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Guia de Estudos - Faap

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<strong>Guia</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> / Study Gui<strong>de</strong> / <strong>Guia</strong> <strong>de</strong> Estudios<br />

co da Operação das Nações Unidas na Somália (UNO-<br />

SOM I) e entre março <strong>de</strong> 1993 e março <strong>de</strong> 1995 houve a<br />

UNOSOM II.<br />

Respectivamente, essas missões visavam, por meio<br />

do Conselho <strong>de</strong> Segurança e através <strong>de</strong> resoluções,<br />

uma força <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> paz na Somália. A United<br />

Nations Operation in Somália I (UNOSOM I) tinha por<br />

função facilitar a entrega <strong>de</strong> alimentos e remédios à população,<br />

sem que os comboios fossem saqueados, uma<br />

vez que gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dinheiro <strong>de</strong> organizações<br />

humanitárias estavam sendo extraviadas.<br />

O problema do país africano era tanto que a ONU<br />

não podia contar com um governo central, o qual pu<strong>de</strong>sse<br />

negociar, ao invés disso, a capital somali se encontrava<br />

dividida por milícias, o que dificultou ainda mais o<br />

trabalho do secretário-geral da ONU para Assuntos Políticos,<br />

James O. C. Jonah e da participação da Liga dos<br />

Estados Árabes, a Organização da União Africana e a Organização<br />

da Conferência Islâmica, que trabalharam diretamente<br />

com o “presi<strong>de</strong>nte” Mahdi, na busca <strong>de</strong> uma<br />

reconciliação nacional.<br />

Com o aumento da ação militar das Nações Unidas,<br />

foi possível estabelecer um acordo em março <strong>de</strong> 1992.<br />

Entretanto, apesar do empenho da comunida<strong>de</strong> internacional,<br />

a situação se <strong>de</strong>teriorou em Mogadíscio, tropas<br />

da UNOSOM tiveram seus carros e armas roubadas,<br />

navios não conseguiam aportar, entre outros. Assim,<br />

por consequência, a Organização das Nações Unidas se<br />

viu na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma segunda missão, a UNOSOM<br />

II, que buscava o mesmo objetivo da primeira missão,<br />

porém, com a inclusão <strong>de</strong> novas resoluções, sendo uma<br />

<strong>de</strong>las, a aprovação do uso da força na missão <strong>de</strong> paz. Resolução<br />

esta que tinha por <strong>de</strong>finição: “o uso <strong>de</strong> todos os<br />

meios necessários para estabelecer o mais cedo possível<br />

um ambiente seguro para a operação humanitária<br />

na Somália.”<br />

Novamente, após a saída das Nações Unidas, via-se<br />

um Estado praticamente anárquico, que possuía grupos<br />

provenientes <strong>de</strong> milícias lutando por território. Quem<br />

governou a partir <strong>de</strong> então foram os lí<strong>de</strong>res <strong>de</strong>sses movimentos,<br />

os senhores da guerra.<br />

Estima-se que aproximadamente 350 mil somalis tenham<br />

morrido entre 1991 e 1992 <strong>de</strong>vido às condições<br />

precárias <strong>de</strong> sobrevivência no país. Na capital, Mogadís-<br />

cio, o número <strong>de</strong> pessoas famintas era muito gran<strong>de</strong>, e o<br />

número <strong>de</strong> refugiados vindos dos campos somente aumentava,<br />

pois acreditavam que na cida<strong>de</strong> encontrariam<br />

trabalho e alimento, mas o cenário era outro.<br />

Em 2000, os clãs apontaram Abdulkassim Salat Hassan<br />

como presi<strong>de</strong>nte em uma conferência que ocorreu<br />

em Djibouti. Foi criado então um governo <strong>de</strong> transição<br />

com o objetivo <strong>de</strong> conciliar a guerra das milícias. Ao fim<br />

<strong>de</strong> seu mandato, porém, nada havia sido modificado,<br />

não havendo oportunida<strong>de</strong>s para a unificação do país.<br />

A situação da Somália se agravou ainda mais em<br />

2006, quando islamitas ganharam o controle do sul do<br />

país, após expulsarem os senhores da guerra que dominavam<br />

a região há 15 anos. No final <strong>de</strong> 2006, tropas<br />

etíopes, fiéis ao governo, tomaram o po<strong>de</strong>r das mãos<br />

islamitas. Porém, no final <strong>de</strong> 2008, o grupo Al-Shabab,<br />

<strong>de</strong> insurgentes islâmicos, lutou contra o governo e suas<br />

tropas etíopes, retomando o território perdido e dominando<br />

a maior parte do sul da Somália. Des<strong>de</strong> então, o<br />

Parlamento do país tem tentado agir contra o grupo,<br />

nomeando o islamita mo<strong>de</strong>rado Sheikh Sharif Sheikh<br />

Ahmad como presi<strong>de</strong>nte. No mesmo ano, o número <strong>de</strong><br />

refugiados e <strong>de</strong>slocados internos do país alcançou mais<br />

<strong>de</strong> um milhão, segundo a ONU.<br />

Além do grupo rebel<strong>de</strong>, a falta <strong>de</strong> governo no país<br />

por longa data levou ao gran<strong>de</strong> problema da pirataria,<br />

ameaçando a navegação internacional na área que é<br />

um dos mais importantes trechos <strong>de</strong> navegação do<br />

mundo.<br />

No último mês do ano <strong>de</strong> 2010, a ONU <strong>de</strong>clarou que<br />

1,5 milhão <strong>de</strong> pessoas encontra-se <strong>de</strong>salojada e, <strong>de</strong>ste<br />

montante, aproximadamente 400 mil está nas redon<strong>de</strong>zas<br />

da capital. O Comissariado con<strong>de</strong>nou as violações<br />

dos direitos humanos existentes na região referindo-se<br />

a mortes indiscriminadas, mutilações <strong>de</strong> civis, violação<br />

<strong>de</strong> mulheres e recrutamento <strong>de</strong> crianças-soldado.<br />

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA<br />

A Guerra Civil transformou a Somália em um país<br />

sem leis, entregue à violência e à anarquia, on<strong>de</strong> o governo<br />

não possui nenhum controle. Consi<strong>de</strong>rado que<br />

esse Estado sofre uma crise humanitária sem previsão<br />

<strong>de</strong> término, po<strong>de</strong>mos encaixá-lo no conceito <strong>de</strong> Estado<br />

falido, ou seja, aquele que não possui as capacida<strong>de</strong>s<br />

para assegurar as funções básicas <strong>de</strong> segurança a<br />

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