057 - Centro de Engenharia Elétrica

DE VOLTA, AFINAL!
(mas logo na semana de provas?)
Você sabia que TOCHA
ao contrário é CHATO?
Página 3
BIRIGÜI - Defendendo o
CEE como uma leoa ferida
Página2
NESTE NÚMERO:
JEAN CICLODET
Não tem desta vez
STAR TREK
Página 7
e mais...

Ah, vá! editorial...
EDITORIAL
VICENTORIAL
"A POLI É VERMELHA"
Pois, é até que enfim! após longo e tenebroso
inverno (e verão, primavera, etc.), está de volta o
CONDUTOR! Também eu estou de volta, ao timão (eô)
deste imprevisível periódico, disposto a realizar novamente
um jornal de qualidade para os colegas da Poli-Elétrica.
(Bem, aqui começam a aparecer as falcatruas.
Vocês não são mais meus colegas, já que eu não sou mais
da Poli. Eu agora sou bixo da Matemática, após um ano
coçando o saco. Aliás, não que eu não coçasse o saco
quando estava na Poli, mas isto é uma outra história que eu
adoraria contar, mas acho que não interessa)
Pra quem não me conhece, e deve haver muitos, eu
fui o editor desta maravilha editorial durante o ano de 93,
sob a gestão Exorsini-se (é assim que se escreve? parece que
os membros já se formaram todos) do Centrinho. Tornei-me
conhecido na primeira cervejada, quando dei um show de
dança (primeiro) e, bem antes da moda do Paulo Coelho, de
ocultismo (mudei várias vezes de cor, demostrei a técnica
da catatonia, visitei outras dimensões astrais e aterrissei no
HU - não ria, o próximo pode ser você). Minha atuação na
Poli foi diversificada, mas como não incluiu a aprovação
nas matérias, eu acabei desistindo.
Este CONDUTOR, o primeiro do ano (acho),
também é o primeiro do ano passado (bem que eu gostaria,
mas parece que saiu um número ainda); Eu gosto muito de
fazê-lo, apesar de tudo, e embora ache que ele deveria ser
feito por alunos atuais, resolvi dar uma força aos amigos
que ainda tenho aí. Tenho certeza que a minha visão de fora
da Poli pode ser interessante. Do IME eu vejo a Poli. A Poli
é vermelha. Esta é a visão de fora.
Um beijo e um queijo a todos que se abalaram em
me cumprimentar pelos CONDUTORes que eu fiz, por
exemplo Tocha, Ibrahim, Derani, Evandro, Marcão, Billy,
Pato e Beri (alguém ainda lembra do Beri? ele agora
namora uma menina da Letras que é uma graça), e um
foda-se a quem não achou legal. Espero que este agrade.
Estou com a melhor das intenções.
Vicente, 13 de março de 1995.
PS/1.: Thomas, lembra daquela idéia de fazer um
CONDUTOR em cores? Deixa pra lá, vamos lançar uma
edição em CD-ROM.
PS/2.: não é um modelo de computador?
EXPEDIENTE - CONDUTOR 57 - MARÇO/ABRIL DE
95
SUPEREDITOR E REDATOR: VICENTE
COLABORARAM NESTE NÚMERO:
TOCHA
BIRIGÜI
CONDUTOR 57 - Página 2
BIRIGÜIRIAL
O Centrinho está passando por um período muito
importante. Há uma forte pressão sobre o Centrinho, que
está sendo despejado do prédio da Elétrica. Foi aprovado
um projeto em que o atual local do centrinho seja
transformado em sala de aula, e assim o centrinho seria
realocado num dos galpões (pertecente à Escola
Politécnica), e que a Veterinária estaria usando. Este local,
que segundo a diretoria da Elétrica afirmou ser espaço
grande e ideal para o Centrinho, foi abandonado pela
Veterinária por não apresentar condições mínimas para a
presença humana. Não só o Centrinho se mudaria para tal
local, como também o Xerox e a Tia dos Doces,
prejudicando não só os alunos, como também os
professores, já que o novo local além de ser um local
inapropriado, ficaria longe do próprio prédio da Elétrica.
