Revisão: Fausto De Vito Pintura: Rempramtt (Paulo o Apóstolo ...

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E não é de admirar que seja este o elevado preço que tenha que pagar pelos seus muitos equívocos no pretérito, quando, certamente, menosprezou a chance de servir sem tantos empecilhos aos propósitos do Bem. É natural, portanto, que a sua estrada esteja crivada de espinhos — espinhos que inutilmente tentará afastar, porquanto um haverá de se suceder ao outro, como sempre a lembrá-lo de sua insignificância e fragilidade. Bendito, porém, o médium que mesmo assim persevera, consciente de sua humanidade, embora lidando com o que é divino! Abençoado o medianeiro que se vale de tantas lutas e conflitos para não se permitir envaidecer e, de cerviz curvada, prosseguir trabalhando pela elevação espiritual das criaturas!... Paulo conhecia de perto a perseguição do Invisível aos seareiros do Evangelho, porquanto a ela nem o próprio Cristo se furtara. Sabia quão penoso e difícil seria para o médium continuar sob as arremetidas do mal... Compreendia, porém, que não lhe haveriam de sobrar alternativas, de vez que, caso recuasse, mais tarde se sentiria compelido a retomar a tarefa em circunstâncias mais embaraçosas. Que o médium, portanto, não espere facilidades. Esteja sempre preparado para receber os ataques que o experimentarão em todos os flancos de sua personalidade, como se estivesse a descobrir-lhe o ponto vulnerável. A senda do apostolado mediúnico, semelhante à do Calvário, é íngreme... Médium algum passará por ela isento do lenho do testemunho aos ombros e cercado pelos apupos da turba enfurecida... E não é de admirar que, ao topo da monte, ou seja, ao termo da jornada, tenha por companheiros os malfeitores que secundavam o Cristo no momento supremo. Quantos médiuns, meu Deus, vivem e servem atados à cruz do dever, vertendo lágrimas que ninguém conhece! Quantos se consomem na fogueira das próprias aflições, imolando-se devagarinho pela vitória do ideal, transformando-se em tochas vivas do amor com que se consagram a Jesus!... E não é de admirar que, para eles próprios, a sua vida seja um mistério, pois, conhecendo-se qual se conhecem, não sabem dizer como foram e como são capazes de fazer o que fazem — sombras humanas refletindo na Terra a luz sublime da imortalidade!

21 - ESPÍRITO DE COMPETIÇÃO "Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente: a preocupação com todas as igrejas. Quem enfraquece, que também eu não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me inflame?" 2 Coríntios, cap. 11 - vv. 28 e 29 Lendo e refletindo sobre as palavras de Paulo aos coríntios, não há como não se emocionar, observando o carinhoso zelo do Apóstolo para com os núcleos do Cristianismo nascente. Solidário, ele se preocupava com os companheiros de ideal nas atividades que empreendiam em seus agrupamentos. A sua preocupação não se concentrava apenas na sua tarefa em si. Ela tinha um caráter abrangente, evidenciando o espírito de unidade pelo qual haveria de pugnar a vida inteira... Nele, não prevalecia a tendência competitiva que, infelizmente, às vezes se percebe entre os amigos da Doutrina Espírita escravizados a uma visão particularista das realidades da vida de Além-Túmulo. A preocupação de Paulo com as igrejas nascentes deveria, na atualidade, inspirar os espíritas sinceramente interessados na propagação do ideal que abraçaram, apoiando toda e qualquer iniciativa nobre levada a efeito por este ou por aquele grupo. Todavia o espírito de competição que impera entre os militantes espíritas que ainda não conseguiram assimilar o verdadeiro espírito da Doutrina é tão arraigado e negativo, que muitos, inconscientemente, chegam a torcer pela ruína das tarefas que não lhes nasceram do cérebro ou nas quais não estejam diretamente envolvidos. Esqueceram-se, se é que se lembraram um dia, do que escreveu o apóstolo da integração da Boa-Nova junto aos gentios que os próprios cristãos marginalizavam: "Quem enfraquece, que também eu não enfraqueça?" Quantos medianeiros disputam, não raro dentro da mesma equipe, a primazia da revelação espiritual?! E quantos outros, veladamente, tecem críticas aos companheiros que com eles ombreiam, olvidando que as trevas não precisam se preocupar em destruir aqueles que mutuamente se destroem?... Aliás, o Cristo já nos havia advertido sobre a questão da "casa subdividida"... Impossível que ela conseguisse se manter de pé! É necessário que entre os médiuns haja uma ética que lhes possibilite preservar intacta a imagem da Doutrina acima daquela que lhes reflete a face...

E não é de admirar que seja este o elevado preço que tenha que pagar pelos seus<br />

muitos equívocos no pretérito, quando, certamente, menosprezou a chance de servir<br />

sem tantos empecilhos aos propósitos do Bem.<br />

É natural, portanto, que a sua estrada esteja crivada de espinhos — espinhos que<br />

inutilmente tentará afastar, porquanto um haverá de se suceder ao outro, como<br />

sempre a lembrá-lo de sua insignificância e fragilidade.<br />

Bendito, porém, o médium que mesmo assim persevera, consciente de sua<br />

humanidade, embora lidando com o que é divino!<br />

Abençoado o medianeiro que se vale de tantas lutas e conflitos para não se permitir<br />

envaidecer e, de cerviz curvada, prosseguir trabalhando pela elevação espiritual das<br />

criaturas!...<br />

<strong>Paulo</strong> conhecia de perto a perseguição do Invisível aos seareiros do Evangelho,<br />

porquanto a ela nem o próprio Cristo se furtara. Sabia quão penoso e difícil seria para<br />

o médium continuar sob as arremetidas do mal... Compreendia, porém, que não lhe<br />

haveriam de sobrar alternativas, de vez que, caso recuasse, mais tarde se sentiria<br />

compelido a retomar a tarefa em circunstâncias mais embaraçosas.<br />

Que o médium, portanto, não espere facilidades. Esteja sempre preparado para<br />

receber os ataques que o experimentarão em todos os flancos de sua personalidade,<br />

como se estivesse a descobrir-lhe o ponto vulnerável.<br />

A senda do apostolado mediúnico, semelhante à do Calvário, é íngreme... Médium<br />

algum passará por ela isento do lenho do testemunho aos ombros e cercado pelos<br />

apupos da turba enfurecida... E não é de admirar que, ao topo da monte, ou seja, ao<br />

termo da jornada, tenha por companheiros os malfeitores que secundavam o Cristo no<br />

momento supremo.<br />

Quantos médiuns, meu <strong>De</strong>us, vivem e servem atados à cruz do dever, vertendo<br />

lágrimas que ninguém conhece! Quantos se consomem na fogueira das próprias<br />

aflições, imolando-se devagarinho pela vitória do ideal, transformando-se em tochas<br />

vivas do amor com que se consagram a Jesus!...<br />

E não é de admirar que, para eles próprios, a sua vida seja um mistério, pois,<br />

conhecendo-se qual se conhecem, não sabem dizer como foram e como são capazes<br />

de fazer o que fazem — sombras humanas refletindo na Terra a luz sublime da<br />

imortalidade!

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