Guia de Estudos - Faap
Guia de Estudos - Faap
Guia de Estudos - Faap
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
negados a nenhum ser humano, e não po<strong>de</strong> ser “<strong>de</strong>sistido”<br />
voluntariamente; e igualda<strong>de</strong> e não <strong>de</strong>scriminação:<br />
todos os indivíduos são iguais como seres humanos. Os<br />
direitos humanos são <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> uma “humanida<strong>de</strong><br />
comum” e a dignida<strong>de</strong> inerente <strong>de</strong> cada ser humano, ao<br />
invés da cidadania <strong>de</strong> um país em particular.<br />
Os principais instrumentos legais que especificam e<br />
fazem referência ao direito dos imigrantes estão sendo<br />
citados na Convenção Internacional <strong>de</strong> Proteção aos Direitos<br />
dos Trabalhadores Imigrantes e <strong>de</strong> Membros <strong>de</strong><br />
suas Famílias (Migrant Worker`s Convention). Este entrou<br />
em ação no dia primeiro <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2003. O mesmo<br />
reconhece explicitamente os direitos humanos <strong>de</strong><br />
todos os trabalhadores imigrantes e <strong>de</strong> seus familiares<br />
e leva em conta outros mo<strong>de</strong>los que refletem os outros<br />
seis tratados. Juntos com outros tratados internacionais<br />
<strong>de</strong> direitos humanos, esses instrumentos estabeleceram<br />
um compreensivo conjunto <strong>de</strong> direitos para os<br />
imigrantes, incluindo a igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> proteção em leis<br />
relacionadas ao trabalho, leis antidiscriminação e sobre<br />
o direito das famílias. A Convenção Internacional<br />
<strong>de</strong> Proteção aos Direitos dos Trabalhadores Imigrantes<br />
e <strong>de</strong> Membros <strong>de</strong> suas Famílias, em particular, vem se<br />
tornado uma base <strong>de</strong> comportamento preconizada por<br />
várias organizações internacionais e ONGs preocupadas<br />
com a proteção dos trabalhadores imigrantes. Ela foca<br />
bastante nos direitos dos imigrantes, incluindo aqueles<br />
que vivem e trabalham fora <strong>de</strong> seus países ilegalmente.<br />
A revisão dos direitos dos imigrantes mais apreciada<br />
mundialmente confirma que a maioria dos imigrantes,<br />
especialmente aqueles que trabalham em setores que<br />
necessitam <strong>de</strong> muita mão <strong>de</strong> obra não qualificada, <strong>de</strong>sfrutam<br />
<strong>de</strong> poucos direitos estipulados em convenções<br />
internacionais. Por exemplo, entre os programas temporários<br />
<strong>de</strong> migração nos Estados Unidos e Europa, imigrantes<br />
não têm o direito <strong>de</strong> livre escolha <strong>de</strong> emprego<br />
nem acesso a benefícios <strong>de</strong> bem-estar que cidadãos e<br />
imigrantes <strong>de</strong> longo prazo recebem. Em Cingapura, imigrantes<br />
<strong>de</strong> baixa mão <strong>de</strong> obra são oficialmente proibidos<br />
<strong>de</strong> morarem ou casarem com qualquer cidadão daquele<br />
país. Imigrantes resi<strong>de</strong>ntes ilegais são os que têm<br />
menos direitos. Em vários países do Golfo, as proteções<br />
<strong>de</strong> direitos <strong>de</strong> trabalhos locais não se aplicam a certos<br />
tipos <strong>de</strong> trabalhadores imigrantes ( ROPER, 2008, p: 2).<br />
A imigração <strong>de</strong> trabalhadores para os países do GCC<br />
é primeiramente regulada a partir do Sistema do Kafala<br />
(patrocínio), que é praticamente um programa <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
escala para convidar imigrantes para irem trabalhar<br />
102<br />
VII Fórum FAAP <strong>de</strong> Discussão Estudantil - 2011<br />
em <strong>de</strong>terminados países. Dentro <strong>de</strong>ste sistema, imigrantes<br />
<strong>de</strong>vem fazer o requerimento <strong>de</strong> um Kafeel para<br />
terem permissão para entrar no país e trabalharem. Para<br />
se tornar um Kafeel, os cidadãos do GCC e instituições<br />
têm que fazer um cadastro e entregar-lo às autorida<strong>de</strong>s<br />
públicas. Se este documento for aceito, o imigrante<br />
recebe a permissão para trabalhar temporariamente, e<br />
em alguns casos, por um tempo in<strong>de</strong>terminado. Uniões<br />
<strong>de</strong> famílias são possíveis, mas bastante restritas, já que<br />
imigrantes são consi<strong>de</strong>rados trabalhadores temporários,<br />
sendo assim, políticas <strong>de</strong> integração e projetos migratórios<br />
não são comuns nestes países.<br />
Por mais que a diferença entre a condição dos imigrantes<br />
e a <strong>de</strong> cidadãos naturais em vários países seja<br />
gran<strong>de</strong>, não <strong>de</strong>vemos pensar que a ação dos direitos<br />
humanos não é efetiva. Por mais que não sejam ratificados,<br />
tratados internacionais são importantes politicamente<br />
e estrategicamente, já que po<strong>de</strong>m influenciar<br />
e contribuir para a disseminação <strong>de</strong> melhores práticas,<br />
e ajudar a produzir o discurso nos direitos humanos.<br />
Há um pequeno número <strong>de</strong> ratificações e uma discrepância<br />
entre os direitos dos imigrantes nos tratados <strong>de</strong><br />
direitos humanos, e a atenção nos interesses dos Estados<br />
nacionais. Muitos países migratórios dizem aceitar<br />
a i<strong>de</strong>ia dos direitos humanos, porém muitos <strong>de</strong>les não<br />
aceitam que estes direitos <strong>de</strong>vem se aplicar a todos os<br />
imigrantes que vivem em seus territórios.<br />
Os exemplos mais extremos <strong>de</strong> países que operam<br />
com gran<strong>de</strong>s números imigratórios, e poucos direitos<br />
nesta política, são os países ricos em petróleo do Conselho<br />
<strong>de</strong> Cooperação do Golfo – GCC (Bahrein, Kuwait,<br />
Omã, Qatar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos).<br />
Atualmente, a maioria dos imigrantes que vão para<br />
os países do GCC saem da Índia, Paquistão e Bangla<strong>de</strong>sh.<br />
Também há números significativos <strong>de</strong> pessoas<br />
do Sri Lanka e das Filipinas. Uma gran<strong>de</strong> porcentagem<br />
<strong>de</strong>stes imigrantes trabalham na indústria <strong>de</strong> petróleo, e<br />
muitos <strong>de</strong>les por um curto prazo.<br />
O número <strong>de</strong> imigrantes nos seis países do GCC cresceu<br />
para 12,8 milhões em 2005, comparado a 9,6 milhões<br />
em 2000. A Arábia Saudita é o que possui o maior<br />
número, no total são 6,3 milhões <strong>de</strong> imigrantes (mais ou<br />
menos 3,3% da imigração mundial), sendo classificada<br />
em quarto lugar, no ano <strong>de</strong> 2010, atrás dos Estados Unidos<br />
(42.813 milhões), Rússia (12.270 milhões) e Alemanha<br />
(10.758 milhões).