Até está aparecendo um complô, já que além do
nosso problema, o Grêmio vem enfrentando problemas com
a manutenção do cursinho (para quem não sabe o cursinho
foi despejado da Civil, e o Grêmio teve que ceder seus
locais em troca da cessão do anfiteatro amarelo para que o
cursinho não morresse). Será que existe um movimento
para acabar com os centros acadêmicos? Não podemos
deixar que isso aconteça, e se depender dos esforços da
diretoria do Centrinho, isso não acontecerá. Para isso
contamos com o apoio de vocês alunos da Elétrica.
PÓS-VICENTORIAL
"ESTOU QUASE
ACABANDO"
Cacete, não acredito que acabei esta coisa em uma
semana! é um recorde. Não que não sejam duas da manhã e
eu não esteja cansado com das outras vezes, mas deu uma
sensação de eficiência. Grande obrigado pelo apoio ao
Lincoln, que demonstrou um grande interesse no jornal.
Outro abraço para o Tocha, que colaborou com DOIS
artigos, sendo que um provavelmente está ultrapassado
(convoca os bixos para o IntegraPoli). Apesar de não achar
muito legal, eu que escrevi a maior parte deste material. É
que trata-se de um número promocional, porque já faz
tempo que o CONDUTOR não saía e o pessoal deve estar
enferrujado. Além disso, tem duas turma de bixos que
nunca publicaram nada. Eu acredito que da próxima vez
haverá mais artigos. Olha, eu queria falar mais mas o
espaço acabou. Tchau. (Vicente, 22/03/95)

FORMATURA POLI-96
Em 1996 estaremos comemorando o Centenário de
formaturas da Poli. Daí nasceu a idéia de se fazer a
formatura, neste ano, de forma integrada. Esta idéia surgiu
há oito meses atrás e desde então foi explorada
intensamente, inclusive, em conjunto com a atual diretoria
da Escola Politécnica. Trata-se de promover um evento
onde as festas (Colação, Baile, etc.) ocorram em conjunto
com todas as unidades da Escola,inclusive o Curso
Cooperativo de Cubatão. Como se pode notar, esta não será
uma festa comum, aliás a intenção sempre foi torná-la
diferente. Você vai poder entender melhor em outros
artigos onde vou explicar com mais detalhes. Não é difícil
imaginar o Ginásio do Ibirapuera especialmente preparado
(Decoração, Buffet Especial para os pais, Telões,
seguranças, Dragões da Independência nas entradas de
acesso... etc.) repleto de ex-politécnicos famosos,
governador etc. Sem dúvida, desta festa ninguém vai se
esquecer.
Muitas pessoas me abordam com a seguinte
dúvida: mas eu vou poder participar ,porque eu... Vou
esclarecer, mais uma vez, se esta é a sua dúvida. Todos os
que quiserem podem participar.Não há restrições, uma vez
que a colação oficial é realizada aqui mesmo na Poli e é
idêntica para todos. O que vale ,e isto é tradicional, é
participar de uma festa, beber e cair na gandaia. E isto é
motivo de sobra para todo mundo participar...
Ok pessoal, próximo número tem mais. Pretendo
ocupar freqüentemente um espaço no CONDUTOR para
mantê-los informados ou trocar idéias a respeito da
Formatura-96.
CONDUTOR 57 - Página 3
Nestor - 4° Elétrica
O POPULISMO ATINGE O
CEE
Deixo aqui meu protesto quanto à situação do
nosso Centro Acadêmico, pois já não é mais suportável
chegar na nossa sala de vivência e encontrar os móveis
(cadeiras e mesas) em frangalhos. Não temos mais lugar
para matar aula, nem para jogar um truco, king, dominó ou
conversar que seja, sentados, pois a gestão que passou
pouco fez pela sala da vivência, preferindo gastar todo o
dinheiro em cervejadas (N.A.: MENTIRA DESLAVADA!).
Estas medidas POPULISTAS me lembram os
Césares romanos que para manter a massa feliz davam pão
e circo aos cidadãos.
Agora chega de cafagestagem. Isto é uma putaria.
PORRA eu adoro as nossas cervejadas e tento não perder
nenhuma. Ajudo a servir a breja (que deveria ser Brahma) e
acreditem ou não, não fico bebâdo (ha, ha, ha). Acho que a
maioria dos alunos querem mais é beber p’ra esquecer desta
merda de vida acadêmica que levamos (e pra ver se,
finalmente, nós politécnicos espocamos a silibina (Isto foi o
que o Ribeirão me disse)). Mas bebedeiras à parte nosso
centrinho que já foi considerado o segundo melhor da POLI
ganhando até do Grêmio que tava uma merda, hoje está
afundando e ficando cada vez pior.
