum. Não irei me<br />
ater a muitos exemplos, mas quero deixar essa ressalva: seria bom que<br />
as políticas e as verbas públicas fossem destinadas também às ONGs.<br />
Muito obrigado.<br />
O Sr. Presidente - Muito obrigado pela participação. É um<br />
prazer conhecê-lo, Pastor José Cláudio. Parabéns por seu trabalho e<br />
exemplo na recuperação das pessoas. Com a palavra, Tiago Gomes,<br />
representante dos excedentes do concurso público de 2008 relativo à<br />
Polícia Civil. (- Pausa.) Com a palavra, a Vereadora Liza Prado.<br />
A Vereadora Liza Prado - Boa-tarde a todas e a todos. Quero<br />
cumprimentar o Presidente João Leite e, na sua pessoa, todos os<br />
Deputados e autoridades que compõem a Mesa, as senhoras e senhores e<br />
os policiais presentes. Quero aqui apresentar um documento, Deputado<br />
João Leite, e o passarei às suas mãos. Há algumas antigas<br />
reivindicações, de todas as audiências de que participei, relativas à<br />
segurança. Continuo exigindo tratamento humanizado para a família dos<br />
presos, mas hoje minha fala se destinará principalmente a pedir o<br />
apoio desta Comissão no sentido de exigir que a população tenha <strong>mais</strong><br />
segurança. Sabemos que falar em segurança sem falar em assistência<br />
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social é jogar palavras ao vento, mas, no que depende desta Comissão,<br />
gostaria de pedir que envidasse esforços para reabrir os nossos<br />
postos policiais. Em Uberlândia, de 2005 para cá, foram fechados 17<br />
postos policiais. É preciso que a Polícia Militar e o governo<br />
municipal colaborem no sentido de que o governo do Estado faça novas<br />
parcerias e reabra esses postos. Temos excelentes policiais tanto na<br />
Polícia Civil quanto na Polícia Militar, e existem muitos esforços da<br />
nossa cidade nesse sentido, mas, se não falarmos das necessidades da<br />
polícia, ficará parecendo que não estamos precisando de nada.<br />
Portanto, quem gosta da cidade, da região, do povo e está sofrendo a<br />
violência na pele tem que falar de suas necessidades.<br />
Quero pedir que desta audiência saiam algumas soluções.<br />
Primeiro, queremos apoio para termos um cadastro de pessoas<br />
desaparecidas, por <strong>mais</strong> que a Polícia Civil ou a Militar alegue não<br />
haver nenhum indicativo de que só pode procurar uma pessoa<br />
desaparecida depois de 24 horas. Hoje enfrentamos um problema grave.<br />
Peço apoio para sabermos como anda o processo da Jennifer Karine,<br />
desaparecida desde 8/8/2009. As pessoas ligam constantemente para a<br />
casa dela perguntando como podem ter alguma notícia. A polícia tem<br />
que fornecer informações sobre o processo. Peço à Comissão que nos<br />
ajude a saber como está a investigação da Bruna, desaparecida de<br />
Frutal desde 23/10/2009. Solicito a todos que façam a sua parte e<br />
ajudem. Peço ainda que esta Comissão agilize, em Uberlândia e nas<br />
cidades da região, considerando-se a lei feita agora sobre o<br />
cadastro, a existência do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas<br />
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tanto para mulheres vítimas de violência quanto para crianças.<br />
Solicito também que vocês envidem esforços para a reabertura dos<br />
postos policiais que foram fechados.<br />
Quero também apresentar sugestões, pois não adianta apenas<br />
fazer críticas. Precisamos do aumento do número de viaturas para os<br />
Anjos da Escola. São <strong>mais</strong> de 200 escolas, mas apenas 8 viaturas para<br />
ajudá-las. Aparecem drogas nas suas portas, e a direção custa a dar<br />
conta. Neste governo, prometeram-nos que o número de viaturas seria<br />
dobrado de 8 para 16, então peço empenho nesse sentido. Solicito<br />
também a instalação da polícia montada. Por <strong>mais</strong> que saibamos que<br />
apenas ela não é suficiente, que são necessárias muitas outras ações<br />
na área social - o que deixa muito a desejar - e que instituições<br />
sérias estão fazendo o seu trabalho, é preciso aumentar a Guarda<br />
Municipal para que outros profissionais de segurança elucidem os<br />
crimes e trabalhem na prevenção. Considerando-se a prevenção, é<br />
preciso não faltar gasolina para as viaturas. Como um policial pode<br />
perseguir um bandido se não há gasolina no carro? Isso é absurdo.<br />
Essa situação havia melhorado de um tempo para cá, mas agora está<br />
piorando de novo. Houve contenção recentemente: mudaram a rota dos<br />
policiais para fazer a ronda e diminuir o gasto de gasolina. Se nem<br />
gasolina existe, como ficará a segurança na nossa cidade?<br />
Deputado João Leite, Deputada Maria Tereza Lara, Deputado<br />
Luiz Humberto Carneiro, Deputado Weliton Prado e Deputado Tenente<br />
Lúcio, peço-lhes que levem meus cumprimentos ao governo do Estado<br />
pelo fato de Uberlândia ter um núcleo que trabalha com egressos e faz<br />
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um trabalho maravilhoso. Eles apresentaram um trabalho a esta Casa a<br />
fim de que a Prefeitura Municipal fizesse contratações, mas,<br />
infelizmente, não receberam apoio. Quem sabe que, com o apoio desta<br />
Comissão da <strong>Assembleia</strong>, possamos fazê-lo? Apresentei o projeto com<br />
pouquíssimas assinaturas, sem o número necessário, mas, mesmo assim,<br />
um requerimento foi assinado pela maioria. Solicito o empenho - e<br />
falo com o Deputado Luiz Humberto Carneiro, <strong>mais</strong> próximo do Odelmo -<br />
no sentido de sensibilizá-lo da necessidade de evitar que os que<br />
estão saindo agora do sistema prisional venham a cair nele novamente.<br />
A reincidência é alta e, para evitá-la, precisamos dar oportunidades.<br />
Falei com o Adanil para evitar os castigos do bate-cela. O preso faz<br />
isso porque precisa chamar a atenção dos agentes, pois alguém pode<br />
estar passando mal. Conversei com ele e com o Lobato, para que não<br />
haja punição. Às vezes, os presos estão cumprindo pena em regime<br />
semiaberto e conseguem um trabalho, mas ficam presos novamente por 10<br />
ou 15 dias, e o patrão fica esperando. Então, temos que trabalhar na<br />
ressocialização. Peço a esta Comissão que nos ajude com o programa<br />
dos egressos, que tem aqui no Núcleo.<br />
Por fim, gostaria de pedir que a Comissão nos ajude na<br />
questão do videomonitoramento. Essa foi também uma promessa de<br />
campanha, mas, independentemente, nós a defendemos, pois ajudará a<br />
polícia a elucidar muitos crimes. Peço a esta Comissão que apoie a<br />
PEC nº 300 e a PEC nº 454 para a Polícia Civil, pois é necessário<br />
haver bons salários. Não adianta querermos segurança se não há<br />
profissionais que recebem bem e são realmente reconhecidos. Sr.<br />
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Deputado, peço a sua paciência. Estou atropelando as palavras porque<br />
quero falar muito rápido. Quero fazer propostas para colaborar com o<br />
nosso povo, que não aguenta <strong>mais</strong>. Não podemos permitir, como houve<br />
recentemente em Uberlândia, que os bandidos mandem baixar as portas<br />
em determinados bairros. Não podemos permitir isso em nossa cidade.<br />
Não podemos perder o controle. Tenho certeza de que as<br />
esposas dos policiais admiram os comandos e sei que são pessoas muito<br />
esforçadas, mas é preciso um instituto de criminalística para a<br />
Polícia Civil, que também foi promessa do Prefeito. Uberlândia<br />
precisa desse instituto para ter a ciência e tecnologia a serviço do<br />
nosso povo.<br />
Concluindo, parabenizo a Comissão e sei que esse relatório<br />
nos ajudará. Que as pessoas que aqui vierem falem dos problemas pelos<br />
quais a nossa força de segurança está passando. Precisamos de alguns<br />
programas, que Uberlândia não dispõe, para ajudar a diminuir a<br />
violência, principalmente de ação social. Por esse motivo gostaria<br />
que a Comissão se preocupasse com a questão dos direitos humanos para<br />
gerarmos empregos, cuidar da nossa juventude. O problema <strong>mais</strong> grave<br />
de Uberlândia é essa juventude que não tem políticas públicas. Não há<br />
polícia que aguente. É preciso esforço para que a integração das<br />
polícias aconteça efetivamente e não fique apenas no papel. Pedimos a<br />
reabertura dos nossos postos policiais. Já conversei com os<br />
comandantes e apresento um documento com todas as propostas para<br />
ajudar a solucionar o sofrimento do nosso povo. Muito obrigada e que<br />
Deus ilumine a todos para não ficarmos apenas na conversa. Tenho a<br />
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certeza de que as pessoas que aqui estão vão cobrar do Governador, do<br />
Prefeito e nos ajudarão no que compete à Câmara Municipal. Parabéns a<br />
vocês por <strong>mais</strong> esse trabalho de ouvir a população.<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Com a palavra o<br />
Sr. Renato Goulart, do Ataque(?) e Conselho Municipal Antidrogas.<br />
Solicito à Vereadora que entregue o documento ao Dr.<br />
Linconl, que fará os requerimentos. O entendimento da Polícia Militar<br />
em relação aos postos deve ser respeitado. Alguns até brincam<br />
dizendo que o policial está dentro daquela casinha para não ser<br />
roubado. É melhor o policial ficar parado ou em movimento? Temos que<br />
analisar isso. Queremos, depois, ouvir o Cel. Crovato.<br />
O Sr. Renato Goulart - Presidente, Deputado João Leite, na<br />
pessoa de quem cumprimento toda a Mesa. É interessante chegar aqui e<br />
ouvir as polícias e as autoridades falarem sobre o que têm realizado.<br />
Isso é obrigação do nosso governo e para isso pagamos impostos.<br />
Participei, em 2006, de todas as reuniões da <strong>Assembleia</strong> Legislativa<br />
sobre a segurança para todos. Visitei o Deputado Luiz Humberto<br />
Carneiro, João Bittar, Weliton Prado e conseguimos redigir um<br />
documento interessante em que eram colocadas todas as necessidades da<br />
segurança pública não só em <strong>Minas</strong> Gerais mas em todo o país.<br />
Pergunto ao Deputado João Leite: Quais as providências<br />
adotadas pelo Estado diante daquele documento? Que medidas tomaram o<br />
Secretário de Segurança Pública, as autoridades, o Ministério<br />
Público, os secretários de saúde, todos do governo? O documento foi<br />
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produzido dentro da <strong>Assembleia</strong> Legislativa, em reuniões como esta e<br />
em reuniões no interior do Estado. Muita coisa ficou faltando.<br />
Estou ouvindo atentamente as exposições e cumprimento o Dr.<br />
Breno pela coragem de falar sobre a realidade que vivemos. Nunca<br />
tivemos um Governador que aplicasse tanto em segurança pública como o<br />
Dr. Aécio Neves, mas também não achamos nem um ponto de planejamento<br />
na segurança pública. Pelo conhecimento que temos por visitas feitas<br />
a diversos países para analisar a segurança pública e 14 anos de<br />
segurança pública em Uberlândia, sabemos que não existe um<br />
planejamento. A Polícia Militar não cresceu o necessário porque teria<br />
que crescer muito <strong>mais</strong>. Os 984 formandos desses últimos anos não<br />
suprem a necessidade do Município. Em 2004 tínhamos 16 delegados, em<br />
2008 chegamos a ter 8 delegados. É possível isso? Não podemos<br />
conviver com essa discriminação em Uberlândia, com esse mal olhar do<br />
Estado para a Polícia Civil. O que adianta a Polícia Militar conduzir<br />
12 mil, 15 mil pessoas a uma delegacia e não ter a estrutura da<br />
Polícia Civil para atender? Ouvimos aqui o <strong>Ju</strong>diciário dizer que se<br />
esta estrutura da Polícia Civil crescer, não teremos a estrutura<br />
dentro do <strong>Ju</strong>diciário para atender às necessidades. Se andamos hoje<br />
nas ruas em Uberlândia, é pelo trabalho eficiente dos poucos<br />
policiais militares que têm cumprido com a sua obrigação. Se<br />
tivéssemos planejamento, estaríamos <strong>mais</strong> à frente. A Polícia Civil<br />
está capenga porque falta estrutura, mas ela tem lutado. Mais do que<br />
pedimos, imploramos que isso seja visto.<br />
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Concluindo, todos que estiveram aqui afirmaram que as<br />
drogas são responsáveis por 80% da violência. Por que tivemos aqui um<br />
comitê de enfrentamento para a gripe suína se morreram poucas<br />
pessoas? Temos o comitê para enfrentar o “aedes aegypti” e por que<br />
não temos o Conselho Municipal de Segurança Pública, com 32<br />
entidades, que deveria estar atuando e reunindo as associações de<br />
assistência social, como Lions, Rotary, Maçonaria, CDL, fazendo<br />
visitas de casa em casa, dando palestras? Por favor, criem uma<br />
legislação que permita às instituições ficarem abertas à noite para<br />
