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os africanos no brasil - Departamento de História - UEM

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Revista Brasileira <strong>de</strong> <strong>História</strong> das Religiões. ANPUH, A<strong>no</strong> III, n. 7, Mai. 2010 - ISSN 1983-2850<br />

http://www.dhi.uem.br/gtreligiao - Artig<strong>os</strong><br />

______________________________________________________________________<br />

Homero Pires (1982) observou que durante esse tempo, principalmente na<br />

África, escreveu-se uma vasta biblioteca sobre <strong>os</strong> negr<strong>os</strong>. Refizeram-se antig<strong>os</strong><br />

conceit<strong>os</strong> <strong>de</strong> antropologia e et<strong>no</strong>grafia. A questão <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> das raças foi vista <strong>de</strong><br />

maneiras diferentes: o negro reabilitou-se. Esta observação sugere as motivações para a<br />

mudança do título da obra. Pires tem ainda o cuidado <strong>de</strong> sublinhar que não seria leal, a<br />

tant<strong>os</strong> an<strong>os</strong> <strong>de</strong> distância, discutir agora as conseqüências a que chegou o mais <strong>no</strong>tável<br />

freqüentador d<strong>os</strong> estud<strong>os</strong> sobre o negro <strong>no</strong> Brasil.<br />

A obra “Os african<strong>os</strong> <strong>no</strong> Brasil” é dividida em <strong>no</strong>ve capítul<strong>os</strong>, além da<br />

introdução, prefácio <strong>de</strong> Homero Pires e <strong>no</strong>tas biobibliográficas por Fernando Sales.<br />

Nesta obra, Rodrigues problematiza a presença africana <strong>no</strong> Brasil <strong>no</strong> que <strong>de</strong><strong>no</strong>mina <strong>de</strong><br />

presente, passado e futuro. A idéia <strong>de</strong>fendida ao longo da obra é <strong>de</strong> que em principio<br />

ninguém imaginava que viria à se preocupar com a questão “o negro”, <strong>no</strong> entanto, a<br />

abolição <strong>de</strong>u-lhe um caráter humanitário, emprestando-lhes a organização psíquica d<strong>os</strong><br />

branc<strong>os</strong> mais cult<strong>os</strong>, tornando-<strong>os</strong> vitimas <strong>de</strong> injustiça social. O autor está preocupado<br />

com a questão da miscigenação, não apenas em seus aspect<strong>os</strong> biológic<strong>os</strong>, mas também<br />

<strong>no</strong> que se refere às práticas culturais e a vida social. Sendo assim, a prop<strong>os</strong>ta <strong>de</strong> Nina<br />

Rodrigues é conhecer ao máximo as influências históricas da “raça negra” <strong>no</strong> Brasil,<br />

para enten<strong>de</strong>r <strong>de</strong> que forma ela atua na constituição do povo <strong>brasil</strong>eiro. (RODRIGUES,<br />

1982)<br />

A fim <strong>de</strong> comprovar suas idéias, Rodrigues (1982) <strong>de</strong>senvolve seu raciocínio<br />

abordando <strong>os</strong> seguintes temas: as origens africanas d<strong>os</strong> negr<strong>os</strong> <strong>no</strong> Brasil; a presença d<strong>os</strong><br />

negr<strong>os</strong> maometan<strong>os</strong> <strong>no</strong> Brasil; o Palmares e as sublevações <strong>de</strong> negr<strong>os</strong> <strong>no</strong> Brasil<br />

anteriores ao século XIX; <strong>os</strong> últim<strong>os</strong> african<strong>os</strong> na Bahia e a extinção <strong>de</strong> “raça negra”<br />

pura <strong>no</strong> Brasil; as línguas e as belas-artes africanas; sobrevivências totêmicas, festas<br />

populares e folclore; sobrevivências religi<strong>os</strong>as: religião, mitologia e culto; o valor social<br />

d<strong>os</strong> negr<strong>os</strong> african<strong>os</strong> e seus <strong>de</strong>scentes e; a sobrevivência psíquica na criminalida<strong>de</strong> d<strong>os</strong><br />

negr<strong>os</strong> <strong>no</strong> Brasil.<br />

A diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> olhares <strong>no</strong> discurso <strong>de</strong> Nina Rodrigues.<br />

“Os african<strong>os</strong> <strong>no</strong> Brasil” (1982) não é um trabalho exclusivo sobre a<br />

religi<strong>os</strong>ida<strong>de</strong> africana, embora a temática perpasse toda a obra. Rodrigues movido pela<br />

idéia <strong>de</strong> que a “raça” e as práticas culturais africanas se extinguiriam <strong>no</strong> Brasil, inicia<br />

um trabalho <strong>de</strong> catalogação do máximo <strong>de</strong> informações p<strong>os</strong>síveis sobre <strong>os</strong> african<strong>os</strong>. A<br />

preocupação <strong>de</strong> Nina Rodrigues é clara, uma vez que o africa<strong>no</strong> esteve presente em<br />

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