Antes de escrever este artigo eu fui conversar com
o nosso presidente eleito Lincoln e tive a grata surpresa de
saber que ele concordava comigo sobre este episódio e me
mandou escrever sobre isto no CONDUTOR. Não vou
descrever aqui o motivo da cervejada ter sido feita antes da
compra dos móveis para o Centrinho, afinal talvez seja até
justo que nossos calouros (poucos nesta cervejada) sejam
recepcionados deste modo p’ra ver se eles largam a mão de
ser bundão e participem do orgulho que é ser Elétrico
(Gasp!!!), nem vou encher os pacová dos diretores sobre
isto, pois existe uma promessa de que em abril as cadeiras
estarão aí pra galera sentar.
O único ponto deste artigo é para alertar que,
embora as cervejadas sejam “do cacete” nosso centro
acadêmico tem a obrigação de pensar nas minorias que
abriga. Então ao invés de 4 ou 5 cervejadas por ano, que se
faça uma a menos para que possamos comprar baralhos,
cadeiras, mesas, etc. quando necessário. E foda-se as
tartaruga e os mico-leão-dourado, que a BIO faça cervejada
em prol destas minorias.
Fernando é campineiro, viado de carteirinha, está na Poli só pela
companhia (masculina em sua maioria) e sai nas colunas policiais como
Tocha o incinerador de filmes. Convém usar camisinha e óculos escuros
p’ra falar com ele.
AVISO AOS BIXOS 95
Já está disponível a grana p’ra você ir p’ra zona
caso você seja homem ou p’ra ir pro Clube das Mulheres se
você for uma bixete (parece que este ano só duas na
elétrica).
Pois é bixaral, estamos esperando vocês p’ra
participar do nosso famoso Integra Poli versão 95.
O aviso é curto e grosso (como muitas mulheres
desejam) estejam lá pois é umas das coisas mais fantásticas
que acontecem aqui dentro. É uma gincana com provas
muito divertidas e todas as mulheres da E.Q. p’ra vocês
cantarem.
Infelizmente a Elétrica não tem se classificado
muito bem estes ultímos anos devido à falta de organização
por parte dos veteranos e falta de empenho e presença de
vocês calouros. Como nós veteranos não vamos mudar
mesmo, cabe a vocês fazerem a história do Integra95
diferente. Venham conversar conosco sem medo.
Organizem-se e ganhem este IntegraPoli por vocês mesmo,
pois para nossa vergonha nós já perdemos o nosso.
E tragam o máximo de produtos não perecíveis,
roupas, agasalhos, colchões, etc. para ajudar na campanha
contra a fome independente de vir ou não no dia do Integra.
Eu nem vou dizer que nós contamos com vocês
porque nós, na verdade, não contamos. Pelo amor de Deus
APAREÇAM no CCE p’ra saber do que se trata e
conversem com os veteranos que nós mordemos mas com
carinho.
Fernando é luz, é fogo, é a TOCHA que irá queimar vosso filme. Dragão de
tempos imemoriais, está na Elétrica desde 89 quando chegou virgem
(acreditem) de Campinas e se emocionou com a visão de tantos homens
reunidos (fora os canhão). Hoje com o “cobre” maior que a bunda de
tanto levar ferro está com um sorriso até a orelha e não pensa em sair tão
cedo deste ÓRGÃO de ensino.

CONDUTOR 57 - Página 4

CONDUTOR 57 - Página 5
EU PENSEI QUE VOCÊ IA ESQUECER DO ISOLANTE, SEU FILHO DA PUTA
ISOLANTERIAL
O ISOLANTE está de volta! pra quem não sabe, é
o suplemento do CONDUTOR com duas finalidades:
primeiro, ser o espaço para as bobagens mais descontraídas
(apesar de ter bastante bobagem aí em volta); segundo, por
quela velha onda de manter o CEE no status de editor do
único jornal capacitivo da história (claro, um ISOLANTE
no meio de duas folhas de CONDUTOR...). Antes que o
leitor perceba a natureza calhauesca deste editorial, lanço
aqui o seguinte apelo: ESCREVAM PARA O ISOLANTE!