receber os pais. Enquanto estamos discutindo legislação, quantos<br />
estão morrendo ou se viciando na nossa cidade? Por favor, criem essa<br />
legislação. A sociedade quer contribuir, quer participar. Muito<br />
obrigado.<br />
Vereador Neivaldo.<br />
O Sr. Presidente - Muito obrigado. Com a palavra, o<br />
O Vereador Neivaldo - Srs. Deputados, de<strong>mais</strong> membros da<br />
Mesa, participantes, o meu bom-dia. Em primeiro lugar, quero dizer<br />
que o governo federal tem-se empenhado na discussão da segurança<br />
pública em nosso país. o Governo Lula fez a primeira conferência<br />
nacional de segurança pública para discutir a superação dos entraves<br />
que coloca o tema entre as três maiores preocupações do brasileiro.<br />
Também o Ministério da <strong>Ju</strong>stiça colocou como prioridade o sistema<br />
penitenciário que foi tão discutido no dia de hoje.<br />
Ao falar de segurança, gostaria de falar de um outro tema<br />
que é a essência, para que não tenhamos que discutir tanto a<br />
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criminalidade e a violência. Um provérbio chinês diz: se a nossa<br />
previsão é para o século, que se eduque o povo. Gostaria de falar<br />
sobre a educação, que é a base de tudo. Um aluno é muito <strong>mais</strong> barato<br />
aos cofres públicos do que um presidiário. Então, faço um apelo para<br />
que os Municípios, os Estados, o Governo Federal invistam na<br />
educação. Que possamos pensar em políticas que discutam seriamente a<br />
prevenção, que começa nas escolas. Que possamos preparar as escolas<br />
para discutir e trabalhar com as nossas crianças e os nossos jovens.<br />
Defendemos a PEC nº 300, que é a valorização do profissional que<br />
trabalha com segurança pública. Mas queremos também discutir a<br />
valorização do profissional de educação. Queremos que as nossas<br />
escolas sejam aparelhadas para trabalhar com a nossa juventude.<br />
Queremos que as nossas escolas tenham profissionais adequados, tenham<br />
profissionais suficientes para trabalhar com as nossas crianças e com<br />
a nossa juventude. É impossível falar em segurança, falar em<br />
prevenção da criminalidade, em educação, se um professor, no Estado<br />
de <strong>Minas</strong> Gerais, ganhando um piso salarial de R$330,00. Isso é uma<br />
vergonha para o governo de <strong>Minas</strong> Gerais. A Polícia Militar e a<br />
Polícia Civil recebem um dos piores salários do Brasil. E isso não é<br />
diferente na educação, que tem um dos piores salários do Brasil. Como<br />
vamos discutir segurança com essa situação vergonhosa em nossa<br />
educação? É louvável essa ação de discutir a segurança. Todos os<br />
dias os jornais de nossa cidade mostram a violência, que está sempre<br />
batendo os recordes. Mas não podemos diminuir a violência sem<br />
investir em educação.<br />
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O Sr. Presidente - Muito obrigado. Com a palavra, Nicanor<br />
da Costa e Silva, cidadão, colaborador e benemérito da Polícia<br />
Militar.<br />
O Sr. Nicanor da Costa e Silva - Exmo. Deputado João Leite,<br />
autoridades civis e militares, auditório, eu me senti na obrigação de<br />
participar desta reunião de extrema importância. Inicialmente, quero<br />
congratular-me com os vereadores de Uberlândia, em especial com o<br />
Presidente da Câmara, Wellington Ferraz Baiano, que possibilitou à<br />
Comissão de Segurança Pública da <strong>Assembleia</strong> Legislativa realizar esta<br />
audiência pública tão importante para o Triângulo Mineiro e Alto<br />
Paranaíba. Serei breve, mas quando se fala em segurança, quero dizer<br />
que tive uma educação rígida, militar, na época da palmatória.<br />
Apanhei muito de quem não era nada meu e tomei jeito na vida, graças<br />
a Deus pela vontade de querer ser homem de bem. Hoje, tomo a<br />
liberdade de falar com um cidadão de Uberlândia, um cidadão livre e<br />
de bom costume, tomo a liberdade de falar em nome do cidadão que não<br />
tem oportunidade de falar num situação tão importante. Fui um menino<br />
de patronato, educado sem pai ou mãe, educado pelo Rotary Clube de<br />
Uberlândia, fui rotariano por 25 anos, sendo diretor por quatro<br />
gestões consecutivas da instituição onde fui criado. Infelizmente, o<br />
Governo Collor, com a criação da Lei da Infância e da <strong>Ju</strong>ventude,<br />
prejudicou a instituição onde fui criado e que fez de mim um homem de<br />
bem. Dessa instituição saiu muito homem de bem, mas saiu também muito<br />
elemento ruim. Digo isso porque Uberlândia conhece a minha vida, mas<br />
o Deputado João Leite não conhece. Fui criado num regime militar mas<br />
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não sou ex-militar, apenas faço parte da Instituição Cristã de<br />
Assistência e Caridade em Uberlândia como Diretor do Conselho Fiscal.<br />
Saí do Rotary porque deixei de ter finalidade, que era a assistência<br />
à escola em que fui educado, mas nunca deixei de ser rotariano.<br />
Pedi a palavra para falar de um assunto de interesse de<br />
Uberlândia relacionado à segurança pública. Tomei a iniciativa junto<br />
aos comandantes da Polícia Militar, com quem tenho o privilégio de<br />
ter amizade, e faço questão de destacar a atuação recente dos últimos<br />
comandantes, depois da integração. Sei do sacrifício do policial<br />
militar, que nada <strong>mais</strong> é do que um cidadão como nós, que está<br />
ostentando essa farda gloriosa da melhor Polícia Militar do Brasil,<br />
que é a de <strong>Minas</strong> Gerais. Esse cidadão investe nessa farda e começa a<br />
prestar o seu serviço por um salário que não é compatível com as<br />
condições de vida que leva. Ele enfrenta o risco ao peitar um<br />
bandido, às vezes com armamento não tão sofisticado quanto o do<br />
bandido; esse cidadão está colocando em risco a sua vida e a vida da<br />
sua família, correndo o risco de ter um filho ou alguém da família<br />
sequestrado.<br />
Olho esse trabalho com carinho. Tive o privilégio de ser<br />
homenageado como cidadão comum, não como representante de instituição<br />
nenhuma, porque faço tudo de coração. Sinto-me, como cidadão, na<br />
obrigação de colaborar com a segurança pública. Não fico cobrando<br />
dela diuturnamente. Temos, em Uberlândia, o sistema operacional do<br />
Policial Militar e Civil, que é um exemplo para o Brasil. Temos os<br />
comandantes operacionais, que não ficam nos gabinetes. Eles vão para<br />
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as ruas, para a frente dos seus comandados. Temos o exemplo do Cel.<br />
Provato, hoje, Comandante da 9ª Risp, e do Cel. Ramalho, que está<br />
comandando em Ipatinga. O Luís Humberto, nosso amigo de muito tempo,<br />
está a par disso. Provocamos uma reunião com o Prefeito Municipal. O<br />
senhor sabe que Uberlândia, agora, foi agraciada com a constituição<br />
do entreposto da Zona Franca de Manaus. Nosso aeroporto de cargas vai<br />
ser um dos <strong>mais</strong> importantes do Brasil, porque temos aqui o maior<br />
centro regional de distribuição e logística. Fiquei sabendo, por meio<br />
de jornais, que a empresa de logística de Uberlândia ganhou a<br />
concorrência para administrar o entreposto da Zona Franca de Manaus.<br />
Empunhamos uma bandeira, porque tudo isso depende de nosso trabalho,<br />
mas há muita burocracia. Até por uma questão disciplinar, pedimos à<br />
Polícia Militar, por meio da 2ª Copaer, Companhia de Rádio<br />
Patrulhamento Aéreo Regional, e ao pessoal do helicóptero, que nos<br />
ajudassem. Ganhamos as coisas com muito sacrifício. Esse helicóptero<br />
foi retirado do nosso Município. Depois, no Governo do Adelmo Leão,<br />
retornou. Pelo que sei, ele está efetivado na região. Uberlândia já<br />
está estruturada, mas há muitas cidades querendo pegar esse<br />
helicóptero. Deputado, Montes Claros, conforme disse o Promotor<br />
Breno Lintz, é menor que Uberlândia. Ganhamos o helicóptero antes de<br />
Montes Claros, não sei se por força política. Nossos Deputados são<br />
atuantes, mas Montes Claros construiu um elefante branco, fez uma<br />
superestrutura para a Polícia Militar, fez o hangar da base do<br />
helicóptero, da Copaer. Uberlância, até hoje, não tem sua base. Nosso<br />
helicóptero está sediado no distrito industrial, numa área<br />
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estritamente sigilosa e perigosa, perto do conjunto residencial. Há<br />
várias indústrias em volta, com possibilidade de produtos explosivos.<br />
O que queremos pedir é que os Deputados Luís Humberto e Weliton<br />
Prado, bem como a Deputada da Comissão nos ajudem. Há um processo, na<br />
Câmara dos Deputados, o Deputado João Leite deve saber disso, de<br />
revindicação dos policiais militares e de pilotos de helicópteros,<br />
não só militares, mas também civis. Esses cargos são de alto risco. O<br />
piloto do helicóptero, toda vez que decola para atender uma<br />
ocorrência, está colocando sua vida em risco. O piloto de helicóptero<br />
decola, vai e desce. Se o helicóptero sofrer uma pane em cima da rede<br />
de alta tensão, vai cair e o piloto será eletrocutado. Ele não tem<br />
como fazer um pouso como uma aeronave comum. Há uma reivindicação<br />
sobre isso, na Câmara dos Deputados, vetada pelo governo. Eles estão<br />
reivindicando um adicional de periculosidade. Tenho cópia do<br />
processo. Pedi ao Deputado João Leite, ao Deputado Luís Humberto e ao<br />
Deputado Weliton Prado que nos deem apoio. Não sei o nome do<br />
Deputado, parece-me que é Ciro. Ele é libanês e está com esse<br />
processo, defendendo os policiais militares da área do corpo aéreo.<br />
Gostaria de pedir ao Deputado e a seus colegas de <strong>Assembleia</strong> que<br />
deem uma força para que haja uma melhoria no salário dos policiais<br />
militares que exercem profissão de alto risco.<br />
Terminando, quero dizer que já iniciamos o processo. O<br />
Deputado Luís Humberto está a par disso, ou seja, da mudança da base<br />
do helicóptero. Já definimos com a Infraero a questão, há o terreno<br />
pré-determinado, basta apenas o governo estadual investir na<br />
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construção desse hangar. Já fizemos um anteprojeto para provar ao<br />
governo do Estado que podemos fazer uma estrutura operacional em<br />
Uberlândia com a metade do custo de Montes Claros. O Vice-Governador,<br />
Antônio Anastasia, colocou areia no negócio. Ele disse que gastaram<br />
muito em Montes Claros e não poderiam fazer isso em Uberlândia. Ele<br />
disse que não fariam, porque não havia recursos. Vamos provar que<br />
temos condições, que Uberlândia tem pessoas para fazer isso.<br />
Precisamos que a <strong>Assembleia</strong> apoie os militares. Temos de aguardar do<br />
Alto Comando decisões.<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Venha até o Dr.<br />
Lincoln, que faremos esse requerimento.<br />
O Sr. Nicanor da Costa Silva - Agradeço a oportunidade de<br />
falar e peço desculpas pela demora. Muito obrigado.<br />
O Sr. Presidente - Com a palavra, o Ten. Carlos Alves de<br />
Oliveira, Superintendente Municipal de Defesa Social, de Tupaciguara,<br />
a quem agradeço a presença. Ele é primeiro suplente de Vereador em<br />
Tupaciguara.<br />
O Ten. Carlos Alves de Oliveira - Cumprimento o Deputado<br />
João Leite, em cuja pessoa cumprimento a Mesa, as autoridades e<br />
de<strong>mais</strong> presentes. Recentemente, foi criada, em Tupaciguara a<br />
Superintendência Municipal de Defesa Social, com a finalidade de<br />
alavancar projetos na área de Segurança Pública, Defesa Civil e<br />
Vigilância Patrimonial. Tivemos a grata satisfação de promover, em<br />
Tupaciguara, a Conferência Nacional de Segurança Pública. Em razão<br />
dela, conseguimos elaborar um retrato da Defesa Social no Município<br />
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de Tupaciguara. Por meio desse retrato, conseguimos elaborar o Plano<br />
Estratégico de Defesa Social do Município de Tupaciguara. Os senhores<br />
sabem que a Cidade de Tupaciguara está situada, num ponto<br />
estratégico, entre dois grandes centros, Uberlândia, que é uma grande<br />
metrópole, e a Cidade de Itumbiara, no sul de Goiás. Ela tem uma<br />
malha viária relativamente boa. Chamaria a atenção dos senhores para<br />
um aspecto: se investirmos muito nas cidades de grande porte, o crime<br />
vai migrar, o marginal, o meliante vai sair dessas localidades em que<br />
há grandes investimentos e vai promover a prática criminosa em locais<br />
onde a população é menor. Chamaria a atenção dos senhores para esse<br />
aspecto e que levassem em conta também as Cidades de Tupaciguara,<br />
Monte Alegre, Araporã e outras. Trouxe aqui uma cópia do Plano<br />
