14.04.2013 Views

PROJECTO FINAL PDF.pdf - Repositório institucional da ...

PROJECTO FINAL PDF.pdf - Repositório institucional da ...

PROJECTO FINAL PDF.pdf - Repositório institucional da ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

119) “(…) uma vi<strong>da</strong> ocupa<strong>da</strong>, devota à profissão e ao bem-estar material”. De acordo<br />

com o mesmo autor (Moreira 2006, pág. 69), “a nossa civilização técnico-científica<br />

tornou a morte impura e indecorosa. Muitos crêem não haver além, mas vivem o dia-a-<br />

dia de um modo quase mecânico e pouco racional, onde os mortos surgem, tantas vezes,<br />

como os maiores fantasmas, que revelam as nossas carências”.<br />

Não podemos esquecer que a morte se vai tornando ca<strong>da</strong> vez menos um acto social e<br />

que se vai, segundo Ferreira (2004) “ (…) «centralizando» em taxas ca<strong>da</strong> vez mais<br />

eleva<strong>da</strong>s nos nossos hospitais ou em instituições de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de social”. Para Silva<br />

(2004) a socie<strong>da</strong>de actual faz “ (…) desaparecer a morte do seu meio natural, do seio<br />

familiar e <strong>da</strong>s casas, transferindo-se para lugares longínquos e distantes, para quartos<br />

isolados e frios, de lares, instituições de soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de e sobretudo dos hospitais”.<br />

Moreira (2006, pág. 119) confirma esta reali<strong>da</strong>de afirmando que “(…) se no início do<br />

século passado somente 15% a 20% <strong>da</strong>s pessoa morriam no hospital (Pinto, 1991),<br />

agora, as estatísticas de vários países europeus referem 70% a 90% de mortes em<br />

instituições hospitalares e afins”. Assim Ferreira (2004) reforça esta mesma ideia<br />

relatando que actualmente “ (…) o doente morre quase sempre sozinho, num quarto<br />

isolado ou junto a sofistica<strong>da</strong>s máquinas numa uni<strong>da</strong>de de cui<strong>da</strong>dos intensivos, mas<br />

sempre sozinho…”.<br />

No que diz respeito aos profissionais de saúde Moreira (2006, pág. 120) defende que<br />

“todos a receiam e disfarçam, mesmo os estu<strong>da</strong>ntes de medicina ou enfermagem. Para<br />

estes, a morte familiar é algo de arcaico, estranho, desconhecido ou improvável”. O<br />

autor reforça esta ideia afirmando que estes “habituaram-se a assistir à morte (do outro)<br />

sem a interiorizar, numa instituição social pública, procurando manter um afastamento<br />

afectivo em relação aos doentes e moribundos” (Moreira, 2006 pág. 120).<br />

iv. Luto<br />

“ O luto é um processo de aperceber-se, de tornar real o facto <strong>da</strong> per<strong>da</strong>.”<br />

Parkes (1998, pág 199)<br />

O significado de morte para Martín (2008, pág. 81) “ (…) define-se socialmente, e a<br />

natureza <strong>da</strong> per<strong>da</strong> e do luto reflectem a influência do contexto onde ocorrem.” A autora<br />

13

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!