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Morfologia Urbana Espinhense (1863-1913) - Repositório Aberto da ...

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<strong>Morfologia</strong> <strong>Urbana</strong> <strong>Espinhense</strong> (<strong>1863</strong>-<strong>1913</strong>)<br />

totali<strong>da</strong>de . Este projecto previa, a expansão <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de por meio <strong>da</strong> divisão do território<br />

em quarteirões, com características muito peculiares para a época, que constituíram um<br />

objecto de estudo para o autor 46 .<br />

Era composto, portanto, por uma malha ortogonal que envolvia o núcleo<br />

medieval e se prolongava até aos limites administrativos, em que ca<strong>da</strong> quarteirão tinha<br />

cerca de 113 metros de lado delimitados por vias de aproxima<strong>da</strong>mente 20 metros de<br />

largura. Contudo, esta malha era corta<strong>da</strong> por diagonais sobrepostas, pelo que<br />

originavam alguns quarteirões irregulares, que confluíam na maior praça prevista no<br />

Plano 47 .<br />

Como anteriormente foi dito, as ci<strong>da</strong>des desta época viam-se a braços com<br />

problemas de salubri<strong>da</strong>de e mesmo de ordem higiénica, nomea<strong>da</strong>mente nas habitações<br />

<strong>da</strong> classe operária, com rendimentos insuficientes para aceder a outras condições. A<br />

resolução destes problemas foi um dos principais objectivos de Ildefonso Cer<strong>da</strong>. A eles<br />

acrescentavam-se as vias de comunicação reduzi<strong>da</strong>s e de fraca quali<strong>da</strong>de, inseri<strong>da</strong>s<br />

numa malha irregular, estreita e confusa.<br />

Para o engenheiro, a salubri<strong>da</strong>de dependia <strong>da</strong> proximi<strong>da</strong>de/afastamento do mar e<br />

<strong>da</strong> altitude, sendo que poderia ser facilita<strong>da</strong> pelo arejamento através <strong>da</strong>s correntes de ar<br />

(vento) e, por isso, <strong>da</strong> orientação <strong>da</strong> rua. Tendo em conta os cálculos efectuados, os<br />

raios solares e os ventos, conclui que para Barcelona, a orientação ideal <strong>da</strong>s ruas seria<br />

NE-SO / NO-SE. Contudo devem, ain<strong>da</strong>, ser levados em conta aspectos como o declive<br />

do solo (o suficiente para facilmente escoar os detritos mas que não dificulte a<br />

circulação) e a direcção principal que se venha a implantar de movimentação de<br />

população e bens. Por estes motivos, Cer<strong>da</strong> optou pelas direcções N-S e E-0 para a<br />

orientação dos arruamentos. Ain<strong>da</strong>, no que diz respeito aos arruamentos e salubri<strong>da</strong>de,<br />

propõe a arborização de to<strong>da</strong>s as ruas, prescrevendo-as como grande renovador do ar. 4g<br />

Relativamente à largura, considera<strong>da</strong> também de extrema importância, os<br />

arruamentos deveriam possuir, no mínimo, largura igual à altura máxima dos edifícios,<br />

pelo que limitando-se esta altura obteríamos o valor mínimo de largura <strong>da</strong>s ruas. Este<br />

campo estaria, ain<strong>da</strong>, relacionado com o tipo de tráfego que circularia nestes locais<br />

A organização do território em quarteirões foi executa<strong>da</strong>, contudo não <strong>da</strong> forma prevista por Cer<strong>da</strong><br />

(construção máxima de 2/3 do quarteirão libertando o restante terreno para jardim, construção apenas em<br />

dois lados do quarteirão), mas num modelo mais denso, ajustado ao quarteirão tradicional maximizando a<br />

ocupação do solo e proveito.<br />

46 Cerdà desenvolveu várias teorias relativamente à organização <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des e à mobili<strong>da</strong>de que,<br />

aparentemente, ficaram concluí<strong>da</strong>s com a Teoria General de la Urbanización (1868).<br />

47 CERDA, Ildefonso (1991, 1." ed. 1859), pp. 53 - 105.<br />

4i Idem, Ibidem.<br />

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