Estratégico da Defesa Social do Município de Tupaciguara, que<br />
congrega várias ações. A primeira delas já está sendo implementada em<br />
Tupaciguara, que é a criação, por lei municipal, do Conselho<br />
Municipal de Defesa Social. Esse conselho será o carro-chefe para o<br />
desenvolvimento de todas as políticas. Tupaciguara, hoje, conta com<br />
uma população carcerária elevadíssima, <strong>mais</strong> de 70 reclusos, mas a<br />
capacidade da cadeia pública é para 35 presos. Lá existe a Suap,<br />
Supertintendência de Administração Penitenciária. O serviço de<br />
Vigilância Prisional recai nas duas instituições policiais, na<br />
Polícia Civil e na Polícia Militar. O Delegado fica com a dupla<br />
função de ser o titular da feitura dos inquéritos e dos de<strong>mais</strong><br />
procedimentos. O Comandante da PM fica também com a responsabilidade<br />
de vigiar presos. Sabemos que isso é inconstitucional, sabemos que o<br />
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policial militar e o civil foram treinados para proteger e socorrer a<br />
população. Está cientificamente provado que quem prende não pode<br />
cuidar. Fica aqui esse manifesto de Tupaciguara. Esperamos que deem<br />
uma atenção especial à essa questão prisional, porque, se<br />
providências urgentes não forem tomadas, vai transformar-se num<br />
barril de pólvora.<br />
Outra reivindicação é em relação ao excessivo número de<br />
processos criminais na comarca. É humanamente impossível um Promotor<br />
de <strong>Ju</strong>stiça e um <strong>Ju</strong>iz responderem por uma demanda de <strong>mais</strong> de 10 mil<br />
processos. Isso já foi falado pelo Dr. Breno e por outras<br />
autoridades. O sistema é composto de vários órgãos, começando pela<br />
Polícia Militar. Depois, passa para a Polícia Civil, vai para o<br />
Promotor, que denuncia, vai para o <strong>Ju</strong>iz que julga e vai para o<br />
sistema prisional. Muitas vezes, a sensação de impunidade acontece,<br />
porque para um único <strong>Ju</strong>iz na Comarca é humanamente impossível aplicar<br />
a pena em tempo apropriado. O que acontece? O cara sai com excesso de<br />
prazo, volta à sociedade, volta a praticar o ato e o círculo vicioso<br />
continua.<br />
Tenho muitas coisas para falar, mas, devido ao avançado da<br />
hora, vou passar a palavra ao Ten. Lúcio uma cópia do plano<br />
estratégico de Defesa Social, porque sei que ele representa muito bem<br />
as forças de segurança no Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.<br />
Gostaria de lhe passar essa cópia, para que a Comissão de Segurança<br />
Pública estudasse esse projeto e desse uma atenção especial a<br />
Tupaciguara. O Município de Tupaciguara é parceiro do Estado. A<br />
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Prefeitura tem convênio com a Polícia Civil, com a Polícia Militar,<br />
não deixa faltar combustível para as viaturas, não deixa faltar<br />
material de escritório. Essa parceria tem de ser de mão dupla. Muito<br />
obrigado.<br />
Lúcio.<br />
O Sr. Presidente - Com a palavra, o Deputado Tenente<br />
O Deputado Tenente Lúcio - Sr. Presidente da Comissão de<br />
Segurança Pública, meu amigo, Deputado João Leite, minha amiga,<br />
Deputada Maria Tereza Lara, meu amigo Luís Humberto Carneiro, Líder<br />
do PSDB na <strong>Assembleia</strong> Legislativa. Quero cumprimentar o Cel. Crovato<br />
e, em sua pessoa, todos os policiais presentes e aqueles que não<br />
puderam aqui estar, porque estão trabalhando, meu amigo, Dr. Gilmar,<br />
o Dr. Samuel, todos os policiais civis, senhores Delegados e também o<br />
Dr. Pacífico, representando aqui a Polícia Federal. Na sua pessoa,<br />
cumprimento todos os integrantes da mesa. Cumprimento o Cel. Felipe e<br />
todo o Corpo de Bombeiros. Na pessoa do <strong>Ju</strong>arez, cumprimento todas as<br />
entidades comunitárias. Cumprimento os Vereadores Murilo, Boquinha,<br />
Jerônima, Willian e os de<strong>mais</strong> Vereadores. Sr. Presidente, em primeiro<br />
lugar, gostaria de agradecer à Comissão de Segurança Pública a<br />
aprovação do nosso requerimento para estarmos aqui hoje. Vocês não<br />
imaginam o quanto isso está sendo importante para nossa cidade.<br />
Gostaria, inicialmente, Deputado Luís Humberto, de abrir um<br />
parêntese, porque existem pessoas que gostam de falar mal dos outros,<br />
de órgãos e de fazer panfletagens mentirosas. E existem pessoas que<br />
trabalham com eficiência e com respeito pela sociedade. Quero abrir<br />
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um parêntese para dizer, que logo que assumi meu cargo de Deputado,<br />
ou melhor, ainda nem era Deputado, Luís Humberto fez um trabalho<br />
exímio e conseguiu, junto ao governo do Estado, trazer-nos a 9ª<br />
Risp, ou seja, fazer a integração das polícias. Ele conseguiu que o<br />
Estado comprasse aquele local da granja antigamente. O Estado<br />
entregou-o, por seu intermédio, à Polícia Militar, Civil e ao Corpo<br />
de Bombeiros. Isso é de fundamental importância. Meus cumprimentos e<br />
meu respeito a uma atitude tão nobre.<br />
Sobre a segurança pública, quero dizer que o Deputado, os<br />
Vereadores e quem quer que seja não têm poder de polícia. Nossa<br />
obrigação é atendermos às reivindicações das forças legais, já<br />
mencionadas por nós e por todos que usaram a tribuna. Nossa<br />
obrigação, como Deputados Estaduais, é fazer com que recursos cheguem<br />
às nossas forças legais, por meio de homens, mulheres, viaturas. E é<br />
isso que estamos fazendo em Belo Horizonte. Sei que ainda estamos<br />
longe de atingir o nosso objetivo, mas estamos trabalhando muito para<br />
isso. Como o Cel. Crovato disse, no ano passado, recebemos cerca de<br />
240 viaturas. Isso é de grande valor para todos nós. Aumentamos<br />
também o efetivo. Quando o Dr. Breno falou, ele recordou o passado,<br />
mas hoje estamos crescendo. Nos governos passados, não quero falar<br />
mal de ninguém, a Polícia Militar não tinha muito valor, só começou a<br />
tê-lo no Governo Itamar Franco. Estou falando isso em relação às<br />
forças policiais. O Aécio deu prosseguimento a esse trabalho de<br />
valorização das nossas forças legais. Temos de falar a realidade.<br />
Tivemos uma certa preocupação no passado, era Vereador e estava onde<br />
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está o Pastor Francisco Guelho, quando veio para cá a primeira<br />
penitenciária.<br />
Como Vereador peguei umas caixinhas de papelão, e saí pelos<br />
bairros. Coloquei-as no açougue, na padaria e no supermercado para<br />
saber quem era a favor ou contra a penitenciária e solicitei que<br />
escrevessem alguns motivos pelos quais eram contra. As razões eram<br />
óbvias. Mais de 80% foram contra, porque sabiam que com o preso vem<br />
também a família do preso. Não quero aqui, em hipótese alguma,<br />
menosprezar a família do detento, porque família é sagrada e,<br />
logicamente, ela deve acompanhar o preso. Mas, vinha a família do<br />
preso desordenadamente, temos de fazer <strong>mais</strong> escolas, <strong>mais</strong> hospitais,<br />
e as penitenciárias crescem muito e além do que é previsto. O<br />
Presídio Jacy de Assis, do qual o Cel. Adanil é o Diretor, tem<br />
capacidade para 900 presos, mas tem 1.700. Com isso vem também o<br />
tráfico, porque é impossível impedir o tráfico de drogas dentro da<br />
penitenciária. Ninguém deu conta até hoje dessa questão. É impossível<br />
investigar, prender, soltar, sem realmente termos o apoio legal.<br />
O governo estadual construiu muitos presídios. Havia, <strong>mais</strong><br />
ou menos, quando entrou o Aécio uns 15 a 17 presídios no Estado de<br />
<strong>Minas</strong> Gerais; hoje temos 98. Sabe quantos o governo federal construiu<br />
em <strong>Minas</strong> Gerais? Nenhum. Não há nenhuma penitenciária federal em<br />
<strong>Minas</strong> Gerais. Só há duas no País, uma no Paraná e outra no Mato<br />
Grosso. Hoje temos cerca de 48 mil presos em <strong>Minas</strong> Gerais. Qual é a<br />
perspectiva, João Leite, para o futuro?<br />
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O Deputado João Leite - Em 2011, se continuarmos crescendo,<br />
vamos chegar a 79 mil presos no Estado de <strong>Minas</strong> Gerais.<br />
O Deputado Tenente Lúcio - Em 2011, vamos pular de 48 mil<br />
para 79 mil presos. É inadmissível isso. Temos de ter parceiros. Vou<br />
dar-lhe um exemplo, João Leite, o quanto foi difícil para nós. Foram<br />
fechadas aqui cerca 11 clínicas de recuperação de pessoas com<br />
dependência química. O Ministério do trabalho, achou por bem fechá-<br />
las, simplesmente, porque uns estavam cometendo algumas<br />
irregularidades. Havia coisas erradas, mas, ao meu ver, antes de<br />
fechá-las deveria buscar-se uma solução. É preciso chamar, resolver,<br />
conseguir um apoio melhor do governo municipal. Então, foram mandadas<br />
para as ruas, cerca de 300 pessoas viciadas, drogadas. A<br />
criminalidade cresceu, pois todos voltam para o mundo do tráfico.<br />
Isso nos entristeceu muito. São coisas erradas que estão acontecendo<br />
e que temos a obrigação de corrigir.<br />
O governo do Estado não está pagando diárias para a Polícia<br />
Civil para fazer suas investigações. Às vezes, os policiais têm de<br />
sair, de viajar de uma cidade para outra com o dinheiro do próprio<br />
bolso, gastando o salário que não é condizente ao risco de vida que<br />
estão correndo. Isso nós podemos ajudar.<br />
Precisamos de pelos menos quatro carros descaracterizados.<br />
Eles têm de ir num carro branco e preto. Quando chega no quarteirão,<br />
para cumprir um mandado de prisão, a pessoa já sabe que será presa.<br />
Gostaria que os governos estadual e municipal e,<br />
principalmente o governo federal, fizessem parcerias salutares,<br />
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porque nenhum governo dá conta de administrar sozinho. É preciso<br />
aumentar o número de funcionários e criar novas clínicas de<br />
recuperação. Vamos fazer parcerias com quem entende e já está no<br />
ramo.<br />
Abro parênteses para elogiar as igrejas. Está aqui o Pastor<br />
Ricardo César, o grupo Sarai da <strong>Assembleia</strong> de Deus, a quem estou<br />
passando subvenções, emendas parlamentares minhas e outros Deputados<br />
também devem passar. Às vezes, a verba é insuficiente. Se os governos<br />
investirem <strong>mais</strong>, teremos verdadeiros parceiros. Não será necessário<br />
que os governos estadual, municipal e federal, criem <strong>mais</strong> empregos se<br />
investirmos nas nossas igrejas, com os pastores e padres, com as<br />
pessoas que querem ajudar realmente, como Lyons, Rotary, Maçonaria,<br />
pois todas são instituições sérias que precisam ser melhores<br />
assistidas por nós.<br />
Sr. Presidente, encerro as minhas palavras, agradecendo do<br />
fundo do meu coração a V. Exas., Deputado João Leite, Deputada Maria<br />
Tereza Lara, nosso companheiro Weliton Prado e o nosso amigo Luiz<br />
Humberto Carneiro. Contem com o Deputado Tenente Lúcio como parceiro<br />
das forças legais. Podem ter a certeza de que eu, a nossa equipe, os<br />
nossos Vereadores estarão sempre aqui à disposição, de mangas<br />
arregaçadas para um trabalho. Para finalizar, as Polícias Militar,<br />
Civil e Federal que estão aqui representadas, o Corpo de Bombeiros<br />
todos vocês são bons de<strong>mais</strong>. Vamos dar as mãos. Temos a obrigação de<br />
olhar para vocês com carinho e com respeito e trazermos recursos. Não<br />
estou aqui jogando confete para ninguém, mas estou a favor da PEC nº<br />
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300. Estou batalhando muito nos bastidores do Senado, do Congresso<br />
Nacional para que isso se torne realidade. A PEC nº 146 será relatada<br />
também até na próxima semana, e atingirá também a Polícia Civil e o<br />
Corpo de Bombeiros. Estamos trabalhando muito. Vocês são merecedores,<br />
heróis, salvam vidas e precisam sobreviver por muitos anos. (-<br />
Palmas.)<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Registramos a<br />
presença de Rogério de Xangô, Presidente da Federação de Umbanda e<br />
Candomblé do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba - Fuctmap.<br />
Com a palavra, o Deputado Luiz Humberto Carneiro. Temos<br />
<strong>mais</strong> alguns inscritos. Temos sobre a mesa aproximadamente 20<br />
requerimentos que aprovaremos ao final desta audiência.<br />
O Deputado Luiz Humberto Carneiro - Boa-tarde a todos. Meu<br />
caro Presidente da Comissão de Segurança Pública da <strong>Assembleia</strong><br />
Legislativa de <strong>Minas</strong> Gerais, João Leite, ao cumprimentá-lo queria<br />
dizer da alegria nossa, da Casa toda, de tê-lo como parceiro, pois V.<br />
