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Guia de Estudos - Faap

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<strong>Guia</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> / Study Gui<strong>de</strong> / <strong>Guia</strong> <strong>de</strong> Estudios<br />

comércio favorável para seus conquistadores, espanhóis<br />

e portugueses.<br />

Muito bem explorada, porém mal <strong>de</strong>senvolvida, a<br />

América Latina limitava-se às correntes do pacto colonial;<br />

nem o movimento <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias e uma relativa prosperida<strong>de</strong><br />

no século XVIII, muito menos as in<strong>de</strong>pendências<br />

ocorridas no primeiro quarto do século XIX haviam<br />

realizado algum avanço com relação à importância da<br />

construção <strong>de</strong> um plano interno e, futuramente, <strong>de</strong><br />

um externo, visando seu <strong>de</strong>senvolvimento completo;<br />

apenas constantes pesa<strong>de</strong>los políticos se apresentaram<br />

como reais.<br />

O caráter local das revoluções, que acabaram por<br />

dar origem às in<strong>de</strong>pendências, não possuía quaisquer<br />

embasamentos em raízes sociais ou econômicas, o que<br />

acabou por facilitar a constituição <strong>de</strong> estruturas arcaicas,<br />

que anteriormente eram dadas pelas explorações feitas<br />

pelas metrópoles, sem nenhum vínculo com objetivos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento econômico e social autônomos.<br />

Em 1825, terminadas as lutas <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência, a<br />

ruptura das estruturas coloniais fora causada por uma<br />

transformação dos sistemas comerciais, pela negação<br />

a indivíduos ligados às antigas metrópoles e ainda foi<br />

aguçada por militarização, que <strong>de</strong>sejava dividir o po<strong>de</strong>r<br />

com grupos que antes eram excluídos.<br />

A nova or<strong>de</strong>m, que tanto era ansiada pelas populações,<br />

<strong>de</strong>morou a nascer e esta era explicada pelo atraso<br />

advindo da herança <strong>de</strong> guerra. A importância do po<strong>de</strong>r<br />

militar não diminuía mesmo com o fim dos impasses<br />

pela in<strong>de</strong>pendência. Essa tendência era responsável<br />

pela instabilida<strong>de</strong> política sem fim.<br />

Divididos e conservando, até um tempo relativamente<br />

extenso após as in<strong>de</strong>pendências, estruturas claramente<br />

coloniais sem a introdução <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong><br />

construção dos Estados, como a diversificação da economia<br />

e a instauração <strong>de</strong> instituições igualitárias e <strong>de</strong>mocráticas,<br />

a gran<strong>de</strong> maioria dos Estados latino-americanos<br />

foi absorvida por embates entre indivíduos e clãs<br />

pelo po<strong>de</strong>r. O <strong>de</strong>senvolvimento econômico e social da<br />

América Latina tomou rumos adversos do dos EUA e da<br />

Europa oci<strong>de</strong>ntal. Até mesmo nações mais favorecidas<br />

como Chile, Brasil, Argentina, México e Uruguai tiveram<br />

o século XIX como perdido.<br />

Nos fins <strong>de</strong>sse século, os EUA eram mais povoados do que<br />

a América Latina e, enquanto os 80 milhões <strong>de</strong> norte-americanos<br />

eram ricos e instruídos, os 60 milhões <strong>de</strong> latino-americanos<br />

permaneciam miseráveis e iletrados. Em relação à Europa oci<strong>de</strong>ntal<br />

e à América anglo-saxônica, que tão rapidamente se<br />

haviam transformado, a América Latina tornara-se um mundo<br />

sub<strong>de</strong>senvolvido.<br />

A Europa tinha a visão <strong>de</strong> uma América Latina rica, já<br />

a visão dos EUA era a <strong>de</strong> uma região repleta <strong>de</strong> ignorância<br />

e menosprezo, o que prolongou por gran<strong>de</strong> tempo<br />

as intervenções militares americanas na região do mar<br />

do Caribe, tal como retardaram sua assistência econômica<br />

ao continente. Estas posições dissimulavam a miséria<br />

e a ignorância das massas em relação à verda<strong>de</strong>ira<br />

América Latina. Com relação aos EUA, em particular,<br />

<strong>de</strong>senvolveu-se nos países latino-americanos um sentimento<br />

<strong>de</strong> repressão e negação quanto a suas ações,<br />

uma vez que as novas nações do continente americano<br />

tinham nos EUA um vizinho que cooperaria para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

nas mesmas. Entretanto não foi o que<br />

ocorreu <strong>de</strong> prontidão, o que resultou na não aceleração<br />

do progresso econômico e social na América Latina.<br />

O <strong>de</strong>spertar da América Latina, que viria a ser caracterizado<br />

no início da segunda meta<strong>de</strong> do século XX com<br />

o fim da Segunda Guerra Mundial, ocorreu em princípio<br />

pela necessida<strong>de</strong> norte-americana <strong>de</strong> construir uma<br />

frente neutralizadora para o conflito <strong>de</strong>stacado do qual<br />

os EUA não <strong>de</strong>sejavam participar. Em seguida, já no período<br />

da guerra fria, a <strong>de</strong>fesa e importância diplomática<br />

que as organizações internacionais viriam a fornecer<br />

para a América Latina impediriam ações negligenciadas<br />

das gran<strong>de</strong>s potências para com esta região do continente<br />

para sempre.<br />

O peso <strong>de</strong>stacado pelo maior número <strong>de</strong> países<br />

nascentes, <strong>de</strong>vido à fragmentação da América espanhola,<br />

acrescido ainda da unida<strong>de</strong> que fora conservada da<br />

América portuguesa, se fez presente nos organismos<br />

internacionais, principalmente nas Nações Unidas e, só<br />

não foi exclusivo por conta da inserção dos países que<br />

se tornaram in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes a partir <strong>de</strong> 1948 na África e<br />

Ásia. No entanto, a inclusão <strong>de</strong>stes dois últimos continentes<br />

no cenário internacional acarretou uma pressão<br />

ainda maior para assegurar o direito ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

ante as gran<strong>de</strong>s potências.<br />

Com as in<strong>de</strong>pendências, os países da América<br />

Latina assim começam a instituir suas bases internas. Os<br />

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