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os africanos no brasil - Departamento de História - UEM

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Revista Brasileira <strong>de</strong> <strong>História</strong> das Religiões. ANPUH, A<strong>no</strong> III, n. 7, Mai. 2010 - ISSN 1983-2850<br />

http://www.dhi.uem.br/gtreligiao - Artig<strong>os</strong><br />

______________________________________________________________________<br />

Os <strong>de</strong>poiment<strong>os</strong> concordam que <strong>os</strong> escrit<strong>os</strong> eram <strong>de</strong> rezas malês ou mulçumis e ali a<br />

propaganda religi<strong>os</strong>a era viva e intensa.<br />

Segundo Nina Rodrigues, <strong>os</strong> dan<strong>os</strong> da insurreição só não foram maiores, porque<br />

fora anteriormente <strong>de</strong>nunciado. D<strong>os</strong> 281 pres<strong>os</strong>, 16 foram con<strong>de</strong>nad<strong>os</strong> à morte, mas<br />

apenas cinco, foram executad<strong>os</strong>. Sobre <strong>os</strong> <strong>de</strong>mais:<br />

Os outr<strong>os</strong> tiveram a pena comutada em galés perpétuas uns, muit<strong>os</strong><br />

em açoites, alguns em prisão com trabalho. A tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> libert<strong>os</strong> que<br />

tocou esta ultima pena, o regente Diogo Antonio Feijó comutou-a,<br />

por prop<strong>os</strong>ta do presi<strong>de</strong>nte da província, em banimento para a C<strong>os</strong>ta<br />

D‟África; pois alegava o Viscon<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Lourenço, então chefe <strong>de</strong><br />

policia, que „<strong>os</strong> african<strong>os</strong> forr<strong>os</strong> trazem quase tod<strong>os</strong>, <strong>no</strong> gozo da<br />

liberda<strong>de</strong>, o ferrete da escravidão e não utilizam nada ao país com sua<br />

estada‟. Banimento para <strong>os</strong> libert<strong>os</strong>, açoite para <strong>os</strong> escrav<strong>os</strong>, tal a<br />

formula repressiva cômoda e econômica que permitia sufocar <strong>os</strong><br />

germes <strong>de</strong> futur<strong>os</strong> levantes sem prejuízo na proprieda<strong>de</strong> humana.<br />

(RODRIGUES, 1982, p.57).<br />

Para Nina Rodrigues, era evi<strong>de</strong>nte que a justiça, o gover<strong>no</strong> e o clero não<br />

compreendiam o espírito da insurreição: <strong>os</strong> mestres, missionári<strong>os</strong>, alufás e marabus,<br />

ocuparam um lugar secundário na repressão. A insurreição <strong>de</strong> 1835 não tinha sido um<br />

levante brutal <strong>de</strong> senzalas, uma simples insubordinação <strong>de</strong> escrav<strong>os</strong>, mas um<br />

empreendimento <strong>de</strong> homens <strong>de</strong> certo valor. Admirável a coragem e a <strong>no</strong>bre lealda<strong>de</strong><br />

com que se portaram <strong>os</strong> mais influentes.<br />

Observa ainda Nina Rodrigues que, quis o <strong>de</strong>sti<strong>no</strong> que <strong>os</strong> heróis da insurreição<br />

tivessem execução condigna. Não se tendo encontrado carrasco, <strong>os</strong> negr<strong>os</strong> con<strong>de</strong>nad<strong>os</strong> à<br />

morte não pu<strong>de</strong>ram ser enforcad<strong>os</strong> como crimin<strong>os</strong><strong>os</strong>; então foram fuzilad<strong>os</strong> como<br />

soldad<strong>os</strong>.<br />

Nina Rodrigues não tem dúvidas <strong>de</strong> que o islamismo professado pel<strong>os</strong> negr<strong>os</strong><br />

baian<strong>os</strong> seja proveniente da África, a conversão teria se alastrado para o Brasil por meio<br />

d<strong>os</strong> african<strong>os</strong> trazid<strong>os</strong> da África, <strong>no</strong> entanto:<br />

O maometismo não fez pr<strong>os</strong>élit<strong>os</strong> entre <strong>os</strong> negr<strong>os</strong> crioul<strong>os</strong> e <strong>os</strong><br />

mestiç<strong>os</strong>. Se ainda não <strong>de</strong>sapareceu <strong>de</strong> todo, circunscrito como está<br />

a<strong>os</strong> últim<strong>os</strong> african<strong>os</strong>, o islamismo na Bahia se extinguirá com eles. É<br />

que o islamismo com o cristianismo são cred<strong>os</strong> imp<strong>os</strong>t<strong>os</strong> a<strong>os</strong> negr<strong>os</strong>,<br />

hoje ainda muito superiores à capacida<strong>de</strong> religi<strong>os</strong>a <strong>de</strong>les, e que,<br />

apesar das transações feitas com <strong>os</strong> fetichism<strong>os</strong>, só se põem manter<br />

com o recurso <strong>de</strong> circunstâncias todas exteriores, especialmente<br />

mediante uma propaganda continua. (RODRIGUES, 1982, p.60).<br />

Nina Rodrigues acredita que abandonad<strong>os</strong> a si mesm<strong>os</strong> <strong>os</strong> negr<strong>os</strong> optam pelo<br />

fetichismo, adaptando a ele o culto católico. Muitas causas concorriam para que o negro<br />

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