Guia de Estudos - Faap

Guia de Estudos - Faap Guia de Estudos - Faap

14.04.2013 Views

Guia de Estudos / Study Guide / Guia de Estudios refugiados, os IDPs não atravessaram uma fronteira internacional na busca de segurança. As razões das fugas são semelhantes às dos refugiados (conflito armado, violência generalizada, violações de direitos humanos), legalmente os deslocados internos permanecem sob a proteção de seu próprio governo, ainda que esse governo possa ser a causa da fuga. Como cidadãos, eles mantêm todos os seus direitos e são protegidos pelo direito humano e pelo direito internacional humanitário. Não deve haver dúvida com relação à necessidade de reconhecimento da comunidade internacional da situação emergencial que vive a Somália, e que, através de ações planejadas, seja construída uma consciência nacional voltada para a criação de um governo estável; do contrário, o Estado permanecerá falido, com uma anarquia econômica, social e ambiental. PANORAMA DE POLíTICAS GLOBAIS Todo esse panorama foi baseado no site da ONU para refugiados, o qual trata o tema de uma forma global, podendo dar uma visão mais ampla sobre a situação mundial em relação a refugiados, deslocados internos, apátridas, retornados e requerentes de asilo. Situação do País Residentes na Somália Refugiados 1.815 Buscam por asilo 24.668 Refugiados retornados 61 IDPs 1.550.000 Originados da Somália Refugiados 678.309 Buscam por asilo 21.084 Refugiados retornados 61 IDPs 1.550.000 África Subsaariana Diferentemente de outros continentes, o número de refugiados na África vem apenas aumentando. Isso se explica pelos altos índices do continente: 305.000 em busca de asilo, mais de 6,3 milhões de deslocados internos, 2,1 milhões de refugiados e por volta de 100.000 apátridas. A repatriação aparece como a principal solução da região, uma vez que auxilia na integração regional, sendo esta então vista como uma opção mais realista nos dias atuais. Além da repatriação voluntária, a integração local e os reassentamentos têm auxiliado os refugiados da África, através de soluções em longo prazo, como no caso da República Unida da Tanzânia, a qual está revendo o pedido de cidadania de mais de 160.000 refugiados do Burundi. Desta forma, o ACNUR se mostra essencial na questão, visto que tem ajudado de uma maneira relevante o retorno de deslocados internos para suas regiões de origem. Somente em 2009, o Alto Comissariado e seus parceiros da região, proveram proteção e assistência a mais de seis milhões destes deslocados. Contudo, a solução se encontra cada vez mais distante, uma vez que muitos outros cidadãos têm sido deslocados tanto interna como externamente, devido a desastres naturais e conflitos. No caso da Somália, que estamos debatendo, o país enfrenta um grave deslocamento forçado na região, com mais de 1,5 milhões de pessoas desenraizadas. Por conta desta forte tensão, muitos foram para o Quênia e Etiópia como refugiados. No caso do campo de refugiado do Quênia, a superlotação faz com que o nível de assistência seja reduzido, complicando mais ainda a resolução do problema. Assim, o ACNUR busca o auxílio e cooperação dos governos da África, principalmente os que se encontram na rota de imigração, a fim de estreitar os laços de proteção e asilo a estes refugiados. Américas O continente é um dos principais abrigos de refugiados. A maioria oriunda da Colômbia, país que tem um dos maiores números de deslocados internos do mundo. A situação humanitária agravada da Colômbia, principalmente nas áreas rurais do país, acarretou em 3 milhões de deslocados internos, enquanto outras centenas de milhares se tornaram refugiados em outros pa- 19

