14.04.2013 Views

Guia de Estudos - Faap

Guia de Estudos - Faap

Guia de Estudos - Faap

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

víduo na socieda<strong>de</strong>.<br />

Em resumo:<br />

36<br />

Crescimento econômico<br />

aspecto quantitativo<br />

Desenvolvimento<br />

aspecto quantitativo + aspecto qualitativo<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento, concluí-se, é um crescimento<br />

harmonioso e estrutural, ao passo que o crescimento<br />

não implica em equilíbrio das estruturas.<br />

Sob uma ótica humanista da economia, não há<br />

um conceito <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento “econômico” e sim<br />

um conceito mais amplo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>de</strong>finido<br />

a partir <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> transformações por<br />

que passa a socieda<strong>de</strong>, tanto no plano político, como<br />

no econômico e no social. Nesse contexto, para que<br />

haja <strong>de</strong>senvolvimento, três condições <strong>de</strong>vem, necessariamente,<br />

ser atendidas: 1ª. O crescimento da renda<br />

per capita em condições satisfatórias <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> e<br />

ocupação; 2ª. A integração <strong>de</strong> todo o sistema social<br />

no processo, em que os investimentos geram ca<strong>de</strong>ias<br />

prospectivas e retrospectivas <strong>de</strong> produção e emprego;<br />

3ª. A distribuição dos frutos <strong>de</strong>sse crescimento entre<br />

os diversos segmentos da socieda<strong>de</strong>.<br />

Fica evi<strong>de</strong>nte, portanto, que o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

só será obtido quando, além da melhoria dos indicadores<br />

econômicos, houver distribuição <strong>de</strong> renda mais<br />

equânime e maior grau <strong>de</strong> participação dos indivíduos<br />

no <strong>de</strong>bate e nas <strong>de</strong>cisões políticas que dizem respeito<br />

a assuntos <strong>de</strong> interesse <strong>de</strong> toda a socieda<strong>de</strong> e<br />

não apenas <strong>de</strong> uma minoria que representa a classe<br />

econômica e/ou politicamente dominante.<br />

Des<strong>de</strong> que foram constituídos como Estados soberanos,<br />

a pobreza, baixa qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e ineficiente<br />

inclusão social das classes mais baixas foram pontos<br />

que sempre estiveram ligados ao capitalismo sub<strong>de</strong>senvolvido<br />

dos países latino-americanos. Estes aspec-<br />

VII Fórum FAAP <strong>de</strong> Discussão Estudantil - 2011<br />

tos, aliados a inúmeras vulnerabilida<strong>de</strong>s sociais, <strong>de</strong>vem-se<br />

em gran<strong>de</strong> parte ao tipo <strong>de</strong> capitalismo adotado nos últimos<br />

anos: economia <strong>de</strong> livre mercado, aberta ao mundo<br />

e com a caracterização <strong>de</strong> um Estado que interfere nas relações<br />

nacionais <strong>de</strong> forma mínima. É importante <strong>de</strong>stacar<br />

que o nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento das nações bem como a<br />

inserção das mesmas no cenário econômico global é uma<br />

variável que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma indiscutível dos índices<br />

<strong>de</strong> crescimento econômico e tecnológico, os quais <strong>de</strong>vem<br />

estar aliados <strong>de</strong> forma intrínseca ao bom andamento<br />

dos quesitos sociais.<br />

A verda<strong>de</strong> é que muitos países que obtiveram altas<br />

taxas <strong>de</strong> crescimento econômico ainda têm gran<strong>de</strong>s<br />

proporções da população na pobreza. De acordo com o<br />

Panorama Social da América Latina, realizado em 2010<br />

pela CEPAL, atualmente 33% da região da América Latina<br />

e Caribe, o que correspon<strong>de</strong> a 183 milhões <strong>de</strong> pessoas<br />

pobres e 74 milhões <strong>de</strong> indigentes (ver tabela 2). O <strong>de</strong>senvolvimento<br />

é realmente uma necessida<strong>de</strong> para reduzir<br />

questões que se transformam em vulnerabilida<strong>de</strong>s,<br />

como no caso da pobreza, mas não tem sentido se não<br />

aumentar a renda e o bem-estar <strong>de</strong> todos os indivíduos.<br />

A melhor alternativa para se erradicar os déficits sociais<br />

com certeza está na positiva relação entre crescimento<br />

econômico com eficazes políticas sociais que venham a<br />

objetivar melhorias na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos cidadãos.<br />

Definições <strong>de</strong> pobreza baseadas na renda dão a<br />

enten<strong>de</strong>r que os seres humanos necessitam <strong>de</strong> um nível<br />

mínimo <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> água, vestuário e alimentação<br />

para sobreviverem. Ao ligar estas necessida<strong>de</strong>s a preços é<br />

possível traçar uma linha absoluta <strong>de</strong> pobreza, vindo a ser<br />

um importante indicador. Antes <strong>de</strong> tudo faz se necessário<br />

<strong>de</strong>screver a diferença entre dois conceitos importantes.<br />

O conceito <strong>de</strong> pobreza extrema ou absoluta se diferencia do<br />

<strong>de</strong> pobreza relativa, pois neste último se estabelecem normas<br />

sociais e padrões <strong>de</strong> consumo que variam <strong>de</strong> acordo com a evolução<br />

da renda média das famílias. Dessa forma, o extrato pobre<br />

é <strong>de</strong>finido como o conjunto <strong>de</strong> pessoas ou famílias cujo nível<br />

<strong>de</strong> renda é 0,6 vezes inferior à renda média, caracterizando-o<br />

como um setor relativamente excluído da socieda<strong>de</strong>.<br />

Muito embora haja este indicador baseado em linhas<br />

<strong>de</strong> pobreza, a verda<strong>de</strong> é que há uma gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong><br />

para caracterizar em números reais estes índices <strong>de</strong> pobreza<br />

absoluta. Rowntree, autor inglês que remo<strong>de</strong>lou<br />

esta abordagem, afirma exatamente que as linhas não são<br />

realistas, pois não se po<strong>de</strong> viver com os padrões estabele-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!