Vender mais e melhor - Fiec
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Foto: extracom-cNI<br />
Foto: extracom-cNI<br />
Impresso<br />
Especial<br />
1000013823-DR/CE<br />
FIEC<br />
CORREIOS<br />
Uma publicação do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Ceará<br />
Ano III n N o 34 n março de 2010<br />
<strong>Vender</strong> <strong>mais</strong> e <strong>melhor</strong><br />
Este é o desafio de muitas micro e pequenas empresas em todo o país. No Ceará, o sonho<br />
começa a se realizar a partir de parceria entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria<br />
e Comércio Exterior (MDIC) e a FIEC, por meio do IEL<br />
3
A gente também vem<br />
investindo em uma outra<br />
produção em série:<br />
a do desenvolvimento.<br />
Banco do Nordeste. A indústria também pode contar com este apoio.<br />
Por meio do Cr Cres esce Nordeste, o Ban anco co ddo<br />
Nordeste oferece ce jjur<br />
ur uros os m<strong>mais</strong><br />
baixos e prazos <strong>mais</strong><br />
longos para implantar, ampliar ou mo m dernizar negóc ó io ios de qualquer porte ou sset<br />
et etor or. É <strong>mais</strong> emprego,<br />
<strong>mais</strong> renda e crescimento para toda a Reg egiã ião. E se a área escol olhi hida d for no semiárido, aas<br />
co c nd ndições<br />
são ainda <strong>melhor</strong>es. Cresce Nordeste, do Banco do NNordeste:<br />
o melho hor ap apoi o o para o seu negóc ócio io.<br />
C l i e n t e C o n s u l t a | O u v i d o r i a : 0 8 0 0 7 2 8 3 0 3 0 c l i e n t e c o n s u l t a @ b n b . g o v. b r w w w . b n b . g o v. b r<br />
AN 20,5x27,5cm.indd 1 30/09/09 10:29<br />
Recursos do FNE – Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste, para investimentos no Nordeste, norte de Minas Gerais e norte do Espírito Santo.<br />
MARÇO 2010 | No Uma publicação do Sistema Federação<br />
das Indústrias do Estado do Ceará<br />
34<br />
................................................................................................<br />
Redução de ICMS<br />
08<br />
REcIcLADORAS QUEREM REDUÇÃO<br />
O Sindverde, filiado à FIEC, está<br />
negociando com a Secretaria da<br />
Fazenda do Estado (Sefaz) uma<br />
possível redução do ICMS<br />
Guia Industrial<br />
12<br />
SST<br />
MIcRO E PEQUENAS EMPRESAS<br />
O SESI/CE está oferecendo às micro<br />
14 e pequenas indústrias um pacote<br />
de soluções integradas na área da<br />
Segurança e Saúde no Trabalho<br />
Cenário internacional<br />
16<br />
Pioneirismo<br />
20<br />
EDIÇÃO 2010<br />
A FIEC, por meio do INDI, lançará,<br />
até junho deste ano, a edição 2010 do<br />
Guia Industrial do Ceará. A publicação<br />
reunirá cerca de 4.000 empresas<br />
SENAI/cE<br />
Metas para 2010 prevêem 36.000<br />
matrículas, além de articulação para<br />
renovar a parceria com Cabo Verde e<br />
conquistar outros países irmãos<br />
Posse no CIC<br />
19<br />
vENcER DESAFIOS<br />
Educação, valorização do setor<br />
produtivo e empreendedorismo. Essas<br />
são algumas das metas da empresária<br />
Roseane Oliveira de Medeiros<br />
PROcESSO DEMOcRÁtIcO<br />
Com reformas no estatuto e no<br />
regulamento eleitoral, a FIEC é a 1ª<br />
federação do Brasil a instituir o voto<br />
direto para escolha do presidente<br />
Sindconfecções<br />
33<br />
NOvO PRESIDENtE ASSUME<br />
O empresário Marcus Venicius Rocha<br />
Silva tomou posse em março. Uma<br />
meta é resgatar a imagem do Ceará<br />
como polo de confecção e moda<br />
Capa<br />
PEIEX e Promoção Comercial<br />
22<br />
Dois projetos começam a revolucionar a realidade<br />
dos setores industriais cearenses de sorvetes,<br />
confecções, cerâmico, lacticínios, redes de dormir<br />
e cosméticos, perfumaria e saneantes<br />
34 Energia elétrica<br />
tEcNOLOGIAS LIMPAS<br />
Empresário cearense<br />
desenvolve o primeiro poste<br />
de iluminação pública 100%<br />
alimentado por energia<br />
eólica e solar<br />
39 Revitalização<br />
EcONOMIA E MEIO AMbIENtE<br />
Para recuperar o prestígio da<br />
carnaubeira no Ceará, que<br />
teve força na década de 1960,<br />
Adece instalou a Câmara<br />
Setorial da Carnaúba<br />
26 Indústria moveleira<br />
SALtO DE QUALIDADE<br />
Polo moveleiro de Marco,<br />
distante 234 quilômetros de<br />
Fortaleza, é reconhecido hoje<br />
como um dos maiores do<br />
Norte e Nordeste<br />
S E Ç Õ E S<br />
5 MENSAGEM DA PRESIDêNcIA<br />
6 NOtAS&FAtOS<br />
11 INOvAÇõES&DEScObERtAS
Federação das Indústrias do Estado do ceará — FIEc<br />
DIRETORIA Presidente Roberto Proença de Macêdo 1 o Vice-Presidente Ivan Rodrigues Bezerra Vice-presidentes Carlos Roberto de Carvalho<br />
Fujita, Pedro Alcântara Rego de Lima e Wânia Cysne Medeiros Dummar Diretor administrativo Affonso Taboza Pereira Diretor financeiro Álvaro<br />
de Castro Correia Neto Diretor administrativo adjunto José Moreira Sobrinho Diretor financeiro adjunto José Carlos Braide Nogueira da Gama.<br />
Diretores Verônica Maria Rocha Perdigão, Abraão Sampaio Sales, Antônio Lúcio Carneiro, Cândido Couto Filho, Flávio Barreto Parente,<br />
Francisco José Lima Matos, Geraldo Bastos Osterno Júnior, Hercílio Helton e Silva, Jaime Machado da Ponte Filho, José Sérgio França<br />
Azevedo, Júlio Sarmento de Meneses, Manuel Cesário Filho, Marco Aurélio Norões Tavares, Marcos Veríssimo de Oliveira, Pedro Jorge<br />
Joffily Bezerra e Raimundo Alves Cavalcanti Ferraz CONSELHO FISCAL Efetivos Frederico Hosanan Pinto de Castro, José Apolônio de Castro<br />
Figueira e Vanildo Lima Marcelo Suplentes Hélio Perdigão Vasconcelos,<br />
Fernando Antonio de Assis Esteves e José Fernando Castelo Branco Ponte Delegados na CNI Efetivos Roberto Proença de Macêdo<br />
e Jorge Parente Frota Júnior Suplentes Manuel Cesário Filho e Carlos Roberto de Carvalho Fujita<br />
Superintendente geral do Sistema FIEC Paulo Studart Filho<br />
Serviço Social da Indústria — SESI<br />
CONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Carlos Roberto Carvalho Fujita,<br />
Marcos Silva Montenegro, Ricardo Pereira Sales e Luiz Francisco Juaçaba Esteves Suplentes José Moreira Sobrinho Representantes do Ministério do<br />
Trabalho e Emprego Efetivo Francisco Assis Papito de Oliveira Suplente André Peixoto Figueiredo Lima Representantes do Governo do Estado do<br />
Ceará Efetivo Denilson Albano Portácio Suplente Paulo Venício Braga de Paula Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do<br />
Ceará Efetivo Paulo de Tarso Teófilo Gonçalves Neto Suplente Eduardo Camarço Filho<br />
Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo Aristides Ricardo Abreu Suplente Raimundo Lopes Júnior<br />
Superintendente Regional Francisco das Chagas Magalhães<br />
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial — SENAI<br />
CONSELHO REGIONAL Presidente Roberto Proença de Macêdo Delegados das Atividades Industriais Efetivos Alexandre Pereira Silva, Ricard<br />
Pereira Silveira, Francisco Túlio Filgueiras Colares e Pedro Jacson Gonçalves de Figueiredo Suplentes Álvaro de Castro Correia Neto, Paula Andréa<br />
Cavalcante da Frota, Pedro Jorge Joffily Bezerra e Geraldo Bastos Osterno Júnior Representante do Ministério da Educação Efetivo Cláudio Ricardo<br />
Gomes de Lima Suplente Samuel Brasileiro Filho Representantes da Categoria Econômica da Pesca no Estado do Ceará Efetivo Elisa Maria<br />
Gradvohl Bezerra Suplente Eduardo Camarço Filho Representante do Ministério do Trabalho e Emprego Efetivo André Peixoto Figueiredo Lima<br />
Suplente Francisco Assis Papito de Oliveira Representante dos Trabalhadores da Indústria no Estado do Ceará Efetivo Francisco Antônio Ferreira<br />
da Silva Suplente Antônio Fernando Chaves de Lima Diretor do Departamento Regional do SENAI/CE Francisco das Chagas Magalhães<br />
Instituto Euvaldo Lodi — IEL<br />
Diretor-presidente Roberto Proença de Macêdo Superintendente Vera Ilka Meireles Sales<br />
Coordenação e edição Luiz Carlos Cabral de Morais (lcarlos@sfiec.org.br) Redação Ângela Cavalcante (adbastos@sfiec.org.br),<br />
David Negreiros Cavalcante (dncavalcante@sfiec.org.br), G evan Oliveira (gdoliveira@sfiec.org.br) e Luiz Henrique Campos (lhcampos@sfiec.org.br) Fotografia José Sobrinho<br />
e Giovanni Santos Diagramação Taís Brasil Millsap Coordenação Gráfica Marcograf Endereço e Redação Avenida Barão de Studart, 1980 — térreo. CEP<br />
60.120-901. Telefones (085) 3421.5435 e 3421.5436 Fax (085) 3421.5437 Revista da FIEC é uma publicação mensal editada pela Assessoria de Imprensa e<br />
Relações com a Mídia (AIRM) do Sistema FIEC Coordenador da AIRM Luiz Carlos Cabral de Morais Tiragem 5.000 exemplares Impressão Marcograf<br />
Publicidade (85) 3421-5434 e 9187.5063 — publicidadesfiec@sfiec.org.br e airm@sfiec.org.br<br />
Endereço eletrônico www.sfiec.org.br/publicacao/revistadafiec<br />
| RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
Revista da FIEC. – Ano 3, n 34 (mar. 2010) -<br />
– Fortaleza : Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2008 -<br />
v. ; 20,5 cm.<br />
Mensal.<br />
ISSN 1983-344X<br />
1. Indústria. 2. Periódico. I. Federação das Indústrias do<br />
Estado do Ceará. Assessoria de Imprensa e Relações com a Mídia.<br />
CDU: 67(051)<br />
MensagemdaPresidência<br />
Roberto Proença de Macêdo<br />
A<br />
proximidade das eleições em nosso país<br />
tem sido, ao longo dos anos, o período<br />
<strong>mais</strong> utilizado por alguns políticos para<br />
a apresentação de propostas “simpáticas”<br />
ao eleitor. Com isso tentam induzir a população<br />
a acreditar que eles são grandes benfeitores da<br />
sociedade. Desatenta, grande parte das pessoas acaba deixando-se<br />
envolver por esses “pacotes de bondade”.<br />
O Dentre as muitas promessas transformadas em projetos,<br />
que se encontram em análise no Congresso Nacional, está a<br />
PEC 231/95 (Proposta de Emenda à Constituição) que reduz<br />
a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais e eleva<br />
de 50% para 75% o adicional da hora extra sobre a hora trabalhada,<br />
sob o argumento de que dessa forma seriam criados<br />
2,5 milhões de empregos no país.<br />
O A CNI já apresentou inúmeros<br />
estudos provando que nos países<br />
onde a redução de horas de trabalho<br />
foi imposta por lei não trouxe<br />
benefícios consistentes para o trabalhador,<br />
nem aumentou o número<br />
de empregos, mas impôs custos<br />
adicionais a produtos e serviços,<br />
penalizando depois o próprio trabalhador,<br />
o consumidor e diminuindo<br />
a competitividade das empresas no<br />
mercado globalizado.<br />
O Considerando que essa PEC já tem 15 anos de existência<br />
e que não foi votada anteriormente, fica claro que a sua<br />
importância e sentido de urgência não faz parte da agenda<br />
prioritária do trabalhador brasileiro.<br />
O Estive em Brasília no dia 16 de março, participando do<br />
Fórum Nacional da Indústria (FNI), que congrega 45 instituições<br />
entre associações nacionais setoriais e federações<br />
de indústria. No final do encontro foi divulgado um documento<br />
que afirma ser “imprópria e inoportuna” essa proposta<br />
de redução da jornada de trabalho. As federações<br />
de indústria estão se mobilizando e levando a Brasília os<br />
presidentes de sindicatos para visitar os líderes do Congresso<br />
e os parlamentares de seus estados, com o intuito<br />
Redução de jornada<br />
só por negociação<br />
A redução de horas<br />
de trabalho por<br />
imposição de lei não traz<br />
benefícios consistentes para<br />
o trabalhador, nem aumenta<br />
o número de empregos.<br />
de convencê-los da inoportunidade da votação dessa PEC<br />
em um ano eleitoral.<br />
O Outra inadequação da proposta em pauta é o fato de ela<br />
vir a ser aplicada de forma geral e abrangente, não respeitando<br />
a natureza específica das diversas atividades, o tamanho<br />
das empresas e as peculiaridades regionais. Noventa<br />
e cinco por cento das empresas brasileiras são micro e<br />
pequenas e não têm como suportar esses custos. Caso essa<br />
PEC fosse aprovada, o grande esforço que vem sendo feito<br />
com relativo sucesso para tirar muitas dessas empresas da<br />
informalidade poderia ser desperdiçado, levando o país a<br />
um retrocesso no seu processo de desenvolvimento.<br />
O É fato que no Brasil há muito se vem praticando a redução<br />
de horas trabalhadas por negociação entre as partes,<br />
por aquelas empresas que por sua<br />
natureza de atividade e porte têm<br />
condições de absorver o aumento<br />
dos custos inerente à redução.<br />
O O professor Afonso Celso Pastore,<br />
levando em conta as condições reais<br />
da economia brasileira, tem afirmado<br />
que essa medida se volta contra<br />
os trabalhadores: “Os setores <strong>mais</strong><br />
afetados, onde o custo e o peso do<br />
trabalho passam a ser muito grandes,<br />
vão mecanizar, mudar turnos,<br />
ajustar períodos de trabalho, acabar<br />
com determinadas folgas e não vão contratar <strong>mais</strong> empregados”.<br />
Pastore lembra ainda que “os países que alcançaram<br />
essa realidade o fizeram por meio de negociações<br />
sindicais e não por legislação”.<br />
O Nós, industriais, queremos criar e ver serem criados<br />
muitos novos empregos, mas o caminho para isso é o de<br />
novos investimentos, desoneração dos investimentos produtivos,<br />
redução dos encargos sociais, desoneração e incentivo<br />
à exportação, câmbio adequado e taxas de juros<br />
em padrão mundial.<br />
O Portanto, considerando o interesse dos trabalhadores e<br />
dos empresários e a necessidade do desenvolvimento, redução<br />
de jornada só por negociação.<br />
Março de 2010 | RevistadaFIEC |
Notas&Fatos<br />
O Q U E A c O N t E c E N O S I S t E M A F I E c , N A P O L í t I c A E N A E c O N O M I A<br />
INDIcADORES<br />
indústRia<br />
ceaRense supeRa<br />
os efeitos da cRise<br />
o ANo de 2010 começou com<br />
a demonstração da superação<br />
dos efeitos da crise econômica<br />
mundial pela indústria de<br />
transformação cearense.<br />
Todas as variáveis analisadas<br />
pela pesquisa Indicadores<br />
Industriais – realizada pelo<br />
Instituto de Desenvolvimento<br />
Industrial (INDI) da FIEC<br />
– apresentaram variações<br />
positivas acima de dois<br />
dígitos quando comparados<br />
os resultados de janeiro<br />
deste ano com igual mês de<br />
2009. As vendas da indústria<br />
manufatureira cearense,<br />
por exemplo, expandiram<br />
22,83% na comparação<br />
entre janeiro de 2010 e<br />
igual mês do ano anterior.<br />
O resultado foi influenciado<br />
pelas exportações de<br />
produtos industrializados,<br />
que cresceram 27,71%. As<br />
principais expansões foram<br />
apresentadas pelos setores<br />
químico, têxtil, calçados e<br />
metalúrgico. Em relação a<br />
dezembro de 2009, as vendas<br />
totais da indústria registraram<br />
redução real de 20,02%. De<br />
acordo com o estudo do INDI,<br />
trata-se de retração habitual<br />
ao período analisado.<br />
>> Cartas à redação contendo<br />
comentários ou sugestões de<br />
reportagens podem ser enviadas<br />
para a Assessoria de Imprensa<br />
e Relações com a Mídia (AIRM)<br />
Avenida Barão de Studart, 1980,<br />
térreo, telefone: (85) 3421-5434.<br />
E-mail: airm@sfiec.org.br<br />
| RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
FIEc<br />
inscrições abertas para<br />
prêmio ambiental<br />
AFIEC inscreve até 16 de abril para a 7ª edição<br />
do Prêmio FIEC por Desempenho Ambiental. O<br />
objetivo é reconhecer o esforço das indústrias<br />
que tenham se destacado na conservação do meio<br />
ambiente e na implementação da qualidade ambiental<br />
dentro dos princípios do desenvolvimento sustentável.<br />
As categorias em disputa são Reuso de Água, Produção<br />
<strong>mais</strong> Limpa, Integração com a Sociedade e Educação<br />
Ambiental. As inscrições podem ser feitas no endereço<br />
eletrônico www.sfiec.org.br/meioambiente ou no<br />
Núcleo de Meio Ambiente na sede da FIEC (Avenida<br />
Barão de Studart, 1980, 2º andar). Informações: (85)<br />
3421-5916 e 3421-5923.<br />
ALIMENtAÇÃO SAUDÁvEL<br />
SESI LEvA cOzINhA bRASIL A FUNcIONÁRIOS DA cAGEcE<br />
O SESI/CE firmou parceria com a Cagece<br />
para levar o programa Cozinha Brasil<br />
aos trabalhadores da empresa e a seus<br />
dependentes. O intuito é orientá-los a<br />
adquirir hábitos alimentares saudáveis<br />
e a utilizar os alimentos integralmente,<br />
<strong>melhor</strong>ando seu estado nutricional e<br />
ALIMENtOS<br />
senai e unicamp<br />
Realizam<br />
cuRso<br />
o SENAI/CE, por meio<br />
da UNICA.br, está com<br />
inscrições abertas para o<br />
curso Gestão da Qualidade<br />
e Segurança dos Alimentos<br />
(GQS), previsto para<br />
iniciar no mês de abril.<br />
Destinada a profissionais<br />
que atuam no seguimento<br />
alimentício e correlatos,<br />
a especialização é<br />
realizada em parceria<br />
com a Faculdade de<br />
Engenharia de Alimentos<br />
(FEA) da Universidade<br />
de Campinas (Unicamp).<br />
A primeira turma do<br />
curso, concluída em<br />
fevereiro do ano passado,<br />
reuniu 20 profissionais<br />
com formação em áreas<br />
diversas, como engenharia<br />
de alimentos, engenharia<br />
química, farmácia,<br />
nutrição e biologia. Mais<br />
informações na UNICA.br<br />
pelos telefones (85) 3421-<br />
5125 e 3421-5124.<br />
a qualidade de vida. Os cursos serão<br />
