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Guia de Estudos - Faap

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Há muitas formas <strong>de</strong> se cooperar, <strong>de</strong>stacadas por<br />

Ayllón, como por exemplo, a cooperação política ou<br />

econômica. Consi<strong>de</strong>rando o conteúdo da cooperação<br />

internacional para o <strong>de</strong>senvolvimento (CID), esta ainda<br />

po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> caráter geral ou setorial, orientada a<br />

tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões conjuntas, <strong>de</strong> caráter operativo,<br />

com relação à implementação <strong>de</strong> medidas e programas<br />

para o <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong> caráter operativo<br />

fazendo ligação com a implementação <strong>de</strong> medidas e<br />

também <strong>de</strong> caráter informal ou orgânico como objetivo<br />

e consequências das ações das organizações internacionais.<br />

A cooperação internacional po<strong>de</strong> ainda ser realizada<br />

em âmbito bilateral, mais utilizada nos períodos<br />

que antece<strong>de</strong>m o fim da Segunda Guerra, marcada<br />

por políticas egoístas e exclusivas dos Estados, e a multilateral<br />

que ganha força principalmente nos anos 60,<br />

época em que os povos dos Estados da Ásia e África<br />

emergem. A diplomacia multilateral ganha força pelo<br />

fato <strong>de</strong> que preconiza que as <strong>de</strong>cisões dos Estados<br />

<strong>de</strong>vam ser obrigadas à submissão <strong>de</strong> procedimentos<br />

que ten<strong>de</strong>m a neutralizar <strong>de</strong>terminadas posições egoístas,<br />

em favor <strong>de</strong> políticas dos blocos e alianças, on<strong>de</strong><br />

a maioria é que <strong>de</strong>staca o andamento das resoluções<br />

e também <strong>de</strong>vido à presença <strong>de</strong> tratados servindo <strong>de</strong><br />

base para reger as relações da organização.<br />

A América Latina não conseguiu tornar viável a<br />

caracterização <strong>de</strong> uma economia industrial progressiva.<br />

Em vez disso, per<strong>de</strong>u posições frente a países que<br />

iniciaram sua industrialização a partir <strong>de</strong> bases mais<br />

fracas. Um exemplo a ser citado é o caso asiático, o<br />

qual pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> uma autonomia muito maior<br />

se comparada à dos países latino-americanos e cercada<br />

<strong>de</strong> tradições burocráticas muito mais eficientes e<br />

livres <strong>de</strong> interesses particulares.<br />

Já a América Latina teve seus problemas baseados<br />

não exatamente na natureza das políticas, mas sim<br />

na sua implementação. As bases fiscais foram insuficientes<br />

<strong>de</strong>vido em gran<strong>de</strong> parte à ausência <strong>de</strong> reais<br />

medidas sociais e político-redistributivas. O Estado foi<br />

dominado por interesses <strong>de</strong> partidos políticos, militares,<br />

grupos econômicos, caudilhos ou ditadores, que<br />

fortaleceram seu po<strong>de</strong>r econômico e político pela via<br />

estatal. Por conta <strong>de</strong>stas práticas, houve o fortalecimento<br />

do caráter clientelista do emprego e da gestão<br />

dos expêndios públicos pelos regimes autoritários ou<br />

semi<strong>de</strong>mocráticos.<br />

34<br />

VII Fórum FAAP <strong>de</strong> Discussão Estudantil - 2011<br />

Como frisa Enrique Iglesias, secretário-geral ibero-<br />

-americano (SEGIB), ex-presi<strong>de</strong>nte do Banco Interamericano<br />

<strong>de</strong> Desenvolvimento (BID) e ex-secretário executivo<br />

da CEPAL, o Estado que acompanhou o paradigma cepalino<br />

foi onipresente, centralista e cativo. Foram poucos os<br />

países que conseguiram avançar na construção <strong>de</strong> um Estado<br />

sólido <strong>de</strong>mocrático, fator indispensável para impedir<br />

que interesses particulares dominem e que a lei seja<br />

uniforme.<br />

A dominação das vias públicas para priorizar interesses<br />

privados acabou por caracterizar um ineficiente funcionamento<br />

do mercado, especulação e corrupção. Este<br />

cenário ainda veio a <strong>de</strong>terminar a não criação <strong>de</strong> respostas<br />

às <strong>de</strong>mandas dos cidadãos, o que contribuiu para a<br />

exclusão <strong>de</strong> amplos setores da população, dos benefícios<br />

do crescimento e à perda <strong>de</strong> legitimida<strong>de</strong> do Estado.<br />

Estes pontos <strong>de</strong>stacados acabaram por ilustrar o esgotamento<br />

do mo<strong>de</strong>lo heterodoxo da CEPAL a partir da<br />

precipitação da crise do Estado. O modo como foram implementadas<br />

as políticas econômicas, sociais e políticas,<br />

aliadas aos acontecimentos <strong>de</strong> recessão e inflação proporcionados<br />

pelas duas crises <strong>de</strong> petróleo (1973 e 1979),<br />

que tiveram seu emprego máximo na crise da dívida, acelerou<br />

os processos <strong>de</strong> inflação, perda <strong>de</strong> competitivida<strong>de</strong><br />

da economia e aumentou as distâncias sociais. No plano<br />

institucional <strong>de</strong>struíram-se bancos centrais, ministérios<br />

<strong>de</strong> planejamento e instituições financeiras e <strong>de</strong> fomento<br />

do <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

Ainda mencionando Enrique Iglesias, este <strong>de</strong>staca que<br />

houve situações ainda mais graves no quesito <strong>de</strong> formulação<br />

da política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, nas quais as medidas<br />

<strong>de</strong> longo prazo foram esquecidas. Isto ocorreu pois<br />

os problemas da sobrevivência econômica e as crises <strong>de</strong><br />

curto prazo tomaram toda a atenção das autorida<strong>de</strong>s políticas<br />

dos países da América Latina.<br />

As últimas décadas do século XX foram marcadas por<br />

intensas alterações sociais no mundo capitalista, que teve<br />

como objetivo principal a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se reformular<br />

o aparelho estatal. Estes i<strong>de</strong>ais foram originados a partir<br />

da década <strong>de</strong> 1970, momento em que o esgotamento do<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico constituído no<br />

pós-guerra (marcado pela ampliação e o fortalecimento<br />

do aparelho estatal) abre espaço para a ascensão do pensamento<br />

neoliberal. Nos anos <strong>de</strong> 1980 este pensamento<br />

ganha força com a entrada dos principais partidos, <strong>de</strong>fensores<br />

<strong>de</strong>stes princípios, nas maiores economias globais

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