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História Social das Religiões - Documento sem título

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Prof. Elizeu Gomes


INTRODUÇÃO:<br />

Nas religiões, Deus é o ser supremo e o princípio gerador<br />

do mundo. Para o “monoteísmo”, a criação e origem de<br />

to<strong>das</strong> as coisas está em um único Deus, identificado com<br />

atributos de perfeição: onipotente, onisciente,<br />

onipresente, eterno, infinito, santo, imutável, etc. Deus<br />

pode ser considerado pelas religiões como<br />

transcendente, isto é, acima do mundo, ou imanente,<br />

presente em to<strong>das</strong> as coisas do universo. Nas maiores<br />

religiões monoteístas, Deus é adorado como a suprema<br />

unidade criadora de to<strong>das</strong> as coisas.


No princípio de sua existência, os seres humanos criam em um<br />

Deus que era a causa primeira de to<strong>das</strong> as coisas e o senhor da<br />

terra e do céu. Ele não era representado por imagens e não tinha<br />

templos nem sacerdotes a seu serviço. Era elevado demais para<br />

um culto humano inadequado. Aos poucos, foi se distanciando<br />

da consciência do povo. Tornou-se tão remoto que eles decidiram<br />

que não mais o queriam. Acabaram dizendo que Ele<br />

desaparecera. Na teoria popularizada pelo teólogo Wilhelm<br />

Schmidt, em sua obra A origem da Idéia de Deus, publicada<br />

pela primeira vez em 1912, ele sugeria que houve um monoteísmo<br />

primitivo antes de homens e mulheres começarem a adorar<br />

vários deuses. Originalmente, reconheciam apenas uma<br />

Divindade Suprema, que criara o mundo e governava de longe os<br />

assuntos humanos.<br />

Foi a parti do afastamento do homem deste Deus, do princípio de<br />

to<strong>das</strong> as coisas, que surgiram as várias correntes religiosas<br />

politeístas, idolatras e pagãs.


Os antropólogos sugerem que esse Deus tornou-se tão distante e<br />

excelso que na verdade foi substituído por espíritos menores e<br />

deuses mais acessíveis. Deus foi substituído pelos deuses mais<br />

atraentes dos panteões pagãos.<br />

Existem muitas teorias sobre a origem da religião, to<strong>das</strong> elas<br />

conflitantes entre si, havendo, no entanto uma concordância<br />

quanto a idéia de criar deuses é uma coisa que os homens <strong>sem</strong>pre<br />

fizeram. Quando uma idéia religiosa deixa de ser atraente, o<br />

homem simplesmente a substitui por outra.<br />

Dependendo dos períodos históricos e culturais, as concepções<br />

de Deus variam de forma considerável, mais a fé em um ser<br />

sagrado prevaleceu em quase to<strong>das</strong> as culturas.<br />

Nas maiores religiões monoteísta do mundo, há um retorno às<br />

origens do homem quanto à sua crença em um único Deus como<br />

Ser Supremo e o princípio gerador do mundo.


O cristianismo assumiu o Deus hebraico e, com o passar do<br />

tempo as escrituras judaicas se tornaram o Antigo<br />

Testamento na Bíblia cristã. No Novo Testamento, Jesus<br />

Cristo foi exaltado como Pastor Divino, contrariando a<br />

crença fundamental do monoteísmo judaico, prevalecendo<br />

no cristianismo a doutrina da Santíssima Trindade,<br />

acrescentando em sua fé a crença da pessoa do Espírito<br />

Santo, proveniente do Pai e o Filho, segundo a Igreja cristã<br />

ocidental, enquanto a Igreja oriental ou ortodoxa garante<br />

que o Espírito Santo procede só do Pai.<br />

No islamismo, Deus é Alá, pessoal, transcendente e único.<br />

Sua representação é proibida em qualquer forma de ser<br />

vivo. O principal aspecto da fé islâmica é a proclamação de<br />

que “não há outro Deus senão Alá, e Maomé é seu<br />

mensageiro”.


Nas diversas correntes religiosas politeísta, que é a<br />

crença em várias divindades se atribui a cada uma <strong>das</strong><br />

divindades certa influencia nas diferentes ordens do<br />

universo.<br />

No hinduísmo, o ser sagrado é Brahma, realidade<br />

única, eterna e absoluta. Muitos outros deuses são<br />

reconhecidos, mas todos seriam manifestações de<br />

Brahma. Os três deuses principais, encarregados da<br />

criação, preservação e destruição, unem-se em<br />

“Trimurti”, ou os três poderes.


A Realidade Última, ou Ser<br />

Sagrado, constitui a ordem<br />

cósmica impessoal, no<br />

“budismo” mahayana da<br />

China e do Japão, com o<br />

próprio Buda transformado<br />

em ser divino.<br />

A crença religiosa do<br />

homem, além de<br />

contaminada pelo<br />

politeísmo idólatra,<br />

também tem sido<br />

contestada através de<br />

doutrinas como o<br />

ceticismo, o materialismo,<br />

o ateísmo e outras formas<br />

de descrença.


Definição etimológica<br />

A palavra portuguesa “religião” etimologicamente é originária do<br />

termo latino religio, que significa “fidelidade ao dever, lealdade,<br />

consciência do dever, escrúpulo religioso, obrigação religiosa,<br />

culto religioso, práticas religiosas”.<br />

Cícero estadista, orador e escritor romano, que viveu entre os<br />

anos 106 e 43 a.C. definiu o termo latino religio ligando-o ao<br />

verbo relegere, que significa “retomar o que tinha sido<br />

abandonado”.<br />

O filósofo romano L. C. Firmiano Lactâncio, que viveu entre<br />

240-320 d.C. defendeu como etimológica a ligação do termo<br />

latino religio ao verbo religare (religar, atar), sendo que a<br />

aplicação básica dessa palavra é a idéia de que certos poderes<br />

sobrenaturais podem exercer autoridade sobre os homens,<br />

exigindo que eles façam certas coisas e evitem outras, forçandoos<br />

a cumprir ritos, sustentar crenças e seguir algum curso<br />

específico de ação.


Um conceito intermediário entre os<br />

conceitos de Cícero e Lactânio para<br />

o termo latino religio foi proposto<br />

por Aurélio Agostinho, que viveu<br />

entre 354-430 d.C.<br />

Ele estabelece uma definição<br />

etimológica para o termo religio,<br />

vinculando-o ao verbo religare<br />

(reeleger, como retorno a Deus),<br />

tendo ele escrito: “Escolhendo, ou<br />

melhor, reescolhendo Deus, pois nós<br />

o havíamos perdido por negligência;<br />

por isso reescolhendo (daí diz-se<br />

derivar o termo religione {religião})<br />

tendemos para Ele com amor, até<br />

que alcançando-o nEle repousamos.


Definição genérica<br />

Existem alguns vocábulos, como “verdade”, “beleza”,<br />

“justiça”, que são muito ricos em interpretação, os quais não<br />

podemos definir de maneira absoluta; o máximo que se<br />

consegue nestes casos é reunir uma série de descrições<br />

relaciona<strong>das</strong> com eles, que embora incompletas em si<br />

mesmas, se reuni<strong>das</strong>, conseguem determinar ideias gerais<br />

sobre os assuntos enfocados por tais vocábulos. Nesta<br />

categoria podemos enquadrar o vocábulo “religião”, para o<br />

qual não existe de fato uma definição absolutamente<br />

determinada, havendo porém conceitos gerais sobre ele,<br />

que nos conduzem à compreensão precisa do seu real<br />

significado, entre os quais podemos mencionar:


A religião é um sistema qualquer de ideias, de fé e de culto,<br />

como é o caso da fé cristã.<br />

A religião consiste em crenças e práticas organiza<strong>das</strong>,<br />

formando algum sistema privado ou coletivo, mediante o qual<br />

uma pessoa ou um grupo de pessoas são influencia<strong>das</strong>.<br />

Uma instituição com um corpo autorizado de comungantes,<br />

os quais se reúnem regularmente para efeito de adoração,<br />

aceitando um conjunto de doutrinas que oferece algum meio<br />

de relacionar o indivíduo àquilo que é considerado ser a<br />

natureza da última realidade.<br />

Um uso popular do termo é aquele que pensa que religião é<br />

qualquer coisa que ocupa o tempo e as devoções de alguém.<br />

Assim, as pessoas costumam a dizer: “O trabalho dele é a sua<br />

religião”, etc Há nisso uma certa verdade fundamental, visto<br />

que aquilo que ocupa o tempo de uma pessoa, usualmente, é<br />

algo que ela se devota, porquanto a devoção encontra-se na<br />

raiz de toda a religião, mesmo que não envolva a afirmação da<br />

existência de algum ser supremo.