ministrados em 16 unidades da Cagece na<br />
capital e interior do Ceará a partir deste<br />
mês de março. A previsão é beneficiar<br />
1.600 pessoas. Mais informações sobre<br />
o programa Cozinha Brasil pelo telefone<br />
(85) 3421-5834.<br />
INDúStRIA<br />
sesi gaRante<br />
saúde ao<br />
tRabalhadoR<br />
EM 2009, o SESI/CE<br />
atendeu 267 empresas<br />
e <strong>mais</strong> de 21.000<br />
trabalhadores em<br />
programas legais de<br />
saúde e segurança no<br />
trabalho, tendo realizado<br />
23.845 consultas em<br />
medicina do trabalho.<br />
Na saúde assistencial,<br />
a entidade ultrapassou<br />
as 100.000 consultas<br />
médicas e contabilizou<br />
158.086 consultas<br />
odontológicas. Além<br />
disso, <strong>mais</strong> de 51.000<br />
industriários foram<br />
imunizados contra<br />
a gripe. A entidade<br />
também desenvolveu<br />
ações nas áreas de<br />
educação, lazer e<br />
responsabilidade social.<br />
AGENDA<br />
...................................................<br />
n o CIN/CE realizará de<br />
24 a 26 de maio o curso<br />
Direito Marítimo Aplicado<br />
ao Comércio Internacional.<br />
O objetivo é propiciar uma<br />
visão geral dos principais<br />
aspectos do Direito<br />
Marítimo, com ênfase nas<br />
questões que envolvem<br />
as responsabilidades civil,<br />
penal e administrativa dos<br />
que atuam no transporte<br />
aquaviário, especialmente<br />
contêineres e cobrança<br />
de créditos no Brasil e no<br />
exterior. Informações:<br />
(85) 3421-5420.<br />
Notas&Fatos<br />
ASSUNtOS tRIbUtÁRIOS<br />
diretor da fiec integra<br />
comissão na cni<br />
OEMPRESáRIo<br />
e diretor da<br />
FIEC, José<br />
Fernando Castelo<br />
Branco Ponte, será<br />
o representante<br />
da entidade<br />
na Comissão<br />
de Assuntos<br />
Tributários e<br />
Fiscais, criada no<br />
final de 2009 pela<br />
CNI. O fórum surge<br />
com a missão de<br />
dar <strong>mais</strong> ênfase ao<br />
acompanhamento<br />
e à discussão dos temas<br />
relacionados aos assuntos<br />
fiscais e tributários,<br />
sendo formado por<br />
representantes de<br />
federações de indústria<br />
e associações setoriais.<br />
De acordo com Castelo<br />
Branco, que já faz parte<br />
do Conselho Temático<br />
de Política Econômica<br />
da CNI, a comissão<br />
deve funcionar como<br />
OSENAI/CE treinará<br />
2.000 pessoas até<br />
o final do ano no<br />
âmbito do Plano Setorial<br />
de Qualificação Profissional<br />
(Planseq) da Cadeia<br />
Produtiva Têxtil e de<br />
Confecções. Iniciativa do<br />
governo federal, o Planseq<br />
instrumento de reforço<br />
do acompanhamento<br />
dos industriais nas<br />
questões relativas aos<br />
temas na esfera federal.<br />
A ideia da CNI é que os<br />
debates e sugestões do<br />
grupo contribuam para a<br />
formulação de propostas<br />
e políticas públicas que<br />
modernizem e adequem<br />
o sistema tributário do<br />
país às exigências do<br />
mercado global.<br />
PLANSEQ<br />
senai/ce treinará 2.000 pessoas<br />
foi elaborado para atender<br />
à demanda por costureiros<br />
qualificados e operadores<br />
do setor têxtil. Os cursos<br />
terão duração média de<br />
200 horas ou 50 dias e<br />
são voltados a jovens de<br />
18 a 28 anos em busca do<br />
primeiro emprego.<br />
CURTAS<br />
---------------------<br />
n A AutoSSuFICIêNCIA<br />
em diesel, prevista<br />
pela Petrobras para<br />
o fim de 2012, será<br />
atrasada em pelo<br />
menos nove meses. O<br />
início das operações<br />
do Comperj (refinaria e<br />
unidade petroquímica,<br />
na região metropolitana<br />
do Rio) foi adiado<br />
para setembro de<br />
2013, disse o diretor<br />
de abastecimento<br />
da Petrobras, Paulo<br />
Roberto Costa. Em<br />
2008, Costa havia<br />
afirmado que a entrada<br />
em operação do<br />
Comperj em conjunto<br />
com a Refinaria Abreu e<br />
Lima, em Pernambuco,<br />
traria autossuficiência<br />
em diesel ao país.<br />
n A REtRAção da<br />
indústria brasileira no<br />
ano passado fez com<br />
que o país perdesse<br />
uma posição no ranking<br />
das Nações Unidas<br />
que analisa as maiores<br />
produções do setor. O<br />
país caiu do 9º para<br />
o 10º lugar, sendo<br />
ultrapassado pela Índia<br />
(que estava na 12ª<br />
posição em 2008).<br />
n APóS ultrapassar<br />
o Canadá, o Brasil se<br />
tornou o terceiro maior<br />
exportador de produtos<br />
agrícolas do mundo.<br />
Na última década, o<br />
país já havia deixado<br />
para trás a Austrália e<br />
a China. Hoje, apenas<br />
Estados Unidos e União<br />
Europeia vendem <strong>mais</strong><br />
alimentos no planeta<br />
que os agricultores e<br />
pecuaristas brasileiros.<br />
Março de 2010 | RevistadaFIEC |
Sindverde<br />
Indústrias pleiteiam<br />
redução de ICMS<br />
| RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
Segmento de<br />
reciclagem em Fortaleza<br />
possui cerca de cem<br />
indústrias, mas é<br />
duplamente tributado: na<br />
compra e na revenda<br />
OSindicato das Empresas<br />
de Reciclagem de<br />
Resíduos Domésticos e<br />
Industriais do Estado<br />
do Ceará (Sindverde),<br />
filiado à FIEC, está negociando com<br />
a Secretaria da Fazenda do Estado<br />
(Sefaz) uma possível redução do Imposto<br />
sobre Circulação de Mercadorias<br />
e Prestação de Serviços (ICMS).<br />
O segmento em Fortaleza possui<br />
cerca de cem indústrias recicladoras,<br />
mas é duplamente tributado,<br />
diz o presidente da entidade, Marcos<br />
Augusto Nogueira de Albuquerque.<br />
“Pagamos impostos na compra<br />
das sucatas e também quando vamos<br />
revender para as indústrias beneficiadoras”,<br />
exemplifica.<br />
Segundo Marcos Albuquerque, os<br />
governos fazem muito pelos catadores,<br />
mas o reciclador, que é o empresário,<br />
encontra-se esquecido na<br />
cadeia produtiva. “Todo o lixo reciclado<br />
vai parar no reciclador. Então,<br />
em última análise, nosso trabalho é<br />
de preservação ambiental e nós não<br />
estamos sendo reconhecidos assim”,<br />
afirma. Dados do Sindverde revelam<br />
que uma pessoa gera em Fortaleza<br />
por dia, em média, 0,8 quilo de lixo.<br />
Considerando sua população, esse<br />
montante significa que a cidade produz<br />
<strong>mais</strong> de 2,5 milhões de quilos de<br />
resíduos sólidos diariamente, gerando<br />
2.982 empregos for<strong>mais</strong>.<br />
A partir de tais números, a cadeia<br />
de reciclagem no Ceará gira cerca<br />
de R$ 10 milhões por mês. Como é<br />
cobrado de ICMS aproximadamente<br />
15% desse total, o segmento pagaria<br />
em torno de R$ 1,5 milhão. Com a<br />
redução, porém, Marcos Albuquerque<br />
estima que haja um aumento de<br />
arrecadação por conta da formalidade.<br />
Somente em Fortaleza, haveria<br />
cerca de 150 empresas infor<strong>mais</strong><br />
atuando no ramo. “Imagine no resto<br />
do estado?”, questiona.<br />
Ao defender a proposta de um<br />
incentivo fiscal para o setor, ele<br />
frisa que a reciclagem é quesito<br />
Deputado articula<br />
negociação<br />
As negociações em torno da possível<br />
redução da alíquota de ICMS para o<br />
segmento de reciclagem começaram<br />
em novembro de 2009, articuladas pelo<br />
deputado estadual Sérgio Aguiar (PSB),<br />
presidente da Comissão de Indústria<br />
e Comércio da Assembleia Legislativa<br />
e membro da Frente Parlamentar em<br />
Defesa das Micro e Pequenas Empresas<br />
daquela casa legislativa. Inicialmente, o<br />
Sindverde encaminhou carta ao secretário<br />
da Sefaz, Mauro Filho, na qual expõe uma<br />
série de motivos, entre eles, as ações<br />
que o governo estadual vem tentando<br />
desenvolver para setores industriais<br />
estratégicos por meio da concessão de<br />
tratamento tributário diferenciado para<br />
favorecer a competitividade.<br />
Todo o lixo reciclado<br />
vai parar no<br />
reciclador. Então, em última<br />
análise, nosso trabalho é de<br />
preservação ambiental e nós<br />
não estamos sendo<br />
reconhecidos assim.<br />
Marcos Augusto Albuquerque,<br />
presidente do Sindverde<br />
obrigatório no mundo globalizado<br />
e imprescindível para a preservação<br />
ambiental, mas não é somente<br />
por isso que deve ser estimulada.<br />
“Além de contribuir para manter o<br />
meio ambiente saudável, representa<br />
alternativa econômica das <strong>mais</strong><br />
interessantes e promissoras, considerando-se<br />
os custos elevados do<br />
petróleo e o ciclo de produção dos<br />
polímeros”, explica, para reforçar:<br />
“Levantamento efetuado pelo Compromisso<br />
Empresarial pela Reciclagem<br />
(Cempre) indica que os plásticos<br />
ocupam entre 15% e 20% do volume<br />
de lixo produzido no Brasil”.<br />
Outro argumento em favor da cadeia<br />
de reciclagem do Ceará é que o<br />
estado é um dos pioneiros nesse tipo<br />
de processamento no Brasil, sendo o<br />
terceiro maior no país, ficando atrás<br />
de São Paulo e Rio de Janeiro. “Um<br />
dos fatores que concorrem para que o<br />
setor não tenha um desempenho ainda<br />
maior em nosso estado é justamente a<br />
excessiva carga tributária”, diz Marcos<br />
Albuquerque. Para ele, se houvesse<br />
redução de impostos até empresas de<br />
outros estados poderiam se instalar<br />
no Ceará, levando em conta o clima,<br />
propício a esse mercado por causa do<br />
sol constante evitando desperdícios, o<br />
que não ocorre em localidades onde as<br />
chuvas são em maior escala.<br />
Mas o segmento também sofre<br />
com outros entraves, entre eles a<br />
falta de crédito para a aquisição de<br />
equipamentos modernos destinados<br />
à reciclagem de embalagens. Muitas<br />
hoje vão para os lixões, como as<br />
da empresa multinacional Tetra Pak<br />
– por serem compostas de plástico,<br />
papel e alumínio, necessitam de uma<br />
máquina de tecnologia alemã, ainda<br />
inviável por aqui. “Estamos com praticamente<br />
100% de utilização da nossa<br />
capacidade instalada e necessitamos<br />
do apoio do governo para adquirir<br />
novos equipamentos. Infelizmente,<br />
as dificuldades de acesso ao crédito<br />
impedem a entrada de investidores<br />
no setor e a ampliação dos existentes”,<br />
finaliza Marcos Albuquerque.<br />
Março de 2010 | RevistadaFIEC |
Na época, Sérgio Aguiar se reuniu<br />
com o titular da Sefaz, que se mostrou<br />
receptivo, destacando que nunca tinha sido<br />
abordado sobre esse problema. Mauro Filho,<br />
então, sugeriu a formação de um grupo<br />
de discussão entre o sindicato e técnicos<br />
da Secretaria da Fazenda. Propôs, ainda,<br />
que fosse feito um levantamento sobre<br />
o tratamento dado à questão em outras<br />
unidades federativas, reconhecendo a<br />
importância socioeconômica do setor para o<br />
Ceará. O secretário disse também que depois<br />
do término das discussões no grupo de<br />
trabalho a proposta seria enviada em 30 dias<br />
para aprovação na Assembleia Legislativa.<br />
Para o deputado Sérgio Aguiar, a<br />
reivindicação do setor é plenamente<br />
factível e justa porque é uma política<br />
que o governo já adota em relação a<br />
outros setores visando alargar a base de<br />
arrecadação por meio da formalização de<br />
empresas e, consequentemente, aumento<br />
da arrecadação. “Nesse governo não houve<br />
nenhum aumento de alíquota de imposto.<br />
Pelo contrário, houve avanços na direção da<br />
desoneração, por isso não vejo por que o<br />
segmento de reciclagem não possa também<br />
pleitear”, arrematou Sérgio Aguiar.<br />
Isenção de IPI para reciclagem<br />
Propostas de isenção fiscal para o<br />
setor de reciclagem não são novas<br />
no país. Um exemplo é o convênio<br />
ICMS 27/05 do Conselho Nacional de<br />
Política Fazendária (Confaz), que decidiu<br />
em abril de 2005 conceder isenção de<br />
ICMS nas saídas de pilhas e baterias<br />
usadas, desde que tivessem como objetivo<br />
a reutilização, reciclagem, tratamento<br />
ou disposição final ambientalmente<br />
adequada. Outro exemplo é a isenção do<br />
Imposto sobre Produtos Industrializados<br />
(IPI) para a indústria de reciclagem em<br />
toda a sua cadeia produtiva, assinada pelo<br />
presidente Lula em outubro de 2009.<br />
A redução do IPI foi vista na época pelo<br />
ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc,<br />
como positiva, à medida que “o ambiente<br />
só avança quando entrar na economia real”.<br />
No Brasil, são 150.000 toneladas diárias,<br />
<strong>mais</strong> de 60 milhões por ano. Caso fossem<br />
recicladas, seriam criados <strong>mais</strong> de dois<br />
milhões de empregos e auferida uma renda<br />
de R$ 40 bilhões para o país. Na avaliação<br />
de André Vilhena, diretor-executivo do<br />
Cempre, o setor tem uma capacidade<br />
ociosa de 40% que poderia vir a ser<br />
processada se houvesse maior incentivo.<br />
O Ministério do Meio Ambiente não tem<br />
estimativas de quanto será a renúncia fiscal<br />
do governo por conta da isenção do IPI.<br />
Para o Cempre, no entanto, independente<br />
do aspecto arrecadatório, a decisão<br />
tem outros componentes, ao beneficiar<br />
principalmente cooperativas de catadores<br />
e incentivar prefeituras a adotar a coleta<br />
seletiva. “O resíduo carrega consigo toda<br />
uma carga tributária quando foi produzido.<br />
Por isso muitos encaram o imposto sobre o<br />
setor como bitributação”, diz André Vilhena.<br />
O resíduo<br />
carrega consigo<br />
toda uma carga tributária<br />
quando foi produzido.<br />
Por isso muitos encaram<br />
o imposto sobre o setor<br />
como bitributação.<br />
André Vilhena, diretor-executivo do Cempre<br />
Inovaçoes<br />
oSSoS DE Aço<br />
Certamente você já ouviu<br />
falar em nervos de aço. Em<br />
breve, a expressão ganhará<br />
uma similar proposta, digamos,<br />
menos metafórica: ossos de aço.<br />
Fabricadas por pesquisadores da<br />
Universidade do Estado da Carolina<br />
do Norte (EUA), as próteses do<br />
futuro serão formadas por uma<br />
espécie de espuma metálica<br />
(combinação de aço e alumínio)<br />
com elasticidade similar à dos<br />
ossos naturais. O invento pode<br />
significar o surgimento de uma nova<br />
geração de implantes biomédicos<br />
<strong>mais</strong> resistentes, <strong>mais</strong> leves e<br />
menos sujeitos à rejeição. Além<br />
disso, aparece como solução de<br />
um dos <strong>mais</strong> sérios problemas dos<br />
implantes ósseos, o chamado stress<br />
shielding. Segundo a professora<br />
Afsaneh Rabiei, especialista em<br />
materiais aeroespaciais, o invento<br />
possui um “módulo de elasticidade”<br />
similar ao dos ossos humanos, o<br />
que lhe dá expressiva capacidade<br />
de absorção de choques e<br />
impactos. Atualmente, o material<br />
<strong>mais</strong> utilizado em implantes é o<br />
titânio, que possui um módulo<br />
de elasticidade de 100 GPa<br />
(gigapascal), enquanto os ossos<br />
humanos têm módulos que variam<br />
entre 10 e 30 GPa, o mesmo da<br />
espuma metálica. “Se o módulo<br />
de elasticidade de um implante<br />
for muito maior do que o do osso,<br />
o implante vai assumir a carga e<br />
o osso circundante começará a<br />
morrer. Isso causará o afrouxamento<br />
do implante, podendo levar à sua<br />
inutilização, o que é conhecido<br />
como stress shielding. Quando<br />
o fenômeno ocorre, o paciente<br />
precisa de uma cirurgia de revisão<br />
para substituir o implante. Nossa<br />
espuma pode ser o material perfeito<br />
para um implante à prova de stress<br />
shielding”, explica Rabiei.<br />
&Descobertas<br />
AzulEjo lIVRE (PARA SEMPRE) DE bACtéRIAS é DESENVolVIDo PoR bRASIlEIRo<br />
O pesquisador Thiago Sequinel, da Universidade<br />
Estadual de Ponta Grossa, no Paraná, acaba de<br />
concluir os estudos que colocará, em breve, no<br />
mercado brasileiro uma cerâmica à prova de<br />
bactérias durante toda a vida útil do material. O<br />
invento é uma excelente notícia para hospitais,<br />
restaurantes industriais e indústrias alimentícias,<br />
entre outros lugares que necessitam de um alto grau<br />
de assepsia. A tecnologia, fruto da evolução de suas<br />
pesquisas no mestrado e doutorado, é o resultado<br />
da completa interação de nanopartículas de óxido<br />
de titânio (material bactericida) com a cerâmica<br />
(azulejos, ladrilhos e pisos). Essa interação,<br />
descobriu Thiago, ocorre a uma temperatura de<br />
cerca de 480ºC. “Com isso, pisos e azulejos ganham<br />
o óxido de titânio que, ao se incorporar à cerâmica,<br />
lhes confere proteção contra bactérias durante toda<br />
a vida útil da peça”, garante. O projeto da cerâmica<br />
bactericida já ganhou vários prêmios, entre eles a<br />
CASAS RECICláVEIS<br />
Com apoio do governo do País de Gales e de<br />
organizações ambientais, uma companhia europeia<br />
desenvolveu uma tecnologia que transforma lixo<br />
plástico e minerais em um material estrutural<br />
(placas modulares), batizado de Thermo Poly Rock,<br />
para ser usado na indústria da construção civil. As<br />
placas de Thermo Poly Rock formam as paredes<br />
de sustentação da casa, que pode ser coberta<br />
externamente com tijolos ou pedra, enquanto o<br />
interior pode ganhar uma camada de isolamento<br />
térmico e ficar com a mesma aparência de uma<br />
casa tradicional. As telhas também são feitas de<br />
