Guia de Estudos - Faap
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Guia de Estudos / Study Guide / Guia de Estudios Senhores delegados, É com enorme satisfação que a diretoria do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados dá as boas-vindas à VII Edição do Fórum FAAP de Discussão Estudantil. Primeiramente, gostaríamos de nos apresentar. A diretoria deste comitê conta com 3 membros: Isabela Vendramini Castrignano de Oliveira, 21 anos, cursa o 7º semestre de Relações Internacionais. Participou como diretora adjunta do Banco Mundial na VI Edição do Fórum FAAP. Manuela Franco Fernandes, 23 anos, cursa o 6º semestre de Relações Internacionais. Participou como voluntária de Estrutura nas edições V e VI do Fórum FAAP e atualmente ocupa o cargo de diretora financeira do XVI Encontro Nacional dos Estudantes de Relações Internacionais - ENERI. Samara Conze Figueiredo, 21 anos, cursa o 7º semestre de Relações Internacionais. Participou como voluntária do Comitê de Imprensa na edição do VI Fórum FAAP. O tema abordado por este comitê foi cuidadosamente escolhido, devido à necessidade de um alcance mundial e ao caráter emergencial da questão. Dessa forma, recomendamos seguir o desenrolar do conflito através do nosso guia de estudos e pesquisas, por ocorrer em uma região politicamente instável, que necessita de ações minuciosamente planejadas para tornar suas resoluções duradouras. Esperamos que os debates possam ser produtivos e embasados em pesquisas e reflexões. Não poderíamos deixar de parabenizar e agradecer a secretária-geral acadêmica desta edição, Bruna Strufaldi, pelo excelente trabalho desenvolvido neste curto período de tempo. A toda equipe administrativa desta edição, o nosso muito obrigado. Desejamos a todos os senhores delegados debates frutíferos, e que os senhores consigam alcançar os objetivos deste comitê, respeitando suas competências e realçando os valores e princípios da Carta das Nações Unidas. Boa sorte! Isabela Vendramini, Manuela Fernandes e Samara Figueiredo Diretoras acadêmicas 13
INTRODUÇÃO Por conta da falência da Liga das Nações 1 e o caos instaurado pela Segunda Guerra Mundial durante o período de 1939 a 1945, os Estados se depararam com a necessidade e a importância de criar um organismo multilateral que pudesse, de forma coletiva, alcançar interesses globais. Por meio da Conferência de São Francisco, em 1945, foi formalizada a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), com inicialmente 51 Estados-Membros. Seu nascimento conservou os principais objetivos da Liga das Nações, manter a paz e garantir a segurança internacional através de resoluções pacíficas de conflitos. Por conta de falhas cometidas por sua antecessora, a nova organização buscou realizar alterações estruturais que ampliassem sua esfera de atuação como prevenção de conflitos e assistência humanitária. Assim, com o fim da Segunda Guerra Mundial, alguns temas foram enfatizados pela comunidade internacional, o que proporcionou uma maior preocupação com os problemas que afligiam a humanidade. Através de agências especializadas, programas e fundos disseminados no mundo inteiro, a organização consegue afetar diretamente o sistema como um todo. Um dos focos da ONU é buscar soluções coletivas para assuntos relevantes como desenvolvimento sustentável, proteção aos refugiados, meio ambiente, desenvolvimento econômico e social, entre outros. HISTóRICO DO COMITê O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) foi criado após a Segunda Guerra Mundial pela Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU) com o intuito de auxiliar pessoas deslocadas resultantes de conflito. Assim, foi estabelecido em 1949, e iniciou seus trabalhos em dezembro de 1950, com um mandato inicial de apenas três anos, mas que se prolonga até os dias de hoje. No ano seguinte à criação do ACNUR, ocorre uma conferência de líderes das Nações Unidas em que é redigida uma Carta Magna que regulamenta a situação dos refugiados. É oficializada, então, a Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados, no dia 28 de julho do mesmo