Guia de Estudos - Faap

Atrelado a essa reestruturação econômica, ocorreu
também uma mudança política. Abubakar volta a pôr
em prática a Constituição de 1979, que havia sido suspensa
anos antes, e, em 1999, o governo militar cai e
o país elege como presidente Olusegun Obasanjo. As
eleições foram um marco na história nigeriana por serem
as primeiras depois de 16 anos sob domínio militar.
Em 2003, Obasanjo é reeleito em meio a turbulentas
eleições, mantendo seu partido no governo da Nigéria.
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Depois de um extenso período de alteração entre
militares e nacionalistas no poder, é perceptível a instabilidade
política da Nigéria, país com uma população
atualmente de 150 milhões de habitantes, os quais se
dividem em cerca de 250 etnias distintas. As disputas
entre essas etnias vêm se acirrando ao longo dos anos,
fazendo sofrer toda uma população inocente.
Localizada no Golfo da Guiné, a Nigéria possui muitas
riquezas em recursos naturais, com destaque para o
gás natural e para a enorme reserva petrolífera em seu
subsolo, que constitui a maior do continente africano.
Atualmente na África, 85% da produção de petróleo é
dominada por um grupo seleto de países: Nigéria, Líbia,
Argélia, Egito e Angola. A Nigéria, juntamente com Angola,
representa 86% do lucro obtido através do petróleo
da África Subsaariana.
Ocupando a nona posição no ranking de maiores
produtores de petróleo, o país é o maior produtor e exportador
da África, sendo tal atividade responsável por
20% do PIB, 95% da receita exportadora e 65% da receita
orçamentária nigeriana.
Com uma reserva de petróleo bruto de 37,2 bilhões
de barris e uma reserva de gás natural de 5.292 bilhões
de Cu.M 1 ., o país tornou-se alvo de interesse de muitas
potências. Atualmente, seus níveis de exportação alcançam
2.160 barris por dia de petróleo bruto e 15,99 bilhões
de Cu.M. de gás natural, além de 12.100 barris por
dia de derivados de petróleo.
Em 1971, a Nigéria passa a fazer parte da Organização
dos Países Exportadores de Petróleo, a OPEP, a qual
objetiva a estabilidade do mercado petrolífero de seus
países membros. A organização é constituída atualmente
por: Argélia, Angola, Equador, Irã, Iraque, Kuwait, Lí-
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VII Fórum FAAP de Discussão Estudantil - 2011
bia, Nigéria, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos
e Venezuela.
Dentre os principais parceiros comerciais da Nigéria
no setor petrolífero, podemos destacar a China, a qual
tem 25% de sua importação total proveniente da África,
e os Estados Unidos da América, com uma porcentagem
de 10% de importação do petróleo nigeriano. Nos
últimos anos, as empresas chinesas têm investido bilhões
de dólares na melhoria da infraestrutura nigeriana,
visando o desenvolvimento aos setores petrolífero,
de gás mineral e de recursos naturais em geral.
Apesar de ambicionar ampliar sua capacidade produtora,
a Nigéria vem perdendo posição para Angola
por motivos internos. Seu governo tem encontrado inúmeros
entraves, como a perda de credibilidade internacional
em decorrência, principalmente, dos problemas
de corrupção, da necessidade de melhor transferência
de recursos federais e da degradação do meio ambiente.
Além disso, o mais preocupante é a saúde da população
nigeriana. Não apenas os crescentes casos de
doenças respiratórias, como o fato de o derrame de produtos
tóxicos inutilizar um quarto dos terrenos férteis e
a maior parte dos sistemas fluviais do Delta do Rio Níger,
sendo tal região um dos maiores contribuintes para
o efeito estufa.
A degradação ambiental decorre das companhias
petrolíferas estrangeiras, a exemplo da Shell, maior do
setor no país, operante em grande parte do território
nigeriano. A empresa reconhece que os vazamentos
podem ocorrer esporadicamente, porém o consultor
Richard Steiner, em seu relatório de 2008 sobre os oleodutos
no Delta do Níger, concluiu que as falhas são quase
anuais. Estas afetam a exploração agrícola da região,
prejudicando principalmente a exploração do petróleo.
Nos últimos anos, foram sucessivos os ataques realizados
por grupos opositores, a exemplo principal do
Movimento de Emancipação do Delta do Níger (MEND).
O MEND é um grupo militante que expõe a suposta
opressão e exploração alegada pelos nigerianos do Delta
no Níger, assim como os problemas ambientais que a
extração do petróleo traz. As ações do grupo consistem
em ataques a operações petrolíferas, sabotagem, roubo,
destruição de propriedade, guerrilha e sequestro,
e seus objetivos são localizar e controlar o petróleo da
Nigéria e garantir indenizações do governo federal para
a poluição causada pela indústria petrolífera.