material reciclado. O inventor Ian McPherson garante<br />
que o novo material é <strong>mais</strong> leve e resistente que<br />
concreto, é térmico, impermeável, não inflamável<br />
e não apodrece. A empresa estima que a vida útil<br />
das casas seja de cerca de 60 anos, mas diz que<br />
os elementos do Thermo Poly Rock podem ser<br />
novamente reciclados ao fim desse período. “Todos<br />
os países do mundo têm problemas com lixo e<br />
agora temos a oportunidade de transformar esse lixo<br />
em um recurso de construção de moradias 100%<br />
recicláveis”, diz McPherson.<br />
etapa continental de uma competição internacional<br />
que avalia produtos desenvolvidos por estudantes e,<br />
ano passado, foi o campeão da etapa mundial do<br />
Idea to Product Competition 2009 (I2P). Mas não<br />
são apenas os gringos que estão de olho na ideia do<br />
brasileiro. Três outras grandes empresas nacionais<br />
do segmento cerâmico já estão negociando o<br />
licenciamento de fabricação.<br />
ESPoNjA PRoMEtE RECuPERAR o ólEo<br />
DERRAMADo E “lIMPAR” A áGuA<br />
Cientistas da<br />
Universidade Case<br />
Western, nos Estados<br />
Unidos, criaram uma<br />
esponja ultraleve,<br />
feita de argila e<br />
plástico de alta<br />
qualidade, que é capaz de absorver o óleo da água<br />
contaminada por um derramamento, mas deixando<br />
a água para trás. Isso significa que o óleo pode<br />
ser recuperado, dispensando a necessidade de<br />
deposição do material recolhido em aterros ou em<br />
outros depósitos. A esponja, na verdade uma espécie<br />
de aerogel, é também adequado para recuperar<br />
não apenas derramamentos de petróleo cru, mas<br />
também todos os tipos de óleos e solventes, que<br />
frequentemente vazam nos pisos das fábricas, em<br />
rodovias, rios e mares. Segundo David Schiraldi, que<br />
coordenou a pesquisa, o aerogel foi feito com uma<br />
mistura de argila, um polímero e água, tudo batido<br />
em um liquidificador. A seguir, a mistura é seca por<br />
um processo chamado liofilização, no qual o ar<br />
preenche os espaços deixados pela perda de água.<br />
O material resultante é superleve, composto por<br />
cerca de 96% de ar, 2% de polímero e 2% de argila.<br />
O aerogel pode ser fabricado na forma granulada,<br />
em folhas ou em blocos de praticamente qualquer<br />
formato, e funciona em água doce e salgada ou<br />
sobre superfícies sólidas.<br />
Março de 2010 | RevistadaFIEC |<br />
11
Guia Industrial<br />
Matéria-prima para<br />
grandes negócios<br />
Edição 2010 do Guia Industrial do Ceará reunirá informações de 4.000<br />
indústrias e terá tiragem de 3.000 exemplares, além de hot site na internet<br />
A<br />
té junho de 2010, a FIEC,<br />
por meio do Instituto de<br />
Desenvolvimento Industrial<br />
do Ceará (INDI),<br />
lançará a edição 2010 do<br />
Guia Industrial do Ceará. Este ano,<br />
a publicação reunirá informações de<br />
aproximadamente 4.000 empresas<br />
– uma expansão de 100% no número<br />
de cadastros em relação ao guia<br />
de 2009. A edição estará ainda <strong>mais</strong><br />
moderna, trazendo como inovação<br />
um hot site na internet com casos<br />
empresariais de sucesso, anúncios e<br />
produtos em evidência no mercado.<br />
O novo Guia Industrial será ofe-<br />
recido também nas versões impressa<br />
e CD-ROM. Com uma tiragem<br />
de 3.000 exemplares impressos e<br />
3.000 CDs, a publicação contempla<br />
um conjunto de informações relevantes<br />
para o conhecimento das<br />
indústrias, como dados cadastrais,<br />
produtos, tamanho das empresas<br />
(por número de empregados e por<br />
faixa de faturamento) e nomes dos<br />
principais executivos.<br />
Traz também dados sobre a política<br />
industrial do estado, com análise<br />
do desempenho da indústria<br />
cearense e informações do ranking<br />
das maiores indústrias do Ceará. O<br />
objetivo da obra é facilitar a realização<br />
de negócios, oferecendo informações<br />
sobre produtos e serviços<br />
das indústrias do estado.<br />
Para o presidente da FIEC, Roberto<br />
Proença de Macêdo, o Guia<br />
Industrial do Ceará funciona como<br />
uma verdadeira vitrine porque dá<br />
maior visibilidade ao empreendimento,<br />
induzindo a aproximação<br />
de empresas com seus clientes e<br />
fornecedores, fomentando a realização<br />
de negócios e investimentos<br />
e promovendo a geração de emprego<br />
e riqueza para o crescimento<br />
econômico cearense.<br />
A publicação, segundo Roberto<br />
Macêdo, preenche uma lacuna em<br />
relação a informações atualizadas e<br />
confiáveis sobre o segmento industrial.<br />
“Muitas empresas fecham as<br />
portas e outras mudam de endereço<br />
sem nenhuma comunicação. Isso<br />
dificulta sua interação com o público-alvo<br />
e outras empresas. O Guia<br />
Industrial vem ao encontro dessa<br />
dificuldade, com informações seguras”,<br />
destaca o líder da FIEC.<br />
O Guia Industrial 2010 apresenta<br />
a relação das indústrias por<br />
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica<br />
(CNPJ), razão social e nome<br />
de fantasia e a Classificação Nacional<br />
de Atividades Econômicas<br />
– CNAE (setorial) e por localização<br />
municipal. Traz, ainda, sessões<br />
institucionais e de fornecedores e<br />
serviços, com anúncios de empresas<br />
de diversos setores do Ceará,<br />
servindo como fonte de referência<br />
comercial. Em 2009, a publicação<br />
disponível no site da FIEC contabilizou<br />
1.000.499 acessos originados<br />
de todo o território nacional e<br />
de <strong>mais</strong> de cem países.<br />
Serviço<br />
Informações sobre como fazer parte do<br />
Guia Industrial 2010 pelos telefones<br />
(85) 3421-5490 e 3421-5491 (INDI).<br />
Visibilidade e expansão<br />
Maior visibilidade e penetração<br />
no mercado e expansão nos<br />
negócios. Mesmo estando em<br />
diferentes áreas de atuação – venda de<br />
equipamentos elétricos e tecnologia da<br />
informação –, as empresas Carmehil<br />
Comercial Elétrica Ltda. e Softium<br />
Informática experimentam a mesma<br />
realidade. O que elas têm em comum?<br />
Ambas são assinantes do Guia Industrial.<br />
A Carmehil, segundo seu diretor<br />
comercial, Carlos Mendonça, tornou-se<br />
assinante da publicação em 2008. Há<br />
19 anos no mercado, a empresa ganhou<br />
impulso a partir da participação no Guia.<br />
“Por meio dos anúncios, conseguimos<br />
atingir o nosso objetivo, obtendo<br />
maior visibilidade no segmento que<br />
atuamos. Em conversas com clientes e<br />
profissionais do meio, sempre foi citada<br />
a nossa participação na publicação, o<br />
que nos confirma a grande importância<br />
desse veículo de comunicação”,<br />
reconhece Carlos Mendonça.<br />
Com cerca de 8.000 clientes, a<br />
Carmehil atende empresas do Grupo<br />
Edson Queiroz (Unifor, Esmaltec, Sistema<br />
Verdes Mares, TV Diário, Nacional Gás<br />
Butano e Indaiá), M. Dias Branco, Ypióca,<br />
Suzilon, Citeluz, Coelce, TBM Têxtil,<br />
Opinião<br />
O Guia Industrial do Ceará é a<br />
oportunidade de o empresário mostrar<br />
a sua empresa e, para os leitores, a<br />
satisfação de ter em mãos um material<br />
completo, com excelentes informações<br />
sobre o ramo e as <strong>melhor</strong>es empresas<br />
para se fazer negócio.<br />
Carlos Mendonça, diretor comercial<br />
da Carmehil Comercial Elétrica Ltda.<br />
Vulcabrás, Vicunha Têxtil, Macrobase,<br />
além das construtoras Cameron, Porto<br />
Freire, Mota Machado, Marquise e<br />
Construtora Colmeia.<br />
Foi também há dois anos que a<br />
Softium Informática passou a participar<br />
do Guia, recorda Josefina Picanço, vicepresidente<br />
de negócios da empresa.<br />
Especializada no desenvolvimento<br />
e implantação de softwares e<br />
equipamentos para contact centers,<br />
CRM e integração com telefonia (CTI)<br />
e presente há 14 anos no mercado,<br />
a Softium garante ter expandido sua<br />
participação no mercado a partir<br />
da publicação. “Já implementamos<br />
soluções em <strong>mais</strong> de 120 empresas.<br />
No segmento industrial, podemos<br />
destacar o Grupo J. Macêdo, Fábrica<br />
Fortaleza, Britânia, Mallory, Pado e<br />
Tintas Hidracor, entre outras”.<br />
Com matriz em Fortaleza e filiais em<br />
Recife (PE) e São Paulo (SP), a empresa<br />
registrou nos últimos cinco anos 25%<br />
de crescimento médio ao ano. “De certa<br />
forma, a exposição de informações<br />
sobre nossa empresa no Guia Industrial<br />
do Ceará contribui para ampliar a<br />
visibilidade da empresa, expandindo<br />
nossa penetração no mercado”, afirma.<br />
O Guia é referência no<br />
mercado. Ele apresenta dados<br />
e informações completas sobre<br />
as indústrias cearenses. Com a<br />
publicação, é possível divulgar<br />
o produto focando determinado<br />
segmento de negócio.<br />
josefina Picanço, vice-presidente<br />
de Negócios da Softium Informática.<br />
12 | RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
Março de 2010 13<br />
| RevistadaFIEC |
Segurança e Saúde no Trabalho<br />
Soluções integradas<br />
Contratação de programas em SST só para atender a legislação de forma isolada<br />
não é suficiente para reduzir o índice de letalidade dos acidentes no trabalho. O<br />
SESI criou um sistema de gestão que prevê a integração desses programas<br />
Mais segurança por menos<br />
custo. O SESI/CE<br />
oferece em 2010 um<br />
novo produto às micro<br />
e pequenas indústrias<br />
do estado, garantindo <strong>mais</strong> qualidade<br />
e eficiência na prevenção a<br />
acidentes e doenças relacionadas<br />
ao trabalho. Trata-se de um pacote<br />
de soluções integradas na área da<br />
Segurança e Saúde no Trabalho,<br />
que pode ser adquirido pela empresa<br />
a partir de R$ 1,00 por trabalhador<br />
ao mês.<br />
O serviço, que integra o Programa<br />
Indústria Saudável, engloba os<br />
programas de Prevenção de Riscos<br />
Ambientais (PPRA) e de Contro-<br />
le Médico Ocupacional (PCMSO),<br />
além do Laudo Técnico de Condições<br />
Ambientais do Trabalho<br />
(LTCAT) e do Atestado de Saúde<br />
Ocupacional (ASO). Ao contratar<br />
o pacote, a empresa tem direito a<br />
curso de Comissão Interna de Prevenção<br />
de Acidentes (CIPA) grátis,<br />
ao aconselhamento telefônico de<br />
saúde para os trabalhadores por<br />
meio do número 0800, a cursos<br />
presenciais e a distância sobre SST,<br />
bem como a materiais educativos,<br />
como folders e cartilhas, para distribuição<br />
aos funcionários.<br />
O serviço inclui também o acesso<br />
gratuito ao site informativo<br />
Pro-SST (http://www.sesi.org.br/<br />
pro-sst/), que reúne informações e<br />
serviços para a equipe de segurança<br />
e saúde do trabalho, para empresários<br />
e também trabalhadores.<br />
Além dos cursos a distância, estão<br />
disponíveis no site artigos técnicos,<br />
consultoria sobre temas específicos<br />
e a legislação sobre SST.<br />
Para indústrias com até 49 empregados,<br />
o custo mensal do programa<br />
sai por R$ 49,00 (R$ 1,00 por<br />
trabalhador ao mês). Em um ano a<br />
empresa terá investido R$ 588 para<br />
usufruir de todo o portfólio de serviços<br />
previstos. Para indústrias com<br />
até 99 funcionários, o cálculo dos<br />
recursos aplicados ao ano é feito em<br />
duas etapas. Somam-se R$ 49,00,<br />
referentes ao custo dos primeiros 49<br />
trabalhadores, a R$ 73,50 que correspondem<br />
ao valor pago a partir do<br />
quinquagésimo beneficiado (R$ 1,50<br />
por trabalhador/mês). Do centésimo<br />
funcionário em diante, o valor cobrado<br />
individualmente é R$ 3,00. Ou<br />
seja, quanto menor a empresa maior<br />
o subsídio concedido pelo SESI.<br />
De acordo com Lindomagno<br />
Pessoa Leite, assessor técnico do<br />
NAT-Saúde e médico do trabalho,<br />
a expectativa é que os serviços integrados<br />
em SST lançados pelo<br />
SESI tornem <strong>mais</strong> eficaz a redução<br />
dos acidentes no trabalho. “Já ficou<br />
comprovado que a contratação de<br />
programas em SST só para atender<br />
a legislação e de forma isolada não<br />
é suficiente para reduzir o índice de<br />
letalidade dos acidentes no trabalho.<br />
Por isso o SESI criou um sistema de<br />
gestão que prevê a integração das<br />
ações”, explica. Segundo ele, com<br />
o mesmo programa sendo acessado<br />
pelo médico do trabalho e pelo engenheiro<br />
de segurança da empresa,<br />
de forma integrada, o esforço em<br />
prol da segurança do trabalho ganha<br />
força e tem <strong>mais</strong> resultado.<br />
A expectativa é<br />
que os serviços<br />
integrados em SST<br />
lançados pelo SESI<br />
tornem <strong>mais</strong> eficaz a<br />
redução dos acidentes<br />
no trabalho.<br />
Lindomagno Pessoa Leite,<br />
assessor técnico do NAT-Saúde<br />
Balanço<br />
Em Juazeiro do Norte, o novo modelo<br />
integrado do SESI em SST já<br />
obteve a adesão de 18 empresas,<br />
segundo a coordenadora da Célula de<br />
Serviço a Clientes, Ana Cristina Matos<br />
de Melo Ângelo. “Logo após a divulgação<br />
do fomento, tivemos resposta imediata<br />
das micro e pequenas empresas. Até o<br />
presente momento, firmamos contratos<br />
com 18 empresas da região. É altíssimo<br />
o grau de satisfação dos clientes”, afirma.<br />
Segundo ela, há perspectivas de novas<br />
adesões, considerando a quantidade de<br />
demanda existente. “Em pouco tempo,<br />
nossa capacidade de atendimento<br />
pode chegar ao limite. Mercado tem e<br />
muito. Logo vamos precisar de reforço”,<br />
antecipa. Considerando as adesões<br />
individuais a programas e serviços de<br />
segurança oferecidos pelo SESI, a unidade<br />
de Juazeiro soma 135 atendimentos,<br />
beneficiando 5.325 trabalhadores.<br />
No Núcleo SESI de Referência em<br />
Saúde (NR Saúde), que atende a região<br />
metropolitana de Fortaleza, 33 empresas<br />
aderiram aos programas integrados desde<br />
o lançamento do serviço em janeiro.<br />
Segundo Walquíria Brasil Falcão, gerente da<br />
unidade, contabilizando a contratação total<br />
(integrada e separadamente) dos programas<br />
e serviços em SST, o núcleo beneficiou este<br />
ano 7.469 trabalhadores em 78 empresas,<br />
totalizando 155 atendimentos.<br />
SESMT próprio<br />
No caso de empresas que possuam<br />
seu sistema próprio Serviço<br />
Especializado em Engenharia<br />
de Segurança e Medicina do Trabalho<br />
(SESMT), o SESI/CE oferece a realização<br />
das consultas ocupacionais (admissional,<br />
periódica, demissional, retorno ao trabalho<br />
e mudança de função) ao preço máximo de<br />
R$ 11,00 por consulta ocupacional, abaixo<br />
do valor estipulado em nível nacional (R$<br />
17,50). Também estão inclusos nessa<br />
promoção todos os benefícios gratuitos<br />
concedidos no modelo integrado SESI-SST.<br />
A campanha é válida até 31/12/2010.<br />
Serviço<br />
Célula de Serviço a Clientes<br />
SeSI Juazeiro do Norte - (88)2101-8406<br />
Núcleo SeSI de referência em Saúde<br />
- tel.: (85) 3533-6031 / 3533-6001<br />
Cálculo simulado do modelo integrado<br />
>> Indústria com 13 empregados<br />
Preço = R$ 20,00/mês (mínimo R$ 240/ano)<br />
>> Indústria com 40 empregados<br />
Preço = (40*R$ 1,00)= R$ 40,00/mês<br />
>> Indústria com 80 empregados<br />
Preço = (49*R$ 1,00) + (31*R$ 1,50) = R$ 95,50/mês<br />
>> Indústria com 120 empregados<br />
Preço = (49*R$ 1,00) + (50*R$ 1,50) + (21*R$ 3,00) = R$ 187/mês<br />
1 | RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
Março de 2010 1<br />
| RevistadaFIEC |
SENAI<br />
Além mar<br />
SENAI tem boas perspectivas de expandir em 2010 sua atuação no<br />
cenário internacional. No Ceará, a instituição se articula para renovar a<br />
parceria com Cabo Verde e conquistar outros países<br />
C<br />
om recursos estimados<br />
em R$ 3,1 bilhões para<br />
investir em educação<br />
profissional e serviços<br />
técnicos e tecnológicos<br />
no Brasil, em 2010, o SENAI entra o<br />
ano com a perspectiva de expandir<br />
sua atuação no cenário internacional,<br />
principalmente em relação às<br />
nações que compõem a Comunidade<br />
dos Países de Língua Portuguesa<br />
(CPLP). No Ceará, além de ousar<br />
nas metas traçadas para este ano<br />
– previsão de 36.000 matrículas,<br />
sendo 4.500 gratuitas, e 1.100 ser-<br />
viços técnicos e tecnológicos –, a<br />
instituição se articula para renovar<br />
a parceria com Cabo Verde e conquistar<br />
outros países irmãos.<br />
Em 22 de fevereiro, o SENAI/CE<br />
recebeu, na unidade localizada no<br />
bairro Barra do Ceará, a visita de<br />
uma comitiva de ministros do Trabalho<br />
e de Assuntos Sociais e de<br />
outros representantes de oito países<br />
da CPLP (Angola, Cabo Verde,<br />
Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal,<br />
São Tomé e Príncipe e Timor-<br />
Leste) para conhecer a experiência<br />
da instituição na formação de<br />
profissionais voltados à indústria.<br />
A estratégia aproveitou a vinda das<br />
autoridades a Fortaleza para participar<br />
da 10ª Reunião dos Ministros<br />
do Trabalho e Assuntos Sociais da<br />
Comunidade dos Países de Língua<br />
Portuguesa, realizada no período<br />
de 22 a 24 de fevereiro último, no<br />
Centro de Convenções.<br />
De acordo com o diretor regional<br />
do SENAI/CE, Francisco das Chagas<br />
Magalhães, os projetos do SENAI<br />