ano, entrando em vigor três 14 VII Fórum FAAP de Discussão Estudantil - 2011 anos depois. O Estatuto do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, também conhecido como Estatuto do Refugiado, é anexado a uma Resolução que convida os governos a colaborar com o Alto Comissariado, estabelecendo seu trabalho como humanitário, social e completamente apolítico. Esse instrumento representou um compromisso legal e supranacional dos Estados com relação às necessidades dos refugiados. Portanto, definiu-se refugiado como sendo toda pessoa que temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social, ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do país no qual tinha sua residência habitual em consequência de tais acontecimentos, não pode ou não quer voltar a ele. O surgimento do comissariado coincidiu com o período da Guerra Fria, que, somado a influência e pressões internas provenientes dos Estados-Membros, acabou por direcionar as operações principalmente aos novos refugiados do regime comunista, restringindo sua atuação à Europa. Contudo, o processo de descolonização da África nos anos 60 refletiu na necessidade de expandir as atuações do ACNUR, inserindo sua funcionalidade na esfera global. Guerras buscando a independência, guerras civis pós-independência e a interferência de grandes potências em conflitos internos acarretaram grande aumento do número de refugiados, tanto na África quanto na América Latina e Ásia. Nos anos que seguiram, as responsabilidades do Alto Comissariado cresceram proporcionalmente na tentativa de salvaguardar a grande massa de pessoas deslocadas que resultavam desses conflitos auxiliando não somente refugiados, mas também deslocados internos, apátridas, retornados e requerentes de asilo político ou diplomático, confirmando sua valia para a comunidade internacional. Durante os anos 90 a Agência encontrou problemas com relação à sua insuficiência econômica, falta de recursos próprios que sustentassem suas atividades. Inúmeros conflitos, particularmente os africanos, foram esquecidos, pois os doadores preocupavam-se apenas
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INTRODUÇÃO<br />
Por conta da falência da Liga das Nações 1 e o caos<br />
instaurado pela Segunda Guerra Mundial durante o<br />
período <strong>de</strong> 1939 a 1945, os Estados se <strong>de</strong>pararam com<br />
a necessida<strong>de</strong> e a importância <strong>de</strong> criar um organismo<br />
multilateral que pu<strong>de</strong>sse, <strong>de</strong> forma coletiva, alcançar<br />
interesses globais. Por meio da Conferência <strong>de</strong> São<br />
Francisco, em 1945, foi formalizada a criação da Organização<br />
das Nações Unidas (ONU), com inicialmente<br />
51 Estados-Membros.<br />
Seu nascimento conservou os principais objetivos<br />
da Liga das Nações, manter a paz e garantir a segurança<br />
internacional através <strong>de</strong> resoluções pacíficas <strong>de</strong><br />
conflitos. Por conta <strong>de</strong> falhas cometidas por sua antecessora,<br />
a nova organização buscou realizar alterações<br />
estruturais que ampliassem sua esfera <strong>de</strong> atuação<br />
como prevenção <strong>de</strong> conflitos e assistência humanitária.<br />
Assim, com o fim da Segunda Guerra Mundial,<br />
alguns temas foram enfatizados pela comunida<strong>de</strong><br />
internacional, o que proporcionou uma maior preocupação<br />
com os problemas que afligiam a humanida<strong>de</strong>.<br />
Através <strong>de</strong> agências especializadas, programas<br />
e fundos disseminados no mundo inteiro, a organização<br />
consegue afetar diretamente o sistema como um<br />
todo. Um dos focos da ONU é buscar soluções coletivas<br />
para assuntos relevantes como <strong>de</strong>senvolvimento<br />
sustentável, proteção aos refugiados, meio ambiente,<br />
<strong>de</strong>senvolvimento econômico e social, entre outros.<br />
HISTóRICO DO COMITê<br />
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados<br />
(ACNUR) foi criado após a Segunda Guerra<br />
