PROJECTO FINAL PDF.pdf - Repositório institucional da ...
PROJECTO FINAL PDF.pdf - Repositório institucional da ...
PROJECTO FINAL PDF.pdf - Repositório institucional da ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
i. Cui<strong>da</strong>dos Paliativos no Domicílio<br />
“É evidente que se alguns doentes fossem questionados se preferiam morrer em casa ou<br />
no hospital, a resposta seria, “em casa, claro!!” junto <strong>da</strong> família”<br />
(Ferreira, 2004)<br />
A filosofia dos Cui<strong>da</strong>dos Paliativos, segundo Ferreira e Pereira (2004), assenta na ideia<br />
de que “(…) o centro dos Cui<strong>da</strong>dos Paliativos é o doente e a família, e que estes devem<br />
ser idealmente cui<strong>da</strong>dos no domicílio”. Tanto para o doente como para a família é<br />
realmente importante que tal aconteça pois o doente “ (…) permanece dentro de um<br />
ambiente conhecido, mantendo a sua intimi<strong>da</strong>de, podendo realizar certas tarefas<br />
domésticas e continuar com os seus hábitos e alguns lazeres. A alimentação é mais<br />
varia<strong>da</strong> e os horários menos rígidos.” Por sua vez, a família, “ (…) desfruta de maior<br />
satisfação, por participar activamente no cui<strong>da</strong>do do seu ente querido. Podem realizar os<br />
cui<strong>da</strong>dos com mais tranquili<strong>da</strong>de e sente-se alivia<strong>da</strong> em respeitar o desejo do paciente<br />
de permanecer na sua residência” (Sales e Alencastre, 2003).<br />
Uma outra vantagem dos cui<strong>da</strong>dos paliativos serem prestados no domicílio é que “para<br />
o sistema de saúde, diminuem os internamentos prolongados e de alto custo. Evita-se a<br />
realização de tratamentos desnecessários, reduzindo a possibili<strong>da</strong>de de ocorrer o<br />
encarniçamento terapêutico” (Sales e Alencastre, 2003).<br />
Para que tudo isto seja possível, isto é, para que os cui<strong>da</strong>dos paliativos sejam prestados<br />
no domicílio com rigor e quali<strong>da</strong>de é necessário reunir uma vasta lista de requisitos.<br />
Sobrino e Moyano (cit. in Moreira 2006, pág. 46) afirmam que é necessário: “ uma<br />
atenção integral realiza<strong>da</strong> por uma equipa multidisciplinar durante as 24h e os sete dias<br />
<strong>da</strong> semana, existir articulação entre os cui<strong>da</strong>dos de saúde hospitalar e os cui<strong>da</strong>dos de<br />
saúde primários, uma comunicação aberta e flui<strong>da</strong> entra todos os membros <strong>da</strong> equipa de<br />
saúde, família e doente, educação <strong>da</strong> família para o cui<strong>da</strong>r, avaliação dos recursos<br />
pessoais e uma via de comunicação rápi<strong>da</strong> – uma linha aberta 24h”. Para além de todos<br />
estes requisitos é importante não esquecer um aspecto: a autonomia do doente. “Para<br />
que ocorra o atendimento domiciliário, é necessário que a pessoa enferma deseje estar<br />
em sua casa e, principalmente, que tenha uma harmonia social e familiar adequa<strong>da</strong> e que<br />
a sua família possa assisti-lo nas suas necessi<strong>da</strong>des” (Sales e Alencastre, 2003).<br />
9