nacional com países de língua portuguesa,<br />
realizados a partir de 1999<br />
e previstos para até 2012, somam<br />
aproximadamente US$ 30 milhões,<br />
sendo que a parceria do Ceará com<br />
Cabo Verde totalizou US$ 1,883<br />
milhão. Outras diretorias regionais<br />
também possuem projetos com nações<br />
integrantes da CPLP. São Paulo<br />
é responsável pela maior parte deles,<br />
atuando em Angola (US$ 2,14<br />
milhões), Guiné-Bissau (US$ 4,33<br />
milhões) e Timor-Leste (US$ 9 milhões).<br />
O SENAI da Bahia executa<br />
atualmente projeto em Moçambique<br />
calculado em US$ 4,23 milhões.<br />
A diretoria de Pernambuco<br />
está à frente de outro projeto em<br />
São Tomé e Príncipe, que prevê investimentos<br />
de US$ 4,529 milhões.<br />
Para Magalhães, a visão de cooperação<br />
do SENAI no Ceará tende<br />
a ser ampliada. “Temos potencial<br />
para muito <strong>mais</strong>”, garante. Segundo<br />
ele, até junho próximo 200<br />
alunos cabo-verdianos concluem a<br />
fase de estágio do projeto de cooperação<br />
entre a instituição cearense<br />
e Cabo Verde, iniciado em 2008.<br />
O embaixador de Cabo Verde, Daniel<br />
Pereira, assegura que o projeto<br />
vai prosseguir. “Vamos continuar a<br />
formação de profissionais em nosso<br />
país. Isso é muito importante, sobretudo<br />
quando estamos a olhar o<br />
turismo como alavanca do desenvolvimento.<br />
Necessitamos de mão<br />
de obra qualificada para trabalhar<br />
nesse setor”, frisa.<br />
Conforme Daniel Pereira, o projeto<br />
de cooperação com o SENAI/CE<br />
marca a mudança de paradigma do<br />
ensino em Cabo Verde, onde o foco<br />
do ensino sempre foi na formação<br />
Esse é o<br />
caminho a<br />
seguir. A ideia do<br />
nosso governo não é<br />
só institucionalizar,<br />
mas massificar a<br />
formação profissional<br />
no país.<br />
Daniel Pereira, embaixador de Cabo Verde<br />
Comitiva de ministros e de representantes de oito países da CPLP conhece o SENAI na Barra do Ceará<br />
superior, resultando na carência<br />
de técnicos para atuar em funções<br />
operacionais. “Ao longo dos anos,<br />
temos formado um ‘exército de<br />
generais’. Mas uma guerra não se<br />
ganha só com generais. Precisamos<br />
de soldados”, enfatiza Daniel, para<br />
quem a formação profissional que<br />
o SENAI promove em Cabo Verde<br />
introduz essa ‘<strong>mais</strong> valia’. “Esse é o<br />
caminho a seguir. A ideia do nosso<br />
governo não é só institucionalizar,<br />
mas massificar esse tipo de formação<br />
no país”, finaliza.<br />
A titular do Ministério da Mulher,<br />
Família, Coesão Social e Luta<br />
contra a Pobreza de Guiné-Bissau,<br />
Maria de Lurdes Vaz, ficou surpresa<br />
com o potencial do SENAI<br />
cearense, apesar de o país já ter<br />
desenvolvido um projeto com a<br />
diretoria regional da Bahia. “Não<br />
esperava tanto, mas vejo que essa<br />
organização é de suma importância<br />
não só para o Ceará e o Brasil, mas<br />
também internacionalmente. Nos<br />
países de língua portuguesa, então,<br />
vejo que tem uma atuação pesada”,<br />
acrescenta Maria de Lurdes. A mi-<br />
nistra afirma que a perspectiva é<br />
dar continuidade à parceria com<br />
o SENAI. “Já temos um projeto de<br />
formação profissional de jovens<br />
mulheres e um centro de acolhimento<br />
de crianças órfãs, vulneráveis<br />
e portadoras do vírus HIV. Mas<br />
a visita foi muito produtiva porque<br />
abriu o leque de conhecimento sobre<br />
o potencial desta instituição no<br />
Ceará”, ressalta.<br />
Em nível nacional, o secretárioexecutivo<br />
do Ministério do Trabalho<br />
e Emprego, André Figueiredo,<br />
garante que o SENAI é hoje para o<br />
governo federal um dos principais<br />
parceiros na execução da qualificação<br />
profissional. “Fazer parceria<br />
com o SENAI está otimizando as<br />
aplicações de cursos de qualificação<br />
profissional no Brasil. Nossas metas<br />
de inserção dos jovens no mundo<br />
da aprendizagem são atingidas com<br />
<strong>mais</strong> facilidade por meio da força<br />
da instituição. Quando se juntam<br />
governo federal e uma instituição<br />
como o SENAI/CE ganha o povo<br />
brasileiro e ganha o povo cearense”,<br />
arremata André Figueiredo.<br />
1 | RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
Março de 2010 1<br />
| RevistadaFIEC |
Nova fase<br />
OSENAI do Ceará começou a<br />
atuar no âmbito da cooperação<br />
internacional em 2006,<br />
iniciando uma nova fase da sua<br />
história por meio de um programa<br />
de capacitação, em Cabo Verde, nas<br />
áreas de manutenção, informática,<br />
eletricidade, alimentos, construção<br />
civil e mecânica geral, entre outras,<br />
nas quais a instituição é referência. O<br />
projeto foi responsável pela formação<br />
de professores e estruturação do<br />
Centro de Formação Profissional da<br />
Cidade de Praia, em Cabo Verde, fruto<br />
de cooperação entre o Brasil e o país<br />
africano. Inaugurado em 2008, o<br />
equipamento segue os padrões das<br />
escolas do SENAI no Brasil.<br />
Denominado de Fortalecimento<br />
e Capacitação Técnica de Recursos<br />
Humanos para o Sistema de Formação<br />
de Cabo Verde, o projeto resultou<br />
de uma parceria entre a Agência<br />
Brasileira de Cooperação (Itamaraty) e<br />
o governo daquele país, contemplando<br />
investimentos oriundos do Programa das<br />
Nações Unidas para o Desenvolvimento<br />
(PNUD). Segundo Francisco das Chagas<br />
Magalhães, a ideia surgiu a partir de<br />
conversações do governo brasileiro, ainda<br />
em 2003, reforçando uma tradição de<br />
acordos de cooperação, implementados<br />
entre os países de língua portuguesa. “A<br />
escolha do estado do Ceará também se<br />
deu por conta de nossa proximidade com<br />
Cabo Verde – apenas 3h30 de voo – e<br />
do intenso relacionamento comercial”,<br />
explica Magalhães.<br />
A coordenação do projeto desde<br />
sua concepção, implantação e<br />
desenvolvimento é da gerente Mônica<br />
Machado, da Unidade de Gestão,<br />
Planejamento e Marketing do<br />
SENAI/CE, que, juntamente com<br />
Av. Dep. Neves Osterno, 1010<br />
Cep 62560-000 Marco-Ce.<br />
Fone: 88 3664.1300 Fax 88 3664.1349<br />
www.osterno.com.br<br />
outros técnicos e instrutores<br />
cearenses, continua se deslocando<br />
periodicamente ao país africano para<br />
dar suporte às ações ali desenvolvidas.<br />
A escolha do<br />
estado do<br />
Ceará também se deu<br />
por conta de nossa<br />
proximidade com Cabo<br />
Verde – apenas 3h30<br />
de voo – e do intenso<br />
relacionamento<br />
comercial.<br />
Francisco das Chagas Magalhães,<br />
diretor regional do SENAI/CE<br />
- Móveis residenciais<br />
- Móveis para hotéis e restaurantes<br />
Posse no CIC<br />
Disposição para<br />
vencer desafios<br />
Empresária Roseane<br />
Medeiros é a primeira<br />
mulher a presidir o<br />
Centro Industrial<br />
do Ceará<br />
Manter o foco na educação,<br />
defender a valorização<br />
do setor produtivo,<br />
estimular o empreendedorismo,<br />
fomentar o desenvolvimento<br />
regional e a redução<br />
das diferenças sociais, promover o<br />
debate sobre temas de interesse da<br />
sociedade e combater o atual sistema<br />
tributário. Tendo esses desafios<br />
como principais metas de gestão,<br />
a empresária Roseane Oliveira de<br />
Medeiros tomou posse, em 25 de fevereiro,<br />
como a primeira mulher a<br />
presidir o Centro Industrial do Ceará<br />
(CIC), entidade que possui 90 anos<br />
de existência e é o berço de uma<br />
nova geração de governantes no Ceará.<br />
Entre seus ex-presidentes figuram<br />
Beni Veras e Tasso Jereissati, cuja administração<br />
representou um marco<br />
no desenvolvimento do estado.<br />
A presidente do CIC defende a<br />
educação como condição essencial<br />
à construção do desenvolvimento.<br />
“A educação estará no foco de nossa<br />
gestão, até mesmo porque não<br />
se pode pensar em desenvolvimento<br />
com sustentabilidade sem levar<br />
em consideração uma educação de<br />
qualidade, voltada para a formação<br />
cidadã, que pressupõe a adequada<br />
compreensão de direitos e deveres”,<br />
frisa Roseane Medeiros, que atuará<br />
no biênio 2010-2012.<br />
“Estou consciente da responsabilidade<br />
e dos desafios que terei de enfrentar<br />
à frente do CIC, uma entidade<br />
Roseane Medeiros (blusa preta) e membros de sua diretoria<br />
tradicionalmente gerida por homens”,<br />
diz ela, para quem o sucesso de sua<br />
gestão poderá servir de incentivo às<br />
mulheres no campo profissional. Segundo<br />
Roseane Medeiros, o CIC tem<br />
se credenciado como legítimo agente<br />
de defesa e indução do processo<br />
de desenvolvimento. “Ele é um polo<br />
difusor de debates relevantes nas esferas<br />
econômicas, sociais e políticas,<br />
pautando suas ações pela ética e pela<br />
pluralidade de ideias”, acrescenta. Em<br />
seu discurso de posse, Roseane ressaltou<br />
que assume a presidência da entidade<br />
totalmente comprometida em<br />
dedicar “minhas <strong>mais</strong> nobres energias<br />
na mobilização desta diretoria eclética<br />
e alinhada com os objetivos do CIC,<br />
na construção de propostas em que os<br />
interesses coletivos prevaleçam sobre<br />
interesses individuais”.<br />
O time a ser liderado pela nova<br />
presidente do Centro Industrial do<br />
Ceará é composto por nomes que<br />
possuem efetiva participação na história<br />
e no desenvolvimento do Ceará.<br />
Os vice-presidentes da atual gestão<br />
são Maia Júnior, Régis Dias, Ivo Machado,<br />
Ricardo Sales e Ruth Cunha.<br />
Entre os integrantes da nova diretoria<br />
estão Demócrito Dummar Filho,<br />
Régis Medeiros, Fernando Ibiapina,<br />
Ricard Pereira e Verônica Perdigão.<br />
Além de Roberto Macêdo, compõem<br />
o conselho estratégico do CIC os empresários<br />
Fernando Cirino Gurgel,<br />
Sérgio Machado, Sérgio Alcântara,<br />
Marcos Pinheiro e Robinson Passos,<br />
último presidente da entidade.<br />
Firme no propósito que a fez se<br />
tornar a <strong>mais</strong> nova liderança do CIC,<br />
Roseane sugere ao poder público e à<br />
iniciativa privada “um pacto com o<br />
futuro” durante a sua gestão. “Proponho<br />
que juntos, sociedade e governo,<br />
possamos avançar por meio<br />
da boa governança na direção do<br />
nosso desenvolvimento econômico<br />
com sustentabilidade socioambiental,<br />
preservando e promovendo<br />
nossos valores culturais, tornando<br />
os cidadãos otimistas em relação ao<br />
seu futuro e, portanto, <strong>mais</strong> felizes”,<br />
concluiu Roseane Medeiros.<br />
Março de 2010 | RevistadaFIEC |<br />
1
Pioneirismo<br />
Processo democrático<br />
A FIEC é a primeira federação do país a instituir o voto direto para escolha<br />
de seu presidente. Isso foi possível com a reforma do estatuto social<br />
“A<br />
FIEC é, sim, dos industriais!”<br />
A concretização<br />
do sonho visionário<br />
do empresário<br />
José Flávio Leite Costa<br />
Lima, que presidiu a entidade no<br />
período de 1977 a 1986, posiciona<br />
o Ceará no patamar <strong>mais</strong> alto de<br />
modernidade e democracia dentre<br />
todas as federações de indústria do<br />
Brasil. A FIEC é a primeira do país<br />
a instituir o voto direto para escolha<br />
de seu presidente. A inovação foi<br />
possível com a reforma de seu estatuto<br />
social e do regulamento eleitoral,<br />
que consolida a instituição, de<br />
fato e de direito, como legítima representante<br />
da indústria cearense.<br />
A mudança marca ainda a gestão<br />
de reunificação empreendida pelo<br />
presidente da FIEC, Roberto Proença<br />
de Macêdo, e ratifica a promessa<br />
que fez no momento de sua posse à<br />
frente da entidade: “A Casa é nossa,<br />
é dos industriais, temos de exercitar<br />
a participação de todos e vamos começar<br />
agora!”, assegurou.<br />
A participação anunciada por<br />
Roberto Macêdo consolida-se agora<br />
também nas urnas. Pelas novas<br />
regras, os delegados dos sindicatos<br />
deixam de votar com base na própria<br />
opinião. Eles passam a ser portadores<br />
da decisão nas urnas de seus<br />
respectivos sindicatos. Em agosto<br />
de 2010, na mesma data do pleito<br />
eleitoral da FIEC, em cada um dos<br />
39 sindicatos ligados à instituição<br />
será realizada votação interna com<br />
seus respectivos associados para<br />
escolher democraticamente o novo<br />
líder da Federação. O vitorioso na<br />
urna da unidade classista será o<br />
candidato oficial do sindicato e seu<br />
nome será apontado pelo delegado<br />
nas eleições da FIEC.<br />
“Antes os industriais não tomavam<br />
parte no processo eleitoral. Eles não<br />
tinham participação na escolha do<br />
20<br />
| RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
presidente. Com a nova sistemática,<br />
os sindicatos continuam elegendo,<br />
mas será com base no voto dos industriais”,<br />
explica o diretor administrativo<br />
da FIEC, Affonso Taboza<br />
Pereira, que presidiu as comissões<br />
de reforma do estatuto e do regulamento<br />
no ano passado.<br />
Além do diretor, participaram da<br />
comissão de reforma do regulamento<br />
eleitoral o delegado representante<br />
do Sindicato das Indústrias<br />
Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais<br />
Elétricos do Estado do Ceará<br />
(Simec), Carlos Prado; o vice-presidente<br />
da FIEC, Carlos Fujita, que<br />
também representou o Sindicato da<br />
Indústria da Construção Civil do<br />
Ceará (Sinduscon/CE); o empresário<br />
João Hudson Carneiro Saraiva;<br />
o diretor financeiro adjunto da<br />
FIEC, José Carlos Braide Nogueira<br />
da Gama; o conselheiro fiscal da<br />
Federação, José Fernando Castelo<br />
Branco Ponte; o delegado representante<br />
da FIEC na CNI, Manuel Cesário<br />
Filho; o delegado representante<br />
do Sindicato das Indústrias da Ex-<br />
tração de Fibras Vegetais e do Descaroçamento<br />
do Algodão do Estado do<br />
Ceará (Sindalgodão), Marcos Silva<br />
Montenegro; a presidente do Sindicato<br />
da Indústria de Curtimento de<br />
Couros e Peles do Estado do Ceará<br />
(Sindcouros), Roseane Oliveira de<br />
Medeiros; a delegada representante<br />
do Sindicato das Indústrias de Fiação<br />
e Tecelagem em Geral do Estado do<br />
Ceará (Sinditêxtil), Verônica Maria<br />
Rocha Perdigão; a delegada representante<br />
do Sindicato da Indústria<br />
Editorial, de Formulários Contínuos<br />
e de Embalagens Gráficas do Estado<br />
do Ceará (Unigráfica), Vivian Nicolle<br />
Barbosa de Alcântara, e o então superintendente<br />
geral da FIEC, Paulo<br />
Rubens Fontenele Albuquerque.<br />
Os nomes de todos os participantes<br />
foram designados por Roberto<br />
Macêdo. “Ele escolheu pessoas das<br />
<strong>mais</strong> diferentes correntes de pensamento<br />
existentes na Casa. E o posicionamento<br />
diferente de cada um<br />
deles agregou valor ao resultado final<br />
dos trabalhos. Todos os assuntos<br />
foram bem dissecados e debatidos,<br />
prevalecendo o que a maioria acatou”,<br />
observa Affonso Taboza.<br />
A lisura com que foi conduzido o<br />
processo de mudança das regras eleitorais<br />
na Federação e o avanço que representa<br />
o novo estatuto são reconhecidos<br />
pelos industriais cearenses. Para<br />
Carlos Prado, é inegável que a nova<br />
sistemática de votação seja um salto<br />
frente às outras federações. Ele elogia<br />
o rigor com que as reuniões da comissão<br />
foram conduzidas e espera que a<br />
mudança abra espaço a novos avanços<br />
no futuro, especialmente em relação<br />
ao tempo de mandato e ao número de<br />
diretores. Segundo ele, ambos preci-<br />
A Casa é<br />
nossa, é dos<br />
industriais, temos de<br />
exercitar a participação<br />
de todos e vamos<br />
começar agora!<br />
Roberto Proença de Macêdo,<br />
presidente da FIEC, em seu discurso de posse<br />
Affonso Taboza, diretor administrativo da FIEC<br />
sam ser reduzidos para “não emperrarem<br />
o processo democrático”.<br />
Marcos Montenegro afirma estar<br />
<strong>mais</strong> tranquilo com o novo regulamento.<br />
“Esse modelo me tranquiliza<br />
porque daqui para frente vai ser<br />
eleito na FIEC não quem tem <strong>mais</strong><br />
força, mas o candidato <strong>mais</strong> qualificado”,<br />
acrescenta. Segundo Roberto<br />
Macêdo, o objetivo do novo<br />
regulamento é exatamente acabar<br />
com clientelismos, além de ampliar<br />
a participação dos industriais<br />
e fortalecer a instituição.<br />
Confiante do dever cumprido,<br />
Affonso Taboza espera que o<br />
exemplo cearense desencadeie o<br />
processo democrático noutras federações.<br />
“Embora contrariando<br />
interesses de alguns, espero que<br />
pouco a pouco a participação direta<br />
dos industriais na escolha de<br />
seus líderes comece a vingar também<br />
noutros estados”, almeja.<br />
Conforme o regulamento eleitoral<br />
da FIEC, o prazo para inscrição<br />
das chapas que irão concorrer às<br />
eleições termina em 31 de maio do<br />
corrente ano. Até lá serão conhecidos<br />
os nomes que encabeçarão a<br />
disputa para a gestão 2010-2014. O<br />
pleito e a posse também têm data<br />
marcada: 19 de agosto e 20 de setembro<br />
de 2010, respectivamente.