Sabem, esta edição está de dar dó. O ISOLANTE é
apenas uma pálida sombra do que foi outrora. Bom, deu o
espaço. Pra começar, umas piadinhas:
2 PIADINHAS ERÓTICAS...
E também tem aquela do cara que era tão pornográfico, mas
tão pornográfico, que na casa dele não tinha almofadas,
tinha almofodas.
Lembram daquele cara muito pornográfico? Então: a
namorada dele foi numa pizzaria e, em vez de pedir pizza
de alcaparras, pediu de alcaporras.
...E UMA OBSTÉTRICA!
Sabe como é o novo parto por cesariana natural? o médico
(português) faz um corte no topo da barriga da mulher,
enfia a mão e empurra.
DOENÇAS EXÓTICAS - XXII
CONDUTOR
PIRATA!
Este resumo de novela já foi publicado em um outro
CONDUTOR, mas é engraçado e eu vou copiar. Alguns
nomes foram trocados pelos de gente que ainda está aqui na
Poli. Com vocês,...
DECENTES e INQUIETOS
RESUMO DOS CAPÍTULOS ANTERIORES:
Celsão começa sua carreira de cantor pela 3ª vez,
mas é alvejado na garganta de novo. Vicente fica com
idiotia histérica quando fica histérico digitando os artigos
idiotas para o CONDUTOR. O tímido e pacato Peru fica
submerso quando Dolores, o lado mau e sedutor de sua
personalidade toma conta de seu corpo e o faz queimar
todos os pôsteres da Playboy do Centrinho. Onoe se
recupera da amnésia ao pisar num ancinho virado pra cima
e se pergunta o que está fazendo na Poli.
HOJE:
Karin contrai amnésia dando carona para Evandro
e esquece todo o inglês no dia da prova do Proficiency;
Thomas finalmente reúne coragem e entra no Centrinho
gritando para a secretária "Elaine, case comigo!", mas tem
uma surpresa.
103 - Dente com Pinto 104 - Olho do cu na cara

CONDUTOR 57 - Página 6
Édson e Cíntia
Uma história de amor (título provisório)
Acordei, quando o sol da manhã entrou pela janela
do meu quarto. Olhei para o meu ursinho e ele ainda estava
dormindo. Levantei-me rapidinho e fui escovar os dentes.
Depois, dobrei meu pijaminha, arrumei minha caminha e
fui tomar meu leite com mel. Nesse momento eu estava
pensando como o dia estava bonito, sem saber que toda essa
tranqüilidade estava chegando ao fim. Na verdade, era sua
última manhã.
Quando o carteiro chegou, e o meu nome gritou,
com uma carta na mão, eu já tinha lavado a louça do café.
Feliz, fui atendê-lo, cheio de curiosidade. Mas logo ao ler o
meu nome no envelope, meu coração parou. Era a letra da
Cíntia.
Há alguns anos, Cíntia e eu namoramos. Eu a amei
tanto! Mas ela não correspondeu à minha paixão. O namoro
terminou, ela seguiu outros caminhos, e a mim só restou a
solidão. Por muito tempo fui infeliz, até que consegui
sufocar a dor do meu coração. Então, abandonei o sonho
impossível, ergui a cabeça e continuei a vida. Mantive com
ela um contato apenas cordial, cada vez mais raro. Da
última vez em que a vi, ela estava de casamento marcado.
Me surpreendi ao perceber que a notícia não me trazia
nenhuma emoção. Ela não me convidou, e eu achei bom.
Mas naquela manhã, senti de novo aquele frio na
barriga há tanto tempo esquecido. Acho que foi porque ela
só me mandava cartas enqüanto o namoro durou. Com a
alma em chamas, abri o envelope. Não era boa coisa:
"Querido Édson:
Que saudade! Hoje acordei pensando em você.
Sabe, eu gostaria de me encontrar com você porque preciso
desabafar. Mas não posso, porque o porra do meu marido
não deixaria (Meu Deus! Ela nunca falou um palavrão!),
então resolvi mandar-lhe esta carta. Minha vida está tão
infeliz! Sabe, eu me casei há três meses e ainda não (Este
pedaço não deu pra ler porque estava manchado. Acho que
são lágrimas) bate muito.