Algumas definições têm propósitos específicos, como quando<br />

Mao Tsé-tung, ditador da China, declarou, repetindo Karl Marx,<br />

que a religião é o ópio do povo. Ele falava sobre uma influencia<br />

idealista específica, que se ajustava à sua filosofia comunista. Os<br />

psicólogos, antropólogos e sociólogos com frequência expressam<br />

definições desse tipo quando disse: “Penso que religião é um<br />

sentimento fixo de medo, resignação, admiração ou aprovação<br />

<strong>sem</strong> importar qual seja o seu objeto, contanto que esse<br />

sentimento atinja certa tensão e seja qualificado por certo grau<br />

de reflexão (sendo estas algumas características principais <strong>das</strong><br />

religiões primitivas)”.<br />

Uma definição eclética e funcional de religião “é o<br />

reconhecimento da existência de algum poder superior invisível;<br />

é uma atitude de reverente dependência a esse poder na conduta<br />

da vida, e manifesta-se por meio de atos especiais, como ritos,<br />

orações, atos e misericórdia, etc., como expressões peculiares e<br />

como meios de cultivo de atitude religiosa”.<br />

Sistema de crenças que estabelece e regula as relações entre os<br />

seres humanos e divindades. A palavra aplica-se aos sistemas que<br />

comportam fé numa crença, obediência a determinado código<br />

moral e participação em cultos.


Algumas comparações adicionais ajudam na tentativa<br />

de definir o vocábulo “religião”:<br />

A Teologia é um estudo intelectual, sistemático e teórico,<br />

enquanto a religião se refere ao homem integral e sua<br />

prática de vida; a religião é a prática, enquanto a teologia é a<br />

teoria.<br />

A política, como ciência humana, trata de assunto deste<br />

mundo, enquanto a religião tem uma referência divina.<br />

Entretanto, o conceito político de uma pessoa religiosa<br />

naturalmente estará formado por seus conceitos religiosos<br />

e sua escala religiosa de valores.


A ética trata de uma maneira de viver e de se relacionar com<br />

as pessoas, e pode ser totalmente não teísta (doutrina que<br />

afirma a existência pessoal de Deus, e sua ação providencial<br />

no mundo), enquanto a religião inclui uma maneira de<br />

viver, mas se relaciona com o divino.<br />

A cerimônia e o ritual em si mesmos são ações puramente<br />

externas, enquanto a religião é tanto externa como interna.<br />

A religião pode expressar-se em cerimônias e rituais,<br />

porém as cerimônias e rituais não expressam<br />

necessariamente algum grau de religiosidade.


Definição filosófica<br />

Alguns representantes <strong>das</strong> mais varia<strong>das</strong> correntes filosóficas<br />

definem religião <strong>das</strong> mais distintas maneiras, enfocando seus<br />

próprios conceitos sobre o tema, baseados no tipo de<br />

pensamento filosófico que representam:<br />

Emanuel Kant: “Religião é a moral em relação a Deus,<br />

como legislador. É o reconhecimento dos nossos deveres<br />

considerados como mandamentos divinos”.<br />

Ludwig Feuerbach: “Religião é o sonho da mente humana”.<br />

William James: “A fé religiosa de um homem (por maior<br />

que seja o número de doutrinas especiais que envolva) significa<br />

para mim, essencialmente, a sua fé na existência de uma regra<br />

invisível de qualquer espécie, na qual o enigma da disposição<br />

natural possa ser achado definido. É essencial que Deus seja<br />

concebido como o poder mais profundo no universo, e que, em<br />

segundo lugar, ele tenha que ser concebido sob a forma de uma<br />

personalidade mental”.


James Frazer: “A pergunta sobre se a nossa<br />

personalidade consciente sobrevive depois da morte tem<br />

sido respondida por quase toda raça humana dum modo<br />

afirmativo. Neste ponto os céticos ou os agnósticos são<br />

quase, se não inteiramente, desconhecidos”.<br />

Schleiermacher: “Religião é o sentimento do fato de<br />

dependência absoluta do Juiz invisível do nosso destino,<br />

acompanhado do desejo consciente de entrar em relação<br />

harmoniosas com Ele”.<br />

Emerson: “Religião é a comunhão com a alma eterna;<br />

a divindade dentro de nós tocando a divindade em cima”.


Jacob Burckhardt: “<strong>Religiões</strong> são as expressões <strong>das</strong><br />

súplicas metafísicas da natureza humana, eterna e<br />

indestrutível. A sua grandeza está em que elas representam<br />

todo o complemento supersensorial do homem, tudo aquilo<br />

que ele mesmo não pode providenciar. Ao mesmo tempo, elas<br />

são as reflexões de um grande e diferente plano, de todos os<br />

povos e culturas”<br />

J. Milton Yinger: “A religião pode ser pensada como um<br />

modo último de resposta e de adaptação, é uma tentativa de<br />

explicar aquilo que de outra maneira não seria explicável; de<br />

recuperar o vigor quando to<strong>das</strong> as outras forças terminam; de<br />

instaurar o equilíbrio e a serenidade diante do mal e do<br />

sofrimento, que outros esforços não foram capazes de<br />

eliminar”.<br />

Agostinho: “Religião procura significar novamente<br />

alguma coisa que se havia perdido”.


Segundo as regras básicas do pensamento filosófico,<br />

religião é “reconhecimento prático da dependência do<br />

homem para com Deus; instituição social com crenças e<br />

ritos; respeitando a uma regra”. Para os sociólogos, religião<br />

é a instituição social criada em torno da idéia de um ou<br />

vários seres sobrenaturais e de sua relação com os homens,<br />

incluindo-se misticismos e prática feiticista negra.<br />

Muitos sociólogos contemporâneos chegam a considerar<br />

como religiosos fenômenos sociais mais amplos, isto é,<br />

situações nas quais uma determinada ideologia políticosocial<br />

fale de uma redenção total do homem assumindo<br />

certos estilos e ritos comuns à estrutura religiosa, advindo<br />

daí algumas definições sob a ótica sociológica:


Religião é um serviço ou culto a Deus, ou a uma divindade<br />

qualquer, expresso por meio de ritos, preces e obsevancia do que<br />

se considera mandamento divino. É um sentimento consciente<br />

de dependencia ou submissão que liga a criatura humana ao<br />

criador.<br />

É um culto externo ou interno prestado à dinvindade.<br />

É crença ou doutrina religiosa; sistema dogmático e moral.<br />

É veneração às coisas; crença, devoção, fé, piedade.<br />

É prática dos preceitos divinos ou revelados.<br />

É temor de Deus.<br />

É tudo que é considerado obrigação moral ou dever sagrado e<br />

indeclinável.<br />

É ordem ou congregação religiosa.<br />

É caráter sagrado ou virtude especial que se atribui a alguém ou<br />

a alguma coisa e pelo qual se lhe presta reverência.<br />

É o conjunto de ritos e cerimônias sacrificiais ou não, ordenados<br />

para a manifestação do culto à divindade; cerimonial litúrgico.


A observância e experiências religiosas têm como<br />

objetivo prestar tributos e estabelecer formas de<br />

submissão a esses poderes supramundanos, nos quais<br />

está implícita a idéia da existência de um ser superior,<br />

que criou e controla o cosmos e a vida humana.<br />

Religião em geral consiste “teísmo” (crença em Deus,<br />

em algum deus, ou em deuses, fazendo contraste com<br />

“ateísmo”), existindo diversas formas de teísmo:


Henoteísmo Culto a um único deus, com o<br />

reconhecimento, porém, de outros deuses.<br />

Monoteísmo culto a um único Deus, com a negação de<br />

qualquer outro deus.<br />

Politeísmo culto a diversos deuses.<br />

Panteísmo culto a um deus considerado coincidente<br />

com o universo natural.<br />

Panenteísmo culto a um deus considerado coincidente<br />

com o universo natural, professando, no<br />

entanto a transcendência deste deus diante<br />

da natureza.


