Guia de Estudos - Faap
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a Anistia Internacional, têm coletado muitas informações<br />
sobre o caso, mas eles não têm po<strong>de</strong>res como os<br />
Estados ou organizações internacionais <strong>de</strong> punir, fazer<br />
resoluções e sancionar <strong>de</strong>terminados países. É necessário<br />
consi<strong>de</strong>rar o papel dos países remetentes <strong>de</strong> trabalhadores<br />
imigrantes e como as suas embaixadas po<strong>de</strong>m<br />
ser convencidas a ajudar cidadãos que se consi<strong>de</strong>ram<br />
vítimas <strong>de</strong> abuso e mal tratados. Porém esses corpos diplomáticos<br />
estão quase sempre mais preocupados com<br />
relações comerciais <strong>de</strong> seus países dificultando o acesso<br />
dos cidadãos às embaixadas.<br />
O termo “trabalhador imigrante” não se refere à força<br />
<strong>de</strong> trabalho que é exclusivamente masculina. Muitos<br />
resi<strong>de</strong>ntes nos países do GCC empregam mulheres imigrantes,<br />
a maioria <strong>de</strong>las é <strong>de</strong> trabalhadoras domésticas.<br />
Ainda que algumas leis existam para protegê-las, muitas<br />
são tratadas como trabalhadoras <strong>de</strong> segunda classe.<br />
Como resultado <strong>de</strong> maus-tratos <strong>de</strong>stas mulheres, o número<br />
<strong>de</strong> suicídio entre elas é gran<strong>de</strong>. Há também problemas<br />
<strong>de</strong> segurança pública a consi<strong>de</strong>rar, como inci<strong>de</strong>ntes<br />
<strong>de</strong> abuso sexual por patrões e outros indivíduos.<br />
Por mais que a lei <strong>de</strong> vários países consi<strong>de</strong>re a folga <strong>de</strong><br />
um dia por mês e horas limites <strong>de</strong> trabalho, várias <strong>de</strong>stas<br />
mulheres são admitidas em hospitais com exaustão ou<br />
até em condições fatais.<br />
O direito dos trabalhadores imigrantes tem uma posição<br />
importante na hora <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lar os efeitos da imigração<br />
no <strong>de</strong>senvolvimento humano dos imigrantes e<br />
<strong>de</strong> suas famílias. Uma posição recomendável sobre este<br />
tópico seria perceber que o futuro dos trabalhadores<br />
imigrantes po<strong>de</strong> ser melhorado <strong>de</strong>duas formas: soluções<br />
imediatas em curto prazo, que po<strong>de</strong>m ter sucesso<br />
para diminuir e acabar com o abuso e atrocida<strong>de</strong>s que<br />
estão acontecendo, e resoluções <strong>de</strong> longo prazo, para<br />
soluções sustentáveis na melhora do padrão <strong>de</strong> vida<br />
<strong>de</strong>stes trabalhadores.<br />
Dentro do Conselho <strong>de</strong> Direitos Humanos, há a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> intensificar a cooperação internacional<br />
em relação à situação dos imigrantes e <strong>de</strong> suas famílias.<br />
Governos que recebem imigrantes <strong>de</strong>vem ser pressionados<br />
a esten<strong>de</strong>r documentação a estes e a tratá-los<br />
com igualda<strong>de</strong>, garantindo o pleno <strong>de</strong>sfrute dos direitos<br />
básicos. Não <strong>de</strong>vem apenas consi<strong>de</strong>rar condições<br />
melhores <strong>de</strong> trabalho, mas incluir a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong><br />
e tratamento a estes imigrantes, respeitando<br />
práticas religiosas, segurança social, participação em<br />
sindicatos e acesso a educação, saú<strong>de</strong>, cultura e outros<br />
serviços sociais.<br />
104<br />
VII Fórum FAAP <strong>de</strong> Discussão Estudantil - 2011<br />
Cabe aos representantes <strong>de</strong> Estado discutir como<br />
assegurar aos imigrantes regularizados recebimento <strong>de</strong><br />
um tratamento justo e igual ao dos nacionais, incluindo<br />
o direito pleno aos direitos humanos, tendo a proteção<br />
<strong>de</strong> leis na socieda<strong>de</strong> que os recebem e proteção contra<br />
o racismo, exploração e violência. Os representantes <strong>de</strong><br />
países que recebem imigrantes <strong>de</strong>vem além <strong>de</strong> tudo,<br />
<strong>de</strong>bater a implantação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong><br />
combate a intolerância religiosa, racismo, etnocentrismo,<br />
xenofobia e discriminação <strong>de</strong> gêneros. Da mesma<br />
forma, os <strong>de</strong> países remetentes <strong>de</strong>vem estar cientes em<br />
reportar os maus-tratos que seus cidadãos recebem em<br />
outros países.<br />
PANORAMA DE POLíTICAS GLOBAIS<br />
Arábia Saudita<br />
Trabalhadores imigrantes começaram a imigrar para<br />
a Arábia Saudita <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a inserção do país na indústria<br />
do petróleo nos anos 1930, porém, foi apenas <strong>de</strong>pois do<br />
boom do preço do petróleo em 1973 que o país começou<br />
a receber um número gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> imigrantes. Novos<br />
projetos para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> infraestrutura<br />
física como estradas e prédios fizeram crescer<br />
dramaticamente a <strong>de</strong>manda por mão <strong>de</strong> obra.<br />
Mesmo tendo vários casos <strong>de</strong> exploração reportados<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a inserção <strong>de</strong>stes imigrantes no mercado <strong>de</strong><br />
trabalho, as reformas para uma melhor condição dos<br />
trabalhadores estrangeiros no reino começaram apenas<br />
no ano <strong>de</strong> 1992. Foi neste ano que a Lei Básica ao<br />
direito dos estrangeiros criou uma cláusula permitindo<br />
a estrangeiros o direito a litígios (o direito <strong>de</strong> entrar<br />
em um processo <strong>de</strong> arbitragem ou disputa). No ano <strong>de</strong><br />
2003 houve a criação da Comissão Arábica <strong>de</strong> Direitos<br />
Humanos que se juntou com a Associação Nacional <strong>de</strong><br />
Direitos Humanos, uma entida<strong>de</strong> in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte que<br />
monitora os direitos humanos na região.<br />
Mesmo havendo a aproximação do país com os órgãos<br />
<strong>de</strong> direitos humanos, os trabalhadores estrangeiros,<br />
especialmente os <strong>de</strong> baixa qualificação, ainda são<br />
vulneráveis a abusos, em parte <strong>de</strong>vido a barreiras linguísticas<br />
e culturais.<br />
Bahrein<br />
O Bahrein junto com os outros Países do Golfo tem<br />
uma história <strong>de</strong> comércio intrarregional relacionada a<br />
trabalhadores contratados no exterior. Para os gover