íses. A segurança da região fica mais difícil por conta de ameaças contra a sociedade civil, assassinatos e sequestros dederes políticos e estupro de mulheres, causando mais deslocados internos. Além do mais, a tensão é forte em relação aos países andinos, devido aos movimentos de imigração nas fronteiras. Já os Estados Unidos e o Canadá são exemplos de países industrializados que mais aceitam refugiados e proporcionam asilo, além de receber um dos maiores números de refugiados reinstalados. O governo norte-americano concordou em rever suas políticas, a fim de melhorá-las em relação aos refugiados que procuram abrigo no país. Nos casos de países como Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, foram criadas comissões nacionais de refugiados para discutir os pedidos de asilo, com a intenção de buscar soluções duradouras para a questão. Esses países também ratificaram instrumentos tanto regionais quanto internacionais de direitos humanos. Ásia e Pacífico As crises humanitárias de 2009 causaram grande sofrimento na Ásia. Dessa maneira, o papel do ACNUR é principalmente prover assistência emergencial e proteção aos afetados da região. No Sri Lanka, o fim de uma longa guerra civil fez com que milhares de deslocados internos pudessem voltar para suas áreas com a ajuda do governo local. Já no leste asiático, espera-se uma promulgação da legislação de refugiados da China entre 2010 e 2011, além da adesão da Mongólia à Convenção de Refugiados de 1951, assim como um novo programa de refugiados no Japão. Dessa maneira, o ACNUR busca auxiliar esses governos nacionais a assumirem novas responsabilidades em relação ao tema. Europa O Alto Comissariado conta com 40% de seu financiamento oriundo deste continente. As regiões de operações do ACNUR na Europa constituem 48 países e 3 organismos regionais, sendo eles: União Europeia, Conselho da Europa e Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Todos os países da re- 20 VII Fórum FAAP de Discussão Estudantil - 2011 gião são parte da Convenção de Refugiados de 1951, o que é relevante em relação à questão dos refugiados. A Europa enfrenta problemas em termos de ajuda aos apátridas, poucos Estados assinaram e ratificaram sua Convenção. A dificuldade encontra-se na localização do território europeu, e em toda a parte burocrática envolvida para o asilo desses “sem pátria”, além da necessidade de possuir um sistema de controle de migração mais bem definido. Entretanto, o Comitê busca estreitar laços com países europeus a fim de promover o desenvolvimento de um Sistema de Asilo Comum Europeu. O sudeste europeu abriga um grande número de pessoas deslocadas. A Sérvia e a Bósnia e Hezergovina acolhem diversos deslocados internos, refugiados que se encontram em difíceis situações, sendo proibidos de voltarem para suas casas, sendo então a solução do problema da região uma prioridade para o ACNUR. Na Europa Oriental, os deslocados excedem o número de pedidos de asilo e refugiados. Por exemplo, na Geórgia, Rússia e Azerbaijão, existem mais de um milhão de deslocados internos. Assim, o Comitê trabalha junto com os governos da região para solucionar a questão, levando sempre em consideração os princípios orientadores das Nações Unidas para deslocados internos. Oriente Médio e Norte da África A maior parte desta área encontra-se em conflito, portanto, a região possui um grande número de refugiados e deslocados, tanto por acolher quanto por originar tais pessoas. A situação da Mauritânia tem atingido avanço, uma vez que o repatriamento de seus refugiados no Senegal está chegando ao fim, com o sistema de asilo nacional em andamento e a reintegração dos retornados ao país. Outra área crítica é o Iraque, onde há por volta de 1,4 milhões de deslocados internos e grande número de refugiados iraquianos no país. Em particular, a preocupação é em relação à realocação de crianças e mulheres que, muitas vezes, são as mais afetadas pela violência de gênero, o que inclui o tráfico de pessoas e o trabalho infantil. O Egito, por sua vez, abriga refugiados e quem busca por asilo oriundos de diversos países como Iraque, Somália, Sudão e outros países africanos. Muitos cruzam

íses. A segurança da região fica mais difícil por conta<br />

<strong>de</strong> ameaças contra a socieda<strong>de</strong> civil, assassinatos e<br />

sequestros <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res políticos e estupro <strong>de</strong> mulheres,<br />

causando mais <strong>de</strong>slocados internos. Além do mais, a<br />

tensão é forte em relação aos países andinos, <strong>de</strong>vido<br />

aos movimentos <strong>de</strong> imigração nas fronteiras.<br />

Já os Estados Unidos e o Canadá são exemplos <strong>de</strong><br />

países industrializados que mais aceitam refugiados<br />

e proporcionam asilo, além <strong>de</strong> receber um dos maiores<br />

números <strong>de</strong> refugiados reinstalados. O governo<br />

norte-americano concordou em rever suas políticas,<br />

a fim <strong>de</strong> melhorá-las em relação aos refugiados que<br />

procuram abrigo no país.<br />

Nos casos <strong>de</strong> países como Brasil, Chile, Paraguai e<br />

Uruguai, foram criadas comissões nacionais <strong>de</strong> refugiados<br />

para discutir os pedidos <strong>de</strong> asilo, com a intenção<br />

<strong>de</strong> buscar soluções duradouras para a questão.<br />

Esses países também ratificaram instrumentos tanto<br />

regionais quanto internacionais <strong>de</strong> direitos humanos.<br />

Ásia e Pacífico<br />

As crises humanitárias <strong>de</strong> 2009 causaram gran<strong>de</strong><br />

sofrimento na Ásia. Dessa maneira, o papel do ACNUR<br />

é principalmente prover assistência emergencial e<br />

proteção aos afetados da região.<br />

No Sri Lanka, o fim <strong>de</strong> uma longa guerra civil fez<br />

com que milhares <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocados internos pu<strong>de</strong>ssem<br />

voltar para suas áreas com a ajuda do governo local.<br />

Já no leste asiático, espera-se uma promulgação da<br />

legislação <strong>de</strong> refugiados da China entre 2010 e 2011,<br />

além da a<strong>de</strong>são da Mongólia à Convenção <strong>de</strong> Refugiados<br />

