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Marco Aurélio Costa Moreira de Oliveira - Ministério Público - RS

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<strong>de</strong> Azevedo. Era um promotor excepcional em júri, um homem <strong>de</strong> uma<br />

argumentação brilhante; era, para mim, uma espécie <strong>de</strong> paradigma <strong>de</strong>ntro do<br />

<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> na atuação perante o Tribunal Popular. Quero, por isso, nesse<br />

<strong>de</strong>poimento, fazer uma homenagem à memória <strong>de</strong> José Antônio <strong>de</strong> Azevedo, que<br />

era um homem notável, um homem apreciadíssimo, um gênio maravilhoso, uma<br />

pessoa voltada para as coisas da Justiça. E também usei, assim, como paradigma<br />

<strong>de</strong> uma carreira, advogados notáveis que eu conheci na Tribuna do Júri, como o<br />

Dr. Voltaire Pires – pai do hoje Desembargador aposentado Érico Barone Pires –,<br />

o Dr. Oswaldo <strong>de</strong> Lia Pires, que era, e é ainda, um dos mais notáveis advogados<br />

que eu conheci. Na minha terra, <strong>de</strong>staco Milton Machado Monteiro, na promotoria,<br />

e Arthur Germano Fett, Rolph Bartholomay e Arno Schmidt, na advocacia. Eram<br />

paradigmas que eu encontro no Direito Criminal – na acusação e na <strong>de</strong>fesa.<br />

Conheci, também, vários advogados importantes aqui na nossa capital; entre eles,<br />

eu gostaria <strong>de</strong> salientar o nome <strong>de</strong> um, que tinha sido procurador-geral, o Dr.<br />

Ajadil <strong>de</strong> Lemos, que seria também meu professor <strong>de</strong> Constitucional. Acredito que<br />

tenha sido o procurador-geral, com 28 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, mais jovem da história do<br />

<strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>. O Dr. Ajadil <strong>de</strong> Lemos, também, era um homem, um advogado<br />

excepcional. Esses paradigmas me conduziram para o Direito Criminal. Fiz<br />

concurso para o <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> e fui nomeado para a comarca <strong>de</strong> Jaguari, no<br />

interior do Estado, a cento e vinte quilômetros <strong>de</strong> Santa Maria – cento e vinte<br />

quilômetros <strong>de</strong> terra, na época em que se levava aproximadamente <strong>de</strong> três a<br />

quatro horas <strong>de</strong> ônibus para percorrê-los; era uma viagem quase trágica na época<br />

das chuvas. Mas, pela proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Maria, comecei a manter muitos<br />

contatos em Santa Maria com gran<strong>de</strong>s membros do <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, on<strong>de</strong> eu<br />

me abeberava <strong>de</strong> conhecimentos <strong>de</strong> que não dispunha pela minha inexperiência<br />

no cargo. Gostaria <strong>de</strong> voltar a citar o Dr. Milton Monteiro, já agora como promotor<br />

em Santa Maria, um gran<strong>de</strong> amigo meu <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os tempos <strong>de</strong> promotor em Santa<br />

Cruz, quando eu era muito jovem. Também relembro o Dr. Virgílio Domanski e,<br />

fundamentalmente, pela gran<strong>de</strong> e estreita amiza<strong>de</strong> que com ele mantive, o Dr.<br />

Sylvio Scalzilli, um promotor antológico, falecido, infelizmente, antes do tempo –<br />

no ano passado, com setenta anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> –, um maravilhoso Promotor <strong>de</strong><br />

Justiça. Sylvio Scalzilli tinha sido promotor na minha comarca <strong>de</strong> Jaguari e,<br />

quando lá cheguei, encontrei uma prateleira cheia <strong>de</strong> trabalhos do <strong>Ministério</strong><br />

<strong>Público</strong>. Havia um arquivo muito bem mantido. Tinham sido promotores lá o Sylvio<br />

Scalzilli, o Euzébio Vieira, um bom amigo que eu fiz <strong>de</strong>ntro do <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong>, o<br />

Gilberto Nie<strong>de</strong>rauer Correa, meu amigo até hoje, e o Luiz Felipe Lenz. Então, me<br />

<strong>de</strong>parei com trabalhos jurídicos elaborados, principalmente, por esses quatro<br />

promotores. Foi com base nesses trabalhos que consegui, fora dos livros, e além<br />

dos livros, estudar, também, um pouco da atuação do <strong>Ministério</strong> <strong>Público</strong> na<br />

comarca. Certa vez, eu encontrei o Sylvio Scalzilli numa reunião <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadoria<br />

em Cachoeira do Sul, e disse a ele que havia tomado as <strong>de</strong>núncias e libelos por<br />

ele elaborados como mo<strong>de</strong>los da minha atuação profissional, porque, realmente,<br />

eu encontrei nos trabalhos do Scalzilli elementos notáveis para me orientarem na<br />

função <strong>de</strong> Promotor <strong>de</strong> Justiça. E disse ao Sílvio: "Olha, Sílvio, eu estou seguindo<br />

a tua linha <strong>de</strong> orientação, só que eu pretendo aprimorar um pouco o que tu vinhas<br />

fazendo. Notei a falta <strong>de</strong> estatísticas; então, eu agora estou fazendo uma<br />

estatística <strong>de</strong> júris realizados, para ver o número <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nações e absolvições

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