14.04.2013 Views

os africanos no brasil - Departamento de História - UEM

os africanos no brasil - Departamento de História - UEM

os africanos no brasil - Departamento de História - UEM

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Revista Brasileira <strong>de</strong> <strong>História</strong> das Religiões. ANPUH, A<strong>no</strong> III, n. 7, Mai. 2010 - ISSN 1983-2850<br />

http://www.dhi.uem.br/gtreligiao - Artig<strong>os</strong><br />

______________________________________________________________________<br />

estáticas, suas configurações se alteram continuamente, em tempo e em espaço. É nesse<br />

sentido que aborda <strong>os</strong> equivalentes <strong>brasil</strong>eir<strong>os</strong> d<strong>os</strong> <strong>no</strong>mes d<strong>os</strong> pov<strong>os</strong> african<strong>os</strong> que<br />

vieram para o Brasil. Rodrigues (1982) explica que como <strong>os</strong> franceses , na Bahia,<br />

chama-se “nagôs” a tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> negr<strong>os</strong> da C<strong>os</strong>ta d<strong>os</strong> Escrav<strong>os</strong> que falam a língua iorubana,<br />

eles proce<strong>de</strong>m <strong>de</strong> diferentes locais: Oió (capital <strong>de</strong> Ioruba), Ijesa, Ibadan, Ifé, Iebú,<br />

Egbá, Lag<strong>os</strong>.<br />

Já <strong>os</strong> negr<strong>os</strong> da C<strong>os</strong>ta d<strong>os</strong> Escrav<strong>os</strong>, que <strong>os</strong> franceses chamavam Evés ou Eués e<br />

<strong>os</strong> ingleses Ewes, são entre nós chamad<strong>os</strong> “jejes”. “A <strong>de</strong><strong>no</strong>minação jeje vem do <strong>no</strong>me<br />

da zona ou território da C<strong>os</strong>ta d<strong>os</strong> Escrav<strong>os</strong>, que vai <strong>de</strong> Bageida a Akraku, e que <strong>os</strong><br />

ingleses escrevem Geng, mas que <strong>os</strong> negr<strong>os</strong> pronunciam antes egége”. (RODRIGUES,<br />

1982, 103). Men<strong>os</strong> justificável, segundo Rodrigues é o erro que <strong>os</strong> escritores <strong>brasil</strong>eir<strong>os</strong><br />

cometem em relação a<strong>os</strong> haussás. Em inglês e alemão hausa; haoussa em francês;<br />

haussá em italia<strong>no</strong>, espanhol e português. Toda a população <strong>brasil</strong>eira pronuncia haussá<br />

corretamente, porém n<strong>os</strong>s<strong>os</strong> historiadores <strong>os</strong> chamam <strong>de</strong> ucas ou ussas. (RODRIGUES,<br />

1982).<br />

Outro olhar sempre presente <strong>no</strong> discurso <strong>de</strong> Nina Rodrigues é o do antropólogo,<br />

visível em sua tentativa <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r as peculiarida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada povo africa<strong>no</strong>,<br />

trabalhando exaustivamente as idi<strong>os</strong>sincrasias d<strong>os</strong> nagôs, d<strong>os</strong> jejes, d<strong>os</strong> Minas, d<strong>os</strong><br />

haussás, d<strong>os</strong> Tapas, nifês ou nupês, d<strong>os</strong> bornus, d<strong>os</strong> adamauás, d<strong>os</strong> gurunxis, gurúncis<br />

ou grúncis , d<strong>os</strong> fulás ou filanins, d<strong>os</strong> mandingas ou man<strong>de</strong>s e d<strong>os</strong> bant<strong>os</strong>. O folclorista<br />

surge ao reunir <strong>de</strong>scrições sobre festas populares, lendas e cont<strong>os</strong> african<strong>os</strong>, chagando a<br />

comparar cont<strong>os</strong> populares african<strong>os</strong> e portugueses.<br />

A preocupação com a psicologia ganha maior ênfase nesta obra do que em “O<br />

animismo fetichista d<strong>os</strong> negr<strong>os</strong> bahia<strong>no</strong>” 4 (1935), a <strong>de</strong>sconfiança anterior aparece mais<br />

neutralizada, partindo d<strong>os</strong> estud<strong>os</strong> <strong>de</strong> Andrew Lang para pensar o estado do selvagem<br />

sob dois pont<strong>os</strong> <strong>de</strong> vista, o psicológico e o social, Nina Rodrigues buscará <strong>de</strong>monstrar a<br />

persistência do estado mental d<strong>os</strong> selvagens nas concepções fundamentais das<br />

mitologias africanas, pelo mesmo raciocínio que o levou a <strong>de</strong>scobrir a persistência do<br />

fetichismo africa<strong>no</strong> nas exteriorida<strong>de</strong>s da conversão católica d<strong>os</strong> escrav<strong>os</strong>, “<strong>de</strong>ve<br />

conduzir-n<strong>os</strong> agora a investigar sob que formas ou equivalentes psíquic<strong>os</strong> se manifesta<br />

4 Sobre tal afirmação vi<strong>de</strong> SERAFIM, Vanda Fortuna. O discurso <strong>de</strong> Raimundo Nina Rodrigues acerca<br />

das religiões africanas na Bahia do século XIX. Dissertação (mestrado). Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>de</strong><br />

Maringá, <strong>Departamento</strong> <strong>de</strong> <strong>História</strong>, Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em <strong>História</strong>, 2010. p.88-95.<br />

79

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!