<strong>de</strong> 1951, assim como um novo programa <strong>de</strong><br />

refugiados no Japão. Dessa maneira, o ACNUR busca<br />

auxiliar esses governos nacionais a assumirem novas<br />

responsabilida<strong>de</strong>s em relação ao tema.<br />

Europa<br />

O Alto Comissariado conta com 40% <strong>de</strong> seu financiamento<br />

oriundo <strong>de</strong>ste continente. As regiões <strong>de</strong><br />

operações do ACNUR na Europa constituem 48 países<br />

e 3 organismos regionais, sendo eles: União Europeia,<br />

Conselho da Europa e Organização para Segurança e<br />

Cooperação na Europa (OSCE). Todos os países da re-<br />

20<br />

VII Fórum FAAP <strong>de</strong> Discussão Estudantil - 2011<br />

gião são parte da Convenção <strong>de</strong> Refugiados <strong>de</strong> 1951, o<br />

que é relevante em relação à questão dos refugiados.<br />

A Europa enfrenta problemas em termos <strong>de</strong> ajuda aos<br />

apátridas, poucos Estados assinaram e ratificaram sua<br />

Convenção. A dificulda<strong>de</strong> encontra-se na localização do<br />

território europeu, e em toda a parte burocrática envolvida<br />

para o asilo <strong>de</strong>sses “sem pátria”, além da necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> possuir um sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> migração mais bem<br />

<strong>de</strong>finido. Entretanto, o Comitê busca estreitar laços com<br />

países europeus a fim <strong>de</strong> promover o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> um Sistema <strong>de</strong> Asilo Comum Europeu.<br />

O su<strong>de</strong>ste europeu abriga um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

pessoas <strong>de</strong>slocadas. A Sérvia e a Bósnia e Hezergovina<br />

acolhem diversos <strong>de</strong>slocados internos, refugiados que se<br />

encontram em difíceis situações, sendo proibidos <strong>de</strong> voltarem<br />

para suas casas, sendo então a solução do problema<br />

da região uma priorida<strong>de</strong> para o ACNUR.<br />

Na Europa Oriental, os <strong>de</strong>slocados exce<strong>de</strong>m o número<br />

<strong>de</strong> pedidos <strong>de</strong> asilo e refugiados. Por exemplo, na Geórgia,<br />

Rússia e Azerbaijão, existem mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slocados internos. Assim, o Comitê trabalha junto com<br />

os governos da região para solucionar a questão, levando<br />

sempre em consi<strong>de</strong>ração os princípios orientadores das<br />

Nações Unidas para <strong>de</strong>slocados internos.<br />

Oriente Médio e Norte da África<br />

A maior parte <strong>de</strong>sta área encontra-se em conflito, portanto,<br />

a região possui um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> refugiados<br />

e <strong>de</strong>slocados, tanto por acolher quanto por originar tais<br />

pessoas. A situação da Mauritânia tem atingido avanço,<br />

uma vez que o repatriamento <strong>de</strong> seus refugiados no Senegal<br />

está chegando ao fim, com o sistema <strong>de</strong> asilo nacional<br />

em andamento e a reintegração dos retornados ao<br />

país. Outra área crítica é o Iraque, on<strong>de</strong> há por volta <strong>de</strong><br />

1,4 milhões <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocados internos e gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong><br />

refugiados iraquianos no país. Em particular, a preocupação<br />

é em relação à realocação <strong>de</strong> crianças e mulheres que,<br />

muitas vezes, são as mais afetadas pela violência <strong>de</strong> gênero,<br />

o que inclui o tráfico <strong>de</strong> pessoas e o trabalho infantil.<br />

O Egito, por sua vez, abriga refugiados e quem busca<br />

por asilo oriundos <strong>de</strong> diversos países como Iraque,<br />

Somália, Sudão e outros países africanos. Muitos cruzam

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!