Iremos nesta disciplina de “<strong>História</strong> <strong>Social</strong> <strong>das</strong> <strong>Religiões</strong>”, aborda<br />

temas relevantes , como: as religiões na pré-história, nas<br />

sociedades tribais e <strong>sem</strong> escrita, como também as religiões nas<br />

primeiras sociedades, nômades, agrícolas e sedentárias da bacia<br />

do mediterrâneo: Egípcios, fenícios, ibéricos, gregos e romanos.<br />

PRINCIPAIS RELIGIÕES NO MUNDO:<br />

Hinduísmo (Índia)<br />

Budismo (Índia, China, Japão)<br />

Jainismo (Índia)<br />

Confucionismo (China, Japão)<br />

Taoismo (China)<br />

Xintoísmo (Japão)<br />

Islamismo (Arábia)<br />

Judaísmo (Israel)<br />

Cristianismo


Elamitas<br />

Pouco se sabe sobre a religião dos elamitas, a não ser que eram<br />

profundamente politeísta, como todos os povos da Mesopotâmia,<br />

adorando vários deuses que eram comum entre eles. Sua capital<br />

(Susã) era o centro de um culto antiquíssimo, que girava em torno<br />

da divindade elamita “In- Sushinak”, abrigando templos dedicados<br />

à astrologia.<br />

Sumérios<br />

Os sumérios eram politeístas. Divinizavam a natureza,<br />

representando cada elemento natural um deus, como a terra, os<br />

rios, as montanhas, o vento e os astros. No começo os deuses eram<br />

representados por figuras de animais (zoomorfismo).<br />

Posteriormente os deuses adquiriram forma<br />

humana(antropomorfismo). Somente os gênios protetores e os<br />

demônios malignos eram representados com cabeça de animal<br />

sobre o corpo de homem, ou com face humana sobre o corpo de<br />

animal (antropozoomorfismo)


Na religião sumeriana, existiam 2 trindades de deuses:<br />

1) Aun (céu) – Enlil (a terra) – Ea (a água);<br />

2) Sin (a lua) – Shamash (o sol) – Ishtar (vênus).<br />

As divindades eram capazes tanto de praticar o bem quanto o<br />

mal (monismo). Samash, por exemplo, dava luz e calor, mas<br />

podia queimar o solo e secar as plantas. Os deuses eram<br />

invejosos, exigentes e sanguinários, e a sua ira não se devia à<br />

quebra de mandamentos divinos, mas do fato de o homem<br />

não demostrar-lhes respeito, ou de não satisfazer-lhes os<br />

desejos. No fundo da religião imperava o terror. Os homens<br />

temiam os grandes poderes do céu, a influência dos astros e<br />

os malefícios dos demônios.<br />

Daí as três principais formas religiosas:<br />

A religião dos deuses magnos;<br />

A astrologia;<br />

A feitiçaria.


Na Mesopotâmia, nasceram os horóscopos (predição da vida<br />

de uma pessoa pela posição dos astros no dia do seu<br />

nascimento).<br />

A religião sumeriana referia-se exclusivamente esse mundo, e<br />

não oferecia nenhuma esperança de vida além-túmulo, sendo<br />

que esta era uma existência meramente temporária, num lugar<br />

desolado e sombrio, mais tarde chamado Sheol. Lá, as almas<br />

dos mortos permaneciam um certo tempo, talvez durante uma<br />

geração, e depois desapareciam, e de acordo com essa crença,<br />

os sumerianos não dispensavam qualquer cuidado particular<br />

aos corpos dos seus mortos. Os cadáveres eram normalmente<br />

enterrados sob o piso da casa, <strong>sem</strong> caixão. Dos deuses que eram<br />

adorados, não se esperavam bênçãos espirituais como consolo,<br />

elevação da alma ou comunhão; os únicos benefícios possíveis<br />

eram colheitas abundantes e prosperidades nos negócios.


Acadianos ( antigos babilônios).<br />

Houve numerosas mudanças na religião dos sumerianos, para<br />

a religião dos antigos babilônicos; divindades venera<strong>das</strong> pelos<br />

sumerianos foram esqueci<strong>das</strong>, e outras surgiram substituição.<br />

Marduque, ou Merodaque, que significa “ rei dos deuses”,<br />

primitivamente um deus local da cidade de Babilônia, foi<br />

elevado à mais alta hierarquia entre os deuses dos antigos<br />

babilônios. Seu nome aparece em várias combinações no<br />

antigo testamento, como Evil-Merodaque ( 2 Rs 25.27 ),<br />

Merodaque- Baladã ( Is 39.1 ), havendo também uma alusão a<br />

esse deus em Jr 50.2; Ishtar continuou sendo a deusa principal.<br />

Tamuz tornou-se, nessa época a terceira <strong>das</strong> divindades mais<br />

importantes. Sua morte no outono e sua ressurreição na<br />

primavera simbolizavam a morte e a revivescência da<br />

vegetação.


Hititas<br />

Os hititas ou heteus eram povos extremamente politeístas, que<br />

misturavam suas próprias divindades com os deuses da Babilônia<br />

e do Egito. Eles chegaram a ter um conjunto de<br />

aproximadamente mil deuses. Havia deuses que representavam<br />

várias culturas, revelando o sincretismo da religião deste povo,<br />

sendo seu deus mais importante Addu, o deus <strong>das</strong> tempestades,<br />

enquanto a divindade feminina maior era uma divindade solar,<br />

chamada Anina.<br />

Os hititas ocuparam cidades que viriam a se tornar centros<br />

cristãos, como Tarso, Icônio e Listra.<br />

Cassitas<br />

Os cassitas, que tinham adotado as culturas e as tradições da<br />

Babilônia, adotaram também sua religião, fazendo de Marduque,<br />

o principal deus da religião babilônica, o seu principal deus.


Assírios<br />

A religião dos assírios era muito <strong>sem</strong>elhante à de Babilônia, com<br />

Marduque, o deus principal babilônico, substituindo o deus<br />

principal dos assírios, Assur. As principais divindades<br />

secundárias eram Anu, Bel e Ea, que eram divindades babilônicas<br />

adota<strong>das</strong> por outros povos <strong>sem</strong>itas.<br />

Caldeus<br />

Entre os caldeus, o chefe da hierarquia sagrada era o deus<br />

Marduque o sistema de crença era pouco mais que<br />

superficialmente babilônico. O que os caldeus realmente fizeram<br />

foi desenvolver uma religião astral. Os deuses foram despidos de<br />

suas limitações humanas e foram exaltados como seres<br />

transcendentes e onipotentes. Chegaram a ser identificados com<br />

os próprios planetas, com Marduque sendo identificado como<br />

Júpter e a deusa Ishtar identificada com Vênus.


Medos<br />

A religião dos medos era Zoroastrismo, religião que foi adotada<br />

oficialmente pelos reis do Império dos Medos. Uma <strong>das</strong> seis<br />

tribos que se dividia o povo dos medos, os magos, eram<br />

conhecidos como sacerdotes de Zoroastro, sendo que o próprio<br />

Zoroastro se tornou conhecido como mago (sacerdote).<br />

Persa<br />

Os assuntos religiosos <strong>sem</strong>pre ocuparam lugar na vida dos persas<br />

antigos, com reflexos evidentes em sua literatura, na arte e nos<br />

mais variados aspectos da sua cultura. Eles adoravam deuses que<br />

representavam os mais diferentes elementos da natureza , da<br />

fertilidade e dos poderes celestes, com os magos exercendo<br />

grande autoridade na vida do povo.<br />

Entre os muitos profetas da religião persa destacou-se um de<br />

nome Zoroastro, forma derivada de Zarathustra, que viveu por<br />

volta do século VII a.C. Após sua morte, foi organizado o<br />

sacerdócio, bem como o sistema de doutrinas do zoroastrismo.


Finicios<br />

A religião dos fenícios caracterizava-se pelos sacrifícios<br />

humanos ao deus Moloque e por ritos silenciosos de<br />

fecundidade. A religião fenícia era politeísta e antropomórfica,<br />

tendo conservado em seu sistema religioso os antigos deuses<br />

tradicionais dos povos <strong>sem</strong>itas, que eram as divindades<br />

terrestres e celestes comuns a todos os povos da Ásia antiga.<br />

Destaque-se como fato estranho, que apesar de serem grandes<br />

navegadores, os fenícios não deram maior importância às<br />

divindades do mar. Cada cidade tinha seu deus Baal (senhor),<br />

associado muitas vezes a uma entidade feminina, Baalit. O Baal<br />

do sidom era Eshmun (deus da saúde). Biblos adorava adônis<br />

(deus da vegetação), cujo culto se associava ao de Astarte, deusa<br />

dos bens terrestres, do amor e da primavera, da fecundidade e da<br />

alegria.


Em Tiro rendia-se culto a Melcart e Tanit. Para aplacar a ira dos<br />

deuses, os fenícios sacrificavam animais e muitas vezes<br />

realizavam-se terríveis sacrifícios humanos. Queimavam<br />

inclusive os próprios filhos. Em determina<strong>das</strong> solenidades<br />

religiosas, os fenícios sacrificavam cerca de 200 recém-nascidos,<br />

que eram lançados ao fogo enquanto suas mães assistiam<br />

impassíveis a tudo.<br />

Filisteus<br />

Os fatos conhecidos da religião dos filisteus são, na sua maioria,<br />

os registrados na Bíblia. Os três deuses mencionados, Dagom,<br />

Astarote e Baalzebube eram todos do oriente próximo.