Às vezes, divagando, imagino como seria a nossa
vida se as coisas tivessem sido diferentes, se nós não
tivéssemos nos separado 5 anos atrás. Eu não sabia o valor
do amor que você me dedicou, preferi jogá-lo fora, porque
achei que eu era jovem demais para entrar num
relacionamento sério. Ah, Édson, como eu estava errada! A
minha vontade hoje era de te encontrar e me jogar aos teus
pés e pedir perdão e chorar, chorar muito até botar pra fora
todo o remorso por ter feito aquilo com você (Aqui eu me
peguei imaginando como seria bom isso). Ah, não posso
escrever mais. Meu marido logo chegará e eu ainda tenho
que fechar esta carta. Pelo amor de Deus, Édson, me ligue.
Eu preciso de você, de sua ajuda. Com carinho, Cíntia."
(Seguem mais manchas de lágrimas e um número
de telefone, e um horário)
Fiquei sem saber o que fazer. Se eu tivesse
recebido esta carta três anos atrás, largaria tudo e sairia
Mário
correndo atrás dela. Se tivesse recebido dois anos atrás,
ligava na hora e diria "bem feito", enchia a cara e ia pra
zona comemorar a vingança. Mas hoje...
Hoje eu tenho um bom emprego, estou satisfeito da
vida e considero a Cíntia um caso do passado. Além disso,
não tenho o hábito de me meter com a vida alheia. Mas ver
logo a Cíntia, numa enrascada, me pedir socorro e não fazer
nada?
Não liguei. Nem no outro dia. Mas liguei três dias
depois. Conversar com ela trouxe sensações que eu pensei
que nunca mais sentiria. Mas, claro, não era a mesma coisa.
O clima era outro, bem diferente. Pra começar, ela casou
mesmo. Percebi que eu nunca tinha acreditado mesmo
nisso. E ela estava com problemas. O marido - Roberto - se
revelara um animal. Nunca deu carinho para ela. Pelo
contrário, a tratava num estilo tão Zeca Bordoada que faria
um muçulmano virar feminista. Às vezes batia nela. A
personalidade da Cíntia não estava preparada para resistir a
isso. Passava as tardes chorando. Ao falar comigo, no
telefone, os soluços a interromperam três vezes. Marcamos
um encontro. Ela viria à minha casa no dia seguinte,
escondida do marido. Não consegui dormir nessa noite.
Soube depois, nem ela.
À hora marcada, ela chegou. Adianto que nesse dia
não conversamos nada. Ficamos olhando, um para o outro,
por muito tempo. Depois nos abraçamos. Quando a beijei,
toda a dor dos anos de separação veio à tona. Percebi que na
verdade, nunca deixei de amá-la. Fizemos amor ali mesmo.
Dias depois, percebemos que a única maneira de
salvar nossas almas era a óbvia: matar Roberto. Desde
então, fiquei muito tempo sem vê-la, apenas preparando o
plano. Gozado como a macabra idéia pareceu natural.
Matar outro ser humano. Só que Roberto não era um ser
humano. Para mim, era fácil odiá-lo. A primeira coisa que
me ocorreu foi pegar certos frascos na firma (eu trabalhava
com alguns produtos químicos poderosos) e envenená-lo.
Seria fácil, rápido e seguro, mas eu achei que seríamos
pegos. Tinha que parecer um acidente. Hoje em dia, as
melhores causas de morte súbita são assalto ou acidente de
trânsito. A segunda me pareceu muito difícil.
Plano formulado, passei à execução. Primeiro,
vendi meu carro. Foi, já aí, uma coisa triste. Eu tinha um
Aero-Willys amarelo, que eu gostava muito e que era
completamente inconfundível. Comprei um Gol. Este sim,
sumiria na cidade. Faltava a arma. Como obter uma arma
sem documentos? Não sou violento, não conheço esses
meios e não podia perguntar pra ninguém (ri ao me
imaginar entrando numa favela como quem não quer nada e
perguntar: "onde é que se arruma revólver aqui?"). O que
fiz foi a coisa mais audaz da minha vida (até então).
Continua...

CONDUTOR 57 - Página 7
...Selecionei esta linda cartinha para os sensíveis
MEU DOCE AMOR
AINDA ONTEM NOS VIMOS
leitores do CONDUT♥ R...
flA
Logo notei que estavas sem calma, caminhando nervosa pela suave pracinha
, o que me encheu de calor e ternura, de um incontido afeto de ilusão,
de uma ansiedade de apertar teus braços no afã de sufocar em ti meus anseios.
Não pude controlar o meu carater amoroso ante teu olhar de raro brilho
e quedei-me a acariciar as tuas ternas mãos, macias, delicadas e compostas.
