João Cândido: A Luta pelos Direitos Humanos - DHnet
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<strong>João</strong> <strong>Cândido</strong> foi homenageado<br />
com peças de teatro, sambas<br />
enredos, nome de escola, bustos,<br />
uma medalha do Grupo Tortura<br />
Nunca Mais, entre outros.<br />
MÚSICA E POEMAS<br />
O MESTRE-SALA – Lançada em 1975, em pleno governo do general Ernesto Geisel, a<br />
música O Mestre-Sala dos Mares, de <strong>João</strong> Bosco e Aldir Blanc, tornou-se verdadeiro<br />
hino sobre <strong>João</strong> <strong>Cândido</strong> e a rebelião. Composta em estilo de samba-enredo, teve a<br />
letra várias vezes vetada pela Censura Federal (que funcionava, então, no Palácio do<br />
Catete), sob a alegação de que fazia apologia a um negro. Ou seja, racismo ofi cial. Os<br />
primeiros títulos, como Almirante Negro e Navegante Negro, foram igualmente descartados.<br />
Os autores reconhecem que tiveram que dar uma “sacudida surrealista” na<br />
composição – o que não impediu que fi zesse sucesso, até hoje. Gravada por Elis Regina<br />
e pelo próprio <strong>João</strong> Bosco, a canção alcançou grande repercussão, contribuindo<br />
para valorizar a fi gura de <strong>João</strong> <strong>Cândido</strong> para novas gerações.<br />
CORDEL – O cordelista Jota Rodrigues, músico e autor de primorosas xilogravuras,<br />
publicou o folheto A Revolta da Chibata, onde diz: “E hoje só recordação / Deste herói<br />
negro fi cou / Que a lei seca da chibata / Junto à marinha acabou / Os seus feitos e<br />
sua história / Todos guardamos em memória / A tua fi bra e valor”.<br />
ESCOLAS DE SAMBA<br />
UNIÃO DA ILHA – A escola de samba União da Ilha, do grupo especial do carnaval<br />
carioca, escolheu como enredo para o desfi le de 1985 a saga da Revolta da Chibata e<br />
de seu líder. Entretanto, ofi ciais do Estado Maior do 1º Distrito Naval pressionaram os<br />
dirigentes da agremiação carnavalesca. Resultado: o desfi le acabou confuso e descaracterizado.<br />
A começar pelo título do enredo: Um Herói, Uma Canção, Um Enredo,<br />
ambigüidade que se refl etiu na letra do samba e na organização das alas e fantasias.<br />
A ala onde deveriam aparecer, no Sambódromo, foliões fantasiados de marinheiros<br />
sendo chicoteados por ofi ciais fardados, foi retirada. Ainda assim, milhões de telespectadores<br />
viram um gigantesco busto de <strong>João</strong> <strong>Cândido</strong> desfi lar pela avenida, ao<br />
som do samba que dizia “olha o feiticeiro negro, na Sapucaí”.<br />
VERDE E BRANCO – Em 2003, <strong>João</strong> <strong>Cândido</strong> foi homenageado no desfi le de escolas<br />
de samba de São Paulo, pela Camisa Verde e Branco com o tema A Revolta da Chibata.<br />
Sonho, Coragem e Bravura. Minha História: <strong>João</strong> <strong>Cândido</strong>, Um Sonho de Liberdade.<br />
Com enredo mais explícito, a agremiação carnavalesca apresentou um samba que<br />
se encerrava assim: “Glória ao nosso povo brasileiro / Meu sonho hoje é verdadeiro /<br />
Sou Mestre-sala, / <strong>João</strong> <strong>Cândido</strong>, o guerreiro”.<br />
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JOÃO CÂNDIDO A <strong>Luta</strong> <strong>pelos</strong> <strong>Direitos</strong> <strong>Humanos</strong><br />
CINEMA<br />
CURTAS-METRAGENS – Ainda não foi feito um fi lme de longa-metragem sobre a Revolta<br />
da Chibata, mas três curtas já circularam em salas de exibições: <strong>João</strong> <strong>Cândido</strong>,<br />
Um Almirante Negro, de Emiliano Ribeiro; <strong>João</strong> <strong>Cândido</strong> e a Revolta das Chibatas,<br />
criação coletiva da turma Balacobaco; Memórias da Chibata, de Marcos Manhães<br />
Marins (ver Filmografi a).<br />
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