Supõe-se que os filisteus identificaram os seus próprios deuses<br />

com aqueles que encontraram na palestina, acomodando a sua<br />

religião àquela que ali já existia. Ofereciam sacrifícios (Jz 16.23) e<br />

usavam encantamentos quanto quando se dirigiam as batalhas<br />

(2 Sm 5.21), levando seus ídolos consigo para ajudarem nas suas<br />

guerras. Suas vitórias militares eram celebra<strong>das</strong> na casa dos<br />

deuses (1 Sm 31.9), para mostrar que eles dependiam de suas<br />

divindades para conduzi-los às guerras de conquistas ou de<br />

defesa da sua soberania. O deus Dagom, que para os filisteus era<br />

um poderoso deus, era representado como tendo rosto e mãos<br />

humanos, mas com cauda de peixe. Os filisteus misturavam à<br />

sua religião às práticas de magia e adivinhação.


Cananeus<br />

O nome “cananeus”, no sentido geral do seu significado,<br />

identifica as principais tribos que habitavam a “terra de Canaã”,<br />

ou seja, os heveus, heteus, cananeus, amorreus, jebuseus,<br />

girgazeus e perezeus (ferezeus).<br />

estes povos estavam todos escravizados a uma <strong>das</strong> formas mais<br />

terríveis e degradantes de idolatria, que os incitava à<br />

imoralidade. A literatura religiosa cananéia descoberta em 1929 a<br />

1937, em Rãs Shamra (a antiga Ugarit do norte da Síria), revela a<br />

adoração de deuses imorais. A referida literatura confirma<br />

plenamente o que diz o Antigo Testamento sobre a corrupção<br />

religiosa e a degradação moral dos cananeus. Os objetivos para os<br />

cultos , as roupas e a literatura erótica se combinam para mostrar<br />

até que ponto a religião cananéia girava em torno do sexo, com<br />

prostitutas cultuais, sacerdotes eunucos e cortesão sagrados.


Sacrifícios humanos eram também oferecidos a deuses sedentos<br />

de sangue, cuja ira precisava ser aplacada. Era assim, praticando<br />

a licenciosidade como rito, que os cananeus prestavam seu culto<br />

de adoração aos deuses, e também assassinando seus<br />

primogênitos, como sacrifícios aos mesmos deuses. Em razão<br />

disso tudo, não é de estranhar que o único e verdadeiro Deus,<br />

Jeová dos hebreus, ordenasse a Israel o extermínio dos cananeus.<br />

Teria direito de continuar a existir um povo tão abominável e<br />

cruel? O instituto oriental, em suas pesquisas arqueológicas,<br />

escavando em Megido, que fica perto de Samaria, encontrou na<br />

camada do tempo do rei Acabe, de Israel, as ruínas do templo da<br />

deusa Astarote, que normalmente se localizava nas<br />

proximidades do templo de Baal, e de um cemitério com muitos<br />

jarros contendo restos de corpos de crianças, sacrifica<strong>das</strong> no<br />

referido templo. Isso é uma prova do que era a religião dos<br />

cananeus e como se ofereciam cultos de adoração aos deuses.


Os profetas de Baal e Astarote eram assassinos oficiais de<br />

criancinhas, justificando a matança deles por parte do profeta<br />

hebreu, Elias (1 Rs18.40), e ajuda-nos a compreender o porquê de<br />

tanta severidade no juízo levado a efeito contra este povo.


Amonitas<br />

Politeísta como os demais povos da “terra de Canaã”, os amonitas<br />

tinham como divindade principal Milcon (2 Rs 23.13), que era o<br />

deus nacional da nação amonita. O rei Salomão, dos israelitas,<br />

construiu um “lugar alto”, no Monte <strong>das</strong> Oliveiras em honra a<br />

esse deus (1 Rs 11.5,7,33). Alguns estudiosos afirmam que Milcom<br />

(Malcã) e Moloque seriam o mesmo deus, havendo, porém,<br />

evidências de que eles foram adorados em alguma regiões como<br />

dois deuses distintos.


Moabitas<br />

A principal divindade da<br />

religião dos moabitas, que<br />

eram politeísta e idólatras, era<br />

Camos, adorado como<br />

divindade nacional, a quem<br />

eram oferecidos até sacrifícios<br />

humanos. A Pedra Moabita,<br />

dá prova disto.<br />

Pedra Moabita


A Pedra Moabita, uma rocha com inscrições descoberta pela<br />

arqueologia, que possui inscrições sobre a revolta do rei Mesa,<br />

de Moabe, contra os israelitas, fornece algumas informações<br />

sobre a religião dos moabitas, inclusive a de que o seu deus<br />

principal, Camos, era considerado um irado deus de guerra, que<br />

punia os homens derrotados nas batalhas e que teria entregue<br />

Moabe nas mãos dos israelitas porque estava desagradado com<br />

os moabitas. Por causa de sua profunda ligação com esta<br />

divindade, os moabitas eram conhecidos como o “povo de<br />

Camos” (Nm 21.29). A divindade feminina favorita dos moabitas<br />

era Astarte, embora adoras<strong>sem</strong> outras deusa como Instar-<br />

Camos, mencionada na pedra moabita. Nas guerras trava<strong>das</strong><br />

pelos moabitas, os prisioneiros eram executados para aplacar a<br />

ira dos deuses da guerra.<br />

A bíblia menciona em 2 Reis 23.13 que o israelita Salomão erigiu<br />

um santuário em honra ao deus Camos, em Jerusalém, santuário<br />

este que foi destruído pelo rei Josias.


Edomitas<br />

Por ser um povo muito ligado aos moabitas e amonitas, fazendo<br />

inclusive alianças de guerra contra o povo de Israel, e aos<br />

cananeus, com quem promoviam casamentos mistos, os<br />

edomitas tinham as mesmas práticas religiosas desses povos,<br />

adorando aos mesmos deuses em cultos pagãos, permeados de<br />

imoralidades e costumes abomináveis, inclusive sacrifícios<br />

humanos.<br />

Midianitas – Amalequitas<br />

Por serem povos nômades, que não se fixavam por muito tempo<br />

em nenhuma parte da “terra de Canaã”, tantos os midianitas<br />

quanto os amalequitas sequer chegaram a construir cidades de<br />

porte digno de serem menciona<strong>das</strong> pela história, e em seu<br />

nomadismo frequente assumiam os costumes e tradições dos<br />

povos com que se relacionavam, inclusive sua religião, sendo<br />

portanto adoradores, com mesmas práticas de cultos e ritos, dos<br />

deuses dos cananeus, moabitas, edomitas e amonitas.


A religião grega era politeísta, antropomórfica (deuses<br />

representados em forma humana), idolatra e monística (os<br />

deuses eram capazes tanto de fazer o bem como o mal).<br />

Os deuses eram fortes, inteligentes e belos. Seres humanos<br />

“ampliados”, fazendo com que os gregos se sentis<strong>sem</strong> bem no<br />

mundo que governavam, diferentes dos seres remotos e<br />

onipotentes, como os deuses de grande parte <strong>das</strong> religiões<br />

orientais,que inspiravam antes medo que sensação de segurança.


Os deuses gregos eram imortais, eternamente jovens. Moravam<br />

num suntuoso palácio no monte Olimpo, montanha de cerca de<br />

três mil metros de altura, situada próxima ao mar Egeu, onde<br />

ficava os palácios dos deuses, construído pelo deus Hefestos. A<br />

entrada para o Olimpo era uma porta de nuvens protegida pelas<br />

deusas conheci<strong>das</strong> como as “Estações”.<br />

Os deuses da religião grega viviam como homens: tinham<br />

necessidade de alimento e sono, lutavam entre si e possuíam<br />

sentimentos humanos, com os mesmos desejos e as mesmas<br />

fraquezas, e eram envolvidos pelas mesmas paixões próprias dos<br />

homens, diferenciados apenas por se alimentarem de ambrósia e<br />

néctar, o que lhes conferia imortalidade.<br />

No conceito grego de religião, nenhum de seus deuses se elevava<br />

muito acima dos demais. Zeus, o deus do céu e manejador do<br />

raio, que as vezes era chamado pai dos deuses e dos homens,<br />

frequentemente recebia menos atenções do que Apolo, o deus do<br />

sol, que podia predizer o futuro, ou ainda que Atena, a deusa da<br />

guerra e protetora <strong>das</strong> artes.