Exa. é um exemplo de homem público, por sua competência, sua honradez<br />
e por sua disciplina dentro do trabalho para o qual foi eleito para<br />
realizar. O sucesso desta Comissão, sem dúvida alguma, passa também<br />
pelo seu comando. Cumprimento a nossa querida Maria Tereza Lara,<br />
outra grande parceira da <strong>Assembleia</strong> que tem dado grande contribuição<br />
aos projetos e, em especial, à Comissão da qual participa.<br />
Cumprimento o Deputado Weliton Prado, que participa da nossa Mesa<br />
Diretora e que tem sido um guerreiro em várias lutas. Às vezes, para<br />
nós é polêmico, mas é um exemplo de parlamantar. Cumprimento o<br />
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Deputado Tenente Lúcio, que chegou há pouco tempo naquela Casa, mas,<br />
já com muito brilhantismo, tem defendido o nosso Estado, a nossa<br />
cidade de Uberlândia, a nossa região. Parabéns Lúcio, pelo trabalho,<br />
pela aprovação do requerimento que nos permitiu, neste momento de<br />
hoje, discutir a segurança de Uberlândia, da região toda, mas que, na<br />
verdade, também é de <strong>Minas</strong> Gerais.<br />
Saúdo todos que estiveram aqui fazendo uso da palavra, mas,<br />
em especial, os representantes das Polícias Militar, Civil, Federal,<br />
Rodoviária, do Corpo de Bombeiros, enfim todos os presentes. Não<br />
quero tomar muito tempo. Permitam-me, dentro desse cumprimento,<br />
saudar o nosso Vereador Baiano, Presidente desta Casa, e em pessoa<br />
todos os Vereadores. Quero dizer-lhe, Baiano, o quanto esta Câmara de<br />
Vereadores tem contribuído com a segurança de Uberlândia, nos<br />
projetos que aqui são encaminhados pelo Prefeito Odelmo e aprovado<br />
por vocês.<br />
João Leite, aqui temos uma administração, um Executivo que<br />
realmente tem sido um grande parceiro da nossa segurança e, <strong>mais</strong> do<br />
que isso, do nosso Governador Aécio Neves.<br />
O Promotor Breno Lins expôs alguns números aqui, depois o<br />
Deputado Weliton Prado reafirmou a colocação dele. Só queria dizer,<br />
Weliton Prado, até como parlamentar, que é fácil pegar essas<br />
informações. Mas não podemos, numa reunião tão séria como essa em que<br />
estamos interessados em resolver questões da segurança, ficar jogando<br />
para a plateia, dizendo quem está errado, quem está certo, se é o<br />
Aécio, se é o Lula, se é isso ou aquilo. Acho que precisamos<br />
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encontrar o caminho para melhorar toda a nossa segurança. É isso que<br />
a nossa população precisa. Tínhamos, sim, no passado, uma<br />
discriminação com relação a essa região, em especial à cidade de<br />
Uberlândia, que é muito grande. Talvez o momento políticofosse<br />
diferente. Havia regiões em que não só na área da segurança, mas em<br />
outras também, o número de atendimento ou até mesmo a ação política<br />
era muito maior.<br />
Mas hoje acabo de receber aqui das mãos do nosso Delegado<br />
do 9º Comando, que é o Dr. Gilmar, alguns números. Em <strong>Ju</strong>iz de Fora,<br />
temos 236 membros dentro de toda a sua equipe de Polícia Civil; em<br />
Uberlandia, temos 231. Estamos com cinco a menos. Aqui, tanto eu,<br />
como o João Leite, o próprio Weliton Prado, como a Maria Tereza Lara<br />
e também o Tenente Lúcio vamos lutar para que Uberlândia tenha o<br />
número suficiente e a Polícia Civil possa ser atendida à altura.<br />
Da mesma forma como o Lúcio aqui expôs, nós somos também<br />
parceiros para que essas reivindicações da Polícia possam ser<br />
atendidas. O mesmo ocorre na Polícia Militar em que <strong>Ju</strong>iz de Fora tem<br />
1.600 policiais e Uberlândia tem 1.575. Estou falando por Uberlândia<br />
e não pela regional. São dados oficiais que me foram passados agora.<br />
Então, só queria dizer, João Leite, que hoje este momento<br />
está sendo muito importante, porque estamos levando daqui<br />
reivindicações. Como V. Exa. expôs há pouco, temos muita confiança<br />
nas nossas políticas, <strong>mais</strong> do que isso, na nossa política de<br />
segurança que tem sido desenvolvida. <strong>Minas</strong>, se não é o ideal, tem<br />
sido o modelo para o Brasil. As nossas polícias, tanto a Civil, como<br />
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a Militar, e a política aqui adotada têm sido modelo para todos nós.<br />
Quem sou eu para definir se precisa de um PPO ou de uma viatura em<br />
tal lugar? Cabe a nós Deputados e à população reivindicarmos aquilo<br />
que realmente tem sido as necessidades das nossas polícias. É isso<br />
que queremos. Aqui foi exposto, e em todas as reuniões das quais<br />
participamos, um número de 78 mil presos, mas acreditamos que seja<br />
até maior um pouquinho. Sabemos, também, que os índices de<br />
marginalidade hoje no País passam pelas drogas, pelo tráfico. Isso é<br />
claro, é constatado por números, em todos os lugares. Não é em <strong>Minas</strong><br />
Gerais não, é no Brasil todo. Aqui não vai um crítica, mas um alerta.<br />
Cobramos do governo Aécio, mesmo sendo Líder do PSDB, cobro do<br />
governo a todo momento. Quando aqui foi falado que precisamos da<br />
licença do helicóptero, até dias atrás não tínhamos autorização da<br />
Infraero. E ela está certa de não ter dado essa autorização. Agora,<br />
sim, estamos prontos para lutar para conseguir isso. Se outro lugar<br />
conseguiu, talvez uma licença <strong>mais</strong> rápida.<br />
Só quero dizer alguma coisa para servir de alerta. Falou-se<br />
muito, Weliton Prado, na necessidade de um pagamento maior para<br />
polícia, de um salário melhor. Precisamos, sim, todos concordamos com<br />
isso. O próprio governo concorda. Precisamos aumentar o salário não<br />
só das polícias de <strong>Minas</strong>, mas de todo o Brasil, até em nível federal,<br />
mas para isso precisamos ter o pé no chão para sabermos até onde<br />
podemos ir. Precisamos respeitar os projetos que chegaram à<br />
<strong>Assembleia</strong>, propondo a valorização das polícias, a melhoria de<br />
equipamentos, o treinamento e outras conquistas e todos os projetos<br />
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nesse sentido. Vamos fazer uma comparação. <strong>Minas</strong> Gerais tem a maior<br />
malha rodoviária do Brasil, em torno de 25% do País. Isso deve dar em<br />
torno de 25.000km de rodovias. Se eu perguntar ao representante<br />
rodoviário, ele vai afirmar que <strong>Minas</strong> Gerais tem 700 policiais.<br />
Precisamos de no mínimo 3 mil. Vamos culpar o governo descaradamente?<br />
Não! Vamos reivindicar para que o governo faça justiça com <strong>Minas</strong><br />
Gerais e coloque no mínimo 3 mil policiais no Estado. É o que<br />
precisamos para reduzir um pouquinho todo esse tráfico de drogas e de<br />
armas no País. Não produzimos cocaína, “crack” nem armamento, mas<br />
essas coisas estão entrando a todo momento. Se eu perguntar ao<br />
Pacífico sobre a necessidade da Polícia Federal ele dirá que também é<br />
grande. Falava-se aqui que <strong>Minas</strong> terá em 2011 setenta e tantas mil<br />
vagas prisionais. Quando o Aécio assumiu, tínhamos aqui apenas 5 mil.<br />
Hoje temos em torno de 26 mil, com quarenta e tantos mil presos. Do<br />
fundo prisional federal, que é um recurso que o governo federal<br />
deveria passar aos Estados, <strong>Minas</strong> Gerais recebeu zero por cento até<br />
hoje. Nem por isso deixamos de criar as vagas.<br />
Achei muito boa essa reunião que estamos realizando hoje,<br />
porque estamos levantando aqui os problemas que não são diferentes do<br />
resto do Estado e do País. Temos de encontrar solução, cobrar e<br />
seguir de mãos dadas. Em vez de sair criticando, é necessário<br />
encontrar a solução. Precisamos no momento de <strong>mais</strong> investimento por<br />
parte do Estado, precisamos de um salário melhor. Quem milita na área<br />
de segurança sabe muito bem que, se não vigiarmos as nossas<br />
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barreiras, não daremos conta, nem com 30 mil homens aqui dentro de<br />
Uberlândia, nem com 300 mil viaturas. Não há como.<br />
As polícias sabem muito bem quando falo do sistema<br />
prisional de <strong>Minas</strong> Gerais e do avanço que tivemos. Quando o<br />
Governador Aécio assumiu, havia apenas 7 mil viaturas no Estado, as<br />
condições eram muito precárias. Hoje temos 15 mil viaturas novas e<br />
seminovas. Aqui, em Uberlândia, a nossa frota é terceirizada, não<br />
faltam pneus, combustível, mecânico, enfim, não falta nada. Se for<br />
preciso, a polícia faz parcerias com outros Municípios, mas isso não<br />
ocorre aqui.<br />
Esses dados existem, não os estou inventando. Não vim aqui<br />
levianamente falar de um assunto sem antes consultar o meu Coronel, o<br />
meu Delegado, a fim de darmos uma informação séria à população sobre<br />
o que precisa e está sendo feito. Essa questão não é apenas do povo<br />
de Uberlândia, da região do Triângulo Mineiro e muito menos de <strong>Minas</strong>.<br />
Se não vigiarmos as nossas barreiras, não conseguiremos ja<strong>mais</strong><br />
resolver o problema da segurança pública.<br />
Ao encerrar, gostaria <strong>mais</strong> uma vez, João Leite, Deputado<br />
que é um exemplo e por quem tenho grande admiração, de dizer que<br />
estou muito feliz por recebê-los aqui. Esta foi uma reunião<br />
proveitosa que, sem dúvida alguma, trouxe informações que se somarão<br />
a tantas outras, para encontrarmos um caminho e termos uma segurança<br />
melhor a cada dia. Parabéns, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros,<br />
Polícia Federal e Polícia Civil de <strong>Minas</strong> Gerais, pelo trabalho que<br />
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vêm prestando, pela parceria e pela união em busca do caminho da paz<br />
para a nossa população.<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Obrigado, Deputado<br />
Luiz Humberto Carneiro. Antes de conceder a palavra ao Deputado<br />
Weliton Prado, gostaria de fazer uma pergunta ao Inspetor Altemiro<br />
Olinto Cristo. O Deputado Luiz Humberto Carneiro falou da malha<br />
rodoviária federal. Eu gostaria de saber qual a extensão da área de<br />
rodovia federal sob sua responsabilidade, qual o número de efetivos e<br />
quantos postos da Polícia Rodoviária Federal existem no trecho.<br />
O Sr. Altemiro Olinto Cristo - A Delegacia de Uberlândia<br />
tem sob sua jurisdição 350km de rodovia, incluindo a BR-050, a BR-365<br />
e a BR-452 e 42 policiais. Além disso, existem as Delegacias de<br />
Frutal e de Uberaba, tendo sido criada recentemente a Delegacia de<br />
Patos de <strong>Minas</strong>, que conta com 10 homens para ajudar a cuidar dessa<br />
malha. É um trecho bastante grande, com efetivo bastante reduzido.<br />
350km?<br />
O Sr. Presidente - Quantos postos estão espalhados nesses<br />
O Sr. Altemiro Olinto Cristo - São dois postos, em Araguari<br />
e Uberlândia; <strong>mais</strong> dois na Delegacia de Frutal; dois em Uberaba; e um<br />
em Patos de <strong>Minas</strong>.<br />
O Sr. Presidente - Muito obrigado. Solicito ao Dr. Lincoln,<br />
nosso consultor, que elabore um requerimento reiterando ao Ministério<br />
Público pedido de aumento de efetivo da Polícia Rodoviária Federal,<br />
especialmente nessas Delegacias.<br />
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Pergunto ao Dr. Pacífico quantos Municípios estão sob a<br />
jurisdição da Delegacia de Uberlândia e quantos policiais federais<br />
existem ali.<br />
O Delegado José Pacífico Martins Ferreira - A nossa<br />
circunscrição abrange 68 Municípios, tendo 25 Agentes da Polícia<br />
Federal, 7 Escrivães, 10 Delegados e 12 Peritos para cuidar de toda a<br />
região. Esses números são insignificantes, se compararmos o tamanho<br />
dessa região. Mas os esforços são medidos para que a sociedade tenha<br />
retorno. Peço a V. Exa. que faça uma reivindicação para aumentar o<br />
nosso efetivo, de forma a prestarmos um serviço melhor.<br />
O Sr. Presidente - Obrigado, Dr. Pacífico. Inspirados pelo<br />
Deputado Luiz Humberto Carneiro, solicitamos ao Dr. Lincoln que<br />
elabore requerimento dirigido ao Ministério da <strong>Ju</strong>stiça, para que<br />
tenhamos maior efetivo da Polícia Federal na região de Uberlândia.<br />
Com a palavra, o Deputado Weliton Prado. (- Pausa.)<br />
Enquanto ele se dirige ao microfone, conforme prevê o Regimento<br />
Interno da <strong>Assembleia</strong> Legislativa, esta Presidência prorroga esta<br />
reunião por <strong>mais</strong> 60 minutos.<br />
O Deputado Weliton Prado - Saúdo todos e informo ao<br />
Presidente, Deputado João Leite, que apresentei requerimento, já<br />
aprovado, com o mesmo teor, na Comissão de Segurança Pública:<br />
“Requeremos seja encaminhado ao Ministro da <strong>Ju</strong>stiça pedido de<br />