Capa<br />
Mudando a realidade<br />
Dois projetos apoiados pelo MDIC e FIEC, por meio do IEL – PEIEX e Promoção Comercial –, começam a revolucionar a realidade dos<br />
setores industriais cearenses de sorvetes, confecções, cerâmico, lacticínios, redes de dormir e cosméticos, perfumaria e saneantes<br />
V<br />
ender <strong>mais</strong> e <strong>melhor</strong><br />
para atingir o mercado<br />
externo ou para ampliar<br />
as vendas dentro do<br />
próprio território nacional.<br />
Esse é o desafio de muitas micro<br />
e pequenas empresas em todo o<br />
país. No Ceará, o sonho está prestes<br />
a se tornar realidade com o apoio<br />
do Ministério do Desenvolvimento,<br />
Indústria e Comércio Exterior<br />
(MDIC) e FIEC, por meio do IEL,<br />
que coordena no estado a execução<br />
de dois projetos que começam a revolucionar<br />
a realidade de seis setores<br />
industriais cearenses: sorvetes,<br />
confecções, cerâmico, lacticínios,<br />
redes de dormir, além do segmento<br />
de cosméticos, perfumaria e saneantes.<br />
No total, serão beneficiadas<br />
345 indústrias, sendo 225 atendidas<br />
pelo Projeto Extensão Industrial<br />
Exportadora (PEIEX) e 120<br />
pelo projeto Promoção Comercial.<br />
“O PEIEX atinge atualmente apenas<br />
o setor de confecções na região<br />
metropolitana de Fortaleza. São<br />
12 meses de atividades no esforço<br />
de implantar a cultura exportadora<br />
dentro de cada empresa e<br />
elevar a competitividade das participantes”,<br />
explica a gerente da<br />
área de Prospecção e Tendências<br />
do IEL/CE, Margaret Lins Teixeira.<br />
Segundo ela, o projeto começa<br />
com um diagnóstico individual em<br />
cada indústria para identificar os<br />
pontos fortes e os que devem ser<br />
<strong>melhor</strong>ados nas áreas de administração<br />
estratégica, recursos humanos,<br />
finanças e custos, vendas<br />
e marketing, comércio exterior e<br />
produto e manufatura.<br />
Em seguida, o empresário prioriza<br />
até três demandas a serem trabalhadas<br />
em sua empresa no âmbito<br />
do PEIEX, que também conta<br />
com o apoio da Agência Brasileira<br />
de Promoção de Exportações e Investimentos<br />
(Apex-Brasil), governo<br />
do estado e sindicatos representativos<br />
da categoria empresarial<br />
Foto: extracom-cNI Foto: extracom-cNI<br />
atendida – Sindicato das Indústrias<br />
de Confecção de Roupas e<br />
Chapéus de Senhoras do Estado<br />
do Ceará (Sindconfecções), Sindicato<br />
das Indústrias de Confecções<br />
de Roupas de Homem e Vestuário<br />
do Estado do Ceará (Sindroupas),<br />
Sindicato das Indústrias de Fiação<br />
e Tecelagem em Geral do Estado<br />
do Ceará (Sinditêxtil) e Sindicato<br />
das Indústrias de Redes do Estado<br />
do Ceará (Sindredes).<br />
Para atendimento às outras<br />
demandas evidenciadas no diagnóstico,<br />
o Instituto orienta as empresas<br />
a buscarem soluções em<br />
empresas do mercado especializadas<br />
na demanda em questão, a<br />
exemplo do SENAI/CE e do Serviço<br />
Brasileiro de Apoio às Micro<br />
e Pequenas Empresas (Sebrae).<br />
Em paralelo, o IEL se dedica a<br />
fomentar o sindicalismo entre as<br />
empresas participantes. “Cerca<br />
de 40% das 225 confecções que<br />
integram o PEIEX não se asso-<br />
ciaram a nenhum sindicato ou a<br />
qualquer outra entidade empresarial”,<br />
estima Margaret.<br />
O estímulo ao associativismo<br />
também é empreendido pelos<br />
profissionais do IEL/CE no projeto<br />
Promoção Comercial, cujo<br />
objetivo é incrementar os processos<br />
de comercialização de micro e<br />
pequenas indústrias no mercado<br />
interno. São contempladas cerca<br />
de 20 empresas em cada setor envolvido.<br />
Na região metropolitana<br />
de Fortaleza são atendidas indústrias<br />
dos segmentos de sorvetes e<br />
confecções, além de cosméticos,<br />
perfumaria e saneantes. Na região<br />
do Baixo Jaguaribe são contempladas<br />
indústrias dos setores de<br />
redes de dormir, cerâmica vermelha<br />
e laticínios. Para cada grupo<br />
de empresas são desenvolvidas<br />
ações de treinamento na área de<br />
vendas, com a formação de agentes<br />
de negócios, estudos mercadológicos<br />
setoriais e planejamento<br />
de marketing com elaboração de<br />
plano de ação específico para cada<br />
setor. No Promoção Comercial as<br />
empresas priorizam uma ação a ser<br />
desenvolvida setorialmente.<br />
No caso dos fabricantes de redes<br />
de dormir do município de Jaguaruana,<br />
por exemplo, o IEL/CE está<br />
orientando os empresários na estruturação<br />
de uma loja-piloto na sede<br />
do município, que vai comercializar<br />
a produção das empresas. No futuro,<br />
a intenção dos empresários é replicar<br />
o modelo em outras cidades ou<br />
instituir sistema de franquias pelo<br />
país, ampliando o mercado para as<br />
redes produzidas no município.<br />
Gargalos<br />
Segundo a superintendente<br />
do IEL/CE, Vera Ilka Meireles<br />
Sales, o projeto Promoção<br />
Comercial pretende solucionar um<br />
gargalo comum à maioria das micro e<br />
pequenas empresas. “Muitas vezes<br />
o proprietário é quase o faz-tudo<br />
na empresa, tendo de cuidar das<br />
finanças, produção e vendas. Falta<br />
uma estrutura adequada”, diz. Outro<br />
desafio é a limitação de recursos<br />
para investir em promoção comercial.<br />
“Fica difícil para essas indústrias<br />
realizarem, por exemplo, uma<br />
pesquisa visando descobrir qual o<br />
<strong>melhor</strong> mercado para seus produtos.<br />
Elas têm de partir do conhecimento<br />
boca a boca ou do feeling do<br />
empresário”, constata Vera Ilka.<br />
Em relação ao PEIEX, a monitora<br />
no IEL/CE, Cristina Macena, afirma<br />
que, apesar de algumas empresas<br />
beneficiadas pelo projeto já<br />
venderem para o exterior, a falta<br />
de conhecimento sobre o universo<br />
exportador ainda é um gargalo<br />
presente para a maioria das<br />
participantes. “Prova disso é que<br />
ações na área de comércio exterior<br />
foram priorizadas pela maior parte das<br />
confecções do PEIEX”, exemplifica.<br />
22 | RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
Março de 2010 23<br />
| RevistadaFIEC |
2<br />
Concretizando sonhos<br />
Há 26 anos no mercado, a Girassol<br />
Malhas e Serviços Têxteis Ltda.,<br />
fabricante de malhas, uniformes,<br />
camisas básicas e material esportivo, está<br />
perto de concretizar um sonho antigo:<br />
exportar seus produtos para fora do país.<br />
A indústria, comandada pelo empresário<br />
Afonso Mário de Aguiar, participa dos<br />
dois projetos desenvolvidos pela FIEC/IEL,<br />
em parceria com o MDIC. Segundo ele, o<br />
intenção é atingir de início os países de<br />
língua portuguesa. “Nós já temos clientes<br />
em Portugal, Angola e Cabo Verde. São<br />
eles que vêm aqui e levam nossos<br />
produtos. Mas o que queremos é nos<br />
capacitar para ir até lá, comercializando<br />
de forma profissional. E o PEIEX vai nos<br />
dar a base que precisamos para sermos<br />
exportadores”, afirma.<br />
Afonso Aguiar também planeja um<br />
novo layout para a fábrica, ampliar a<br />
empresa e desenvolver novos produtos,<br />
além de formar lideranças para atender<br />
cada vez <strong>melhor</strong> o público interno.<br />
“Cerca de 90% da produção é vendida<br />
no mercado interno. Produzimos em<br />
torno de dez toneladas de malha<br />
por mês, de todos os gêneros.<br />
Confeccionamos 20.000 peças/mês,<br />
incluindo uniformes, material esportivo<br />
e camisas básicas para eventos.<br />
Também fornecemos golas e punhos<br />
de malha para camisas polos, que<br />
Impulsionando o consumo<br />
ASorbetto, do empresário Roberto<br />
Botão de Aquino, também<br />
presidente do Sindicato das<br />
Indústrias de Sorvetes do Estado<br />
do Ceará (Sindsorvetes), é uma das<br />
empresas participantes do projeto<br />
Promoção Comercial. Ele diz que busca,<br />
com isso, reforço para aumentar o<br />
consumo de sorvete no estado. “O projeto<br />
vai ajudar a conhecer o mercado e a<br />
traçar estratégias para atingir esse nosso<br />
objetivo”, diz. “Pretendemos conscientizar<br />
a população de que o sorvete é<br />
um alimento nutritivo que pode ser<br />
consumido o ano inteiro. Ele não é uma<br />
guloseima de verão”, explica. A queda<br />
de consumo do produto no inverno,<br />
segundo o empresário, é outro mito a ser<br />
combatido. “Aqui no Ceará, nos meses<br />
| RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
O PEIEX vai<br />
nos dar a<br />
base que precisamos<br />
para sermos<br />
exportadores.<br />
Afonso Mário de Aguiar, presidente<br />
da Girassol<br />
servem de matéria-prima para pequenas<br />
confecções. Nossa produção média é de<br />
200.000 golas/mês”, calcula.<br />
O empresário estima possuir<br />
uma carteira de aproximadamente<br />
400 clientes ativos, entre pequenos<br />
confeccionistas e microempresas de<br />
outros setores. A Girassol possui hoje<br />
15 teares, gera 70 empregos diretos<br />
e em torno de 200 indiretos e tem<br />
faturamento mensal em torno de R$<br />
5 milhões. Os principais desafios<br />
enfrentados, conforme Afonso Aguiar,<br />
são a injustiça tributária, os altos juros<br />
e a cultura empresarial brasileira, ‘que<br />
de inverno, a venda de sorvetes chega a<br />
cair 40%. Precisamos acabar com esse<br />
estigma”, ressalta.<br />
Roberto Botão lembra que o consumo<br />
de sorvete no Brasil está muito abaixo<br />
do volume consumido em países com<br />
clima frio. “Na Nova Zelândia, o consumo<br />
O projeto vai<br />
ajudar a conhecer<br />
o mercado e a traçar<br />
estratégias para atingir<br />
nosso objetivo.<br />
Roberto Botão, presidente do Sindsorvetes<br />
privilegia grandes e microempresas’.<br />
“O grande tem capital de giro e<br />
poder político e o micro é visto como<br />
‘coitadinho’ e tem todas as benesses.<br />
Os pequenos e médios entram com o<br />
pescoço e os bancos com a guilhotina. É<br />
como a classe média”, compara.<br />
Partidário do associativismo, Afonso<br />
Aguiar é filiado ao Sinditêxtil. “Sei<br />
que tudo é difícil para nós, mas sem<br />
sindicato a situação seria bem pior. Não<br />
é fácil sobreviver nem exportar neste<br />
país. No modelo empresarial brasileiro,<br />
é preciso ser herói para se manter no<br />
mercado”, desabafa.<br />
per capita é de 26 litros. O Canadá e na<br />
Áustria consomem 17,8 litros per capita.<br />
Na Suíça, o consumo é de 14 litros per<br />
capita. Enquanto isso, no Brasil são<br />
consumidos apenas 4,9 litros per capita.<br />
Provavelmente o consumo é um pouco<br />
maior no Nordeste e no Ceará”, estima.
Indústria moveleira<br />
Salto de qualidade<br />
Distante 234 quilômetros<br />
de Fortaleza, Marco, com<br />
cerca de 23.000 habitantes,<br />
na região Noroeste<br />
do Ceará, era há 14 anos<br />
apenas <strong>mais</strong> um pequeno município<br />
do estado que sobrevivia da agricultura<br />
e da renda gerada pelas aposentadorias<br />
e o pagamento do funcionalismo<br />
municipal. Hoje, graças<br />
à visão empreendedora e à ousadia<br />
de pequenos empresários, é reconhecido<br />
como um dos maiores polos<br />
moveleiros do Norte e Nordeste,<br />
com ramificação por outras regiões<br />
POR LUIS HENRIQUE CAMPOS<br />
Polo moveleiro de Marco é reconhecido como um dos maiores do Norte e<br />
Nordeste, com ramificação por outras regiões brasileiras<br />
do país. De acordo com dados do<br />
Sindicato da Indústria Moveleira do<br />
Estado do Ceará (Sindmoveis), Marco<br />
abriga 29 empresas, oferecendo<br />
aproximadamente 6.600 empregos<br />
entre diretos e indiretos. Para se ter<br />
uma ideia desses números, somente<br />
a folha de pagamento mensal gira<br />
em torno de R$ 1.173.000.<br />
No entanto, a consolidação rápida<br />
dos empreendimentos não diminuiu<br />
o elã dos empresários: eles esperam<br />
para os próximos cinco anos que o<br />
local dê um salto bem maior em termos<br />
de estrutura e qualificação. Se-<br />
gundo o presidente do Sindmoveis,<br />
Geraldo Bastos Osterno Júnior, tal<br />
impulso está fincado nos projetos<br />
em andamento ou nos previstos<br />
para o município. Uma dessas iniciativas<br />
é a instalação de um centro<br />
tecnológico nos moldes da estrutura<br />
montada na região do Cariri e que é<br />
voltada para a indústria calçadista.<br />
No segundo semestre de 2009, o<br />
governador Cid Gomes esteve em<br />
Marco e mostrou-se interessado<br />
no projeto. Em fevereiro último,<br />
o trabalho foi concluído pelo sindicato<br />
e entregue ao governador.<br />
Geraldo Osterno diz que o centro<br />
tecnológico deverá reunir empresas<br />
e espaços para treinamento e<br />
apresentação de produtos.<br />
Mas o interesse demonstrado<br />
pelo governador em relação ao polo<br />
moveleiro não se resume à criação<br />
do centro tecnológico: inclui também<br />
a possibilidade de ações de incentivo<br />
fiscal via Fundo de Desenvolvimento<br />
Industrial (FDI) para<br />
as empresas instaladas ali. Na área<br />
fiscal, o sindicato pleitea a retirada<br />
da substituição tributária de quatro<br />
insumos da indústria moveleira:<br />
madeira, tecidos e couros sintéticos<br />
para sofás; percinta e linhas de costura.<br />
Outro projeto em andamento<br />
vai identificar os <strong>melhor</strong>es tipos<br />
de madeira para a indústria local,<br />
visando utilizar o reflorestamento<br />
como fonte de matéria-prima para<br />
abastecer o segmento. Atualmente<br />
a matéria-prima da indústria moveleira<br />
cearense vem dos estados do<br />
Pará, Bahia e Paraná.<br />
A compra de madeira desses locais,<br />
no entanto, tem lá suas complexidades.<br />
No Pará, por exemplo,<br />
é comum haver problemas de prazo<br />
de entrega por parte de fornecedores.<br />
Em relação ao Paraná há<br />
a questão do frete, que encarece o<br />
produto. Outra iniciativa com potencial<br />
para <strong>melhor</strong>ar a qualificação<br />
do polo moveleiro é a possibilidade,<br />
ainda este ano, de o setor<br />
de mobiliário cearense vir<br />
a ser contemplado com um<br />
Plano Setorial de Qualificação<br />
(Planseq). A proposta<br />
foi entregue em janeiro pelo<br />
presidente do Sindmóveis ao<br />
secretário executivo do Ministério<br />
do Trabalho e Emprego,<br />
André Figueiredo. Os<br />
Planseqs são parte integrante<br />
do Plano Nacional de Qualificação<br />
(PNQ), sendo instrumento<br />
complementar aos<br />
Planos Territoriais de Qualificação<br />
(Planteqs), orientados<br />
ao atendimento transversal<br />
e concertado de demandas<br />
emergenciais, estruturantes<br />
ou setorizadas de qualificação,<br />
identificadas a partir de<br />
iniciativas governamentais,<br />
sindicais, empresariais ou so-<br />
Hoje temos<br />
empresas com<br />
700 funcionários e outras<br />
com 30 convivendo muito<br />
bem, sem o perigo de as<br />
grandes esmagarem as<br />
pequenas.<br />
Geraldo Osterno, presidente do Sindmoveis<br />
ciais, cujo atendimento não tenha<br />
sido passível de antecipação pelo<br />
planejamento dos entes federativos<br />
ou municipalizados.<br />
De acordo com Geraldo Osterno,<br />
os projetos em andamento e os previstos<br />
são fundamentais para o polo<br />
dar um grande salto, por ele chamado<br />
de “pulo do gato”. Segundo o<br />
O governador Cid Gomes conhece o polo moveleiro de Marco<br />
dirigente classista, o município de<br />
Marco está pronto para esse novo<br />
momento, citando que as empresas<br />
estão em atividade no polo, em média,<br />
há dez anos, superando a fase<br />
<strong>mais</strong> difícil de viabilização de um<br />
negócio. “Hoje temos empresas com<br />
700 funcionários e outras com 30<br />
convivendo muito bem, sem o perigo<br />
de as grandes esmagarem as pequenas”,<br />
ressalta. Ele credita o fato<br />
à visão de Arranjo Produtivo Local<br />
(APL) que as unidades fabris da região<br />
sempre mantiveram. Os APLs<br />
constituem empresas organizadas<br />
em uma lógica própria de cadeia<br />
produtiva e mercado, articuladas<br />
para ações de cooperação, capacitação<br />
e desenvolvimento mútuo integrado,<br />
com apoio de instituições<br />
diversas conforme as competências<br />
básicas necessárias a esse desenvolvimento.<br />
Microempresas e empresas<br />
de pequeno porte que participam<br />
de APLs têm acesso facilitado<br />
a mão de obra, novas tecnologias,<br />
fornecedores e distribuidores.<br />
Desde seu nascedouro, as empresas<br />
em Marco apresentaram<br />
especialização produtiva, sem deixar<br />
de lado um forte vínculo de<br />
articulação e interação entre elas.<br />
Isso não só facilitou a diminuição<br />
de custos, com a cooperação na<br />
parte comercial para a compra de<br />
matéria-prima ou viagens a feiras,<br />
como manteve abertas a cooperação<br />
e a aprendizagem<br />
conjunta. Geraldo Osterno<br />
cita como fundamental nesse<br />
arranjo a ligação mantida<br />
com instituições como o<br />
Serviço Brasileiro de Apoio<br />
às Micro e Pequena Empresas<br />
(Sebrae), o SENAI/CE e<br />
atores locais, como a Universidade<br />
Vale do Acaraú<br />
(UVA). Ele lembra que essa<br />
relação entre os empresários<br />
sempre foi muito estreita, já<br />
que os primeiros empreendedores,<br />
em sua maioria,<br />
vinham de uma mesma família.<br />
No começo, os pequenos<br />
produtores desenvolveram<br />
hábitos de encontros<br />
infor<strong>mais</strong> para a troca de<br />
informações sobre o setor, a<br />
produção e fornecedores, o<br />
2 | RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
Março de 2010 2<br />
| RevistadaFIEC |
que fortalecia <strong>mais</strong> ainda os laços<br />
familiares. O passo natural seguinte<br />
seria o associativismo.<br />
Geraldo Osterno conta, todavia,<br />
que a montagem do APL se deu<br />
com recursos dos próprios empresários<br />
(ele era o prefeito de Marco<br />
na época em que o polo começou a<br />
ser estruturado). O resultado desse<br />
investimento próprio acabou por gerar<br />
empatia dos moradores da cidade<br />
com o polo moveleiro, pois contribuiu<br />
para gerar renda e <strong>melhor</strong>ar<br />
a qualidade de vida dos habitantes<br />
Reflorestamento<br />
OCeará possui cerca de 750<br />
indústrias moveleiras, entre<br />
médias e pequenas. A fabricação<br />
local é bastante diversificada, com<br />
destaque para as empresas localizadas<br />
nos municípios de Marco, Jaguaribe,<br />
Iguatu e Fortaleza. Apesar da força<br />
do segmento mobiliário no estado, a<br />
matéria-prima utilizada para a fabricação<br />
dos móveis vem toda de fora. Para tentar<br />
mudar essa realidade, o Sindmóveis,<br />
com o apoio da Empresa Brasileira<br />
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa),<br />