Era imenso o número de deuses na religião grega:<br />

Deuses do ar (celestes),<br />

Deuses do mar (marinhos),<br />

Deuses do solo (terrestres),<br />

Deuses <strong>das</strong> forças subterrâneas (mundo subterrâneo, inferno),<br />

Deuses <strong>das</strong> atividades humanas<br />

Deuses <strong>das</strong> forças morais<br />

Enfim, de todos eles, doze eram os deuses principais.


Principais deuses Gregos<br />

Zeus Senhor dos homens e dos deuses, é o deus justiceiro e bom, encarregado de<br />

manter a ordem no mundo moral e no mundo físico.<br />

Hera Esposa de Zeus, protetora dos casamentos, dos nascimento, e deusa da<br />

família.<br />

Atenéia Deusa da razão, protetora <strong>das</strong> artes, nascida do cérebro de Zeus.<br />

Artemisa Deusa da noite e da caça.<br />

Afrodite Nascida da espuma do mar, é a deusa da beleza feminina e do amor.<br />

Deméter Irmã de Zeus, é a deusa da agricultura, a quem cabia a proteção <strong>das</strong> colheitas.<br />

Apolo É o deus da luz, identificado com o sol; protetor da música e da poesia; era<br />

capaz de revelar aos mortais a vontade de seu pai, Zeus, e daí o santuário que<br />

lhe era dedicado em Delfos, e 0 famoso oráculo.<br />

Hermes É o mensageiro dos deuses e o condutor <strong>das</strong> almas à região de Hades; deus<br />

dos oradores, dos comerciantes e dos ladrões.<br />

Ares É o deus <strong>das</strong> guerras e <strong>das</strong> batalhas.<br />

Hefestos É o deus do fogo e dos metais; faz vomitar as chamas do vulcão Etna.<br />

Posseidom É o deus do mar, que acalma ou agita as águas com um simples movimento<br />

de seu tridente.<br />

Héstia É a deusa protetora <strong>das</strong> virgens do lar.


HINDUÍSMO<br />

O que é o hinduísmo<br />

Principal religião da Índia, o Hinduísmo é um tipo de união de<br />

crenças com estilos de vida. Sua cultura religiosa é a união de<br />

tradições étnicas. Atualmente é a terceira maior religião do<br />

mundo em número de seguidores. Tem origem em<br />

aproximadamente 3000 a.C na antiga cultura Védica.<br />

O Hinduísmo da forma que o conhecemos hoje é a união de<br />

diferentes manifestações culturais e religiosas. Além da Índia,<br />

tem um grande número de seguidores em países como, por<br />

exemplo, Nepal, Bangladesh, Paquistão, Sri Lanka e Indonésia.


Crenças<br />

Aqueles que seguem o Hinduísmo devem respeitar as coisas<br />

antigas e a tradição; acreditar nos livros sagrados; acreditar em<br />

Deus; persistir no sistema <strong>das</strong> castas (determina o status de cada<br />

pessoa na sociedade); ter conhecimento da importância dos<br />

ritos; confiar nos guias espirituais e, ainda, acreditar na<br />

existência de encarnações anteriores.<br />

O nascimento de uma pessoa dentro de uma casta é resultado do<br />

karma produzido em vi<strong>das</strong> passa<strong>das</strong>. Somente os brâmanes,<br />

pertencentes as castas "superiores" podem realizar os rituais<br />

religiosos hindus e assumir posições de autoridade dentro dos<br />

templos.<br />

Divindades<br />

Os hindus são politeístas (acreditam em vários deuses). São os<br />

principais: Brahma (representa a força criadora do Universo);<br />

Ganesa (deus da sabedoria e sorte); Matsya (aquele que salvou a<br />

espécie humana da destruição); Sarasvati (deusa <strong>das</strong> artes e da<br />

música); Shiva (deus supremo, criador da Ioga), Vishnu<br />

(responsável pela manutenção do Universo).


BUDISMO<br />

Origem do budismo<br />

O budismo não é só uma religião, mas também um sistema ético<br />

e filosófico, originário da região da Índia. Foi criado por Sidarta<br />

Gautama (563? - 483 a.C.?), também conhecido como Buda. Este<br />

criou o budismo por volta do século VI a.C. Ele é considerado<br />

pelos seguidores da religião como sendo um guia espiritual e não<br />

um deus. Desta forma, os seguidores podem seguir normalmente<br />

outras religiões e não apenas o budismo.


O início do budismo está ligado ao hinduísmo, religião na<br />

qual Buda é considerado a encarnação ou avatar de Vishnu.<br />

Esta religião teve seu crescimento interrompido na Índia a<br />

partir do século VII, com o avanço do islamismo e com a<br />

formação do grande império árabe. Mesmo assim, os<br />

ensinamentos cresceram e se espalharam pela Ásia. Em<br />

cada cultura foi adaptado, ganhando características<br />

próprias em cada região.


Os ensinamentos, a filosofia e os princípios<br />

Os ensinamentos do budismo têm como estrutura a idéia de que<br />

o ser humano está condenado a reencarnar infinitamente após a<br />

morte e passar <strong>sem</strong>pre pelos sofrimentos do mundo material. O<br />

que a pessoa fez durante a vida será considerado na próxima vida<br />

e assim sucessivamente. Esta idéia é conhecida como carma. Ao<br />

enfrentar os sofrimentos da vida, o espírito pode atingir o estado<br />

de nirvana (pureza espiritual) e chegar ao fim <strong>das</strong> reencarnações.<br />

Para os seguidores, ocorre também a reencarnação em animais.<br />

Desta forma, muitos seguidores adotam uma dieta vegetariana.<br />

A filosofia é baseada em verdades: a existência está relacionada a<br />

dor, a origem da dor é a falta de conhecimentos e os desejos<br />

materiais. Portanto, para superar a dor deve-se antes livrar-se da<br />

dor e da ignorância. Para livrar-se da dor, o homem tem oito<br />

caminhos a percorrer: compreensão correta, pensamento<br />

correto, palavra, ação, modo de vida, esforço, atenção e<br />

meditação. De todos os caminhos apresentados, a meditação é<br />

considerado o mais importante para atingir o estado de nirvana.


A filosofia budista também define cinco comportamentos morais<br />

a seguir: não maltratar os seres vivos, pois eles são<br />

reencarnações do espírito, não roubar, ter uma conduta sexual<br />

respeitosa, não mentir, não caluniar ou difamar, evitar qualquer<br />

tipo de drogas ou estimulantes. Seguindo estes preceitos<br />

básicos, o ser humano conseguirá evoluir e melhorará o carma de<br />

uma vida seguinte.


JAINISMO<br />

Definição<br />

O jainismo é uma religião que foi fundada na Índia no século VI<br />

a.C por Mahavira. É uma religião que não reconhece a autoridade<br />

dos brâmanes nem dos textos Ve<strong>das</strong>.<br />

Nos dias de hoje, o jainismo está presente na região da Índia<br />

oriental, central e meridional. Acredita-se que há por volta de 4<br />

milhões de seguidores desta religião. Em número de fiéis, é a<br />

sétima <strong>das</strong> religiões da Índia, ou seja, 0,4% da população indiana<br />

é jainista.


O jainismo ou jinismo é uma <strong>das</strong> religiões mais antigas da Índia,<br />

juntamente com o hinduísmo e o budismo, compartilhando com<br />

este último a ausência da necessidade de Deus como criador ou<br />

figura central. Considera-se que a sua origem antecede o<br />

Bramanismo, embora seja mais provável que tinha surgido na<br />

sua forma actual no século V a.C., em resultado da ação<br />

religiosa do Mahavira.<br />

Vista durante algum tempo pelos investigadores ocidentais<br />

como uma seita do hinduísmo ou uma heresia do budismo,<br />

devido à partilha de elementos comuns com estas religiões, o<br />

jainismo é contudo um fenómeno original. Ao contrário do<br />

budismo, o jainismo nunca teve um espírito missionário, tendo<br />

permanecido na Índia, onde os jainas constituem hoje cerca de<br />

quatro milhões de crentes.


Pequenas comunidades jainas existem também na América do<br />

Norte e na Europa, em resultado de movimentos migratórios. A<br />

palavra jainismo tem as suas origens no verbo sânscrito jin que<br />

significa "conquistador". Os seus adeptos devem combater,<br />

através de uma série de estágios, as paixões de modo a alcançar a<br />

libertação do mundo.<br />

Origens:<br />

Segundos os historiadores da religião, o jainismo estabeleceu-se<br />

na Índia em meados do primeiro milénio a.C.. O seu fundador<br />

foi o Mahavira, existindo duas propostas para o período em que<br />

viveu: 599 a.C. - 527 a.C (data tradicional apontada pelo<br />

jainismo) ou 540 a.C - 470 a.C. (segundo os académicos). Nasceu<br />

perto de Patna, naquilo que é hoje o estado do Bihar. Foi um<br />

contemporâneo do Buda, tendo pregado na mesma região<br />

geográfica, embora não conste que os dois mestres se tenham<br />

alguma vez encontrado. Pertencia à casta dos guerreiros<br />

(xátrias), casou, viveu no luxo até que por volta dos trinta anos<br />

tornou-se um mendigo errante.


