Guia de Estudos - Faap
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<strong>Guia</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> / Study Gui<strong>de</strong> / <strong>Guia</strong> <strong>de</strong> Estudios<br />
econômico. Entre 1973 e 1981, a Nigéria viveu o auge<br />
<strong>de</strong> seu processo <strong>de</strong> industrialização, e acumulou 90<br />
bilhões <strong>de</strong> dólares vindos do petróleo, fato que ocultou<br />
a <strong>de</strong>ficiência do câmbio e insuficiência fiscal. O<br />
foco do governo do General Buhari (1984-1985) e <strong>de</strong><br />
seus sucessores era a industrialização e a urbanização<br />
do país, objetivo que persiste até os dias atuais.<br />
Entretanto, os gastos do governo voltados aos diferentes<br />
Planos Nacionais <strong>de</strong> Desenvolvimento quadruplicaram,<br />
tendo o setor público um aumento <strong>de</strong><br />
gastos que representaram cerca <strong>de</strong> 50% do PIB, além<br />
<strong>de</strong> preencherem 70% dos empregos do país. Esta expansão<br />
da contribuição do setor público foi resultado,<br />
principalmente, da prestação <strong>de</strong> serviços e infraestrutura<br />
e do pagamento <strong>de</strong> vencimentos e salários.<br />
Tal crise econômica teve como consequência a<br />
criação do Programa <strong>de</strong> Ajustamento Estrutural Nacional<br />
pelo governo, que, em 1986, se comprometeu a<br />
adaptá-lo às bases do mo<strong>de</strong>lo do Banco Mundial. Este<br />
exigia a <strong>de</strong>svalorização do naira (moeda nigeriana),<br />
liberalização do comércio, reduções dos gastos governamentais,<br />
venda <strong>de</strong> empresas públicas e redução <strong>de</strong><br />
quotas e licenças. Ao se comprometer com tais regras,<br />
teria ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional<br />
(FMI) e do Banco Mundial, tendo os credores o<br />
po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> interferir, e até mesmo vetar, as opiniões públicas<br />
do país. O impasse seria resolvido pelo Ministro<br />
das Finanças: aceitar ou não o empréstimo?<br />
As reformas do Programa <strong>de</strong> Ajustamento Estrutural<br />
Nacional do governo do General Babangida (governou<br />
<strong>de</strong> 1985 a 1993), sucessor <strong>de</strong> Buhari, foi motivo<br />
<strong>de</strong> resistência e motins na rua, atrasando-o. A força<br />
intelectual do país queria que fosse mantida a antiga<br />
estratégia, a da Industrialização por Substituição <strong>de</strong><br />
Importações. Nigerianos e seu governo resistiram e<br />
ainda resistem a muitas das prescrições políticas.<br />
Essa experiência na área das políticas comerciais<br />
e industriais mostra a interação <strong>de</strong> vários fatores na<br />
<strong>de</strong>terminação do <strong>de</strong>senho e implementação <strong>de</strong> políticas.<br />
Com o empréstimo do FMI e <strong>de</strong> outros credores, a<br />
Nigéria per<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> sua autonomia pelo fato <strong>de</strong>stes<br />
exercerem gran<strong>de</strong> influência sobre as opções políticas,<br />
quase a ponto <strong>de</strong> vetá-las. Até 1988 o Programa<br />
<strong>de</strong> Ajustamento Estrutural Nacional não tinha surtido<br />
efeito econômico esperado, já que o PIB caiu 17% nesse<br />
ano.<br />
Entre 1980 e 1990, a produção <strong>de</strong> petróleo local teve<br />
um crescimento aproximado <strong>de</strong> 25%, encontrando, no<br />
entanto, uma divergência entre a <strong>de</strong>spesa e a produção,<br />
fato indicador <strong>de</strong> uma rápida aquisição <strong>de</strong> suplementos<br />
estrangeiros. Como consequência, a Nigéria aumenta sua<br />
dívida externa <strong>de</strong> 9 bilhões para 33 bilhões <strong>de</strong> dólares.<br />
O legado da administração econômica <strong>de</strong> Babangida,<br />
no ano <strong>de</strong> 1986, teve gran<strong>de</strong>s falhas em <strong>de</strong>corrência da<br />
gran<strong>de</strong> dívida externa do país. Porém, após 1987, passou-<br />
-se a aproveitar mais o <strong>de</strong>senvolvimento e a tecnologia<br />
trazida na década <strong>de</strong> 1980, dando à economia nigeriana a<br />
oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se reerguer.<br />
O <strong>de</strong>sempenho do setor manufatureiro estagnou e a<br />
estratégia <strong>de</strong> Industrilização por Substiuição <strong>de</strong> Importações<br />
não surtia mais efeito. Em 1990, um programa<br />
econômico chamado Lall é criado com o objetivo <strong>de</strong> proporcionar<br />
novas condições <strong>de</strong> infraestrutura e macroeconômicas.<br />
Porém, o Programa <strong>de</strong> Ajustamento Estrutural<br />
Nacional criava uma falta <strong>de</strong> reforma no governo dificultando<br />
a aplicação <strong>de</strong> novos programas econômicos.<br />
A década <strong>de</strong> 1990 foi marcada pela nova política industrial.<br />
Em 1993, os resultados das eleições foram anulados<br />
pelo governo militar, que colocou no po<strong>de</strong>r o General<br />
Sani Abacha. A nova gestão perdurou até 1998, quando<br />
o General morre subitamente, <strong>de</strong>ixando Abdulsalami<br />
Abubakar como lí<strong>de</strong>r do Supremo Conselho Militar. Sob a<br />
nova li<strong>de</strong>rança, o órgão passa a se chamar Conselho Provisório<br />
<strong>de</strong> Regulamentação.<br />
O petróleo, no entanto, continuava em alta e dois<br />
terços da energia consumida no mundo provinham do<br />
petróleo. A saída da gasolina no início do ano era muito<br />
gran<strong>de</strong> e a <strong>de</strong>manda interna exigiu que a Companhia Nacional<br />
do Petróleo Nigeriano refinasse um pouco <strong>de</strong> gasolina<br />
no exterior.<br />
Com os programas econômicos, como o Lall, a Nigéria<br />
assumia uma posição <strong>de</strong> boas expectativas no setor, com<br />
a previsão <strong>de</strong> se tornar uma gran<strong>de</strong> nação industrializada<br />
no período <strong>de</strong> nove anos. Porém a <strong>de</strong>pendência do petróleo,<br />
até os dias <strong>de</strong> hoje, não faz o país se <strong>de</strong>senvolver em<br />
todos os setores da economia, já que somente 6% do que<br />
a Nigéria exporta é do setor não-petrolífero.<br />
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