Departamento Nacional de Obras<br />
contra as Secas (DNOCS), Banco do<br />
Nordeste, governo do estado e Instituto<br />
de Desenvolvimento Industrial (INDI)<br />
da FIEC, desenvolve um projeto de<br />
silvicultura (reflorestamento) que irá<br />
permitir a autossuficiência na produção<br />
de madeira para atender a demanda<br />
do setor. A cada mês, somente o polo<br />
moveleiro de Marco consome cerca de<br />
mil metros cúbicos de madeira.<br />
O projeto terá como área de<br />
abrangência o município de Marco,<br />
devendo aproveitar 8.300 hectares<br />
de terra do Projeto de Irrigação do<br />
Baixo Acaraú para plantios florestais<br />
comerciais, visando ainda acrescentar<br />
<strong>mais</strong> uma alternativa de renda para a<br />
região. As sementes serão colhidas na<br />
região ou adquiridas de fornecedores de<br />
outras localidades. Dentre os possíveis<br />
fornecedores relacionados pelo projeto<br />
estão o Parque Botânico do Ceará,<br />
Rede de Sementes Nordeste, Estação<br />
Ecológica de Aiuaba e as organizações<br />
não-governamentais Esplar – Centro de<br />
Pesquisa e Assessoria e Asa Branca. As<br />
do município. O fato é mostrado na<br />
coleção do Sebrae História de Sucesso,<br />
tratando sobre o polo. Publicada<br />
em 2007, a obra ressalta que “com<br />
a deflagração do processo industrial,<br />
Marco se tornou um dos principais<br />
fornecedores de alimentos da região<br />
do Baixo Acaraú. Em consequência<br />
desse sensível crescimento econômico,<br />
também houve a implantação<br />
hoteleira. E, além de gerar emprego<br />
para os habitantes do município,<br />
ofertava empregos para pessoas de<br />
outras localidades”.<br />
espécies selecionadas para a aplicação da<br />
metodologia pré-plantio comercial foram<br />
escolhidas pelo potencial da madeira para<br />
móveis, força econômica e produtividade.<br />
Como vantagem adicional à redução<br />
do custo da madeira para uso como<br />
matéria-prima, Geraldo Osterno ressalta<br />
a expansão da área florestal do estado,<br />
reduzindo a exploração indiscriminada<br />
de florestas nativas tropicais. Para isso<br />
serão avaliadas espécies de ocorrência<br />
no Nordeste e na Amazônia, bem como<br />
um conjunto de outras exóticas. Aquelas<br />
de ocorrência no Nordeste serão testadas<br />
nas condições de sequeiro e de irrigação,<br />
enquanto as espécies nativas da<br />
Amazônia e as exóticas serão plantadas<br />
e avaliadas sob regime de irrigação, de<br />
acordo com o projeto. Para ele, o projeto<br />
deverá acabar definitivamente com<br />
outro fator desfavorável em relação à<br />
compra de madeira da região amazônica<br />
– os recursos florestais decrescentes<br />
Segundo a publicação do Sebrae,<br />
o crescimento do parque fabril foi<br />
tão expressivo que Marco se configurou<br />
como a única localidade da<br />
região à época a ofertar vagas de<br />
trabalho na iniciativa privada. “Algumas<br />
empresas de móveis passaram<br />
a oferecer ônibus para o transporte<br />
de trabalhadores de outras<br />
cidades, principalmente de Bela<br />
Cruz (distante oito quilômetros)”,<br />
relata a consultora do Sebrae Marta<br />
Campelo, que elaborou um estudo<br />
sobre o APL moveleiro de Marco.<br />
em volume e qualidade e com preço<br />
crescente. “Essa iniciativa pode<br />
auxiliar na preservação dos recursos<br />
florestais, além de contribuir com o<br />
desempenho econômico das indústrias<br />
da região pela oferta de madeira<br />
em volume e preço atraentes”, diz o<br />
presidente do Sindmoveis.<br />
No momento, o projeto se encontra<br />
em fase de pesquisas. Os técnicos<br />
envolvidos trabalham na seleção de<br />
espécies arbóreas não tradicionais,<br />
devendo o processo durar três anos, uma<br />
vez que estão sendo testados aspectos<br />
como variabilidade genética adequada,<br />
perspectivas de maior produtividade<br />
e <strong>melhor</strong> qualidade da matéria-prima.<br />
De acordo com os estudos, do ponto<br />
de vista ambiental, a indicação de<br />
espécies alternativas e o estabelecimento<br />
de plantios comerciais das espécies<br />
possibilitarão diminuir a pressão de<br />
consumo das florestas naturais.<br />
O projeto deverá aproveitar 8.300 hectares de terra do Projeto de Irrigação do Baixo Acaraú<br />
Planseq entregue<br />
ao MTE<br />
OSindmoveis e o Sindicato dos<br />
Oficiais Marceneiros e Trabalhadores<br />
nas Indústrias de Serrarias e de<br />
Móveis de Madeira de Fortaleza entregaram<br />
em janeiro ao secretário executivo do<br />
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),<br />
André Figueiredo, a proposta de criação<br />
de um Plano Setorial de Qualificação<br />
(Planseq). A intenção inicial é treinar<br />
1.240 trabalhadores, tendo em vista não<br />
haver instituições formadoras atuando<br />
na preparação de profissionais para o<br />
segmento mobiliário. Como suporte à<br />
solicitação, o Sindmoveis se baseou em<br />
diagnóstico realizado pelo SENAI sobre<br />
o APL do setor, indicando que no Ceará<br />
cerca de 30% dos funcionários for<strong>mais</strong> têm<br />
ensino fundamental incompleto e 28% têm<br />
ensino médio completo.<br />
Nesse aspecto, indica o diagnóstico<br />
apresentado ao MTE, “a maioria das<br />
empresas não realiza programas de<br />
capacitação e as que realizam fazem isso de<br />
forma pouco expressiva”. Outra característica<br />
da formação dessa mão de obra é que<br />
os funcionários das empresas do setor de<br />
móveis possuem treinamentos efetuado no<br />
dia a dia, no chamado “chão de fábrica”,<br />
ou seja, a transferência do conhecimento<br />
é realizada de “forma tácita”. As empresas<br />
acabam se utilizando de seus funcionários<br />
<strong>mais</strong> experientes para treinar os <strong>mais</strong> novos,<br />
sendo esse o principal método utilizado para<br />
o repasse das informações e treinamentos<br />
nas empresas relacionadas.<br />
De acordo ainda com o diagnóstico, a<br />
grande maioria das empresas não realiza<br />
programas de capacitação e as que<br />
realizam o fazem de forma inexpressiva,<br />
destinando pouco espaço para o<br />
ensino. Outras até tiveram parcerias<br />
com instituições, como o SENAI, para<br />
realização de cursos de aprendizagem e<br />
qualificação, mas a maior parte preferiu<br />
cursos de carga horária reduzida, como os<br />
de qualificação. O diagnóstico detectou<br />
também que a maioria das empresas<br />
relata dificuldades relacionadas aos seus<br />
funcionários, sendo que assimilação e<br />
resistência a mudanças são as principais,<br />
uma vez que eles sentem dificuldade em<br />
entender novos ensinamentos.<br />
Com o Planseq, a intenção é atender<br />
trabalhadores de todo o estado, <strong>mais</strong><br />
especificamente nos municípios em que<br />
há indústrias de móveis instaladas e<br />
demandem mão de obra qualificada, tendo<br />
sido apontados os de Fortaleza, Caucaia,<br />
Iguatu, Jaguaribe, Juazeiro do Norte,<br />
Maracanaú, Marco e Sobral. Segundo<br />
dados do Sindmóveis, o Ceará tem hoje<br />
3.490 funcionários no setor.<br />
Ousadia e<br />
oportunidade<br />
Ahistória do polo moveleiro de<br />
Marco pode ser resumida em duas<br />
palavras: ousadia e oportunidade.<br />
Morador da cidade e proprietário de uma<br />
fábrica e de uma loja em Fortaleza com<br />
o irmão Jacaúna Aguiar, o empresário<br />
e deputado estadual (PSDB) Rogério<br />
Aguiar precisava de fornecedores para<br />
dar continuidade aos negócios. Resolveu<br />
então incentivar o surgimento de<br />
pequenos negócios do ramo no município,<br />
garantindo inclusive a compra de toda a<br />
produção. Com o apoio do então prefeito,<br />
Geraldo Bastos Osterno Júnior, foram<br />
surgindo unidades fabris de diversos<br />
tipos de móveis. Na mesma época, foi<br />
desenvolvido o Programa de Compras<br />
Governamentais do município, que<br />
consistia na aquisição de carteiras para<br />
as escolas estaduais.<br />
Como prefeito, Geraldo Osterno<br />
apostou no incentivo aos pequenos<br />
fabricantes por meio da liberação de<br />
verba para a compra de matéria-prima a<br />
fim de que pudessem fabricar as carteiras.<br />
Com a concorrência acirrada e tendo<br />
que enfrentar empresas tradicionais<br />
de base tecnológica <strong>mais</strong> avançada,<br />
Rogério Aguiar resolve transferir a fábrica<br />
de Fortaleza para Marco, mudando a<br />
feição do então emergente polo. O que<br />
poderia ser um baque para os fabricantes<br />
– o principal cliente não <strong>mais</strong> existia<br />
– acabou se transformando em uma nova<br />
oportunidade. Segundo o presidente da<br />
Fabricantes Associados de Marco (Fama),<br />
Leonardo Aguiar, no início a situação ficou<br />
difícil. “Mas sempre acreditamos na nossa<br />
força e na união”, resume.<br />
A partir dessa visão, os empresários<br />
foram em busca de outros mercados e<br />
acabaram por apostar em uma estratégia<br />
para enfrentar a concorrência – a<br />
qualidade. “Topamos o desafio de fazer um<br />
produto que fosse referência em termos de<br />
qualidade”, diz Leonardo. Outro diferencial<br />
Topamos o<br />
desafio de<br />
fazer um produto<br />
que fosse referência<br />
em termos de<br />
qualidade.<br />
Leonardo Aguiar, presidente da<br />
Fabricantes Associados de Marco<br />
é que, com a perda do principal comprador,<br />
era preciso ir atrás de novos mercados.<br />
Nesse aspecto, mesmo deixando de ser<br />
o maior comprador, Rogério Aguiar, ao<br />
expandir seus negócios pelo Norte, Nordeste<br />
e outras regiões do país, acabou difundindo<br />
a produção do polo de Marco. A união<br />
entre os moveleiros da região funcionou<br />
também como uma espécie de pacto.<br />
Hoje, por exemplo, a fábrica Ruah, de<br />
Rogério Aguiar, só produz no Brasil para a<br />
Jacaúna Decorações, de sua propriedade.<br />
Já as de<strong>mais</strong> se especializaram em tipos<br />
específicos de produtos.<br />
Leonardo Aguiar, todavia, considera<br />
que o associativismo foi fundamental<br />
para a consolidação e a sobrevivência dos<br />
pequenos empresários. Enquanto grandes<br />
empresas, como a Ruah, Osterno Móveis<br />
e a Madressilva, bancavam com recursos<br />
próprios consultorias, entre outros<br />
tipos de aperfeiçoamento, as menores<br />
encontraram no Sebrae a possibilidade<br />
de se ajustarem às necessidades do<br />
avanço tecnológico. Com as ações<br />
do associativismo, o resultado foi o<br />
crescimento do polo e a maior visibilidade<br />
dos móveis do município de Marco, hoje<br />
uma referência no país.<br />
2 | RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
Março de 2010 2<br />
| RevistadaFIEC |
Maior fábrica do NE<br />
Em 1970, deputado estadual<br />
Rogério Aguiar deixa a cidade<br />
de Marco em busca de <strong>melhor</strong>es<br />
dias em Fortaleza. Trabalhou na capital<br />
cearense como frentista e office-boy.<br />
Em 1975, inaugura uma pequena<br />
marcenaria. No começo, a produção era<br />
toda encomendada. Com o tempo, em<br />
sociedade com o irmão Jacaúna, abre<br />
uma fábrica e uma loja de decoração. No<br />
ano de 1992, passou a fazer negócios<br />
com a primeira fábrica de Marco, a<br />
Madressilva, que produzia móveis<br />
semifaturados, com o acabamento sendo<br />
feito por sua empresa em Fortaleza.<br />
O crescimento da demanda fez<br />
com que Rogério passasse a incentivar<br />
os conterrâneos de Marco a também<br />
apostarem no ramo, garantindo até certo<br />
tempo a compra da produção. A demanda<br />
ocorreu por conta da conquista de outros<br />
mercados pela Jacaúna, com a instalação<br />
de lojas nas regiões Norte, Nordeste e<br />
em outras partes do país. Atualmente a<br />
Jacaúna está em 14 estados brasileiros.<br />
São 20 lojas e filiais em todas as capitais<br />
do Nordeste, Belém, Manaus, Brasília,<br />
Goiânia e Curitiba. Para atender a sua<br />
atual necessidade de vendas, a Jacaúna<br />
conta com a fábrica Ruah Indústria e<br />
Comércio de Móveis, instalada na entrada<br />
da cidade de Marco. No ano passado,<br />
Mercado externo<br />
Ao lado de Rogério Aguiar, o<br />
presidente do Sindmoveis,<br />
Geraldo Osterno, foi um dos<br />
principais incentivadores da instalação<br />
do polo moveleiro de Marco. Dono<br />
da Osterno Indústria de Móveis, foi<br />
ele também o primeiro empresário<br />
cearense a enfrentar o desafio do<br />
mercado externo: exportou para a<br />
Itália, considerada o berço do design<br />
de móveis no mundo. As vendas para o<br />
mercado externo começaram em 1998,<br />
tendo passado pela carteira de clientes<br />
da Osterno Móveis compradores de<br />
Cuba, México, Portugal, Porto Rico,<br />
República Dominicana e Estados<br />
Unidos. Com a exportação, a Osterno<br />
acabou por dar <strong>mais</strong> visibilidade aos<br />
móveis fabricados no polo.<br />
30<br />
| RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
a Ruah também começou a exportar,<br />
iniciando por Portugal.<br />
A empresa é a maior fábrica<br />
de móveis do Nordeste, contando<br />
atualmente com 700 funcionários e frota<br />
de 12 caminhões que periodicamente<br />
repõem seu próprio estoque pelos 14<br />
estados. Além de ser a maior fábrica,<br />
os móveis produzidos pela Ruah e<br />
vendidos na Jacaúna são considerados<br />
de alto padrão, destinados a público<br />
Para Geraldo Osterno, porém, o<br />
sucesso se deve ao fato de as empresas<br />
não competirem entre si, ocupando<br />
nichos diferentes. Isso, na sua visão,<br />
permite que não haja disputa por preços<br />
e todos podem se ajudar. Mesmo assim,<br />
ele considera que as empresas ainda<br />
carecem de um <strong>melhor</strong> planejamento<br />
financeiro e de gestão e poderiam estar<br />
investindo <strong>mais</strong> em design.<br />
Citando o próprio exemplo, Geraldo<br />
Osterno diz que, no início das atividades,<br />
chegou a contratar um design italiano<br />
e, posteriormente, profissionais<br />
especializados nas áreas de finanças<br />
e produção. Ele entende ainda que é<br />
preciso estar sempre atento às novidades<br />
em feiras, revistas especializadas e<br />
eventos do setor. Como primeiro do<br />
com perfil de classe média alta. “No<br />
Norte e no Nordeste, os <strong>melhor</strong>es móveis<br />
são os nossos”, diz o industrial. Misto<br />
de empresário e político, ele diz que<br />
se orgulha de ter contribuído para a<br />
criação do polo moveleiro e também<br />
acha que o segmento está prestes a<br />
dar um novo salto. “Nós, empresários<br />
de Marco, fizemos praticamente tudo<br />
sozinhos. Agora é que estão chegando os<br />
incentivos”, finaliza Rogério Aguiar.<br />
Os móveis produzidos pela Ruah são comercializados no Brasil pela Jacaúna Decorações<br />
segmento a exportar no Ceará,<br />
o empresário aprendeu que é<br />
primordial aprender com o dia a dia.<br />
Atualmente, com o dólar baixo, não<br />
é compensadora a venda externa.<br />
“O mercado interno é a bola da vez”,<br />
ressalta. O nome conquistado no<br />
mercado externo, porém, tem suas<br />
vantagens. No início deste ano, a<br />
Osterno Móveis fechou um contrato<br />
com uma rede de hotéis para mobiliar<br />
os quase 500 leitos em uma praia<br />
do litoral cearense. Também estão<br />
engatilhados contratos com outros<br />
empreendimentos do ramo no litoral<br />
do Rio de Janeiro e da Bahia. No<br />
caso do Ceará, a receita praticamente<br />
garantiu o faturamento de quase a<br />
metade do ano.<br />
Gerente técnico<br />
Município com poucas opções de<br />
trabalho, Marco oferece, por meio<br />
do polo moveleiro, a chance de os<br />
moradores desenvolverem uma profissão<br />
e se especializarem cada vez <strong>mais</strong>. É o<br />
caso de Francisco Jordene Silveira, 33.<br />
Desde 1997 na Osterno Móveis, antes ele<br />
era trabalhador terceirizado da prefeitura,<br />
onde atuava como agente da antiga<br />
Superintendência de Campanhas de Saúde<br />
Pública (Sucam) e à noite dava aulas em<br />
unidades escolares da Campanha Nacional<br />
de Escolas da Comunidade (Cenec).<br />
Ao deixar a prefeitura, acabou<br />
encontrando emprego na Osterno Móveis,<br />
praticamente no início da empresa, atuando<br />
como cortador de vidro (vidraceiro). Com o<br />
tempo, e interessado em aprender, passou<br />
por várias funções na empresa. “Trabalhei<br />
na expedição, embalagem e montagem<br />
de móveis”, lembra Jordene. Ao ter início<br />
o processo de exportação, foi deslocado<br />
para o setor de acabamento, e, depois,<br />
para a unidade de planejamento, controle<br />
e produção. Na sequência, aprendeu a<br />
mexer com o autocad (sistema que permite<br />
o desenho arquitetônico de peças). A<br />
ascensão profissional sempre foi perseguida<br />
por esse jovem trabalhador, hoje casado e<br />
com dois filhos.<br />
Se não tivesse<br />
esse polo, só<br />
haveria duas opções para<br />
mim em Marco: continuar<br />
dando aula ou ter ido<br />
embora.<br />
Francisco Jordene Silveira, gerente do<br />
departamento técnico da Osterno Móveis<br />
A recompensa não tardou: atualmente<br />
Jordene é o gerente do departamento<br />
técnico da empresa. Dentre suas<br />
responsabilidades está a de desenvolver<br />
produtos. “Todos os novos produtos passam<br />
pelo meu setor”, afirma com orgulho. Para<br />
quem acha que a trajetória dele na fábrica<br />
se deu por intermédio de cursos, ele destaca<br />
que fez, sim, alguns aperfeiçoamentos no<br />
SENAI, Sebrae e Instituto Centro de Ensino<br />
Tecnológico (Centec). Mas “a maior parte<br />
de meu conhecimento foi adquirida no<br />
Marco:<br />
Localização - distante 234 quilômetros de Fortaleza.<br />
População – 23.000 habitantes.<br />
Economia - Baseada na agricultura, na renda de aposentadorias e no polo moveleiro.<br />
Polo moveleiro:<br />
chão de fábrica mesmo”, afirma. Nesse<br />
sentido, Jordene destaca a atitude da<br />
direção da empresa de sempre incentivar<br />
os profissionais que querem aprender. Até<br />
porque, como ele, não faltam histórias de<br />
jovens que poderiam ter deixado a cidade<br />
por falta de emprego. Hoje até podem fazêlo,<br />
mas com a garantia de uma profissão<br />
para muitos. “Se não tivesse esse polo, só<br />
haveria duas opções para mim em Marco:<br />
continuar dando aula ou ter ido embora”,<br />
arremata Francisco Jordene.<br />
29 fábricas.<br />
1.700 empregos diretos.<br />
4.900 indiretos.<br />
R$ 1.173.000 é a folha de pagamento mensal do setor.<br />
Matéria-prima adquirida do Norte do país, Bahia e Paraná.<br />
Os móveis produzidos hoje abastecem lojas de todas as capitais do Nordeste e de<br />
alguns estados do Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul<br />
Duas empresas exportam para países da Europa, América Central e do Norte.