CONFUCIONISMO<br />

O que é o Confucionismo<br />

O confucionismo é uma doutrina (ou sistema filosófico) criada<br />

pelo pensador chinês Confúcio (Kung-Fu-Tzu) no século VI aC.<br />

Possui, além <strong>das</strong> idéias filosóficas, abordagens pedagógicas,<br />

políticas, religiosas e morais.


Aspectos da filosofia confucionista:<br />

A principal idéia desta filosofia é a busca do Tao (caminho<br />

superior). Através deste caminho é possível ter uma vida<br />

equilibrada e boa. Através do Tao os seres humanos podem viver,<br />

mantendo o equilíbrio entre as vontades materiais (prazeres,<br />

bens, objetos, desejos) e as do céu.<br />

Os valores mais importantes no confucionismo são: disciplina,<br />

estudo, consciência política, trabalho e respeito aos valores<br />

morais. Embora não seja uma religião, existem tempos<br />

confucionistas, onde ocorrem rituais de ordem social.<br />

Entre os séculos II e começo do XX, o confucionismo foi a<br />

doutrina oficial na China. Neste país, esta doutrina ainda é muito<br />

praticada. Em diversos países do mundo, principalmente<br />

orientais, existem adeptos do confucionismo.


Curiosidade:<br />

Acredita-se que existam cerca de 6,5 milhões de adeptos do<br />

confucionismo no mundo todo.<br />

Confúcio (palavra latinizada derivada do termo chinês para<br />

"mestre Kong") nasceu em 551 a.C. na cidade de Tsou (atual<br />

cidade de Qufu), no estado de Lu (atual província chinesa de<br />

Shandong). Confúcio exerceu diversas profissões ao longo de sua<br />

vida, como pastor de animais e bibliotecário. Viajou por diversos<br />

reinos chineses e, ao longo da vida, foi formulando ideias sobre<br />

como deveriam se comportar as pessoas para que houvesse<br />

harmonia em suas vi<strong>das</strong> e na sociedade. Procurou aconselhar os<br />

governantes dos diversos reinos chineses. Reuniu cinco livros<br />

clássicos do pensamento chinês (<strong>Documento</strong>s ou Shu ching,<br />

Ritos ou Li ching, Versos ou Shih ching, Mutações ou I ching e<br />

Anais da primavera e outono ou Chun-chiu) e os oficializou como<br />

material de estudo de seus discípulos. Esses discípulos<br />

continuaram difundindo as ideias de Confúcio após a morte<br />

deste em 479 a.C.


Mansão da Família de<br />

Confúcio em Qufu<br />

Edição do Livro dos<br />

Ritos (Li ching)


Após a morte de Confúcio, seus seguidores reuniram os<br />

pensamentos do seu mestre no Lún Yu, <strong>título</strong> que costuma<br />

ser traduzido como "Analectos" ou "Diálogos". O mais<br />

famoso dos seguidores de Confúcio foi Mêncio (palavra<br />

latinizada que deriva do termo chinês para "mestre Meng"),<br />

que nasceu em 370 a.C. Assim como Confúcio, Mêncio<br />

viajou pela China procurando orientar os governantes sobre<br />

a melhor maneira de governar. As suas conversas com os<br />

reis chineses ficaram registra<strong>das</strong> no livro que levou seu<br />

nome e que se tornou um dos quatro livros introdutórios ao<br />

pensamento confuciano, junto com os Analectos, O grande<br />

aprendizado e A doutrina do significado (ou A doutrina do<br />

meio).


TAOISMO<br />

O Taoísmo se baseia num livro chamado Tao Te Ching , o<br />

livro do Tao e do Te. Tao (ordem do mundo) e Te (força vital)<br />

são antigos conceitos chineses, aos quais Confúcio deu uma<br />

interpretação um pouco diferente.<br />

O Tao Te Ching, é um livrinho de apenas 20 ou 25 páginas,<br />

dividido em 81 capítulos. Ninguém sabe ao certo quem o<br />

escreveu, mas diz a lenda que foi o filósofo Lao-Tsé, que viveu<br />

no século VI a.C., tendo sido mais ou menos contemporâneo de<br />

Confúcio. As histórias sobre a vida de Lao-Tsé são muitas e<br />

varia<strong>das</strong>, e os historiadores não têm certeza sequer se ele de fato<br />

existiu. Feita esta advertência, a seguir, vamos nos referir à Lao-<br />

Tsé como o autor do Tao Te Ching.


Tao – o Grande Princípio<br />

Para Confúcio, o Tao era a suprema ordem do universo, que o<br />

homem tinha que seguir. Lao-Tsé, também concebia o Tao como<br />

a harmonia do mundo, especialmente do mundo natural. Só que<br />

ele foi mais além: o Tao é a verdadeira base da qual to<strong>das</strong> as<br />

coisas são cria<strong>das</strong>, ou da qual elas jorram. Várias vezes o Tao é<br />

descrito como o Céu, isto é, como algo divino, embora não seja<br />

um deus pessoal.<br />

A diferença mais importante entre a concepção de Lao-Tse sobre<br />

o Tao e as outras, é que Lao-Tsé acreditava ser impossível<br />

descrever o Tao de maneira direta e racional.


O Tao que pode ser descrito, não é o Tao real, disse ele Isso<br />

significa que o homem não pode investigar ou estudar a<br />

verdadeira natureza do Tao, não pode usar o intelecto para<br />

compreendê-lo. Ele deve meditar, imerso numa tranqüilidade<br />

<strong>sem</strong> nexos e esquecer todos os seus pensamentos a respeito de<br />

coisas externas, como o lucro e o progresso na vida. Só então irá<br />

alcançar a união com o Tao e será preenchido pelo Te, a força<br />

vital.<br />

O Taoísmo implica passividade e não atividade. Para um sábio<br />

taoísta, a ação mais importante é a não-ação. Isso obviamente<br />

tem uma grande influência em sua visão comunitária. Enquanto<br />

Confúcio desejava educar o homem por meio do conhecimento,<br />

Lao-Tsé preferia que as pessoas permaneces<strong>sem</strong> ingênuas e<br />

simples, como crianças. Enquanto Confúcio ansiava por regras e<br />

sistemas fixos na política, Lao-Tsé acreditava que o homem<br />

deveria interferir o mínimo possível no desdobramento natural<br />

dos fatos. Confúcio queria uma administração bem ordenada,<br />

mas Lao-Tsé acreditava que qualquer administração é má.<br />

Quanto mais leis e mandamentos existirem, mais bandidos e<br />

ladrões haverá, diz o Tao Te Ching.


XINTOÍSMO<br />

Traços Gerais<br />

Enquanto que as restantes grandes religiões adquiriram um<br />

estatuto de internacional, muito embora tenham surgido como<br />

um conjunto de crenças religiosas locais e específicas a uma<br />

comunidade, o Xintoísmo é aquela que ainda hoje podemos<br />

referir como sendo particular ao Japão e, por inerência, aos<br />

japoneses.


Origem<br />

Como foi já referido, o Japão foi nos seus primórdios um<br />

arquipélago constituído por uma série de reinos feudais, cada<br />

qual posse de um Shogun, ou chefe/príncipe feudal, que<br />

estabelecia o seu território como independente dos outros. Neste<br />

território ela colectava os impostos, comandava o exército e<br />

decidia sobre a governação da sua população.<br />

Era frequente reinos vizinhos combaterem ao longo de extensos<br />

períodos de tempo, mas também existiam comunidades mais<br />

isola<strong>das</strong> dos grandes centros populacionais a quem era<br />

reconhecida uma considerável paz social. Quer por<br />

posicionamento geográfico, quer por relativa insignificância que<br />

os maiores feudos demonstravam por eles, estes territórios<br />

viviam relativamente isolados de contacto exterior, sendo<br />

sociedades maioritariamente tribais.


