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os africanos no brasil - Departamento de História - UEM

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Revista Brasileira <strong>de</strong> <strong>História</strong> das Religiões. ANPUH, A<strong>no</strong> III, n. 7, Mai. 2010 - ISSN 1983-2850<br />

http://www.dhi.uem.br/gtreligiao - Artig<strong>os</strong><br />

______________________________________________________________________<br />

<strong>de</strong>senvolveu, não comporta uma adaptação à civilização das raças superiores, produt<strong>os</strong><br />

<strong>de</strong> meio físico e cultural diferente. Tratar-se-ia, explica Rodrigues mesmo <strong>de</strong> uma<br />

incapacida<strong>de</strong> orgânica ou morfológica. Para alguns autores, seria a <strong>os</strong>sificação precoce<br />

das suturas cranianas que, obstando o <strong>de</strong>senvolvimento do cérebro, se tornaria<br />

responsável por aquela conseqüência. “E a permanência irreparável <strong>de</strong>ste vício aí se está<br />

a atestar na incapacida<strong>de</strong> revelada pel<strong>os</strong> negr<strong>os</strong>, em todo o <strong>de</strong>curso do período histórico,<br />

não só para assimilar a civilização d<strong>os</strong> divers<strong>os</strong> pov<strong>os</strong> com que estiveram em contato,<br />

como ainda para criar cultura própria”.(RODRIGUES, 1982, p.262).<br />

Para Rodrigues, essas razões são pouco vali<strong>os</strong>as e proce<strong>de</strong>ntes. O autor explica<br />

que a <strong>os</strong>sificação precoce das suturas cranianas, excluído o caso patológico aqui<br />

inadmissível, há <strong>de</strong> ser um produto da evolução morfológica, proporcional e paralela à<br />

evolução funcional, <strong>de</strong> que é um caso apenas o <strong>de</strong>senvolvimento físico ou mental.<br />

Imp<strong>os</strong>sível, pois, tornar uma responsável pela outra. A <strong>os</strong>sificação será precoce, mas<br />

não prematura, pois ocorre em tempo e <strong>de</strong> harmonia com o reduzido <strong>de</strong>senvolvimento<br />

mental <strong>de</strong> que <strong>os</strong> pov<strong>os</strong> negr<strong>os</strong> são dotad<strong>os</strong>.<br />

Recentemente a experiência clínica <strong>de</strong>sfez uma ilusão fundada em<br />

erro análogo, por um momento triunfante em neuropatologia. A<br />

suspeita ou a crença <strong>de</strong> que a <strong>os</strong>sificação precoce das suturas<br />

cranianas f<strong>os</strong>se a causa do atraso <strong>no</strong> <strong>de</strong>senvolvimento mental d<strong>os</strong><br />

idiotas e imbecis, em virtu<strong>de</strong> da insuficiência do espaço oferecido ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento cerebral, acham o seu corolário prático <strong>no</strong><br />

preconício da cranioctomia, intervenção cirúrgica <strong>de</strong>stinada a<br />

remediar aquele <strong>de</strong>feito. Mas a experiência frustrou as gener<strong>os</strong>as<br />

esperanças <strong>de</strong>p<strong>os</strong>tas nesta intervenção, <strong>de</strong>monstrando, como era <strong>de</strong><br />

esperar, que atraso cerebral e precocida<strong>de</strong> craniana se subordinavam<br />

ao mesmo vício <strong>de</strong>generativo, tinham a sua causa comum na mesma<br />

a<strong>no</strong>malia evolutiva, e não se ligavam entre si por laç<strong>os</strong> diret<strong>os</strong> <strong>de</strong><br />

inter<strong>de</strong>pendência genética. (RODRIGUES, 1982, p.263).<br />

Rodrigues enfatiza a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar que é <strong>de</strong>masiado escasso o<br />

curto espaço do período histórico para nele se fundar a afirmação categórica <strong>de</strong> uma<br />

imp<strong>os</strong>sibilida<strong>de</strong> futura <strong>de</strong> civilização do negro. A explicação evolutiva ensina que<br />

<strong>de</strong>vem<strong>os</strong> contar as aquisições lentas e progressivas do aperfeiçoamento huma<strong>no</strong>, assim,<br />

não é argumentando com o que n<strong>os</strong> ensina o curto período do conhecimento histórico<br />

d<strong>os</strong> pov<strong>os</strong>, que se po<strong>de</strong> lavrar a con<strong>de</strong>nação do negro a uma estagnação eterna na<br />

selvageria. (RODRIGUES, 1982).<br />

No entanto, são também exageradas as pretensões otimistas, afirma Rodrigues<br />

(1982). A alegação <strong>de</strong> que por largo prazo viveu a raça branca, a mais culta das seções<br />

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