providências para aumentar o número de efetivos de policiais<br />
rodoviários federais em <strong>Minas</strong> Gerais, em especial nas regiões do<br />
Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, bem como a aquisição de<br />
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equipamentos e materiais para a corporação.” Estamos fazendo<br />
cobranças permanentemente, de forma a ajudar uma região tão<br />
abrangente como a nossa. É preciso, sim, aumentar o número de<br />
efetivos da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal, além de<br />
aumentar o número de viaturas.<br />
Todos já estão cansados e querendo almoçar. Devem estar com<br />
a barriga roncando. Por isso, serei breve. Temos de reconhecer a<br />
qualidade dos nossos policiais. Todo mundo diz que <strong>Minas</strong> tem uma das<br />
melhores polícias do País, o que é verdade. Precisamos garantir a<br />
valorização desses servidores, e isso não é nada de<strong>mais</strong>, é cumprir o<br />
que foi prometido. Se não quiser fazer, não prometa; se prometer,<br />
cumpra. Aprendi isso com a minha mãe. Palavra empenhada é palavra<br />
cumprida. O governo prometeu que o piso salarial do policial militar<br />
seria de, no mínimo, R$2.500,00, mas essa promessa não foi cumprida<br />
até hoje. Qual o percentual de reajuste para este ano? Zero. Até<br />
abril, se não houver garantia de reajuste para os servidores, para os<br />
policiais militares e civis e os Bombeiros Militares, não haverá<br />
outra possibilidade, porque este é um ano eleitoral.<br />
Fazemos um apelo ao governo para que tenha sensibilidade.<br />
Foram gastos agora quase R$3.000.000.000,00 na construção do centro<br />
administrativo, R$1.400.000,00 com o “caveirão”. O Sapori, ex-<br />
Secretário de Estado Defesa Social, disse em entrevista que esse é um<br />
grande retrocesso, que não existe necessidade de dois “caveirões” no<br />
nosso Estado. Queremos que seja garantida a valorização dos<br />
servidores. Não podemos permitir que haja quebra da paridade. A<br />
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produtividade para os policiais ativos foi garantida, mas os policias<br />
da reserva, que não deixam de ser policiais, e os pensionistas não<br />
recebem. Isso é uma injustiça. Em 50 anos da Polícia Militar, nunca<br />
ocorreu quebra de paridade. Temos de garantir essa valorização para<br />
quem está na reserva. O auxílio periculosidade também deve ser<br />
garantido. Se a profissão de policial militar, policial civil, Agente<br />
Penitenciário Socioeducativo e Bombeiro Militar não for de risco,<br />
nenhuma outra o será. Está na Constituição do Estado que esses<br />
servidores fazem jus ao auxílio periculosidade, mas, infelizmente,<br />
isso não sai do papel. O governo não cumpre, pois, o que está na<br />
Constituição; tentou negociar esse direito apenas para quem está na<br />
ativa. Não aceitamos isso de jeito algum, porque essa é uma forma de<br />
congelar o salário dos policiais, quebrar a paridade e não garantir a<br />
mesma valorização aos policiais da reserva ou aos pensionistas.<br />
Outro aspecto abordado aqui diz respeito à estrutura. Em<br />
todas as reuniões da Comissão das quais participamos - sou hoje Vice-<br />
Presidente da <strong>Assembleia</strong> - dizemos que é fundamental criar o fundo<br />
estadual de segurança pública, para que as forças de segurança não<br />
fiquem com o pires na mão. Em determinadas cidades, ficam atrás dos<br />
Prefeitos para fazer convênio com o objetivo de conseguir gasolina,<br />
fazer a manutenção dos veículos e adquirir papel higiênico. Se o<br />
poder público municipal não ajuda, as forças de segurança ficam<br />
praticamente paralisadas. Esse fundo daria autonomia para essas<br />
forças atuarem em todo o Estado, garantindo armamentos e<br />
equipamentos, mantendo os veículos. Isso resolveria o problema. É<br />
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simples: tudo o que for arrecadado na segurança pública pode ser<br />
investido na própria área; o que não pode é haver desvio para o caixa<br />
único do Estado. Assim, o problema fica resolvido do ponto de vista<br />
estrutural. O projeto que trata do fundo estadual de segurança<br />
pública está parado na <strong>Assembleia</strong> há muitos anos. Precisamos aprová-<br />
lo urgentemente, para dar autonomia e independência às forças de<br />
segurança, de forma que o poder público municipal não fique atrelado<br />
aos comandos. Isso é fundamental. As Polícias Militar e Civil<br />
precisam de autonomia e independência, não podem ser frágeis e<br />
dependentes. O mesmo ocorre, às vezes, com o Poder <strong>Ju</strong>diciário, para<br />
quem as Prefeituras fornecem servidores, o que resulta em desvio de<br />
função. É necessário acabar com essa situação, que fragiliza a<br />
independência das forças policiais.<br />
Volto a dizer que é fundamental cumprir o que é prometido.<br />
Fui Vereador nesta Casa. Durante duas campanhas eleitorais, foi<br />
garantido que Uberlândia teria Colégio Tiradentes, e até hoje essa<br />
não é uma realidade, a proposta não saiu do papel.<br />
Quanto à escada Magirus, não sei se as pessoas têm<br />
conhecimento, mas, depois de muita luta, conseguimos uma escada desse<br />
tipo, usada, da década de 70, que foi retirada de outra cidade.<br />
Contamos com recursos da Sudene. Existe um processo no Ministério<br />
Público Federal para devolver essa escada. Solicitamos, então, que o<br />
governo compre escada Magirus nova para Uberlândia, Uberaba e de<strong>mais</strong><br />
Municípios que têm grandes edificações, garantindo o combate a<br />
incêndios.<br />
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Há muito tempo, brigamos para que os recursos provenientes<br />
da Taxa de Incêndio paga pelo comércio e pela indústria sejam 100%<br />
utilizados pelo Corpo de Bombeiros, corporação de responsabilidade do<br />
Estado. Com todo o respeito ao Ten. Felipe, ela não é de<br />
responsabilidade do governo federal. Se esses recursos fossem<br />
aplicados corretamente, o problema estrutural da corporação seria<br />
resolvido. Conseguimos acabar com a Taxa de Incêndio para as<br />
residências e impedimos a cobrança da taxa para chamar a polícia e<br />
fazer o boletim de ocorrência. O Renato Goulart está aqui e sabe<br />
muito bem que os índices de criminalidade no nosso Estado cairiam<br />
muito. O cidadão deixou de pagar R$30,00 para registrar o boletim.<br />
O Dr. Nicanor falou sobre o piloto, o hangar. É preciso<br />
valorizar os profissionais dessa área também. Lutamos muito na<br />
<strong>Assembleia</strong> para barrar um projeto do Governador que garantia reajuste<br />
somente para o seu piloto particular. Brigamos muito, porque não<br />
podemos quebrar a isonomia, devemos respeitar todos os servidores de<br />
uma carreira.<br />
Na Comissão de Segurança Pública, apresentamos requerimento<br />
que foi aprovado para que todos os excedentes da Polícia Civil sejam<br />
chamados. Foram aprovados <strong>mais</strong> de 230 pessoas no último concurso para<br />
o cargo de Agente. Os Delegados e os Escrivães já foram chamados.<br />
Como este é um ano eleitoral, devemos fazer isso rapidamente. Os<br />
candidatos passaram na prova, estão aptos e podem aumentar o efetivo<br />
da Polícia Civil ainda este ano.<br />
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Parabenizo o Presidente da Comissão, Deputado João Leite; a<br />
Deputada Maria Tereza Lara; os Deputados Tenente Lúcio e Luiz<br />
Humberto Carneiro; os representantes das Polícias Civil, Militar e<br />
Federal; os representantes dos Defensores Públicos, advogados dos<br />
pobres que penam, que não têm as mínimas condições, mas fazem das<br />
tripas coração para ajudar o povo.<br />
Termino com este questionamento: é um verdadeiro absurdo o<br />
que está acontecendo. Desde 2004, o Ministério da <strong>Ju</strong>stiça deixou à<br />
disposição do governo do Estado um equipamento para identificar<br />
digitais com alta precisão e de forma automática. Infelizmente, os<br />
governos de <strong>Minas</strong> e São Paulo foram os únicos que não aceitaram os<br />
equipamentos, que estão na caixa até hoje. A Polícia Civil de <strong>Minas</strong><br />
não tem acesso ao banco de dados da Polícia Federal porque não aceita<br />
o convênio. Quanto pagará por isso?<br />
Nenhum centavo. O equipamento está lacrado, está na caixa.<br />
Muitos criminosos poderiam estar atrás das grades; o maníaco, o<br />
“serial killer”, que matou cinco mulheres em Belo Horizonte, poderia<br />
ter sido preso após matar a primeira vítima, porque ele deixou<br />
digitais dentro do carro e já havia sido preso anteriormente.<br />
Realmente não dá para entender qual é a lógica, não dá para entender<br />
por que o governo não assina o convênio e pega esses equipamentos.<br />
Estou apresentando requerimentos com esse intuito, pedindo<br />
explicações ao governo do Estado. Espero que ele reveja essa posição<br />
e assine esse convênio para que a Polícia Civil de <strong>Minas</strong> Gerais tenha<br />
acesso ao banco de dados da Polícia Federal, que contém milhares de<br />
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digitais, e possa identificar e prender os criminosos. Muito<br />
obrigado. Parabéns, Comissão de Segurança Pública. Esperamos que esta<br />
reunião, esta audiência, obtenha muitos frutos e que o Governador<br />
cumpra o que prometeu: que Uberlândia seja referência na área de<br />
segurança pública não apenas para <strong>Minas</strong> Gerais, mas também para todo<br />
o Brasil.<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Com a palavra, o<br />
Sr. Frank Resende, Presidente do PT.<br />
O Sr. Frank Resende - Boa-tarde, autoridades, nobres<br />
Deputados, Deputada Maria Tereza Lara, companheira do PT, Vereadores,<br />
agentes políticos e população em geral, para a qual, enfim, está<br />
sendo realizada esta audiência pública. Gostaria de sugerir à<br />
Comissão, em especial ao Deputado João Leite, que estendesse, nas<br />
próximas audiências em outros Municípios, o prazo destinado à<br />
população, em detrimento até das autoridades, porque acho que existem<br />
outros espaços institucionais onde todos podem falar. É preciso que<br />
seja aberto <strong>mais</strong> espaço para o povão vir e dizer realmente o que está<br />
sentindo na pele.<br />
Em relação à segurança pública, quero tratar aqui de três<br />
assuntos. O primeiro refere-se à questão social, porque quem sente na<br />
pele a ausência da segurança pública é a população. A segurança<br />
pública é um grande termômetro que há na sociedade. Quando chegamos a<br />
índices alarmantes, como aconteceu em nossa cidade em 2009 - foram<br />
150 assassinatos violentos -, o termômetro vai lá em cima, a luzinha<br />
acende. Quando isso acontece, podem saber que as questões sociais não<br />
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estão sendo bem tratadas naquele local. Quando se vai à<br />
penitenciária, ao Ceseu, local em que se faz o tratamento dos<br />
adolescentes que cometeram infrações, percebe-se que esses locais<br />
estão lotados. Ao conversar com os agentes de segurança, com os<br />
Agentes Penitenciários e com os agentes socioeducativos, o que<br />
escutamos é o seguinte: “Se o Ceseu está lotado, se a penitenciária<br />
está lotada, é porque há problemas lá embaixo. Está faltando<br />
educação, saúde, emprego e atenção, principalmente para as camadas<br />
<strong>mais</strong> populares de nossa cidade”. Há duas seguranças: uma patrimonial,<br />
que se refere à defesa dos direitos de cada cidadão à propriedade<br />
privada; e outra que precisa trazer consigo vários aspectos sociais,<br />
como o direito à educação, à moradia e o direito a ser um cidadão de<br />
fato. É dessa última segurança que sentimos uma carência muito grande<br />
em nosso Município. Quero deixar esse relato nesta Comissão de<br />
Segurança Pública da <strong>Assembleia</strong>.<br />
Em relação ao aspecto técnico, profissional, no que diz<br />
respeito à valorização do servidor, concordo com a quase unanimidade<br />
dos integrantes que fizeram uso da palavra nesta audiência.<br />
Precisamos entender que os policiais militares e civis, o Corpo de<br />
Bombeiros e de<strong>mais</strong> integrantes das forças de segurança, além de<br />
profissionais, servidores públicos, são também cidadãos. A muitos<br />
deles tem sido negado o direito de se organizar por meio de<br />
sindicatos, de protestar por meio de greve. Isso é um absurdo. Acho<br />
que isso deveria ser revisto, ou seja, deveria ser dado o direito de<br />
servidor e de cidadão a esses policiais militares.<br />
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Quanto à valorização salarial, escutei várias vezes essa<br />