Desta forma, era frequente as comunidades locais<br />

desenvolverem as suas próprias crenças do divino, construindo<br />

crenças religiosas particulares e exclusivas, e que por vezes<br />

mostravam até princípios filosóficos inerentes a religiões<br />

exteriores que conseguiam alguma aceitação por comunidades<br />

japonesas por via de emigrantes ou comerciantes. Mas, uma vez<br />

estabelecido o Império do Japão, sob uma única bandeira e<br />

governo de um Imperador, e devido à constante permuta de<br />

crenças entre povos vizinhos, foi também criada uma única<br />

religião que pudesse abranger, até certa medida, muitos dos<br />

ensinamentos que se encontravam anteriormente dispersos<br />

pelas comunidades locais. Desta forma, o Xintoísmo surge como<br />

uma doutrina que se fundamenta centralmente num politeísmo<br />

e na veneração de princípios naturais, como o sejam o Sol, a<br />

Terra, etc.


Ensinamentos<br />

Devido à sua simplicidade formal, não implica um intricado<br />

sistema de crenças como é comum às restantes grandes religiões,<br />

sendo de fácil entendimento e absorção. Como tal, não advoga<br />

nenhum conjunto específico de condutas morais e sociais, nem<br />

defende um conjunto de valores morais necessários à realização<br />

espiritual dos seus crentes, mas antes indica alguns princípios<br />

que seguem ser comuns a todos os membros da sociedade,<br />

independentemente de partilharem essas crenças nas divindades<br />

ou princípios cósmicos ou não. Assim, o Xintoísmo caracteriza-se<br />

por um conjunto de "indicações" morais genéricas, como o<br />

respeito aos idosos, à práctica da moderação dos impulsos do<br />

coração, honra pelo indivíduo e respeito pelo próximo.


No Japão, a antiga religião nacional é o xintoísmo. A partir de<br />

500 d.C., o xintoísmo enfrentou dura competição com o<br />

Budismo, e as duas religiões acabaram por influenciar uma à<br />

outra. Não é raro, no Japão, o uso alternado de várias religiões.<br />

Uma criança pode ser abençoada pelos deuses num ritual<br />

xintoísta e ser enterrada num ritual budista. O casamento pode<br />

se realizar numa igreja cristã. Essa mistura de religiões,<br />

encontrou expressão modernamente numa série de novas seitas,<br />

cultos e comunidades religiosas, o que levou o Japão moderno a<br />

ser chamado de Laboratório Religioso.<br />

Diferentemente do Cristianismo e do Islã, o Xintoísmo não tem<br />

um fundador. É tipicamente uma religião nacional, que ao longo<br />

dos séculos adotou tradições de várias outras religiosidades. Ela<br />

não conta com nenhum credo ou código de ética expressamente<br />

formulado. A essência do xintoísmo são a cerimônia e o ritual,<br />

que mantêm contato Com o divino.


ISLAMISMO<br />

Introdução<br />

A religião muçulmana tem crescido nos últimos anos<br />

(atualmente é a segunda maior do mundo) e está presente em<br />

todos os continentes. Porém, a maior parte de seguidores do<br />

islamismo encontra-se nos países árabes do Oriente Médio e do<br />

norte da África. Assim como as religiões cristãs, a religião<br />

muçulmana é monoteísta, ou seja, crê na existência de apenas<br />

um deus, Alá ou Allah (palavra para designar Deus em árabe).<br />

Criada pelo profeta Maomé, a doutrina muçulmana encontra-se<br />

no livro sagrado, o Alcorão ou Corão. Foi fundada na região da<br />

atual Arábia Saudita.


Vida do profeta Maomé<br />

Muhammad (Maomé) era da tribo de coraich e nasceu na cidade<br />

de Meca no ano de 570. Filho de uma família de comerciantes,<br />

passou parte da juventude viajando com os pais e conhecendo<br />

diferentes culturas e religiões. Aos 40 anos de idade, de acordo<br />

com a tradição, recebeu a visita do anjo Gabriel que lhe<br />

transmitiu a existência de um único Deus. A partir deste<br />

momento, começa sua fase de pregação da doutrina monoteísta,<br />

porém encontra grande resistência e oposição. As tribos árabes<br />

seguiam até então uma religião politeísta, com a existência de<br />

vários deuses tribais.<br />

Maomé começou a ser perseguido e teve que emigrar para a<br />

cidade de Medina no ano de 622. Este acontecimento é<br />

conhecido como Hégira e marca o início do calendário<br />

muçulmano.


Em Medina, Maomé é bem acolhido e reconhecido como líder<br />

religioso. Consegue unificar e estabelecer a paz entre as tribos<br />

árabes e implanta a religião monoteísta. Ao retornar para Meca,<br />

consegue implantar a religião muçulmana que passa a ser aceita e<br />

começa a se expandir pela península Arábica.<br />

Reconhecido como líder religioso e profeta, faleceu no ano de<br />

632. Porém, a religião continuou crescendo após sua morte.


Livros Sagrados e doutrinas religiosas<br />

O Alcorão ou Corão é um livro sagrado que reúne as revelações<br />

que o profeta Maomé recebeu do anjo Gabriel. Este livro é<br />

dividido em 114 capítulos (suras). Entre tantos ensinamentos<br />

contidos, destacam-se: onipotência de Deus (Alá), importância<br />

de praticar a bondade, generosidade e justiça no relacionamento<br />

social. O Alcorão também registra tradições religiosas, passagens<br />

do Antigo Testamento judaico e cristão.<br />

Os muçulmanos acreditam na vida após a morte e no Juízo Final,<br />

com a ressurreição de todos os mortos.<br />

A outra fonte religiosa dos muçulmanos é a Suna que reúne os<br />

dizeres e feitos do profeta Maomé.


Preceitos religiosos<br />

A Sharia define as práticas de vida dos muçulmanos, com relação<br />

ao comportamento, atitudes e alimentação. De acordo com a<br />

Sharia, todo muçulmano deve seguir cinco princípios:<br />

- Aceitar Deus como único e Muhammad (Maomé) como seu<br />

profeta;<br />

- Dar esmola (Zakat) de no mínimo 2,5% de seus rendimentos<br />

para os necessitados;<br />

- Fazer a peregrinação à cidade de Meca pelo menos uma vez na<br />

vida, desde que para isso possua recursos;<br />

- Realização diária <strong>das</strong> orações;<br />

- Jejuar no mês de Ramadã com objetivo de desenvolver a<br />

paciência e a reflexão.


Locais sagrados<br />

Para os muçulmanos, existem três locais sagrados: A cidade de<br />

Meca, onde fica a pedra negra, também conhecida como Caaba.<br />

A cidade de Medina, local onde Maomé construiu a primeira<br />

Mesquita (templo religioso dos muçulmanos). A cidade de<br />

Jerusalém, cidade onde o profeta subiu ao céu e foi ao paraíso<br />

para encontrar com Moises e Jesus.


Divisões do Islamismo<br />

Os seguidores da religião muçulmana se dividem em dois grupos<br />

principais: sunitas e xiitas. Aproximadamente 85% dos<br />

muçulmanos do mundo fazem parte do grupo sunita. De acordo<br />

com os sunitas, a autoridade espiritual pertence a toda<br />

comunidade. Os xiitas também possuem sua própria<br />

interpretação da Sharia.


JUDAÍSMO<br />

Introdução<br />

O judaísmo é considerado a primeira religião monoteísta a<br />

aparecer na história. Tem como crença principal a existência de<br />

apenas um Deus, o criador de tudo. Para os judeus, Deus fez um<br />

acordo com os hebreus, fazendo com que eles se tornas<strong>sem</strong> o<br />

povo escolhido e prometendo-lhes a terra prometida.<br />

Atualmente a fé judaica é praticada em várias regiões do mundo,<br />

porém é no estado de Israel que se concentra um grande número<br />

de praticantes.


Conhecendo a história do povo judeu<br />

A Bíblia é a referência para entendermos a história deste povo.<br />

De acordo com as escrituras sagra<strong>das</strong>, por volta de 1800 a.C,<br />

Abraão recebeu uma sinal de Deus para abandonar o politeísmo<br />

e para viver em Canaã (atual Palestina). Isaque, filho de Abraão,<br />

tem um filho chamado Jacó. Este luta , num certo dia, com um<br />

anjo de Deus e tem seu nome mudado para Israel. Os doze filhos<br />

de Jacó dão origem as doze tribos que formavam o povo judeu.<br />

Por volta de 1700 AC, o povo judeu migra para o Egito, porém são<br />

escravizados pelos faraós por aproximadamente 400 anos. A<br />

libertação do povo judeu ocorre por volta de 1300 AC. A fuga do<br />

Egito foi comandada por Moisés, que recebe as tábuas dos Dez<br />

Mandamentos no monte Sinai. Durante 40 anos ficam<br />

peregrinando pelo deserto, até receber um sinal de Deus para<br />

voltarem para a terra prometida, Canaã.


