Guia de Estudos - Faap
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<strong>Guia</strong> <strong>de</strong> <strong>Estudos</strong> / Study Gui<strong>de</strong> / <strong>Guia</strong> <strong>de</strong> Estudios<br />
Os anos 70 ficaram reconhecidos por uma reorientação<br />
dos “estilos” <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>vido a algumas<br />
influências, sendo elas a recuperação econômica da região<br />
durante o “auge” mundial <strong>de</strong> 1965-1973 que levou<br />
ao reconhecimento <strong>de</strong> que a reforma agrária e a redistribuição<br />
<strong>de</strong> renda constituiriam a base <strong>de</strong> um crescimento<br />
socialmente mais homogêneo e justo. Em segundo<br />
lugar, a ONU passou a promover um intenso <strong>de</strong>bate internacional<br />
sobre esses temas, o que fez com que intelectuais<br />
cepalinos formulassem críticas metodológicas<br />
à forma com que se <strong>de</strong>senvolviam esses <strong>de</strong>bates. E, por<br />
fim, a crise internacional <strong>de</strong> 1973/1974 e a intensificação<br />
posterior do endividamento reforçaram a necessida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> reorientar a “modalida<strong>de</strong>” <strong>de</strong> industrialização<br />
<strong>de</strong> maneira a combinar estímulos do mercado interno<br />
com a orientação pró-exportadores <strong>de</strong> bens industriais.<br />
Isso fez com que nos anos 80 representassem uma<br />
superação do problema do endividamento mediante o<br />
“ajuste com crescimento”. Nessa época, segundo o autor,<br />
os <strong>de</strong>bates cepalinos passaram a tratar do processo<br />
<strong>de</strong> crescimento no longo prazo, o que ocorreria <strong>de</strong> fato<br />
nos anos 90, em que se verificou uma “transformação<br />
produtiva com equida<strong>de</strong>”. Além disso, a CEPAL teve que<br />
readaptar algumas <strong>de</strong> suas i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>vido à nova era da<br />
liberalização e da globalização, o que ficou conhecido<br />
como o “neoestruturalismo” cepalino.<br />
É nesse período também que a questão social passa<br />
a ser mais <strong>de</strong>batida, tal como ocorreu nas sessões <strong>de</strong><br />
1992 em que o “Panorama Social” fora exposto em uma<br />
publicação que expunha a “brecha da equida<strong>de</strong>” e o reconhecimento<br />
<strong>de</strong> que para alcançar a meta da equida<strong>de</strong><br />
através do aumento simultâneo da produtivida<strong>de</strong> e dos<br />
salários é necessário acelerar ainda mais o crescimento.<br />
Integram-se também os temas da fragilida<strong>de</strong> financeira<br />
da região, o tema fiscal (“pacto fiscal”) e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
sustentável.<br />
Recentemente, os documentos apresentados nas<br />
sessões <strong>de</strong> 2000 e 2002 propõem uma correção das assimetrias<br />
macroeconômicas e financeiras internacionais,<br />
o fortalecimento institucional (sistemas legais, pactos<br />
sociais eficientes), implementação <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento produtivo (infraestrutura, <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>de</strong> sistemas nacionais <strong>de</strong> inovação) e melhores<br />
enca<strong>de</strong>amentos sociais (políticas sociais integradas nos<br />
âmbitos da educação, emprego e proteção social), <strong>de</strong>ntre<br />
outros temas. O quadro a seguir sintetiza todo esse<br />
período histórico.<br />
Síntese dos elementos analíticos que compõem o<br />
pensamento da Cepal:<br />
PERíODOS E TEMAS<br />
• Inserção internacional (centro-periferia e<br />
vulnerabilida<strong>de</strong> externa).<br />
• Condições estruturais internas (econômicas e<br />
sociais) do crescimento/progresso técnico, e <strong>de</strong><br />
emprego.<br />
• Ação estatal.<br />
INDUSTRIALIzAÇÃO (1948 - 1960)<br />
• Desequilíbrio estrutural da balança <strong>de</strong><br />
pagamentos; integração regional.<br />
• Processo <strong>de</strong> industrialização substitutiva;<br />
tendências perversas causadas pela<br />
especialização e pela heterogeneida<strong>de</strong><br />
estrutural, inflação estrutural e <strong>de</strong>semprego.<br />
• Conduzir a industrialização.<br />
REFORMAS (1960)<br />
• Dependêcia; integração regional; política internacional<br />
<strong>de</strong> redução da vulnerabilida<strong>de</strong> na periferia.<br />
• Reforma agrária e distribuição do ingresso <strong>de</strong><br />
pessoas como requisito para redinamizar a economia;<br />
heterogeneida<strong>de</strong> estrutural; <strong>de</strong>pendência.<br />
• Reformar para viabilizar o <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
ESTILOS DE CRESCIMENTO (1970)<br />
• Dependência, endividamento perigoso;<br />
insuficiência exportadora.<br />
• Estilos <strong>de</strong> crescimento, estrutura produtiva;<br />
distributiva; estruturas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r; industrializa-<br />
ção que combina mercado interno e o esforço<br />
exportador.<br />
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