frase: “O político precisa ganhar bem para não roubar”. Também acho<br />
que o policial militar deve ganhar bem para preservar sua própria<br />
vida e a de seus familiares. Muita gente aqui é policial militar e<br />
sabe que não pode frequentar determinados bairros de farda fora do<br />
horário de trabalho, não pode colocar a farda nos varais de sua casa,<br />
com medo de retaliação da comunidade. É isso que a sociedade, por<br />
meio do poder público, precisa compensar a esses policiais: o direito<br />
de serem cidadãos e de terem preservadas suas vidas.<br />
Sobre o aspecto político, para finalizar, Presidente,<br />
estranha-me muito a ausência do poder público municipal nesta<br />
audiência. Nenhum representante da Prefeitura se faz presente, o que<br />
retrata a ausência do Município no que diz respeito à segurança<br />
pública. É a <strong>mais</strong> pura expressão da verdade, porque agora eles<br />
simplesmente estão jogando a culpa no Estado. Em ano eleitoral, é<br />
muito fácil dizer que a segurança pública é responsabilidade do<br />
Estado. Tudo bem, é; mas uma coisa que aprendi desde pequeno é que<br />
ninguém é obrigado a prometer. Se o fizerem, deverão cumprir.<br />
Prometeram a Guarda Municipal para que a Polícia Militar se<br />
desonerasse um pouco e fizesse um trabalho ostensivo; prometeram a<br />
ampliação dos Anjos da Escola - todos até comentaram aqui sobre o<br />
oferecimento das drogas nas escolas -; prometeram o<br />
videomonitoramento nos bairros. Existe um comércio ativo no centro da<br />
cidade, e nos bairros populares há um comércio muito <strong>mais</strong> ativo. Onde<br />
está o videomonitoramento? A promessa não foi cumprida pela atual<br />
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gestão. O então candidato Odelmo Leão usou isso em seu material de<br />
campanha, mas não cumpriu.<br />
Para finalizar, quero falar sobre a questão da cavalaria<br />
montada, que auxiliaria nos grandes eventos que nossa cidade tem<br />
recebido. No último domingo, aconteceu um jogo com 10 mil torcedores.<br />
Essa cavalaria auxiliaria, porque, quando há grandes eventos em<br />
Uberlândia, a polícia infelizmente precisa se concentrar em<br />
determinados locais, e a cidade fica à mercê dos bandidos.<br />
Parabenizo a Comissão pela presença. O Município, a<br />
Prefeitura, tem, sim, sua parcela de responsabilidade; afinal de<br />
contas, todos nós moramos em Uberlândia. Muito obrigado.<br />
O Sr. Presidente - Obrigado pela participação, Presidente.<br />
Quero dizer apenas que esteve aqui um representante da Prefeitura, o<br />
Dr. Orion, Secretário de Defesa Social, durante todo o tempo. Com a<br />
palavra, o Vereador Delfino, que pacientemente aguardou que todos<br />
falassem. Vereador, dizem que os últimos serão os primeiros.<br />
O Vereador Delfino Rodrigues - Inicialmente, saúdo toda a<br />
Mesa, os Vereadores aqui presentes - o Sr. Hélio Ferraz, nosso<br />
Presidente, Ronaldo, Murilo, Liza Prado -, e os nossos Deputados.<br />
Peço licença ao Deputado João Leite, Presidente da Comissão, para<br />
cumprimentar em especial a Deputada Maria Tereza Lara, que é uma<br />
grande amiga e uma visitante ilustre - o Deputado Weliton Prado é de<br />
casa, não faz <strong>mais</strong> tanto sucesso porque é figurinha carimbada aqui.<br />
Deputada Maria Tereza Lara, seja bem-vinda a Uberlândia. V. Exa. e o<br />
Deputado Weliton Prado são nossos representantes do PT na <strong>Assembleia</strong>.<br />
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Parabenizo os Deputados Tenente Lúcio, nosso amigo, e Luiz Humberto<br />
Carneiro, que estava aqui - deve estar por aí agora.<br />
Inicialmente gostaria de fazer algumas correções sobre o<br />
que foi dito aqui. Venho acompanhando o fechamento de comunidades<br />
terapêuticas em Uberlândia, juntamente com vários Vereadores desta<br />
Casa. Deve-se fazer justiça, Deputado João Leite, o senhor não pode<br />
levar uma informação distorcida da nossa cidade. Entendo<br />
perfeitamente que não houve nenhuma má-fé por parte de quem passou a<br />
informação - o Deputado Tenente Lúcio, a quem admiro e estimo muito.<br />
Trata-se de uma pessoa do <strong>mais</strong> alto nível de credibilidade em nossa<br />
cidade, e por ele tenho grande apreço - meu irmãozinho, Deputado<br />
Tenente Lúcio, sabe disso. Na realidade, em Uberlândia foram fechadas<br />
inicialmente quatro comunidades terapêuticas. Não se pode chamar de<br />
comunidades terapêuticas, diga-se de passagem, as duas que foram<br />
fechadas e não foram reabertas, porque torturavam, amarravam,<br />
amordaçavam, batiam nas pessoas. Outras duas foram fechadas<br />
inicialmente, mas foram reabertas porque se adequaram aos<br />
procedimentos legítimos e justos que a Vigilância Sanitária precisa<br />
exigir. Estou vendo uma vigilante sanitária aqui; é até o órgão<br />
executivo municipal.<br />
Acho que esses dados são importantes, Deputado João Leite,<br />
Presidente, porque não podemos ter uma imagem distorcida da nossa<br />
realidade. Quero depois até consultar o Cel. Crovato, que é outra<br />
pessoa que admiro muito aqui em Uberlândia, sobre a possibilidade de<br />
ele nos dizer se o fechamento dessas comunidades implicou na elevação<br />
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dos índices de violência, como muitos vêm dizendo por aí. É<br />
importante que isso fique bem claro, em nome da verdade, até porque a<br />
maioria das comunidades que foram fechadas - elas não eram<br />
comunidades - abrigavam, prendiam pessoas que nem da nossa cidade<br />
eram; essas pessoas voltaram para suas cidades de origem.<br />
O Deputado Luiz Humberto Carneiro não está aqui agora e não<br />
gostaria de ser deselegante com ele. Todavia preciso dizer, com todo<br />
respeito que tenho por ele, que acho interessante quando vejo um<br />
representante do PSDB defender o fechamento das nossas fronteiras ao<br />
tráfico, porque eles ficaram durante anos no poder e não fecharam.<br />
Mas tudo bem; acho que essa observação é importante.<br />
O governo federal tem feito todos os investimentos<br />
necessários na área da segurança, sabendo que são insuficientes,<br />
porque, na realidade, há um processo de sucateamento do Estado. Isso<br />
precisa ser dito aqui: venho da Caixa Econômica Federal e sei que<br />
infelizmente os governos anteriores sucatearam o Estado, a Polícia<br />
Federal, já que não é interesse do governo neoliberal defender esse<br />
ente. Essa é outra discussão.<br />
Vamos então às propostas em relação ao ponto que estamos<br />
discutindo aqui hoje. Deputado João Leite, tive acesso a um estudo<br />
sobre a execução orçamentária do governo de <strong>Minas</strong> e acho<br />
importantíssimo esses dados serem expostos aqui no relatório final,<br />
porque há alguns números que nos preocupam muito. Deputado, quero até<br />
fazer uma crítica construtiva: esta Mesa espelha bem o que entendemos<br />
e refletimos sobre a questão da segurança pública. Na maioria das<br />
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vezes, temos aqui os órgãos de repressão, os quais respeito, visto<br />
que são necessários - Polícias Federal e Militar - e representantes<br />
do Poder <strong>Ju</strong>diciário, mas não temos os órgãos responsáveis pela<br />
aplicação das políticas públicas sociais, que serão as inibidoras da<br />
violência. Não as vejo aqui - corrijam-me se eu estiver errado -, com<br />
exceção da Defensoria Pública na educação. Não dá para fazermos uma<br />
discussão em uma audiência de segurança pública sem colocarmos o dedo<br />
na ferida das políticas públicas, principalmente no que se refere à<br />
área social, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, à geração<br />
de emprego e renda.<br />
Voltarei ao relatório - procurarei ser rápido, porque está<br />
muito tarde -, à execução orçamentária do governo estadual em<br />
políticas para crianças e adolescentes. Isso é do Estado de <strong>Minas</strong><br />
Gerais, Deputado João Leite: no Orçamento de 2009 - olhem que número<br />
interessante -, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social -<br />
Sedese - executou 99,9% de seu orçamento, ou seja, praticamente tudo<br />
que estava previsto. Entretanto, em 2009, houve uma diminuição de 60%<br />
do orçamento nas ações exclusivas para crianças e adolescentes ao<br />
longo do ano. Como pensaremos em políticas para conter a violência -<br />
e esse número é do Orçamento do Estado -, se aplicamos 100% em 2009,<br />
mas diminuímos 60% no Orçamento para as crianças e os adolescentes?<br />
Das ações diminuídas para as crianças e os adolescentes, as que<br />
tiveram o pior percentual de execução orçamentária foram: desempenho<br />
e qualificação de professores, 52%; atendimento às medidas<br />
socioeducativas, 66%; e Escola Família Agrícola, 63%. O programa<br />
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Promédio, que se refere à melhoria da qualidade e eficiência do<br />
ensino médio, teve seu orçamento reduzido em <strong>mais</strong> de 94%, ou seja,<br />
não existiu. Por último, prestem atenção na gravidade da seguinte<br />
questão: das ações exclusivas para crianças e adolescentes que não<br />
tiveram execução orçamentária em 2009, não houve execução<br />
orçamentária nas ações para apoio técnico e financeiro às equipes de<br />
saúde da família, capacitação continuada de recursos humanos<br />
envolvidos na alimentação escolar, apoio à formação de nível<br />
superior, hortas escolares, operacionalização das ações do CAE e<br />
desenvolvimento dos ensinos fundamental e médio.<br />
E, também, foi excluída das ações para crianças e<br />
adolescentes a merenda do ensino noturno. Ou seja, não é dessa forma,<br />
não é reduzindo o orçamento para aplicação nas políticas públicas<br />
para crianças e adolescentes em 60%, como foi feito, que vamos<br />
resolver o problema da violência.<br />
Por fim, parabenizo todos os presentes: Polícia Militar,<br />
Polícia Federal e todos os representantes do <strong>Ju</strong>diciário. E quero<br />
reconhecer que não se faz segurança sem investimentos no principal<br />
elemento da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Polícia<br />
Federal, que são os efetivos, seus Soldados. Deve haver valorização<br />
profissional, que não se faz com discurso, mas com grana, com<br />
“dindim”.<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Gostaria de<br />
reparar, em relação à formação da Mesa, que esse tem sido um cuidado<br />
da Comissão de Segurança Pública da <strong>Assembleia</strong> Legislativa.<br />
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Entendemos que, muito <strong>mais</strong> do que as polícias, o arcabouço de<br />
segurança pública depende de outras políticas. Por isso convidamos<br />
representantes da área da educação, da Sedese, da Secretaria<br />
Antidrogas, da Secretaria de Esporte e <strong>Ju</strong>ventude. Por isso fizemos<br />
questão de convidar a comunidade e dar-lhe a palavra<br />
prioritariamente. A Comissão de Segurança Pública recebe, mas entende<br />
que está cumprindo seu papel e está convidando todos os atores da<br />
segurança pública, e tem dado prioridade para que toda a população<br />
fale.<br />
Com a palavra, a <strong>mais</strong> paciente de todas, Deputada Maria<br />
Tereza Lara, Vice-Presidente da Comissão de Segurança Pública.<br />
A Deputada Maria Tereza Lara - Nossos cumprimentos a todas<br />
e a todos: a nosso Presidente, Deputado João Leite, que nos tem<br />
levado a todos os rincões de <strong>Minas</strong> Gerais para debater a segurança,<br />
aberto à participação popular, ao compromisso com <strong>Minas</strong> Gerais; a<br />
nosso companheiro de Comissão Deputado Tenente Lúcio, desta região,<br />
que bravamente está defendendo... (- Inaudível.) Com o Deputado Luiz<br />
Humberto, atuante nesta Casa e na região; ao companheiro do PT<br />
Deputado Weliton Prado, representante da nossa bancada na Mesa; a<br />
esta Casa, a seu Presidente, Vereador Baiano, e a todos os Vereadores<br />
da nossa bancada e dos outros partidos, na pessoa do Vereador<br />
Delfino, meu companheiro de partido.<br />
Como neste mês celebramos o Dia Internacional da Mulher,<br />
peço permissão para cumprimentar as duas mulheres Vereadoras Lisa<br />
Prado e Jerônima Carles. Nós, mulheres, temos uma grande<br />
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responsabilidade, porque somos sempre minoria. Que bom que esta Casa<br />
tem duas Vereadoras. Na minha cidade, sinto-me até responsável, pois<br />
não há nenhuma Vereadora. Felizmente, temos uma Prefeita mulher.<br />
Também fui Vereadora, e nós, Vereadoras, temos esse papel importante<br />
de representar as mulheres no espaço do poder, especificamente no<br />