Jerusalém é transformada num centro religioso pelo rei<br />

Davi. Após o reinado de Salomão, filho de Davi, as tribos<br />

dividem-se em dois reinos : Reino de Israel e Reino de Judá.<br />

Neste momento de separação, aparece a crença da vinda de<br />

um messias que iria juntar o povo de Israel e restaurar o<br />

poder de Deus sobre o mundo.<br />

Em 721 a.C começa a diáspora judaica com a invasão<br />

babilônica. O imperador da Babilônia, após invadir o reino<br />

de Israel, destrói o templo de Jerusalém e deporta grande<br />

parte da população judaica.<br />

No século I, os romanos invadem a Palestina e destroem o<br />

templo de Jerusalém. No século seguinte, destroem a cidade<br />

de Jerusalém, provocando a segunda diáspora judaica. Após<br />

estes episódios, os judeus espalham-se pelo mundo,<br />

mantendo a cultura e a religião. Em 1948, o povo judeu<br />

retoma o caráter de unidade após a criação do estado de<br />

Israel.


Os livros sagrados dos judeus<br />

A Torá ou Pentateuco, de acordo com os judeus, é considerado o<br />

livro sagrado que foi revelado diretamente por Deus. Fazem parte<br />

da Torá : Gênesis, o Êxodo, o Levítico, os Números e o<br />

Deuteronômio. O Talmude é o livro que reúne muitas tradições<br />

orais e é dividido em quatro livros: Mishnah, Targumin,<br />

Midrashim e Comentários.


Rituais e símbolos judaicos<br />

Os cultos judaicos são realizados num templo chamado de<br />

sinagoga e são comandados por um sacerdote conhecido por<br />

rabino. O símbolo sagrado do judaísmo é o memorá, candelabro<br />

com sete braços.<br />

Memorá : candelabro sagrado<br />

Entre os rituais, podemos citar a circuncisão dos meninos ( aos 8<br />

dias de vida ) e o Bar Mitzvah que representa a iniciação na vida<br />

adulta para os meninos e a Bat Mitzvah para as meninas ( aos 12<br />

anos de idade ).<br />

Os homens judeus usam a kippa, pequena touca, que representa<br />

o respeito a Deus no momento <strong>das</strong> orações.<br />

Nas sinagogas, existe uma arca, que representa a ligação entre<br />

Deus e o Povo Judeu. Nesta arca são guardados os pergaminhos<br />

sagrados da Torá.


As Festas Judaicas<br />

As datas <strong>das</strong> festas religiosas dos judeus são móveis, pois seguem<br />

um calendário lunisolar. As principais são as seguintes:<br />

Purim - os judeus comemoram a salvação de um massacre<br />

elaborado pelo rei persa Assucro.<br />

Páscoa ( Pessach ) - comemora-se a libertação da escravidão do<br />

povo judeu no Egito, em 1300 a.C.<br />

Shavuót - celebra a revelação da Torá ao povo de Israel, por volta<br />

de 1300 a.C.<br />

Rosh Hashaná - é comemorado o Ano-Novo judaico.<br />

Yom Kipur - considerado o dia do perdão. Os judeus fazem<br />

jejum por 25 horas segui<strong>das</strong> para purificar o espírito.<br />

Sucót - refere-se a peregrinação de 40 anos pelo deserto, após a<br />

libertação do cativeiro do Egito.<br />

Chanucá - comemora-se o fim do domínio assírio e a<br />

restauração do tempo de Jerusalém.<br />

Simchat Torá - celebra a entrega dos Dez Mandamentos a<br />

Moisés.


CRISTIANISMO<br />

Introdução<br />

A religião cristã surgiu na região da atual Palestina no século I.<br />

Essa região estava sob domínio do Império Romano neste<br />

período. Criada por Jesus, espalhou-se rapidamente pelos quatro<br />

cantos do mundo, se transformando atualmente na religião mais<br />

difundida.<br />

Jesus foi perseguido pelo Império Romano, a pedido do<br />

imperador Otávio Augusto (Caio Júlio César Otaviano Augusto),<br />

pois defendia idéias muito contrárias aos interesses vigentes.<br />

Defendia a paz, a harmonia, o respeito um único Deus, o amor<br />

entre os homens e era contrário à escravidão. Enquanto isso, os<br />

interesses do império eram totalmente contrários. Os cristãos<br />

foram muito perseguidos durante o Império Romano e para<br />

continuarem com a prática religiosa, usavam as catacumbas para<br />

encontros e realização de cultos.


Doutrina Cristã<br />

De acordo com a fé cristã, Deus mandou ao mundo seu filho para<br />

ser o salvador (Messias) dos homens. Este, seria o responsável<br />

por divulgar a palavra de Deus entre os homens. Foi perseguido,<br />

porém deu sua vida pelos homens. Ressuscitou e foi par o céu.<br />

Ofereceu a possibilidade da salvação e da vida eterna após a<br />

morte, a todos aqueles que acreditam em Deus e seguem seus<br />

mandamentos.<br />

A principal idéia, ou mensagem, da religião cristã é a<br />

importância do amor divino sobre to<strong>das</strong> as coisas. Para os<br />

cristãos, Deus é uma trindade formada por : pai (Deus), filho<br />

(Jesus) e o Espírito Santo.<br />

O Messias ( Salvador )<br />

Jesus nasceu na cidade de Belém, na região da Judéia. Sua família<br />

era muito simples e humilde. Por volta dos 30 anos de idade<br />

começa a difundir as idéias do cristianismo na região onde vivia.<br />

Desperta a atenção do imperador romano Julio César , que temia<br />

o aparecimento de um novo líder numa <strong>das</strong> regiões domina<strong>das</strong><br />

pelo Império Romano.


Em suas peregrinações, começa a realizar milagres e reúne<br />

discípulos e apóstolos por onde passa. Perseguido e preso pelos<br />

soldados romanos, foi condenado a morte por não reconhecer a<br />

autoridade divina do imperador. Aos 33 anos, morreu na cruz e<br />

foi sepultado. Ressuscitou no terceiro dia e apareceu aos<br />

discípulos dando a eles a missão de continuar os ensinamentos.<br />

Difusão do cristianismo<br />

Os ideais de Jesus espalharam-se rapidamente pela Ásia, Europa<br />

e África, principalmente entre a população mais carente, pois<br />

eram mensagens de paz, amor e respeito. Os apóstolos se<br />

encarregaram de tal tarefa.<br />

A religião fez tantos seguidores que no ano de 313, da nossa era, o<br />

imperador Constantino concedeu liberdade de culto. No ano de<br />

392, o cristianismo é transformado na religião oficial do Império<br />

Romano.<br />

Na época <strong>das</strong> grandes navegações (séculos XV e XVI), a religião<br />

chega até a América através dos padres jesuítas, cuja missão era<br />

catequizar os indígenas.


A Bíblia<br />

O livro sagrado dos cristãos pode ser dividido em duas partes:<br />

Antigo e Novo Testamento. A primeira parte conta a criação do<br />

mundo, a história, as tradições judaicas, as leis, a vida dos<br />

profetas e a vinda do Messias. No Novo Testamento, escrito após<br />

a morte de Jesus, fala sobre a vida do Messias, principalmente.<br />

Principais festas religiosas<br />

Natal : celebra o nascimento de Jesus Cristo (comemorado todo<br />

25 de dezembro).<br />

Páscoa : celebra a ressurreição de Cristo.<br />

Pentecostes : celebra os 50 dias após a Páscoa e recorda a descida<br />

e a unção do Espírito Santo aos apóstolos.


Os Dez Mandamentos<br />

De acordo com o cristianismo, Moisés recebeu Deus duas tábuas<br />

de pedra onde continham os Dez Mandamentos:<br />

1. Não terás outros deuses diante de mim.<br />

2. Não farás para ti imagem de escultura, não te curvarás a elas,<br />

nem as servirás.<br />

3. Não pronunciarás o nome do Senhor teu Deus em vão.<br />

4. Lembra-te do dia do sábado para o santificar. Seis dias<br />

trabalharás, mas o sétimo dia é o sábado do seu Senhor teu Deus,<br />

não farás nenhuma obra.<br />

5. Honra o teu pai e tua mãe.<br />

6. Não matarás.<br />

7. Não adulterarás.<br />

8. Não furtarás.<br />

9. Não dirás falso testemunho, não mentirás.<br />

10. Não cobiçarás a mulher do próximo, nem a sua casa e seus<br />

bens.<br />

Atualmente, encontramos três principais ramos do cristianismo:<br />

catolicismo, protestantismo e Igreja Ortodoxa.

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