Guia de Estudos - Faap
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<strong>Guia</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> / Study Gui<strong>de</strong> / <strong>Guia</strong> <strong>de</strong> Estudios<br />
Conforme será visto adiante, o Protocolo <strong>de</strong><br />
Quioto entraria em vigor em janeiro <strong>de</strong> 2005. Na COP<br />
11, no fim do ano em questão, já se especulava sobre<br />
a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um novo prazo para o Protocolo,<br />
visto que as metas estabelecidas para o primeiro ano<br />
não foram atingidas. As COPs 12 e 13 se direcionaram<br />
à confirmação das alterações climáticas e, assim, na<br />
COP 13 chegou-se ao “Bali Road Map” - documento<br />
que mostra a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acelerar as ações <strong>de</strong> mitigação,<br />
e se adaptar às mudanças que irão ocorrer<br />
<strong>de</strong>vido à gran<strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> gás carbônico tempos<br />
atrás.<br />
Na COP 14 teve início uma série <strong>de</strong> negociações<br />
acerca <strong>de</strong> um novo documento a ser implementado<br />
após o mandato <strong>de</strong> Quioto. Tais negociações <strong>de</strong>veriam<br />
ter continuida<strong>de</strong> na COP 15, entretanto, a falta<br />
<strong>de</strong> consenso entre as partes dificultou as negociações.<br />
O PROTOCOLO DE QUIOTO<br />
O Protocolo <strong>de</strong> Quioto é um acordo global <strong>de</strong><br />
cumprimento obrigatório formulado com o objetivo<br />
<strong>de</strong> reduzir as emissões <strong>de</strong> gases do efeito estufa, redução<br />
esta que <strong>de</strong>ve ocorrer por parte dos países <strong>de</strong>senvolvidos<br />
(membros do <strong>de</strong>nominado Anexo I, ou seja,<br />
países industrializados). Esse aumento das emissões<br />
<strong>de</strong> gases <strong>de</strong> efeito estufa, consequência da exploração<br />
<strong>de</strong> combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás<br />
natural) para a geração <strong>de</strong> energia e manutenção <strong>de</strong><br />
forma errada da vida, é o que está causando, segundo<br />
o IPCC, o aceleramento do aquecimento global. O<br />
Protocolo foi acordado em 1997 na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Quioto,<br />
no Japão, mas só entrou em vigor no ano <strong>de</strong> 2005,<br />
<strong>de</strong>pois que a Rússia o ratificou. Durante esse tempo,<br />
o protocolo passou por diversas reformulações, além<br />
<strong>de</strong> ter sido mantido aberto para assinaturas e ratificações,<br />
pois precisava do apoio <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> países<br />
que, juntos, respon<strong>de</strong>ssem por ao menos 55% das<br />
emissões dos gases <strong>de</strong> efeito estufa, e somente com<br />
a entrada da Rússia, o segundo maior poluidor, responsável<br />
por 17% <strong>de</strong>las, a cota foi atingida. Até então,<br />
apesar da a<strong>de</strong>são <strong>de</strong> 127 países, a soma <strong>de</strong> emissões<br />
era <strong>de</strong> apenas 44%.<br />
O acordo consiste em uma redução gradativa da<br />
emissão <strong>de</strong> gases do efeito estufa em torno <strong>de</strong> 5%,<br />
entre os anos <strong>de</strong> 2008 e 2012, em relação aos níveis<br />
<strong>de</strong> poluição registrados em 1990 (consi<strong>de</strong>rado o ano-<br />
-base para as negociações do regime internacional <strong>de</strong><br />
mudanças climáticas), além <strong>de</strong> um plano para manter o<br />
Protocolo ou criar um novo, visando sempre à redução<br />
das emissões do gás carbônico.<br />
Os caminhos do acordo foram divididos em duas partes,<br />
sendo elas: o AWG-KP - Ad Hoc Working Group on Further<br />
Commitments for Annex I Parties un<strong>de</strong>r the Quioto<br />
(Grupo <strong>de</strong> Trabalho Visando Compromissos Adicionais<br />
para as Partes do Anexo 1 do Protocolo <strong>de</strong> Quioto); e o<br />
AWG-LCA - Ad Hoc Working Group on Long-term Cooperative<br />
Action un<strong>de</strong>r the Convention (Grupo <strong>de</strong> Trabalho<br />
visando a Cooperação <strong>de</strong> Longo Prazo no âmbito da Convenção<br />
do Protocolo). O primeiro grupo visa estabelecer<br />
as normas e diretrizes para os países que fazem parte do<br />
Anexo I do Protocolo (Ver Anexo I) além <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir um plano<br />
para a continuação do Protocolo ou a criação <strong>de</strong> um<br />
novo, sempre visando à redução dos gases <strong>de</strong> efeito estufa.<br />
Já o AWG-LCA atua como uma ferramenta, dando aos<br />
países algumas opções e caminhos <strong>de</strong> como se po<strong>de</strong> reduzir<br />
a emissão dos gases, por meios <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong><br />
mercado, visando gerar algum lucro para as economias<br />
dos países <strong>de</strong> uma forma sustentável.<br />
O Protocolo tem como base o ano <strong>de</strong> 1990, porque<br />
foi o ano <strong>de</strong> lançamento do primeiro relatório do IPCC,<br />
no qual alguns cientistas, preocupados com o elevado<br />
nível <strong>de</strong> dióxido <strong>de</strong> carbono na atmosfera, advertiram o<br />
mundo a respeito dos problemas que os gases <strong>de</strong> efeito<br />
estufa po<strong>de</strong>m causar (como as elevações da temperatura<br />
da Terra, além <strong>de</strong> graves danos à saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos os seres<br />
viventes) 1 .<br />
A partir <strong>de</strong>sta data, foram realizadas muitas pesquisas<br />
para <strong>de</strong>scobrir o real problema da elevação da temperatura<br />
do planeta, e, em 1992, mais <strong>de</strong> 160 governos assinaram<br />
a Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas na<br />
Eco–92 (acontecida no Rio <strong>de</strong> Janeiro), com o objetivo <strong>de</strong><br />
conter o níveis <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> GEE (Gases <strong>de</strong> Efeito Estufa)<br />
<strong>de</strong> uma forma rápida e sustentável, para proteger o mundo<br />
e toda a vida que nele habita. Foi estipulado também<br />
o “princípio das responsabilida<strong>de</strong>s comuns, porém diferenciadas”,<br />
<strong>de</strong>terminando que todos os países tivessem a<br />
obrigação <strong>de</strong> cuidar do meio ambiente, porém os países<br />
do hemisfério Norte <strong>de</strong>veriam ser os primeiros a tomar as<br />
ações mais objetivas e eficazes, por serem consi<strong>de</strong>rados<br />
os principais agentes do problema.<br />
Em 1995 foi lançado o segundo relatório do IPCC,<br />
mostrando o verda<strong>de</strong>iro impacto da <strong>de</strong>gradação do meio<br />
ambiente causado pelo homem, e, em 1997, foi realizada<br />
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