Legislativo. Todo sucesso a esta Casa e um abraço especial às nossas<br />
companheiras Vereadoras neste mês de março.<br />
Cumprimento a todas as autoridades e profissionais da<br />
segurança pública presentes. Não citarei nomes, pois o tempo já está<br />
avançado. Estamos vendo <strong>mais</strong> uma companheira mulher na Mesa,<br />
representante da Secretaria de Educação.<br />
Pensando em tudo o que foi debatido, sabemos que a grande<br />
riqueza da democracia é exatamente a liberdade de apresentar o<br />
contraditório. Nesta Comissão temos esse espaço de liberdade para<br />
apresentar o contraditório, mas, ao mesmo tempo, nessas audiências,<br />
temos que pontuar como uma das prioridades apresentar propostas de<br />
encaminhamento para superarmos os problemas. Tive a honra de<br />
representar nossa Comissão em Brasília na Conferência Nacional de<br />
Segurança Pública. Foi a primeira conferência neste país, convocada<br />
pelo governo federal em 2009, e nela foi definido que segurança<br />
pública é política de Estado, não de governo, porque os governos<br />
passam, e é competência das três esferas do poder - federal, estadual<br />
e municipal -, naquilo que compete a cada um.<br />
Lógico que hoje as polícias são competência do Estado; o<br />
governo federal tem a competência prioritária do combate ao tráfico<br />
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de drogas e do cuidar das fronteiras; e o Município, com ajuda dos<br />
governos federal e estadual, cuida das políticas públicas de<br />
prevenção.<br />
Outro aspecto muito pontuado e que ficou muito relevante<br />
nesta Comissão é a prevenção. Se não trabalharmos na prevenção, só<br />
vamos aumentar o número de penitenciárias e piorar a violência no<br />
Estado. Assim, cumprimento os Comandantes e as polícias, com presença<br />
significativa da Polícia Militar. É lógico que cumprimento a Polícia<br />
Civil, mas como a Polícia Militar está ostensivamente uniformizada,<br />
marca.<br />
Presidente Deputado João Leite, quero dizer publicamente<br />
como nos sentimos honrados nesta Comissão com a valorização das<br />
Polícias Civil, Militar e Federal e do Corpo de Bombeiros em todas as<br />
nossas audiências. Isso é fundamental. E também das entidades aqui<br />
representadas, pois não há como fazer segurança sem a participação da<br />
sociedade. Isso é fundamental.<br />
Um dos aspectos propositivos é a necessidade de mudarmos o<br />
sistema penitenciário. Isso é fundamental, ou estaremos alimentando a<br />
violência. Já foi pontuado que isso não é privilégio desta região,<br />
acontece no Estado inteiro e em muitas regiões do País há<br />
superlotação e necessidade de humanização do sistema penitenciário. É<br />
preciso haver trabalho para os detentos, profissionalização. São<br />
coisas simples e necessárias. Estamos apresentando requerimento para<br />
pontuar <strong>mais</strong> uma vez essa situação. Hoje, o índice de ressocialização<br />
é de 10% a 15% em todo o sistema prisional. Os detentos têm um custo,<br />
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pago com recursos dos nossos impostos, em torno de R$1.800,00 a<br />
R$2.300,00 “per capita” mensal. Não é investimento, mas gasto do<br />
Estado para mantê-los. Isso é um absurdo, temos que unir forças para<br />
mudar essa situação, que não é só de <strong>Minas</strong>, onde o Pronaf, do governo<br />
federal, está trabalhando para isso. Temos pequenos passos ainda e<br />
precisamos unir forças.<br />
Além disso, aproveitando a presença dos representantes da<br />
educação, lembro um fato. Nossa Comissão participou efetivamente<br />
desse processo de acompanhamento para descobrir o “serial killer” que<br />
estava matando tantas mulheres. Vimos todo um trabalho da polícia,<br />
que não discutirei agora, e um dos problemas foi a falta de<br />
integração das polícias. Portanto, queremos parabenizar vocês todas<br />
as vezes em que conseguem avançar nessa integração, e como não houve<br />
integração no primeiro momento, houve atraso e muitas mortes. Foi<br />
superado, a polícia fez um trabalho importante, mas precisamos cuidar<br />
para que não aconteça novamente. E a imprensa está mostrando que foi<br />
criado um monstro com o problema psicológico gravíssimo de matar<br />
tantas pessoas e que deve ser punido. Com certeza, é uma pessoa<br />
perniciosa, prejudicial à sociedade, que deverá ficar preso quase<br />
perpetuamente. Caberá à <strong>Ju</strong>stiça julgar, não a nós. Mas quero destacar<br />
que a imprensa mostrou que, pela sua história de vida, foi torturado<br />
pelo pai, abandonado pela família, sofreu horrores.<br />
Queremos destacar publicamente o papel importante da<br />
educação, da família, das igrejas, dos órgãos públicos e dos<br />
Conselhos Tutelares para que não <strong>mais</strong> formemos esses monstros, que<br />
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são vítimas também. Não o estou defendendo, de forma alguma, mas não<br />
podemos aceitar que nossa sociedade crie outras vítimas como essas e<br />
outros monstros como esse.<br />
E quero dizer uma palavra especial às famílias, aos pais.<br />
Se o pai ou a mãe tortura os filhos, que o outro não seja conivente.<br />
Que procure o Conselho Tutelar, que procure ajuda nas igrejas, que<br />
procure ajuda dos órgãos públicos para que isso seja cortado enquanto<br />
é tempo. A idade até aos 5 anos, diz a psicologia, é quando as<br />
crianças têm a maior influência da educação que recebem. Temos que<br />
fazer uma análise global e trabalhar para aprender com as situações<br />
que vivemos, com o sofrimento de tantas famílias e da própria<br />
sociedade nessa situação específica e tantas outras, para que isso<br />
não se repita.<br />
Encerrando, frisou-se a necessidade do conselho municipal<br />
de segurança pública. Ora, é uma iniciativa que pode ser da sociedade<br />
civil. E permitam-me chamar o próprio Legislativo, os órgãos<br />
públicos, a OAB, as autoridades, pois não depende de legislação,<br />
pode-se começar e depois aprovar uma lei criando um conselho. É<br />
importante esse envolvimento e essa integração. Vamos cobrar, mas<br />
vamos fazer o que nos compete para superar. Por exemplo, temos visto<br />
várias ações de prevenção, como o Proerd, da Polícia Militar, que é<br />
tão importante; programas de tempo integral, como o caso do governo<br />
federal; o Fica Vivo, do governo do Estado. Não conheço bem quais são<br />
as políticas públicas do Município, e, se não há suficientes, é<br />
preciso ampliar, porque competem principalmente ao governo municipal,<br />
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onde as coisas acontecem, apoiado pelos governos estadual e federal,<br />
as políticas públicas de prevenção.<br />
Que unamos esforços para que nosso Estado e nosso país<br />
construam uma cultura da paz. E isso compete a todos nós, às três<br />
esferas do poder, à sociedade civil e a cada um de modo especial. É<br />
preciso superar divergências partidárias. Elas têm que ser<br />
explicitadas no momento certo, são necessárias para a democracia, mas<br />
devem ser superadas. Precisamos colocar em primeiro lugar nossa<br />
unidade em torno do bem comum, que é uma sociedade onde haja justiça<br />
e fraternidade. Esse é um papel importante da <strong>Assembleia</strong> de <strong>Minas</strong> e,<br />
quero frisar <strong>mais</strong> uma vez, da Comissão de Segurança Pública, sob a<br />
Presidência de V. Exa., que tem procurado contribuir nesse intuito.<br />
Muito obrigada.<br />
O Sr. Presidente - Vêm à Mesa requerimentos: do Deputado<br />
Tenente Lúcio, de que se façam às Secretarias e órgãos competentes<br />
pedidos de aquisição de um prédio para implantação de delegacia de<br />
plantão; de aquisição de viaturas caracterizadas e diárias para<br />
viagem de investigação; de implantação da segunda delegacia regional<br />
em Uberlândia e designação de agentes e Escrivães; de implantação de<br />
um PPI em Uberlândia; de implantação de oito Aisps; de aquisição de<br />
equipamentos para efetivo policial; de viabilização de recursos<br />
materiais e humanos para ampliação do programa Consep Rural; de<br />
aumento de viaturas e equipamentos para o Corpo de Bombeiros; de<br />
implantação de clínicas públicas de tratamento de dependentes<br />
químicos; de destinação de verba e pessoal para ampliação dos<br />
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projetos JCC Jovens, Construindo a Cidadania e Proerd; de liberação<br />
de recursos do Estado para manutenção, custeio e aquisição de novas<br />
viaturas e equipamentos para Uberlândia e região; de ampliação do<br />
efetivo policial; ao Comando-Geral da PMMG, criação de mecanismo de<br />
assistência jurídica ao policial militar quando de crimes contra<br />
criminosos; da Deputada Maria Tereza Lara e dos Deputados Luiz<br />
Humberto Carneiro e Tenente Lúcio, solicitando se oficie ao<br />
Secretário de Defesa Social e ao Subsecretário de Administração<br />
prisional solicitando-lhes instalação de banheiros para propiciar aos<br />
parentes dos presos da Penitenciária Pimenta da Veiga e do Presídio<br />
Jaci de Assis melhores condições quando de visitação e instalação de<br />
marquises ou toldos para proteção dos visitantes dos estabelecimentos<br />
prisionais de Uberlândia; do Deputado Tenente Lúcio e da Deputada<br />
Maria Tereza Lara, que solicitam se oficie ao Secretário de Defesa<br />
Social pedindo providências para a instalação de câmeras de segurança<br />
do programa Olho Vivo na Avenida Afrânio Rodrigues da Cunha, em<br />
Uberlândia; da Deputada Maria Tereza Lara e do Deputado Tenente<br />
Lúcio, que solicitam seja realizada audiência pública desta Comissão<br />
com a finalidade de obter informações da Polícia Civil de <strong>Minas</strong><br />
Gerais sobre sua eficiente atuação no esclarecimento dos homicídios<br />
creditados ao “serial killer” do Bairro Industrial, em Contagem; da<br />
Deputada Maria Tereza Lara, do Deputado Luiz Humberto Carneiro e<br />
deste Deputado, que solicitamos se oficie ao Ministro da <strong>Ju</strong>stiça com<br />
pedido de previdências para aumentar o efetivo da Polícia Rodoviária<br />
Federal no Estado de <strong>Minas</strong> Gerais, em função da grande malha<br />
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rodoviária existente na delegacia de Uberlândia; do Deputado Weliton<br />
Prado, que solicita se faça apelo ao Prefeito Municipal de Uberlândia<br />
para que garanta o funcionamento do Conselho Municipal de Segurança<br />
Pública dotando-o de infraestrutura, equipamentos e pessoal; da<br />
Deputada Maria Tereza Lara, do Deputado Luiz Humberto Carneiro e<br />
deste Deputado, que solicitamos se oficie ao Ministro da <strong>Ju</strong>stiça com<br />
pedido de providências para aumentar o número de Delegados, policiais<br />
federais, Peritos e Escrivães para a Superintendência da Polícia<br />
Federal em <strong>Minas</strong> Gerais.<br />
Com a palavra, a Deputada Maria Tereza Lara, para<br />
apresentar requerimento.<br />
A Deputada Maria Tereza Lara - Sr. Presidente, apresento<br />
somente <strong>mais</strong> um requerimento, em que solicito providências para a<br />
humanização dos estabelecimentos prisionais de Uberlândia, com o<br />
aumento da oferta de trabalho e de ensino profissionalizante para os<br />
presos do Município e região.<br />
O Sr. Presidente - Em votação, os requerimentos, cada um<br />
por sua vez. As Deputadas e os Deputados que os aprovam permaneçam<br />
como se encontram. (- Pausa.) Aprovados.<br />
Weliton Prado.<br />
O Deputado Weliton Prado - Pela ordem.<br />
O Sr. Presidente - Com a palavra, pela ordem, o Deputado<br />
O Deputado Weliton Prado - Somente gostaria de saber se foi<br />
apresentado à Mesa o requerimento que protocolei solicitando, na<br />
forma regimental, pedido de informações ao Governador Aécio Neves<br />
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sobre os motivos que levaram o Executivo estadual a não assinar o<br />
convênio para a implementação, em <strong>Minas</strong> Gerais, do novo sistema<br />
automatizado de identificação de impressões digitais já utilizado<br />
pela Polícia Civil de todos os Estados da Federação, com exceção de<br />
São Paulo e <strong>Minas</strong> Gerais, o que poderia ajudar a solucionar com <strong>mais</strong><br />
agilidade, por exemplo, crimes como os recentes, que chocaram e<br />
causaram pânico à população, ocasionados pela ação de um possível<br />
“serial Killer”, maníaco que teria matado pelo menos na Região<br />
Metropolitana de Belo Horizonte. Gostaria de saber os motivos pelos<br />
quais <strong>Minas</strong> Gerais não aceitou ainda os equipamentos, que não<br />
custarão nem um centavo ao governo do Estado. Esses equipamentos<br />