Minha mão percorreu teus penteados cabelos molhados pelo beijo dos orvalhos
e senti que na lividez de tuas contritas faces e na cor de tuas olheiras
chas explodia em avalanche todo esperando desejo que eu calara no imo da alma
há tanto tempo represado em meus cupidos sentimentos a me atazanar como grilhões
doloridos.
E afaguei de leve teus grandes olhos nos teus cabelos e teus rubros
lábios, enquanto tu seguravas na minha mão que pousava em teus ombros sutis,
rola, tímida e medrosa, que momento...
Em dado instante quiseste caminhar até uma rústica, pobre e desolada casinha
, porém eu achei que essa tua vaga presença que é tudo o que meu ser imagina
merecia , do meu íntimo , a esportiva e eterna retribuição de toda uma esteira
quente e embriagadora.
Logo depois, como autêntica purificação do meu sentimento de terno poeta
, te puseste a dar beijos no meu sadio rosto,a me transportar a um éden mágico,
e a me reconduzir àquela suave masmorra dos teus braços em nuances de vã perturbação,
aquilo foi lindo, lembraste.
Com doce emoção rompi teu calado silêncio, pus novo brilho no teu olhar
baço e a partir de então já pudemos fomentar planos para que eu possa compreender
melhor e assim dar a esse teu gregário viver todo conforto, num sublime apelo
às mais cândidas carícias.
Agora só desejo romper tua preludiosa convenção mercê de palavras amigas,
pois já conheço de sobejo teu tradicional comportamento,puro e caseiro
e só terei paz quando puder enraizá-lo no mais íntimo do meu ser, para gabá-la
sempre até o fim da vida , seja no escritório, seja no cinema,seja
na rua, em casa, ou onde estivermos.
Adeus, amor, que venhas com teu coração aberto e que haja toda compreensão
em nossas próximas e gostosas folgas quando gelaremos mais sobre nossas vidas,
é o que mais desejo.
Um beijo, na tua boca é o que deseja de todo coração este moceta,
do teu amor...
›B
PLACA DE 386 VENDE-SE
Motherboard 386DX 40MHz 64Kb cache, sem memória
principal mas com 80387, ideal para quem tem 286 ou
centros acadêmicos que possam arranjar um gabinete com
fonte, um monitor (ver anúncio ao lado), um teclado, um
FDD, um HDD e uns mega. Grande valor para colecionador
- já editou vários números do CONDUTOR. US$100 com
Vicente 607.2028.
CLASSIFICADOS DO CONDUTOR
ARTIGOS PARA O CONDUTOR
Aceitamos qualquer coisa inclusive desenhos. Deixe no
Centrinho aos meus cuidados. Vicente
DESENHOS PARA O CONDUTOR
Aceitamos qualquer coisa inclusive artigos. Deixe no
Centrinho aos meus cuidados. Vicente
MENSAGEM SUBLIMINAR: ESCREVA PARA O
CONDUTOR

Entrará brevemente em cartaz em São Paulo o sétimo filme
de Star Trek: A NOVA GERAÇÃO. Este artigo traz
informações importantes para o entendimento do filme e
que não são do conhecimento comum, como é dos
americanos.
Eu gosto muito de Jornada nas
Estrelas, mas não sou um trekker.
Aliás, o que é mesmo um trekker?
Um trekker é, nos EUA,
simplesmente um fã de Star Trek.
Viram que legal? Trek, trekker.
Vamos em frente.
Aqui no Brasil, há um fã-clube(*),
que é bem legalzinho, e do qual aliás
eu não sou sócio, que faz convenções
e cujos membros ficaram conhecidos
como trekkers.
O conhecimento treknológico desses caras é tão grande que
caras comuns como eu e você (tá legal, eu pelo menos já
sabia que distorção espacial se mede geralmente em
milicochranes)
ficam até
encabulados em
perguntar essas
coisas que são tão
legais.
