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Guia de Estudos - Faap

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<strong>Guia</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> / Study Gui<strong>de</strong> / <strong>Guia</strong> <strong>de</strong> Estudios<br />

volvimento passa a ser assim sinônimo <strong>de</strong> crescimento<br />

econômico, caracterizando suas políticas a aquelas<br />

que possibilitassem a livre atuação do mercado, com a<br />

supremacia da abertura do comércio internacional, os<br />

ajustes das contas públicas e redução, <strong>de</strong> forma contrária,<br />

dos gastos com políticas sociais.<br />

Na América Latina, o espírito <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

cooperação e união dos Estados em prol <strong>de</strong> melhorias<br />

<strong>de</strong>senvolvimentistas é marcado pelas i<strong>de</strong>ias da CEPAL,<br />

entre 1960 e 1970, <strong>de</strong> estruturação das economias latino-americanas<br />

em <strong>de</strong>fesa da industrialização, através<br />

dos mol<strong>de</strong>s do sistema <strong>de</strong> substituição <strong>de</strong> importação<br />

(mo<strong>de</strong>lo ISI) 7 e do processo <strong>de</strong> integração.<br />

A ampliação e o fortalecimento do aparelho estatal<br />

foi o gran<strong>de</strong> instrumento utilizado para se colocar em<br />

prática os fundamentos econômicos cepalinos, o que<br />

veio a transformar completamente os perfis econômicos<br />

e sociais da América Latina. Um aspecto <strong>de</strong>stacado<br />

do processo social foi o intenso processo <strong>de</strong> urbanização.<br />

No que condiz ao plano econômico, o setor manufatureiro<br />

aumentou a gravitação e inserção <strong>de</strong> seus<br />

produtos no plano global e no <strong>de</strong> emprego, enquanto<br />

a produção agrícola se mantinha paralisada ou estagnada.<br />

Acelerava-se a expansão dos serviços, empregos nos<br />

setor público juntamente com a intensificação, burocratização<br />

e absorção <strong>de</strong> recursos por parte do Estado. A<br />

população urbana conquistou níveis <strong>de</strong> renda crescentes<br />

em <strong>de</strong>trimento da rural, ainda que a dinâmica industrial<br />

tenha se <strong>de</strong>bilitado com os cenários da década <strong>de</strong><br />

60 e 70.<br />

As instabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>stas décadas, ocasionadas pelo<br />

primeiro choque <strong>de</strong> petróleo, que dificultava a obtenção<br />

<strong>de</strong> petróleo e <strong>de</strong> créditos a juros baixos no sistema<br />

internacional, aliado aos acontecimentos da década <strong>de</strong><br />

1980, provocados pelo agravamento das consequências<br />

do primeiro choque, ocorrência do segundo choque<br />

<strong>de</strong> petróleo e endividamento externo, dificultaram<br />

a correta implementação dos i<strong>de</strong>ais cepalinos. Estas<br />

i<strong>de</strong>ias só irão mostrar sinais <strong>de</strong> avanço a partir das décadas<br />

<strong>de</strong> 1980 e 1990, justamente quando políticas <strong>de</strong><br />

estabilização da inflação passam a ser criadas.<br />

O processo <strong>de</strong> integração <strong>de</strong>veria ser concretizado e<br />

entendido como a criação <strong>de</strong> um mercado comum para<br />

que os países pu<strong>de</strong>ssem conseguir respon<strong>de</strong>r às exigências<br />

do crescimento econômico regional. Trata-se<br />

da época do “regionalismo aberto”. É importante ainda<br />

notar que entre estas duas fases, a CEPAL tem seu interesse<br />

voltado para o ajuste macroeconômico dos países<br />

latino-americanos e para a resolução <strong>de</strong> problemas estruturais.<br />

Apesar do regionalismo não ter sido tão trabalhado,<br />

é neste período que políticas visando à cooperação<br />

para resoluções <strong>de</strong> impasses macroeconômicos<br />

entre os países envolvidos ganham espaço.<br />

É no espaço do sistema internacional que as re<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> interação entre os atores ocorreram, dando forma<br />

ao conflito ou à cooperação e às suas manifestações<br />

extremas, respectivamente guerra ou integração. A<br />

guerra representa o máximo <strong>de</strong> discórdia e necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> interesses <strong>de</strong>terminantes, já a integração é<br />

dada pela alegação da existência <strong>de</strong> interesses supranacionais.<br />

A partir <strong>de</strong>sta explanação, é possível que seja<br />

realizado um exame da dimensão <strong>de</strong> cooperação internacional<br />

que é caracterizada por Calduch como<br />

(...) toda relação entre atores internacionais orientada<br />

para a mútua satisfação <strong>de</strong> interesses ou <strong>de</strong>mandas, mediante<br />

a utilização complementar <strong>de</strong> seus respectivos po<strong>de</strong>res no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> atuações coor<strong>de</strong>nadas e ou solidárias.<br />

Esta <strong>de</strong>finição é, como <strong>de</strong>termina Ayllón, retirada do<br />

ramo da sociologia e do estudo das diversida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relações<br />

que se originam <strong>de</strong> interações sociais. Aplicando-<br />

-a ao campo das relações internacionais, esta po<strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>stacada como a modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cooperação que se<br />

realiza entre os atores do sistema internacional.<br />

A ação <strong>de</strong> realizar tarefas em conjunto entre dois<br />

ou mais Estados, visando atingir resultados <strong>de</strong>signados<br />

como <strong>de</strong>sejados pelas partes envolvidas é então o<br />

gran<strong>de</strong> objetivo da cooperação internacional. A Carta<br />

das Nações Unidas em seu capítulo primeiro, parágrafo<br />

terceiro, <strong>de</strong>fine <strong>de</strong> forma clara e objetiva a importância<br />

<strong>de</strong> se fomentar projetos e mecanismos <strong>de</strong> cooperação<br />

internacional, <strong>de</strong>stacando-se este último como um dos<br />

propósitos da organização.<br />

Conseguir uma cooperação internacional para resolver<br />

os problemas internacionais <strong>de</strong> caráter econômico, social,<br />

cultural ou humanitário, e para promover e estimular o respeito<br />

aos direitos humanos e às liberda<strong>de</strong>s fundamentais<br />

para todos, sem distinção <strong>de</strong> raça, sexo, língua ou religião.<br />

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