Sindicato<br />
Marcus Venicius assume<br />
Sindconfecções<br />
Uma das metas do empresário é resgatar a imagem do Ceará como<br />
polo produtor de confecção e moda<br />
“Estamos vivenciando um crescimento do setor de forma contínua e sustentável”<br />
Oindustrial Marcus Venicius<br />
Rocha Silva foi empossado<br />
em 10 de março como<br />
presidente do Sindicato<br />
das Indústrias de Confecção<br />
de Roupas e Chapéus de Senhoras<br />
do Estado do Ceará (Sindconfecções)<br />
para o quadriênio 2009/2013. O novo<br />
presidente, de 47 anos, substitui José<br />
Moreira Sobrinho. A solenidade foi<br />
realizada na sede da FIEC, entidade à<br />
qual o sindicato é filiado.<br />
Segundo o presidente da FIEC,<br />
Roberto Proença de Macêdo, Marcus<br />
Venicius terá o grande desafio de tornar<br />
o sindicato forte e representativo,<br />
atraindo as empresas do setor para<br />
aumentar sua base de representação,<br />
atualmente de 1%. “Conforme o cadastro<br />
do Siga (Sistema Integrado de<br />
Gestão da Arrecadação), o setor de<br />
confecção tem 2.668 empresas, sendo<br />
que a entidade possui 27 associados<br />
adimplentes”, observa. Ele acrescenta<br />
que os números são uma pequena re-<br />
presentação da responsabilidade que<br />
terá a nova diretoria. “Existe ainda<br />
muita informalidade no setor. Precisamos<br />
da ajuda do governo, mas se<br />
estivermos unidos, fortes, seremos<br />
imbatíveis”, ressalta. Venicius estima<br />
que existam hoje no estado aproximadamente<br />
5.000 confecções, entre for<strong>mais</strong><br />
e infor<strong>mais</strong>, que geram em torno<br />
de 108.000 empregos, considerando<br />
diretos e indiretos.<br />
Para o novo presidente do Sindcofecções,<br />
o governo está ajudando a<br />
trazer os pequenos para a formalidade<br />
com o MEI (Micro Empreendedor<br />
Individual). “Também estamos conscientizando<br />
as empresas sobre a importância<br />
da legalização para alcançar<br />
benefícios do governo, obter financiamentos<br />
e ter acesso a treinamentos.<br />
Mas ainda temos muito a fazer”, reconhece.<br />
Marcus Venicius pretende<br />
resgatar a imagem do Ceará como<br />
polo produtor de confecção e moda.<br />
Outras metas da nova diretoria são<br />
capacitar a mão de obra em todos os<br />
níveis do processo produtivo, aumentar<br />
a base de associados do sindicato,<br />
dar suporte aos confeccionistas em<br />
suas maiores necessidades e viabilizar<br />
a participação dos empresários em feiras<br />
e eventos do setor.<br />
Marcus Venicius diz que o setor de<br />
confecção no Ceará tem uma representatividade<br />
muito grande quanto à<br />
geração de emprego e renda. “Estamos<br />
vivenciando um crescimento do setor<br />
de forma contínua e sustentável”, indica.<br />
Sobre os desafios enfrentados<br />
pelos confeccionistas, aponta como<br />
obstáculos a serem superados áreas<br />
como inovação, exportação e capacitação.<br />
“Temos de inovar para que o setor<br />
seja autossustentável. No comércio<br />
exterior, precisamos participar <strong>mais</strong><br />
do mercado mundial com produtos de<br />
maior valor agregado. Já a qualificação<br />
deve focar não apenas a mão de<br />
obra, mas também os gestores das empresas”,<br />
finaliza Marcus Venicius.<br />
Março de 2010 | RevistadaFIEC |<br />
33
Energia elétrica<br />
Projeção em computação gráfica da Avenida Washington Soares, uma das <strong>mais</strong> movimentadas de Fortaleza, com a utilização do poste híbrido<br />
Cem por cento limpeza<br />
Não tem <strong>mais</strong> volta. As tecnologias<br />
limpas – aquelas<br />
que não queimam combustível<br />
fóssil – serão o<br />
futuro do planeta quando<br />
o assunto for geração de energia<br />
elétrica. E, nessa onda, a produção<br />
eólica e solar sai na frente, representando<br />
importantes fatias na matriz<br />
energética de vários países europeus,<br />
como Espanha, Alemanha e<br />
Portugal, além dos Estados Unidos.<br />
Também está na dianteira quem<br />
conseguiu vislumbrar essa realida-<br />
POR GEVAN OLIVEIRA<br />
Empresário cearense desenvolve o primeiro poste de iluminação pública<br />
100% alimentado por energia eólica e solar<br />
de, quando havia apenas teorias, e<br />
preparou-se para produzir energia<br />
sem agredir o meio ambiente. No<br />
Ceará, um dos locais no mundo com<br />
maior potencial energético (limpo),<br />
um ‘cabeça chata’ pretende mostrar<br />
que o estado, além de abençoado<br />
pela natureza, é capaz de desenvolver<br />
tecnologia de ponta.<br />
O professor Pardal cearense é o<br />
engenheiro mecânico Fernandes Ximenes,<br />
proprietário da Gram-Eollic,<br />
empresa que lançou no mercado o<br />
primeiro poste de iluminação públi-<br />
ca 100% alimentado por energias<br />
eólica e solar. Com modelos de 12 e<br />
18 metros de altura (feitos em aço),<br />
o que <strong>mais</strong> chama a atenção no invento,<br />
tecnicamente denominado<br />
de Produtor Independente de Energia<br />
(PIE), é a presença de um avião<br />
no topo do poste.<br />
Feito em fibra de carbono e alumínio<br />
especial – mesmo material<br />
usado em aeronaves comerciais –, a<br />
peça tem três metros de comprimento<br />
e, na realidade, é a peça-chave do<br />
poste híbrido. Ximenes diz que o for-<br />
mato de avião não foi escolhido por<br />
acaso. A escolha se deve à sua aerodinâmica,<br />
que facilita a captura de<br />
raios solares e de vento. “Além disso,<br />
em forma de avião, o poste fica <strong>mais</strong><br />
seguro. São duas fontes de energia<br />
alimentando-se ao mesmo tempo,<br />
podendo ser instalado em qualquer<br />
região e localidade do Brasil e do<br />
mundo”, esclarece.<br />
Tecnicamente, as asas do avião<br />
abrigam células solares que captam<br />
raios ultravioletas e infravermelhos<br />
por meio do silício (elemento químico<br />
que é o principal componente<br />
do vidro, cimento, cerâmica, da<br />
maioria dos componentes semicondutores<br />
e dos silicones), transformando-os<br />
em energia elétrica (até<br />
400 watts), que é armazenada em<br />
uma bateria afixada alguns metros<br />
abaixo. Cumprindo a mesma tarefa<br />
de gerar energia, estão as hélices do<br />
À prova de apagão<br />
Por meio dessas duas fontes,<br />
funcionando paralelamente, o poste<br />
tem autonomia de até sete dias,<br />
ou seja, é à prova de apagão. Ximenes<br />
brinca dizendo que sua tecnologia é <strong>mais</strong><br />
resistente que o homem: “As baterias do<br />
poste híbrido têm autonomia para 70<br />
horas, ou seja, se faltarem vento e sol<br />
70 horas, ou sete noites seguidas, as<br />
lâmpadas continuarão ligadas, enquanto<br />
a humanidade seria extinta porque não se<br />
consegue viver sete dias sem a luz solar”.<br />
O inventor explica que a ideia nasceu<br />
em 2001, durante o apagão. Naquela<br />
época, suas pesquisas mostraram<br />
que era possível oferecer alternativas<br />
ao caos energético. Ele conta que a<br />
caminhada foi difícil, em função da falta<br />
de incentivo – o trabalho foi desenvolvido<br />
com recursos próprios. Além disso, teve<br />
que superar o pessimismo de quem não<br />
acreditava que fosse possível desenvolver<br />
o invento. “Algumas pessoas acham que<br />
só copiamos e adaptamos descobertas<br />
de outros. Nossa tecnologia, no entanto,<br />
prova que esse pensamento está errado.<br />
Somos, sim, capazes de planejar,<br />
executar e levar ao mercado um produto<br />
feito 100% no Ceará. Precisamos, na<br />
verdade, é de pessoas que acreditem em<br />
nosso potencial”, diz.<br />
avião. Assim como as naceles (pás)<br />
dos grandes cata-ventos espalhados<br />
pelo litoral cearense, a energia (até<br />
1.000 watts) é gerada a partir do<br />
giro dessas pás.<br />
Cada poste é capaz de abastecer<br />
outros três ao mesmo o tempo. Ou<br />
seja, um poste com um “avião” – na<br />
verdade um gerador – é capaz de<br />
produzir energia para outros dois<br />
sem gerador e com seis lâmpadas<br />
LEDs (<strong>mais</strong> eficientes e <strong>mais</strong> ecológicas,<br />
uma vez que não utilizam<br />
mercúrio, como as fluorescentes<br />
compactas) de 50.000 horas de vida<br />
útil dia e noite (cerca de 50 vezes<br />
<strong>mais</strong> que as lâmpadas em operação<br />
atualmente; quanto à luminosidade,<br />
as LEDs são oito vezes <strong>mais</strong> potentes<br />
que as convencionais). A captação<br />
(da luz e do vento) pelo avião é feita<br />
em um eixo com giro de 360 graus,<br />
de acordo com a direção do vento.<br />
Mas esse não parece ser um<br />
problema para o inventor. Ele até<br />
arranjou um padrinho forte, que apostou<br />
na ideia: o governo do estado. O projeto,<br />
gestado durante sete anos, pode ser<br />
visto no Palácio Iracema, onde passa<br />
por testes. De acordo com Ximenes,<br />
nos próximos meses deve haver um<br />
entendimento entre as partes. Sua<br />
intenção é colocar a descoberta em<br />
praças, avenidas e rodovias.<br />
O empresário garante que só há<br />
benefícios econômicos para o (possível)<br />
investidor. Mesmo não divulgando<br />
o valor necessário à instalação do<br />
equipamento, Ximenes afirma que a<br />
economia é de cerca de R$ 21.000<br />
asas abrigam células solares que captam raios ultravioletas<br />
e infravermelhos, transformando-os em energia elétrica<br />
Bateria armazena<br />
energia elétrica<br />
energia eólica<br />
é gerada pelas<br />
hélices do avião<br />
As baterias do<br />
poste híbrido têm<br />
autonomia para 70 horas, ou<br />
seja, se faltarem vento e sol<br />
70 horas, ou sete noites<br />
seguidas, as lâmpadas<br />
continuarão ligadas.<br />
Fernandes Ximenes, proprietário da Gram-Eollic<br />
por quilômetro/mês, considerando-se<br />
a fatura cheia da energia elétrica. Além<br />
disso, o custo de instalação de cada<br />
poste é cerca de 10% menor que o<br />
convencional, isso porque economiza<br />
transmissão, subestação e cabeamento.<br />
A alternativa teria, também, um forte<br />
impacto no consumo da iluminação<br />
pública, que atualmente representa 7% da<br />
energia no estado. “Com os novos postes,<br />
esse consumo passaria para próximo<br />
de 3%”, garante, ressaltando que, além<br />
das vantagens econômicas, existe ainda<br />
o apelo ambiental. “Uma vez que não<br />
haverá contaminação do solo, nem refugo<br />
de materiais radioativos, não há impacto<br />
ambiental”, finaliza Fernandes Ximenes.<br />
3 | RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
Março de 2010 3<br />
| RevistadaFIEC |
3<br />
Vento e sol<br />
Com a inauguração, em agosto do<br />
ano passado, do parque eólico<br />
Praias de Parajuru, em Beberibe, o<br />
Ceará passou a ser o estado brasileiro com<br />
maior capacidade instalada em geração de<br />
energia elétrica por meio dos ventos, com<br />
<strong>mais</strong> de 150 megawatts (MW). Instalada<br />
em uma área de 325 hectares, localizada<br />
a pouco <strong>mais</strong> de cem quilômetros<br />
de Fortaleza, a nova usina passou a<br />
funcionar com 19 aerogeradores, capazes<br />
de gerar 28,8 MW. O empreendimento<br />
é resultado de uma parceria entre a<br />
Companhia Energética de Minas Gerais<br />
(Cemig) e a empresa Impsa, fabricante<br />
de aerogeradores. Além dessa, a parceria<br />
prevê a construção de dois outros parques<br />
eólicos – Praia do Morgado, com uma<br />
capacidade também de 28,8 MW, e Volta<br />
do Rio, com 28 aerogeradores produzindo,<br />
em conjunto, 42 MW de eletricidade. Os<br />
dois parques serão instalados no município<br />
de Acaraú, a 240 quilômetros de Fortaleza.<br />
Se no litoral cearense não falta vento,<br />
no interior o que tem muito são raios<br />
solares. O calor, que racha a terra e enche<br />
de apreensão o agricultor em tempos de<br />
estiagem, traz como consolo a possibilidade<br />
de criação de emprego e renda a partir da<br />
geração de energia elétrica. Na região dos<br />
Inhamuns, por exemplo, onde há a maior<br />
radiação solar de todo o país, o potencial<br />
é que sejam produzidos, durante o dia,<br />
até 16 megajoules (MJ – unidade de<br />
medida da energia obtida pelo calor) por<br />
metro quadrado.<br />
Essa característica levou investidores<br />
a escolher a região, especificamente o<br />
Painéis de energia solar<br />
| RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
Parque eólico Praias de Parajuru<br />
município de Tauá, para abrigar a primeira<br />
usina solar brasileira. O projeto está pronto<br />
e a previsão é que as obras comecem<br />
no final deste mês. O empreendimento<br />
contará com aporte do Fundo de<br />
Investimento em Energia Solar (FIES),<br />
iniciativa que dá benefícios fiscais para<br />
viabilizar a produção e comercialização<br />
desse tipo de energia, cujo custo ainda é<br />
elevado em relação a outras fontes, como<br />
hidrelétricas, térmicas e eólicas.<br />
A usina de Tauá será construída pela<br />
MPX – empresa do grupo EBX, de Eike<br />
Batista – e inicialmente foi anunciada<br />
com uma capacidade de produção de<br />
50 MW, o que demandaria investimentos<br />
superiores a US$ 400 milhões. Dessa<br />
forma, seria a segunda maior do mundo,<br />
perdendo apenas para um projeto em<br />
Portugal. No entanto, os novos planos da<br />
empresa apontam para uma produção<br />
inicial de apenas 1 MW, para em seguida<br />
ser ampliada, até alcançar os 5 MW já<br />
autorizados pela Agência Nacional de Energia<br />
Elétrica (Aneel). Os equipamentos foram<br />
fornecidos pela empresa chinesa Yingli.<br />
Segundo o presidente da Agência de<br />
Desenvolvimento do Estado do Ceará<br />
(Adece), Antônio Balhmann, essa ampliação<br />
dependerá da capacidade de financiamento<br />
do FIES. Aprovado em 2009 e pioneiro<br />
no Brasil, o fundo pagaria ao investidor a<br />
diferença entre a tarifa de referência normal<br />
e a da solar, ainda <strong>mais</strong> cara. “A energia<br />
solar hoje é inviável financeiramente, e só<br />
se torna possível agora por meio desse<br />
instrumento”, esclarece. Ao todo, estimase<br />
que o Ceará tem potencial de geração<br />
fotovoltaica de até 60.000 MW.<br />
Também aproveitando o potencial do<br />
estado para a energia solar, uma empresa<br />
espanhola realiza estudos para definir a<br />
instalação de duas térmicas movidas a<br />
esse tipo de energia. Caso se confirme o<br />
interesse espanhol, as terras cearenses<br />
abrigariam as primeiras termossolares<br />
do Brasil. A dimensão e a capacidade<br />
de geração do investimento ainda não<br />
estão definidas, mas se acredita que<br />
as unidades poderão começar com<br />
capacidade entre 2 MW a 5 MW.<br />
Bola da vez<br />
De fato, em todas as partes do<br />
mundo, há esforços cada vez<br />
maiores e <strong>mais</strong> rápidos para<br />
transformar as energias limpas na<br />
bola da vez. E, nesse sentido, números<br />
positivos não faltam para alimentar tal<br />
expectativa. Organismos internacionais<br />
apontam que o mundo precisará de 37<br />
milhões de profissionais para atuar no<br />
setor de energia renovável até 2030, e<br />
boa parte deles deverá estar presente<br />
no Brasil. Isso se o país souber<br />
aproveitar seu gigantesco potencial,<br />
especialmente para gerar energias<br />
eólica e solar. Segundo o Estudo<br />
Prospectivo para Energia Fotovoltaica,<br />
desenvolvido pelo Centro de Gestão<br />
e Estudos Estratégicos (CGEE), o<br />
dever de casa no país passa, em<br />
termos de energia solar, por exemplo,<br />
pela modernização de laboratórios,<br />
integração de centros de referência<br />
e investimento em desenvolvimento<br />
de tecnologia para obter energia<br />
fotovoltaica a baixo custo. Também<br />
precisará estabelecer um programa de<br />
distribuição de energia com sistemas<br />
que conectem casas, empresas,<br />
indústria e prédios públicos.<br />
“Um dos objetivos do estudo,<br />
em fase de conclusão, é identificar<br />
as oportunidades e desafios para a<br />
participação brasileira no mercado<br />
doméstico e internacional de energia<br />
solar fotovoltaica”, diz o assessor<br />
técnico do CGEE, Elyas Ferreira de<br />
Medeiros. Por intermédio desse<br />
trabalho, será possível construir e<br />
recomendar ações estratégicas aos<br />
órgãos de governo, universidades e<br />
empresas, sempre articuladas com a<br />
sociedade, para inserir o país nesse<br />
segmento. Ele explica que as vantagens<br />
da energia solar são muitas e os<br />
números astronômicos. Elyas cita um<br />
exemplo: em um ano, a Terra recebe<br />
pelos raios solares o equivalente a<br />
10.000 vezes o consumo mundial de<br />
energia no mesmo período.<br />
O CGEE destaca, em seu trabalho, a<br />
necessidade de que sejam instituídas<br />
políticas de desenvolvimento<br />
tecnológico, com investimentos em<br />
pesquisa sobre o silício e sistemas<br />
fotovoltaicos. Há a necessidade de<br />
fomentar o desenvolvimento de uma<br />
indústria nacional de equipamentos de<br />
sistemas produtivos com alta integração,<br />
além de incentivar a implantação de<br />
um programa de desenvolvimento<br />
industrial e a necessidade de formação<br />
de profissionais para instalar, operar e<br />
manter os sistemas fotovoltaicos.