Então aqui vão as
informações de que
falei, que vêm de
uns par de episódios
e outros par de
livros. Pode ler tudo
que não é nenhuma
sacanagem do tipo
"no final ele morre",
mesmo porque eu
ainda não assisti ao filme:
• Ele não se chama Star Trek VII porque não é parte da
história dos anteriores; é o primeiro filme para o cinema da
série Star Trek: The Next Generation; Em português vai se
chamar "A Nova Geração", mas o título
original era "Generations", porque,
apesar de haver 78 anos entre a aventura
do Jornada 6 e esta, há um encontro
entre os personagens da série original e
os da nova geração. Como? veremos;
• O doutor McCoy não aparece no filme,
mas não morreu de velho porque foi
visto num episódio com a idade de 137 anos;
• O senhor Spock, como todos os vulcanos, envelhece
menos e está forte e sacudido nesta nova época, como visto
no episódio "Unification" (disponível nas locadoras), mas
também não aparece no filme;
• O Chekov aparece, mas eu não faço idéia de como; ele
deve estar com uns 126 anos;
CONDUTOR 57 - Página 8
JORNADA NAS ESTRELAS:
GENERATIONS
• O senhor Scott, ou Scotty, aparece, porque para ele
encontraram uma explicação joinha: depois de se aposentar
após Star Trek VI, ele pega carona numa navezinha que
sofre um acidente e nunca mais é vista; sem esperança de
sobrevivência, ele inventa um loop
no transportador que o mantém
desmaterializado e armazenado na
memória do computador; 75 anos
depois, é resgatado pela -que
coincidência!- Nova Geração;
• E finalmente o capitão Kirk, mil
vezes herói da galáxia, terá um
papel principal no filme; parece
que ele vem de uma fenda no
tempo (chamada "Nexus") após ser
dado como morto ao salvar
centenas de vidas em um acidente
numa outra nave, aposentado e com uma mão amarrada às
costas;
• O vilão é um cientista louco (é o Malcolm McDowell, ator
com um longo currículo de doidões:
Laranja Mecânica, Calígula, Get
Crazy, A Marca da Pantera, Trovão
Azul, etc.)
• A dona do bar da nova nave (nova
nave? nave nova?) é uma negona
interpretada pela Whoopi Goldberg;
essa dona não é humana, tem uns 500
anos de idade e ninguém sabe de onde
ela veio nem nada sobre a raça dela,
exceto que está extinta;
• Extinta não: o vilão doidão também
faz parte!
• E tem o Data. O Data é o andróide
bonzinho e ingênuo, que tenta, como
Pinóquio, se tornar humano a todo
custo. Num dos episódios, que parece uma novela da Globo,
Data encontra seu criador suposto morto que o presenteia
com um chip capaz de emular emoções, mas o chip é
roubado pelo seu irmão mau, Lore, que de tão filho da puta,
ainda mata o velho. Trezentos episódios depois, Lore é
reencontrado pela Enterprise,
devidamente desmontado e
Data recupera o tal chip.
Infelizmente ele não funciona.
Só agora, no cinema, é que o
chip resolve funcionar. Isto
deve causar algumas cenas
engraçadas.
• O neguinho engenheiro não usa aqueles óculos porque
seja funkeiro: ele é cego e aquele negócio é o super olho
biônico dele; dizem que ele se formou na Poli e recebeu o
diploma do próprio Jacyntho, mas esta informação não foi
confirmada.
Agora vá ao cinema e divirta-se!
Vicente

COMO ESCREVER PARA
O CONDUTOR
Escrever para o CONDUTOR é muito fácil: basta
entregar o seu artigo para a secretária do Centrinho e
pronto. Mas eu tenho algumas sugestões que aliás só são
interessantes pra mim:
MANDE SEU TEXTO EM DISQUETE: Assim eu não
perco meu precioso tempo digitando (sem brincadeira,
porque eu afinal tenho 127.956 outras coisas pra fazer
durante a semana); Além disso, é interessante manter o
sigilo editorial, porque senão o Centrinho lê tudo antes de
ser publicado, e aí perde a graça.
MANDE UM DISQUETE BOM: Não há registro histórico
de alguém que tenha perdido um disquete por mandá-lo
para o CONDUTOR, por isso não precisa ficar escolhendo
aquele disquete paraguaio cheio de bad sectors. Por outro
lado, já houve mais de um caso em que eu não consegui ler
as merdas que vocês me mandaram (viu, Tocha? da
próxima vez o scandisk pode não adiantar...)
ATENÇÃO PARA A ACENTUAÇÃO: Talvez eu esteja
parecendo meio fresco agora, mas uma vez o Derani, que já
se formou, mandou Kb e mais Kb de texto digitado no
SideKick, que não só não tinha acentos como tinha um
no final de cada linha. Deixem os returns pra
mudanças de parágrafos que já tá bom. Aliás, costuma-se
pôr um espaço depois de cada acento, mas não antes (olhe
esta página de perto e verá do que estou falando).