estão na caixa da Polícia Federal em Brasília, e o Presidente do<br />
Sindicato da Polícia Federal foi quem me solicitou que cobrássemos<br />
uma postura por parte do governo do Estado, porque esse processo de<br />
acesso da Polícia Civil aos bancos de dados da Polícia Federal já<br />
está funcionando desde 2004, há <strong>mais</strong> de seis anos. Gostaria de saber<br />
por que <strong>Minas</strong> Gerais ainda não assinou esse convênio.<br />
O Sr. Presidente - O requerimento do Deputado Weliton Prado<br />
se encontra sobre a mesa e está incluído na pauta da reunião<br />
extraordinária de amanhã, às 15h30min, no Plenarinho II.<br />
O Deputado Weliton Prado - Pela ordem.<br />
O Sr. Presidente - Com a palavra, o Cel. Crovato, para suas<br />
considerações finais.<br />
O Deputado Weliton Prado - Pela ordem. É regimental.<br />
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O Sr. Presidente - Com a palavra, pela ordem, o Deputado<br />
Weliton Prado.<br />
O Deputado Weliton Prado - Gostaria de obter a justificação<br />
de V. Exa. Esse é o primeiro requerimento apresentado. Cheguei aqui<br />
antes do início da reunião, protocolei o requerimento, conforme<br />
assinatura do protocolo, e gostaria de saber os motivos pelos quais<br />
esse requerimento não está sendo apreciado hoje. Ele já poderia ser<br />
aprovado ou rejeitado. Tudo bem se os Deputados não concordam com ele<br />
e acham que o equipamento tem que continuar na caixa da Polícia<br />
Federal e que o governo do Estado não tem que dar nenhuma<br />
justificação. Não há problema, vote contra o requerimento. Mas<br />
gostaria de saber qual a justificação para o requerimento não ser<br />
apreciado na tarde de hoje, pois foi um dos primeiros a ser<br />
apresentados.<br />
O Sr. Presidente - V. Exa. conhece bem o Regimento da<br />
<strong>Assembleia</strong> Legislativa. O requerimento foi recebido e colocado na<br />
pauta de amanhã, quando V. Exa. poderá acompanhar a votação no<br />
Plenarinho II.<br />
O Deputado Weliton Prado - Pela ordem.<br />
O Sr. Presidente (Deputado João Leite) - Não vou polemizar<br />
com V. Exa. Já está decidido. Com a palavra, o Cel. Crovato.<br />
O Cel. Dilmar Fernandes Crovato - Em nome da Polícia<br />
Militar, queria agradecer a oportunidade e dizer que meus<br />
companheiros da 9ª Região da Polícia Militar têm-se esforçado<br />
diuturnamente em promover a paz social em todas as cidades afetas ao<br />
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Comando da 9ª Região. Quero parabenizar a <strong>Assembleia</strong> Legislativa, na<br />
pessoa do seu Presidente e dos Deputados que nos honraram aqui com<br />
sua presença, pela grandeza deste evento e pela oportunidade de<br />
participarmos de uma discussão tão rica, com sugestões e críticas a<br />
todo um processo. Entendemos que <strong>Minas</strong> Gerais prova que tem<br />
efetivamente uma política ousada, que tem realmente promovido e sido<br />
referência nos resultados que vem alcançando em números e sensação<br />
das pessoas. Sabemos da complexidade que é a segurança pública, suas<br />
causas e consequências, mas temos certeza de a integração policial em<br />
nosso Estado é uma realidade feita por profissionais sérios.<br />
Permitam-me, na pessoa do Dr. Gilmar, externar os meus cumprimentos a<br />
todos os companheiros da Polícia Civil; na pessoa do Cel. Adanil, a<br />
todos os integrantes do sistema prisional; na pessoa do Dr. Evaldo<br />
Gonçalves da Cunha, cumprimentar os profissionais da Defensoria<br />
Pública, órgão que sempre está atrelado conosco, desenvolvendo um<br />
trabalho ímpar na promoção da cidadania e dos direitos; na pessoa do<br />
Ten. Cel. Felipe, nosso coirmão, aos Bombeiros, que, como bem<br />
disseram, têm uma participação muito especial no contexto da<br />
segurança pública, principalmente quando podemos garantir a vida e o<br />
patrimônio das pessoas, seja numa rodovia, seja no trânsito normal e<br />
até em ações em que a Polícia Militar necessita da parceria desse<br />
órgão. Uberlândia tem sido um exemplo dessa integração porque vai<br />
além dos órgãos do Estado. Essa integração também é efetiva com a<br />
Polícia Rodoviária Federal e com a Polícia Federal. Seus<br />
representantes disseram isso muito bem aqui.<br />
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Toda essa integração se reflete no Ministério Público e no<br />
Poder <strong>Ju</strong>diciário. As parcerias realizadas no contexto da segurança<br />
pública, principalmente nos Executivos municipais da nossa região,<br />
têm-nos permitido realmente e cada vez <strong>mais</strong> resultados exitosos que<br />
vão ao encontro do anseio da nossa comunidade. Quero externar meus<br />
cumprimentos a cada representante comunitário e a cada associação que<br />
se manifestaram e estiveram presentes aqui, o que fortalece o nosso<br />
trabalho e sedimenta, principalmente no âmbito da Polícia Militar, a<br />
filosofia de polícia comunitária. É discutindo problemas, é ouvindo<br />
sugestões e críticas, é buscando o atendimento de interesses comuns<br />
que proporcionaremos um trabalho efetivo e a satisfação dos direitos<br />
maiores dos nossos cidadãos, o direito de ir e vir, o direito à vida<br />
e o direito à preservação do seu patrimônio. Cabe à Polícia Militar<br />
proteger e servir com qualidade e efetividade.<br />
Quero agradecer <strong>mais</strong> uma vez aos Vereadores desta Casa, que<br />
novamente participam conosco e têm sido parceiros em diversas ações<br />
promovidas pela Polícia Militar. Nós nos colocamos sempre à<br />
disposição de todos. Muito obrigado.<br />
O Sr. Presidente - Com a palavra, o Dr. Evaldo, para suas<br />
considerações finais.<br />
O Defensor Público Evaldo Gonçalves da Cunha -<br />
Primeiramente, Sr. Presidente, quero agradecer a oportunidade de<br />
estarmos discutindo um tema de tamanha relevância para a população de<br />
Uberlândia e região. Quero ressaltar que precisamos de audiências<br />
como esta. É o momento de todos nós, servidores públicos, prestarmos<br />
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contas à população de Uberlândia, mostrando nossos resultados, nossas<br />
carências e principalmente nossas reivindicações, para podermos dar<br />
<strong>mais</strong> tranquilidade à população de <strong>Minas</strong> Gerais. Muito obrigado.<br />
O Sr. Presidente - Obrigado. Com palavra, o Ten. Cel.<br />
Felipe, representante do Corpo de Bombeiros Militar.<br />
O Ten. Cel. Felipe José Aidar Martins - Mais uma vez,<br />
gostaria de parabenizar a todos que participaram da audiência e<br />
agradecer à Comissão de Segurança Pública a oportunidade de estar<br />
aqui. Somente discutindo nossos problemas é que poderemos chegar a<br />
uma solução. Quero também reafirmar que não tenho pretensão política<br />
alguma, ou seja, a minha pretensão é única e exclusivamente o Corpo<br />
de Bombeiros. Gosto do que faço, faço porque gosto. Peço apenas o<br />
apoio de todos, seja no âmbito federal, seja no âmbito estadual, seja<br />
no âmbito municipal, para que possamos salvar <strong>mais</strong> vidas.<br />
Concito a todos a ir ao Corpo de Bombeiros ver o trabalho<br />
que desenvolvemos. No Corpo de Bombeiros não há portas; a porta do<br />
Corpo de Bombeiros é a solicitação das pessoas que correm risco de<br />
morrer e precisam de nós. Essa é a nossa colocação. Muito obrigado a<br />
todos.<br />
O Sr. Presidente - Obrigado. Com a palavra, o Delegado<br />
Gilmar Sousa Freitas, para as suas considerações finais.<br />
O Delegado Gilmar Sousa Freitas - A exemplo do Cel. Felipe,<br />
sou um apaixonado pela minha instituição, pela Polícia Civil.<br />
Desculpem-me essa colocação que irei fazer, porque vou ocupar um<br />
tempo das considerações finais. A nossa grande preocupação com<br />
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3ª Reunião Ordinária da Comissão de Segurança Pública da 4ª Sessão Legislativa Ordinária da<br />
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Uberlândia, quando falamos de PPI, é porque estamos numa situação de<br />
despejo pela universidade federal. Nosso IML funciona lá dentro. Ou<br />
construímos logo outro ou logo a universidade vai-nos despejar. E<br />
fica aquela situação: o que faremos com os nossos mortos? Há também a<br />
questão da reestruturação da delegacia regional, bem como a<br />
construção dos distritos policiais. Realmente, o nosso policial<br />
precisa de <strong>mais</strong> condição e dignidade no trabalho.<br />
Para terminar, queria novamente parabenizar esta Comissão,<br />
pois esta é uma oportunidade ímpar de mostrarmos nosso trabalho, o<br />
que a Polícia Civil tem feito diuturnamente, de prestarmos contas à<br />
sociedade. Quero também agradecer e rogar a V. Exas. que advoguem<br />
nossas questões junto ao governo. Muito obrigado.<br />
O Sr. Presidente - Dr. Gilmar, pode nos esclarecer o prazo<br />
para a saída da Polícia Civil e do IML da universidade? Estão<br />
solicitando o espaço?<br />
O Delegado Gilmar Sousa Freitas - Sim. Como o IML funciona<br />
dentro da universidade, a universidade arca com os custos gerados<br />
pelas necropsias. Tenho outra preocupação em relação ao PPI. Há uma<br />
cláusula de reversão inserida na escritura. Aliás - é até uma falha<br />
minha - preciso, em nome do Dr. Marco Antônio, em nome da Polícia<br />
Civil e em meu próprio nome, fazer um agradecimento especial ao<br />
Prefeito, que fez a doação do terreno para a construção do PPI. Quase<br />
me esqueci disso. Existe uma cláusula que diz que, se o PPI não for<br />
construído em três anos, o imóvel retornará ao Município. Estamos com<br />
essa pressão e dificuldade em relação ao IML.<br />
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O Sr. Presidente - Há uma solicitação da universidade para<br />
a saída do IML?<br />
O Delegado Gilmar Sousa Freitas - O Reitor até tem-se<br />
mobilizado frente à sociedade de Uberlândia para encontrar uma<br />
solução para o IML, que gera um custo alto para a universidade.<br />
O Sr. Presidente - Vamos fazer um requerimento na Comissão<br />
para discutir a construção do novo IML em Uberlândia e a cláusula que<br />
fala da reversão do terreno doado pelo Município de Uberlândia para a<br />
construção do PPI. Solicito ao nosso Consultor, Dr. Lincoln, que o<br />
faça por escrito. Coloco em votação esse requerimento. Os Deputados<br />
que o aprovam permaneçam como se encontram. (- Pausa.) Aprovado.<br />
Agradecemos ao Delegado Gilmar a contribuição. Quero também<br />
agradecer muito ao Vereador Baiano, Presidente da Câmara Municipal,<br />
essa parceria, e aos Vereadores Adicionaldo, Adriano Zago, Carlito<br />
Cordeiro Filho, Célio Moreira da Silva, Delfino Rodrigues, Doca<br />
Mastroiano, Estêvão Bittar, Gilmar Prado, Jerônima Carlesso, Liza<br />
Prado, Márcio Nobre, Misac Lacerda, Murilo Ferreira, Norberto Nunes,<br />
Pastor Leandro, Professor Neivaldo, Ronaldo Alves, Vilmar Resende,<br />
William Alvorada e Wilson Pinheiro, por receberem a <strong>Assembleia</strong><br />
Legislativa e sua Comissão de Segurança Pública. Agradecemos muito a<br />
presença dos convidados, da Polícia Civil, dos Delegados, da Polícia<br />
Militar e seus vários Oficiais e praças, do Corpo de Bombeiros<br />
Militar, dos nossos Diretores das unidades penais e dos<br />
representantes da comunidade e das associações comunitárias, que<br />
estiveram acompanhando o tempo todo. O intuito da Comissão de<br />
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Segurança Pública da <strong>Assembleia</strong> Legislativa é apoiar o trabalho de<br />
nossas polícias. Estamos buscando contribuir para que essa integração<br />
dê muito certo. Gostei muito de ouvir aqui que a Polícia Rodoviária<br />
Federal e a Polícia Federal se reúnem com nossas polícias. É muito<br />
importante elas fazerem isso, além de ouvirem a comunidade, as<br />
associações e as entidades. Estamos buscando contribuir para que essa<br />
integração de nossas polícias dê muito certo e para que elas vençam a<br />
criminalidade. Essa é a expectativa da <strong>Assembleia</strong> Legislativa e de<br />
sua Comissão de Segurança Pública.<br />
Registramos, com muito prazer, a presença do Pastor Carlos,<br />
meu amigo, que me recebeu e me trouxe até a Câmara Municipal, e deste<br />
grande atleta do futebol brasileiro, de Uberlândia, jogador da<br />
seleção brasileira, o Batista, que nos acompanhou o tempo todo.<br />
Cumprida a finalidade da reunião, a Presidência agradece o<br />
comparecimento dos parlamentares, dos convidados e do público<br />
presente, convoca os membros da Comissão para a reunião<br />
extraordinária de amanhã, às 15h30min, no Plenarinho II, determina a<br />
lavratura da ata e encerra os trabalhos.<br />
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