Quanto à energia dos ventos,<br />
a Previsão do Tempo e Estudos<br />
Climáticos (CPTEC), do Instituto<br />
Nacional de Pesquisas Espaciais<br />
(Inpe), aponta que no Brasil são <strong>mais</strong><br />
de 71.000 quilômetros quadrados,<br />
em sua grande maioria na costa dos<br />
estados do Nordeste, que contam com<br />
ventos em velocidades superiores a<br />
sete metros por segundo, propiciando<br />
um potencial eólico da ordem de 272<br />
terrawatts-hora por ano (TWh/ano) de<br />
energia elétrica. Segundo o CPTEC, a<br />
cifra é muito expressiva, uma vez que o<br />
consumo nacional de energia elétrica é<br />
de 424 TWh/ano.<br />
Conforme Fernando Ramos Martins,<br />
da Agência Fapesp, os números do<br />
potencial eólico brasileiro foram<br />
estimados com os mesmos modelos de<br />
previsão de tempo e estudos climáticos.<br />
“Como os modelos são validados para<br />
locais específicos das diferentes regiões<br />
do país, esse potencial eólico pode<br />
estar subestimado”, diz. Para ele, com<br />
as informações disponíveis atualmente, e<br />
levando em conta todas as dificuldades<br />
inerentes aos altos custos da geração<br />
de energia eólica, é possível afirmar<br />
que apenas o potencial da energia dos<br />
ventos do Nordeste seria capaz de suprir<br />
quase dois terços de toda a demanda<br />
nacional por eletricidade.<br />
O problema é que, atualmente,<br />
o índice de aproveitamento eólico<br />
na matriz energética brasileira não<br />
chega a 1%. A capacidade instalada<br />
é muito pequena, comparada à dos<br />
países líderes em geração eólica.<br />
“Praticamente toda a energia renovável<br />
Fernando Ramos Martins, da Agência Fapesp<br />
no Brasil é proveniente da geração de<br />
hidreletricidade”, aponta Fernando.<br />
Parte dos dados do estudo também<br />
foi extraída do Atlas do Potencial Eólico<br />
Brasileiro, produzido pelo Centro de<br />
Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel),<br />
com o objetivo de fornecer informações<br />
para capacitar tomadores de decisão<br />
na identificação de áreas adequadas<br />
para aproveitamentos eólico-elétricos.<br />
“Os locais <strong>mais</strong> propícios no país para<br />
a exploração da energia eólica estão no<br />
Nordeste, principalmente na costa do<br />
Ceará e do Rio Grande do Norte, e na<br />
região Sul”, finaliza Fernando Martins.<br />
Os locais <strong>mais</strong> propícios no país para a<br />
exploração da energia eólica estão no<br />
Nordeste, principalmente na costa do Ceará e<br />
do Rio Grande do Norte, e na região Sul.<br />
Potencial eólico brasileiro estimado para vento médio anual igual ou superior a 7,0 m/s<br />
Fonte: atlas do potencial eólico brasileiro<br />
Economia<br />
Revitalizar a carnaúba<br />
Câmara setorial é criada para recuperar o prestígio e a força econômica<br />
da carnaúba, árvore que propiciou um das <strong>mais</strong> importantes atividades do<br />
estado do Ceará na década de 1960<br />
ODecreto-Lei nº 27.413,<br />
de 30 de março de<br />
2004, instituiu a carnaúba<br />
como árvore símbolo<br />
do Ceará. Com a determinação,<br />
passou a ser protegida<br />
por lei, fazendo parte, inclusive, do<br />
brasão do estado. O artigo 2º do decreto<br />
diz que a derrubada e o corte<br />
da carnaúba ficam condicionados à<br />
autorização dos órgãos e entidades<br />
estaduais competentes. A norma legal,<br />
porém, não impediu que essa<br />
xerófila sofra com o manejo e o cultivo<br />
inadequados e a consequente<br />
agressão ao meio ambiente. Árvore<br />
da qual tudo se aproveita, principal-<br />
mente o pó que escorrega de sua palha<br />
seca e produz uma cera de mil e<br />
uma utilidades industriais e domésticas,<br />
a carnaubeira – cientificamente<br />
denominada Copernícia cerífera<br />
– era um dos principais segmentos<br />
econômicos do Ceará na década de<br />
1960. Para tentar recuperar esse<br />
prestígio e o forte apelo econômico<br />
oriundo de sua produção, a Agência<br />
de Desenvolvimento do Estado do<br />
Ceará (Adece) instalou a Câmara<br />
Setorial da Carnaúba.<br />
No final do ano passado, foi lançada<br />
a cartilha A Carnaúba – Preservação<br />
e Sustentabilidade, tratando dos<br />
vários aspectos que envolvem a pal-<br />
mácea, desde o manejo adequado e<br />
o controle de pragas, até o corte e a<br />
secagem da palha para a extração do<br />
pó, incluindo o secador solar. O material,<br />
de forma didática, ensina ainda<br />
os produtores a se organizarem para<br />
procurar obter ganhos em relação à<br />
comercialização do produto. Segundo<br />
Edgar Gadelha Pereira Filho, presidente<br />
do Sindicato das Indústrias<br />
Refinadoras de Cera de Carnaúba do<br />
Estado do Ceará (Sindcarnauba), a<br />
ideia é discutir com a cadeia produtiva<br />
saídas para o quadro de dificuldades<br />
por que passa o segmento. “A cartilha<br />
ressalta aspectos do beneficiamento e<br />
da comercialização, que estão sujei-<br />
3 | RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
Março de 2010 3<br />
| RevistadaFIEC |
tos a normas e subordinados a organismos<br />
ambientais”, diz Edgar.<br />
O sindicato iniciou neste ano a divulgação<br />
da publicação nos principais<br />
polos de produção de carnaúba<br />
no Ceará. Um dos problemas abordados<br />
durante as conversas é a existência<br />
de uma praga chamada boca<br />
de leão, até há pouco tempo desconhecida<br />
no Ceará. A boca de leão é<br />
uma planta não nativa do Brasil. Na<br />
região Nordeste, tem comportamen-<br />
Desafios<br />
Acartilha sobre preservação e<br />
sustentatibilidade da cadeia<br />
produtiva da carnaúba no Ceará<br />
é uma espécie de resumo das ações<br />
empreendidas pela Câmara Setorial da<br />
Carnaúba a partir de 2007, quando foi<br />
assumida pela Adece. Segundo Edgar<br />
Gadelha, quatro pontos temáticos foram<br />
definidos à época para incrementar o<br />
setor: assistência técnica, meio ambiente,<br />
comercialização e banco de dados. Quanto<br />
ao primeiro, ele diz que as práticas de<br />
extração são ainda muito incipientes e<br />
evoluíram pouco nos últimos 150 anos.<br />
Para <strong>melhor</strong>ar tal quadro, a câmara<br />
setorial apoia órgãos do estado com o<br />
intuito de modernizar as técnicas utilizadas<br />
pelo produtor. “O plantio da carnaúba<br />
é simples e pode ser feito consorciado<br />
com feijão, milho e mandioca, ajudando<br />
o pequeno agricultor a obter <strong>mais</strong> ganhos<br />
de sua área plantada”, informa Edgar<br />
Gadelha. Quanto ao meio ambiente, a<br />
câmara procura conscientizar os produtores<br />
rurais sobre a necessidade de preservar os<br />
carnaubais, as matas situadas às margens<br />
dos rios e toda a vegetação da caatinga<br />
para não desperdiçar o potencial produtivo.<br />
to invasor, criando sérios prejuízos<br />
ao desenvolvimento da carnaúba e<br />
à produção da cera. “Antes não se tinha<br />
conhecimento do seu potencial<br />
devastador. Achava-se que era algo<br />
pequeno, mas a planta já causou<br />
grandes estragos aqui e em outras<br />
regiões do planeta”, alerta o presidente<br />
do Sindcarnauba.<br />
Edgar Gadelha afirma que a resistência<br />
ao novo é uma das questões que<br />
precisam ser enfrentadas pelo sindica-<br />
No item comercialização, Edgar<br />
Gadelha frisa que há dificuldades<br />
de crédito e comercialização desde<br />
o produtor rural até o industrial<br />
beneficiador. “Em 2009, a Companhia<br />
Nacional de Abastecimento (Conab)<br />
fez uma boa ação: o resgate do preço<br />
mínimo para o produtor, caso a indústria<br />
não tivesse condições de cobrir o valor<br />
da produção rural”, diz o presidente do<br />
Sindcarnauba. Ele explica que isso foi<br />
necessário para manter a rentabilidade<br />
do produtor rural porque algumas vezes<br />
to em relação aos produtores. “Não é<br />
fácil mudar hábitos arraigados há <strong>mais</strong><br />
de um século, com a exploração passando<br />
de geração para geração.” Mas<br />
ele considera que sem novas tecnologias<br />
o estado poderá perder um forte<br />
segmento econômico. Atualmente,<br />
destaca o líder classista, com a produção<br />
em escala e a internacionalização<br />
da comercialização, não se pode prescindir,<br />
por exemplo, de métodos corretos<br />
na secagem da palha.<br />
Aparelho solar utilizado na secagem das palhas A boca de leão tem comportamento invasor<br />
a indústria fica refém do mercado<br />
externo e não tem condições de pagar<br />
o que o agricultor quer. “Essa foi uma<br />
reivindicação nossa para garantir os<br />
ganhos do produtor rural”, destaca.<br />
Também é intenção da câmara<br />
setorial criar um banco de dados sobre<br />
a cultura da carnaúba para difundir cada<br />
vez <strong>mais</strong> a importância do segmento no<br />
Ceará. A ideia é que sejam disseminadas<br />
informações por meio de bibliografias,<br />
teses, estudos e reportagens mediante a<br />
criação de um portal da carnaúba.<br />
O plantio da<br />
carnaúba é simples e<br />
pode ser feito consorciado<br />
com feijão, milho e mandioca,<br />
ajudando o pequeno agricultor<br />
a obter <strong>mais</strong> ganhos de sua<br />
área plantada.<br />
Edgar Gadelha, presidente do Sindcarnauba<br />
Beneficiar não é fácil<br />
Aindustrialização da cera bruta de<br />
carnaúba passa por um processo de<br />
refino que inclui etapas de filtração,<br />
destilação, centrifugação, clarificação<br />
e escamação. No Ceará, existem nove<br />
empresas beneficiando o produto. Em<br />
2008 (últimos dados disponíveis), elas<br />
responderam pela produção de 2.610<br />
toneladas de cera e 5.390 toneladas de<br />
pó, gerando cerca de US$ 40,2 milhões<br />
em divisas para o Ceará. Apesar disso,<br />
o setor enfrenta dificuldades. Além da<br />
falta de tecnologia (quem a detém são as<br />
empresas importadoras), o segmento sofre<br />
com a concorrência predatória entre as<br />
refinadoras, o que, diante de um quadro<br />
Polos de produção de carnaúba no Ceará<br />
Litoral leste, Itapipoca, Fortaleza e região metropolitana, litoral Aracati, Jaguaribe, Sobral e Quixeramobim.<br />
w Litoral leste<br />
- Uma indústria<br />
- 12 municípios<br />
- Produção de cera: 453 toneladas<br />
- Produção de pó: 2.444 toneladas<br />
w Sobral<br />
- 22 municípios<br />
- Produção de cera: 474 toneladas<br />
- Produção de pó: 2.269 toneladas<br />
w Quixeramobim<br />
- Nove municípios<br />
- Produção de cera: 17 toneladas<br />
- Produção de pó: 11 toneladas<br />
Números da carnaúba no CE em 2008<br />
- Exportação: US$ 40,2 milhões<br />
- Exportações: 7.000 toneladas<br />
- Produção cera: 2.610 toneladas<br />
- Produção pó: 5.390 toneladas<br />
- Empresas beneficiadoras: nove<br />
de oferta maior que a demanda e de um<br />
produto de baixo valor agregado, promove<br />
a guerra de preços como ferramenta para<br />
buscar uma maior fatia de mercado.<br />
Essa concorrência predatória gera uma<br />
queda acentuada nos preços do produto,<br />
ensejando reflexos negativos em toda<br />
a cadeia produtiva. Como as indústrias<br />
estrangeiras (importadoras) detêm a<br />
tecnologia para a produção de derivados<br />
de cera de carnaúba, além de serem<br />
<strong>mais</strong> fortes economicamente, submetem<br />
os exportadores brasileiros a condições<br />
desfavoráveis. Outro aspecto em relação<br />
às dificuldades enfrentadas é que a cadeia<br />
produtiva local não possui o conhecimento<br />
w Itapipoca<br />
- 12 municípios<br />
- Produção de pó: 2.071 toneladas<br />
Papel artesanal é obtido após a retirada do<br />
pó, utilizando a fibra da palha de carnaúba<br />
necessário de métodos e novos processos<br />
tecnológicos que façam a indústria deixar<br />
de exportar matéria-prima, quando já<br />
deveria está exportando derivados de cera,<br />
e não a cera na forma de uma commodity.<br />
w Fortaleza e região metropolitana<br />
- Sete indústrias<br />
- Sete municípios<br />
- Produção de cera: 453 toneladas<br />
- Produção de pó: 2.444 toneladas<br />
w Litoral Aracati<br />
- Uma indústria<br />
- Seis municípios<br />
- Produção de cera: 432 toneladas<br />
- Produção de pó: 135 toneladas<br />
w Jaguaribe<br />
- 15 municípios<br />
- Produção de cera: 432 toneladas<br />
- Produção de pó: 108 toneladas<br />
0 | RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
Março de 2010 1<br />
| RevistadaFIEC |
PRé-SAL<br />
Frases&Ideias<br />
t I R A D A S I N S P I R A D A S , F R A S E S c O N c E I t U A I S E O U t R A S<br />
Foto: aNtôNIo Batalha - cNI<br />
EStALEIRO<br />
sou a favor [do estaleiro] porque vai gerar empregos e permitir<br />
mudar a feição daquela comunidade. não adianta ser contra, só por<br />
ser contra.<br />
vAldEtáRIO ANdRAdE MONtEIRO, prESIDEntE Da orDEm DoS aDvogaDoS Do braSIl, SEção CEará (oab/CE).<br />
O Ceará deve receber algo entre<br />
R$ 30 milhões a R$ 40 milhões dos<br />
recursos do pré-sal. Com a emenda, esse<br />
valor passa para R$ 800 milhões.”<br />
EUNíCIO OlIvEIRA (PMdB/CE), FalanDo SobrE o ganho qUE o<br />
EStaDo Do CEará tErá Com a EmEnDa 387, qUE propõE novo rEgImE DE<br />
partIlha para a Exploração Do pré-Sal E DIStrIbUIção IgUalItárIa DoS<br />
royaltIES EntrE toDaS aS UnIDaDES FEDEratIvaS.<br />
EMPREGO NA INDúStRIA<br />
zPE<br />
depois de entrar no ministério,<br />
a gente tem três meses pra criar a<br />
empresa administradora, que pode seguir<br />
dois modelos: uma empresa privada ou<br />
uma empresa mista.<br />
ANtONIO BAlhMANN, prESIDEntE Da agênCIa DE<br />
DESEnvolvImEnto Do EStaDo Do CEará (aDECE), apóS<br />
promESSa DE qUE a ZpE Do CEará Entrará na paUta<br />
Do mInIStérIo Do DESEnvolvImEnto, InDúStrIa E<br />
ComérCIo ExtErIor (mDIC) até o FIm DE março.<br />
PIb AvANÇA<br />
EDItADO POR LUIz cARLOS cAbRAL DE MORAIS<br />
E-MAIL LcARLOS@SFIEc.ORG.bR<br />
JOSé AlENCAR, vICE-prESIDEntE Da rEpúblICa, DUrantE SUa vISIta à 6ª olImpíaDa Do ConhECImEnto, no<br />
rIoCEntro, Em 11 DE março.<br />
há uma recuperação gradual do emprego na indústria, e o<br />
resultado de janeiro confirma isso.<br />
ANdRé MACEdO, gErEntE DE análISES InDUStrIaIS Do IbgE, avalIanDo qUE o avanço DE 0,3% Em janEIro<br />
moStra qUE o EmprEgo na InDúStrIa mantém trajEtórIa DE rECUpEração qUE vInha oCorrEnDo DESDE a<br />
mEtaDE Do ano paSSaDo.<br />
REtALIAÇõES AOS EUA<br />
o brasil não tem nenhum interesse<br />
em nenhuma confrontação com os estados<br />
unidos. mas o brasil tem interesse que os<br />
estados unidos respeitem as decisões da<br />
omc (organização mundial de comércio). ou<br />
nós obedecemos às instituições multilaterais ou<br />
o mundo vai ficar desgovernado.<br />
lUIz INáCIO lUlA dA SIlvA, prESIDEntE Do<br />
braSIl, CobranDo agIlIDaDE DoS EUa para nEgoCIar<br />
rEtalIaçõES Em rEprESálIa aoS SUbSíDIoS Do algoDão.<br />
2<br />
| RevistadaFIEC | Março de 2010<br />
SIStEMA S<br />
A Olimpíada é admirável. O que o SENAI e seus<br />
parceiros ligados à educação, como o Senac, estão<br />
fazendo aqui é impressionante. Quem dera se todas as<br />
instituições tivessem uma administração tão segura como<br />
tem sido a do Sistema S.<br />
É um avanço [crescimento de<br />
3,1% do pib cearense em 2009] que<br />
demonstra que estamos indo no<br />
caminho certo para reduzir diferenças<br />
econômicas e sociais históricas.<br />
CId GOMES, govErnaDor Do EStaDo Do CEará.<br />
cREScIMENtO SUStENtÁvEL<br />
o resultado alcançado em<br />
2009 [crescimento do pib] revela que<br />
o ceará vem mantendo um crescimento<br />
sustentável nos últimos anos, puxado<br />
pelo consumo interno.<br />
dESIRéE MOtA, SECrEtárIa DE planEjamEnto E<br />
gEStão EStaDUal, aFIrmanDo qUE, Como o CEará não<br />
tEm Um granDE EIxo ExportaDor, SoFrEU Com mEnoS<br />
IntEnSIDaDE oS EFEItoS Da CrISE.<br />
GERAÇÃO DE EMPREGOS<br />
o cenário era de otimismo. o<br />
mercado do ceará está aquecido e<br />
precisava-se repor os estoques<br />
esvaziados em dezembro. esperava-se<br />
algo em torno de 3% ou 4%, mas foi<br />
ainda <strong>melhor</strong>.<br />
PEdRO JORGE RAMOS vIANNA, CoorDEnaDor<br />
DE EConomIa E EStatíStICa Do InStItUto DE<br />
DESEnvolvImEnto InDUStrIal (InDI) Da FIEC, SobrE<br />
o CrESCImEnto DE 5,4% Da proDUção InDUStrIal<br />
Do CEará Em janEIro.
Onde tem pessoas para aprender tem o SENAI para ensinar.<br />
FIEC I AIRM<br />
Nos quatro cantos do estado do Ceará, o SENAI acompanha<br />
o crescimento e a expansão da indústria. São nove núcleos<br />
escolares em cinco municípios, além de diversas unidades<br />
móveis para atender à demanda das empresas cearenses<br />
por educação e aprimoramento profissional.<br />
(85) 3421.5900<br />
www.senai-ce.org.br