PODE MANDAR EM QUALQUER FORMATO, mas eu
acabo convertendo tudo para o Word do Windows 2.0. E a
propósito, nada de mandar arquivos de nome
CONDUTOR.DOC que não tem a menor graça. E quem me
passar vírus vai se foder.
IMAGENS E DESENHOS: pelo amor de Deus, quedrinhos,
desenhinhos, o que for. Onde eu trabalho (sim, eu além de
estudar, trabalho - viram como eu sou legal? - e ando de
bicicleta) tem um puta scanner. O CONDUTOR tem muita
carência de desenhistas.
PHRASES PHANTASTICAS: Tem um envelope na parede
do CEE que só eu vejo e que não tinha nenhuma Phrase
para este número. Porra, caralho, qualéquié? vamos
trabalhar, bando de puta! até parece que vai sair mais
CONDUTOR sem material...
Legal este calhau, né
CONDUTOR 57 - Página 9
Vicente
(*) Frota Estelar Brasileira: Caixa Postal 14592 - Quem
conhece o Waldir fale com ele.
Caros amigos
Conforme havíamos prometido, aqui está o nosso
querido condutor, e diga-se de passagem, já em seu segundo
número neste ano (para quem não sabe, o número foi
editado apenas para os bixos)
Uma das nossas maiores metas é tornar o condutor um veículo
perródico de informações, reclamações, entretenimento, e tudo mais que
diz respeito à nossa escola, e mais precisamente, ao curso de elétrica. Para
tanto, é necessário que todos vocês colaborem também, de uma forma ou
de outra para tal realização.
E por falar em colaboração, estamos prestes a
realização de mais uma integra Poli, e mais uma vez, nós
do CEE, pedimos, a todos os alunos da elétrica, que
prestigiem este evento, que certamente se trata de um dos
poucos momentos de descontração da Poli .
Este ano , se tudo der certo, as coisas serão bem melhores
que em 94, quando ficamos com o desonroso último lugar.
É bom que fique registrado o enorme empenho do pessoal
do segundo ano. Valeu moçada!
Já faz quase duas semanas que ocorreu a primeira
CEErvejada de 95. Quem compareceu não se arrependeu.
Estava muito boa e , mais uma vez, a banda do Otto
segurou o som. Fiquem atentos, pois estamos planejando
uma cervejada monstro para o final do semestre, com várias
bandas e muita breja! Apenas quero ressaltar que muita
gente tem reclamado do horário em que nossas cervejadas
são realizadas, mais uma vez devo dizer que isso não é a
nossa culpa, o que ocorre é que o prédio só é liberado depois
das 20h, e nada podemos fazer a esse respeito. Enfim,
acreditamos que mesmo assim o pessoal tem se divertido
bastante.
Para quem foi incluso na lista do PEE, lista essa
que recebeu o apelido de “Lista de Jachyndler”, fica o
consolo que o centrinho se empenhou ao máximo para
reverter a situação. Infelizmente a coisa ficou indefinida até
o presente momento, e sabe “DEUS”que fim terá tudo
isso.De qualquer forma, nossa gestão tem tido o
compromisso de ser, de fato¸o órgão representativo dos
alunos da Engenharia Elétrica, por isso contem conosco
toda vez que tiverem alguma reclamação a fazer a esse
respeito . Isto serve, principalmente aos representantes
discentes (Rds, Cds, etc.) que parecem que estão um pouco
dispersos.
Para finalizar, na semana passada estive numa reunião
promovida pelo Grêmio Politécnico, que nos apresentou
alguns problemas pelo quais o mesmo está passando. A
direção da escola está pressionando o Grêmio de várias
formas, tentando tirar algumas de suas salas, acabar com o
Cursinho da Poli, que vem mostrando excelentes resultados
ao longo do tempo, além de se tratar do único curso prévestibular
gratuito do país. Acredito ser nosso dever
brigarmos pela permanência de tal curso, uma vez que o
mesmo já pode ser considerado como um benefício paraa
cidade de São Paulo. Voltaremos a falar mais sobre esse
assunto.
Saudações a todos!
LINCOLN KIRSTEN
Presidente do CEE