Mundial pela Assembleia Geral das Nações Unidas<br />
(AGNU) com o intuito <strong>de</strong> auxiliar pessoas <strong>de</strong>slocadas<br />
resultantes <strong>de</strong> conflito. Assim, foi estabelecido em<br />
1949, e iniciou seus trabalhos em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1950,<br />
com um mandato inicial <strong>de</strong> apenas três anos, mas que<br />
se prolonga até os dias <strong>de</strong> hoje.<br />
No ano seguinte à criação do ACNUR, ocorre uma<br />
conferência <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res das Nações Unidas em que é redigida<br />
uma Carta Magna que regulamenta a situação<br />
dos refugiados. É oficializada, então, a Convenção das<br />
Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados, no<br />
dia 28 <strong>de</strong> julho do mesmo ano, entrando em vigor três<br />
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VII Fórum FAAP <strong>de</strong> Discussão Estudantil - 2011<br />
anos <strong>de</strong>pois. O Estatuto do Escritório do Alto Comissariado<br />
das Nações Unidas para Refugiados, também conhecido<br />
como Estatuto do Refugiado, é anexado a uma<br />
Resolução que convida os governos a colaborar com o<br />
Alto Comissariado, estabelecendo seu trabalho como<br />
humanitário, social e completamente apolítico.<br />
Esse instrumento representou um compromisso legal<br />
e supranacional dos Estados com relação às necessida<strong>de</strong>s<br />
dos refugiados. Portanto, <strong>de</strong>finiu-se refugiado<br />
como sendo<br />
toda pessoa que temendo ser perseguida por motivos<br />
<strong>de</strong> raça, religião, nacionalida<strong>de</strong>, grupo social, ou opiniões<br />
políticas, se encontra fora do país <strong>de</strong> sua nacionalida<strong>de</strong> e que<br />
não po<strong>de</strong> ou, em virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse temor, não quer valer-se da<br />
proteção <strong>de</strong>sse país, ou que, se não tem nacionalida<strong>de</strong> e se<br />
encontra fora do país no qual tinha sua residência habitual<br />
em consequência <strong>de</strong> tais acontecimentos, não po<strong>de</strong> ou não<br />
quer voltar a ele.<br />
O surgimento do comissariado coincidiu com o período<br />
da Guerra Fria, que, somado a influência e pressões<br />
internas provenientes dos Estados-Membros, acabou<br />
por direcionar as operações principalmente aos novos<br />
refugiados do regime comunista, restringindo sua atuação<br />
à Europa. Contudo, o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scolonização<br />
da África nos anos 60 refletiu na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expandir<br />
as atuações do ACNUR, inserindo sua funcionalida<strong>de</strong><br />
na esfera global. Guerras buscando a in<strong>de</strong>pendência,<br />
guerras civis pós-in<strong>de</strong>pendência e a interferência <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong>s potências em conflitos internos acarretaram<br />
gran<strong>de</strong> aumento do número <strong>de</strong> refugiados, tanto na<br />
África quanto na América Latina e Ásia.<br />
Nos anos que seguiram, as responsabilida<strong>de</strong>s do Alto<br />
Comissariado cresceram proporcionalmente na tentativa<br />
<strong>de</strong> salvaguardar a gran<strong>de</strong> massa <strong>de</strong> pessoas <strong>de</strong>slocadas<br />
que resultavam <strong>de</strong>sses conflitos auxiliando não<br />
somente refugiados, mas também <strong>de</strong>slocados internos,<br />
apátridas, retornados e requerentes <strong>de</strong> asilo político ou<br />
diplomático, confirmando sua valia para a comunida<strong>de</strong><br />
internacional.<br />
Durante os anos 90 a Agência encontrou problemas<br />
com relação à sua insuficiência econômica, falta<br />
<strong>de</strong> recursos próprios que sustentassem suas ativida<strong>de</strong>s.<br />
Inúmeros conflitos, particularmente os africanos, foram<br />
esquecidos, pois os doadores preocupavam-se apenas