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João Cândido: A Luta pelos Direitos Humanos - DHnet

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Monumento a <strong>João</strong><br />

<strong>Cândido</strong> nos jardins do<br />

Palácio do Catete.<br />

Busto de <strong>João</strong> <strong>Cândido</strong><br />

inaugurado em Porto<br />

Alegre, 2001, no Parque<br />

da Marinha.<br />

Adalberto <strong>Cândido</strong> (Candinho)<br />

ao movimento. O líder da Revolta da Chibata não tem mais por monumento apenas<br />

“as pedras pisadas do cais”.<br />

ESCOLAS – Em São <strong>João</strong> de Meriti, onde o líder da rebelião de 1910 morou durante<br />

39 anos, foi inaugurado um Centro Integrado de Educação (CIEP) com o nome de<br />

Marinheiro <strong>João</strong> <strong>Cândido</strong>. Há também a Escola Marinheiro <strong>João</strong> <strong>Cândido</strong>, no bairro de<br />

Santa Cruz, município do Rio de Janeiro.<br />

RUAS – Há ruas com o nome do líder da Revolta da Chibata em várias localidades,<br />

entre as quais São <strong>João</strong> de Meriti (Baixada Fluminense, RJ), Nova Iguaçu (Baixada<br />

Fluminense, RJ), Rio Pardo (RS) e Uberaba (MG).<br />

SESSÕES DE HOMENAGEM<br />

CIDADÃO CARIOCA – No dia em que <strong>João</strong> <strong>Cândido</strong> Felisberto, 15 anos após sua morte,<br />

foi agraciado com o título de Cidadão Carioca, confi rmava-se a homenagem daquela<br />

que ele considerava sua “cidade mátria” e na qual viveu e freqüentou durante<br />

74 anos. Já não era mais a Capital Federal dos palacetes e cortiços que ele poupou<br />

do bombardeio em 1910, mas ainda guardava lembranças e traços da presença do<br />

Adalberto <strong>Cândido</strong> (Candinho)<br />

gaúcho que chegara aos 14 anos, sozinho, para ser grumete. Naquele 22 de novembro<br />

de 1984, a sessão solene na Câmara Municipal, por iniciativa do vereador Jorge<br />

Ligeiro (PDT), contou com a presença do então prefeito Marcello Alencar (PDT), do<br />

presidente da Câmara, Mauricio Azêdo (PDT) e da vereadora Benedita da Silva (PT)<br />

que saudou o homenageado. Signifi cativo foi o comparecimento, no recinto, de pessoas<br />

que ajudaram a construir a memória e a história do líder da Revolta da Chibata,<br />

como seus fi lhos Adalberto e Zeelândia, o médico Adão Pereira Nunes (com o pseudônimo<br />

de Benedito de Paulo publicara, clandestino, o primeiro trabalho histórico<br />

sobre o personagem), o historiador Helio Silva (colheu o depoimento do marujo para o<br />

ANISTIA<br />

A anistia póstuma a <strong>João</strong> <strong>Cândido</strong> e aos demais marinheiros da Revolta da Chibata foi sancionada<br />

pelo presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, em 23 de julho de 2008. Em nota ofi cial, a<br />

Presidência afi rmou “reconhecer os valores de justiça e igualdade <strong>pelos</strong> quais lutaram os revoltosos”.<br />

O projeto, de autoria da senadora Marina Silva (PT/AC) e do ex-deputado Marcos Afonso<br />

(PT/AC), fora aprovado no Senado por unanimidade e, também do mesmo modo, na Câmara dos<br />

Deputados, a 13 de maio de 2008, data dos 120 anos da Abolição da escravatura. Não houve qualquer<br />

crítica ou restrição da parte de representantes de todos os partidos. Aprovado pelo Senado<br />

também de modo unânime, ainda tramita na Câmara projeto do senador Paulo Paim (PT/RS) que<br />

inscreve o nome de <strong>João</strong> <strong>Cândido</strong> no Livro dos Heróis da Pátria.<br />

Museu da Imagem e do Som), o jornalista Edmar Morel e os compositores <strong>João</strong> Bosco<br />

e Aldir Blanc – os três últimos agraciados com a Medalha Pedro Ernesto. A Câmara<br />

Municipal de São <strong>João</strong> de Meriti também outorgou o título de Cidadão Honorário a<br />

<strong>João</strong> <strong>Cândido</strong>, em 1991.<br />

Essas diferentes homenagens e manifestações mostram que há um crescente<br />

reconhecimento, por parte da sociedade civil brasileira, do papel exercido por<br />

<strong>João</strong> <strong>Cândido</strong> e os companheiros de rebelião no sentido de transformar e melhorar<br />

as condições de vida da população, combater desigualdades e violências. Com esses<br />

pronunciamentos públicos, o Estado brasileiro mudou a postura em relação ao<br />

assunto, apesar de resistências residuais. Se o Estado nacional há um século patrocinou<br />

a repressão sobre aqueles protagonistas, nesse início do século XXI a atitude<br />

é bem diferente, em relação à memória histórica, reconhecendo a justeza daqueles<br />

gestos de luta em defesa dos <strong>Direitos</strong> <strong>Humanos</strong>.<br />

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JOÃO CÂNDIDO A <strong>Luta</strong> <strong>pelos</strong> <strong>Direitos</strong> <strong>Humanos</strong><br />

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