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os africanos no brasil - Departamento de História - UEM

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Revista Brasileira <strong>de</strong> <strong>História</strong> das Religiões. ANPUH, A<strong>no</strong> III, n. 7, Mai. 2010 - ISSN 1983-2850<br />

http://www.dhi.uem.br/gtreligiao - Artig<strong>os</strong><br />

______________________________________________________________________<br />

ordinária”.(RODRIGUES, 1982, p.174). Nina Rodrigues acredita que tais aspect<strong>os</strong><br />

po<strong>de</strong>m ser encontrad<strong>os</strong> em element<strong>os</strong> sobreviventes em n<strong>os</strong>sas festas populares.<br />

Atentando especificamente a Andrew Lang, embora este autor tenha combatido<br />

vivamente a teoria <strong>de</strong> Frazer <strong>de</strong> um totemismo local, ele faz o totemismo consistir<br />

inteiramente na crença numa espécie <strong>de</strong> consubstancialida<strong>de</strong> do homem e do animal.<br />

Mas explica-a <strong>de</strong> outro modo. Deriva-a inteiramente do fato <strong>de</strong> o totem ser um <strong>no</strong>me.<br />

(DURKHEIM, 1996).<br />

Tão logo houve grup<strong>os</strong> human<strong>os</strong> constituíd<strong>os</strong> cada um <strong>de</strong>les teria<br />

sentido a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distinguir uns d<strong>os</strong> outr<strong>os</strong> <strong>os</strong> grup<strong>os</strong> vizinh<strong>os</strong><br />

com <strong>os</strong> quais se relacionava e, com essa finalida<strong>de</strong>, lhes teria dado<br />

<strong>no</strong>mes diferentes. Esses <strong>no</strong>mes foram tomad<strong>os</strong> preferencialmente da<br />

fauna e da flora circundantes, porque animais e plantas po<strong>de</strong>m ser<br />

facilmente <strong>de</strong>signad<strong>os</strong> por meio <strong>de</strong> gest<strong>os</strong> ou representad<strong>os</strong> por<br />

<strong>de</strong>senh<strong>os</strong> As semelhanças mais ou men<strong>os</strong> precisas que <strong>os</strong> homens<br />

podiam ter com este ou aquele animal ou planta <strong>de</strong>terminaram a<br />

forma como essas <strong>de</strong><strong>no</strong>minações coletivas foram distribuídas entre <strong>os</strong><br />

grup<strong>os</strong>. (DURKHEIM, 1996, p. 184).<br />

Segundo Durkheim (1996), Lang entendia que, “para espírit<strong>os</strong> primitiv<strong>os</strong>, <strong>os</strong><br />

<strong>no</strong>mes e as coisas <strong>de</strong>signadas por esses <strong>no</strong>mes estão unid<strong>os</strong> por uma relação mística e<br />

transcen<strong>de</strong>ntal”. Assim, quando se tratava <strong>de</strong> um <strong>no</strong>me <strong>de</strong> animal, o homem que o tinha<br />

<strong>de</strong> via necessariamente crer que ele próprio p<strong>os</strong>suía <strong>os</strong> atribut<strong>os</strong> mais característic<strong>os</strong><br />

<strong>de</strong>sse animal. Essa crença teria se propagado mais facilmente a medida que se tornavam<br />

remotas e se apagavam das memórias as origens históricas <strong>de</strong> tais <strong>de</strong><strong>no</strong>minações. Mit<strong>os</strong><br />

se formaram para representar melhor a<strong>os</strong> espírit<strong>os</strong> essa estranha ambigüida<strong>de</strong> da<br />

natureza humana. Para explicá-la, imagi<strong>no</strong>u-se que o animal era o antepassado do<br />

homem ou que amb<strong>os</strong> <strong>de</strong>scendiam <strong>de</strong> um ancestral comum. Assim teriam sido<br />

concebid<strong>os</strong> <strong>os</strong> laç<strong>os</strong> <strong>de</strong> parentesco que uniriam cada clã à espécie <strong>de</strong> coisa cujo <strong>no</strong>me é<br />

o seu. (DURKHEIM, 1996).<br />

Quanto à indagação “<strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem, então, o caráter religi<strong>os</strong>o das crenças e das<br />

práticas totêmicas?”, Lang dá a mesma resp<strong>os</strong>ta que Frazer: ele nega que o totemismo<br />

seja uma religião.<br />

Não encontro na Austrália, diz ele, nenhum exemplo <strong>de</strong> práticas<br />

religi<strong>os</strong>as tais como as que consistem em rezar, nutrir ou sepultar o<br />

totem. Apenas numa época p<strong>os</strong>terior, e quando já estava constituído,<br />

é que o totemismo teria si do como que atraído e envolvido por um<br />

sistema <strong>de</strong> concepções propriamente religi<strong>os</strong>as. Segundo uma<br />

observação <strong>de</strong> Howitt quando <strong>os</strong> indígenas procuram explicar as<br />

instituições totêmicas, eles não as atribuem nem a<strong>os</strong> própri<strong>os</strong> totens,<br />

nem a um homem, mas a algum ser sobrenatural, como Bunjil ou<br />

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